terça-feira, 6 de outubro de 2015

ENGAIOLADO

ENGAIOLADO

 O domingo era de sol. Poucas pessoas estavam na praça naquela hora. Enquanto o pipoqueiro gritava, o guarda municipal dormia num banco sombreado. Um pombo manso catava milho pela calçada. Crianças brincavam na areia com baldes e pás. Era um domingo normal, como outro qualquer já passado. Foi quando passou por mim um pássaro enorme carregando um homem numa gaiola. O homem preso não gritava, não cantava. Através das grades da sua prisão vi apenas duas lágrimas caindo dos seus olhos. Mas o pássaro proprietário parecia feliz.

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