quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

UM CRENTE DIFERENTE


Ele era um crente
Que não contente em ser apenas crente
Queria ser diferente
Então arrancou os dentes
E fez um rosário reluzente
Não satisfeito com o presente
Tatuou na bunda um crucifixo
E para mostrar e rimar
Chamou amigos e parentes.

TONTOS SEM SABER


Observar a ignorância em ação
É ferir-me a carne com ferro quente
Ver o homem reduzido a um fantoche
É um deboche que machuca
Pobre do humano que não sabe pensar por si
Tendo a visão do mundo murada por fantasias sobrenaturais
Resta somente para eles
Seguir pelo caminho que lhe empurram
Os especialistas em lavagem cerebral.

NÃO DESISTA


Quando um sonho se perde
O céu escurece
Uma tempestade desaba
O desespero bate
As raposas fogem
E a solidão mostra que é fria como a neve
Lute
Erga os braços
Derrube os escombros da vida
Acredite que transposta à escuridão das nuvens o céu é azul
E volte a sorrir e sonhar como dantes.

CALDEIRÃO DE MÁGOAS


O rio segue seu curso entre calmarias e corredeiras
Intrépidos o navegam enfrentando toda sorte de obstáculos
Dores psíquicas e físicas fazem parte da jornada
Às vezes eles caem
Mas retornam para navegar
Enquanto isso na margem do rio da vida
Os abocanhadores de facilidades
Atiram pedras
E cozinham no caldeirão da inveja
Todas as mágoas possíveis
Aos vencedores.

A FOLHA SECA INTERROGA O DESTINO- ARTHUR SCHOPENHAUER

Se dirigíssemos o pensamento para um longínquo futuro e procurássemos representar-nos às futuras gerações com os milhões de homens distintos e diferentes de nós pelos usos e costumes, perguntaríamos a nós mesmos: “De onde vieram? Onde estão agora? Onde se achará o profundo seio do nada, produtor do mundo, que os oculta?” Mas a esta pergunta, devíamos sorrir, por onde se poderá achar senão onde toda a realidade é, e será, no presente em tudo o que este representa e contém, em ti, insensato que interrogas, pois ignorando a tua própria essência, assemelhas-te a uma folha seca que oscila no ramo de uma árvore, e, no Outono, pensando na sua próxima queda, lamenta sua sorte, sem querer consolar-se com a ideia dos tenros brotos que na Primavera virão adornar a árvore. E a folha seca se queixa: “Já não sou eu, serão outras folhas”. Oh! folha insensata onde queres tu ir? De onde poderiam vir as outras folhas? Onde está esse nada em que temes sucumbir? Reconhece, pois, o teu próprio ser oculto na força íntima, sempre ativa da árvore, nessa energia que não acarreta a morte nem o nascimento de todas as suas gerações de folhas. Não sucede com as gerações de homens o mesmo que com as folhas de uma árvore?

EM BUSCA DA PAZ


Omar ajoelhado ao pé da montanha clamava de braços abertos ao senhor: “Senhor meu Deus, tenho sofrido tanto! Traga-me paz senhor!” O viajante Gabriel que dormia em paz na sombra de uma pequena caverna não gostou de ser incomodado pela gritaria; então rolou uma pedra que veio a matar Omar, pois atingiu a cabeça. Gabriel olhou para baixo e berrou: “Não sou Deus, mas consegui a tua paz! Agora que os abutres se regozijem!”

A CALCINHA


O relógio dava a impressão de não andar. Claudio ansiava por chegar em casa e arrancar de vez a calcinha da esposa. Um marido tarado? Não era o caso. Claudio passou o dia com o fio da dita rendada atolada no rego numa situação incômoda. Aí é que você observa a importância de gavetas de roupas íntimas separadas e de não se vestir no escuro.

A SOPA


Genésio apreciava o restaurante do Sebastian e toda semana aparecia lá, pois Sebastian servia a sopa de vômito que ele adorava. Mas de repente deixou de frequentar o estabelecimento. Ficamos sabendo por terceiros que ele encontrou um cabelo na sopa.

ELA CONHECEU O PARAÍSO


Uma mosca foi engarrafada junto da cerveja. Após dois meses e gelada no ponto acerveja foi aberta em um bar no Leblon. Ai sair da garrafa ainda um pouco perdida a mosca declarou em voz alta: “Eu morri por um tempo e conheci o paraíso. Naveguei por suas águas, ele existe, está dentro desta garrafa.” E mais não disse por que foi esmagada por um ateu sóbrio.

SOLITÁRIO


Rinaldo era um solitário que conversava consigo mesmo. Parou quando descobriu que seu interlocutor era surdo.

“Rodeado de moscas. Isso lá é vida?” (Leão Bob)


“Aqui na savana não tem perdão. Turista distraído é refeição.” (Leão Bob)


“Sou ateu. Não rezo antes das refeições.” (Leão Bob)


“Na semana passada devorei um político brasileiro. A moral é ruim, mas a carne é muito boa.” (Leão Bob)


PF abre operação sobre Fundo Postalis

Os Fundos de Pensão das estatais federais, como BB, CEF, Correios e Petrobrás, estavam sob controle do PT desde o governo FHC. O PT deitou e rolou em todos eles.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira operação para esclarecer suposta atuação de uma organização criminosa especializada no desvio de recursos previdenciários do Postalis (Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos), fundo de pensão dos funcionários dos Correios.
Segundo a Polícia Federal, a má gestão dos recursos e os desvios investigados, gerou déficit de aproximadamente R$ 6 bilhões. A pedido do MPF, a PF investiga agora as repercussões criminais da atuação desse grupo de pessoas no desvio de recursos do Fundo.

As ações da Operação Pausare acontecem em regime de esforço concentrado pelas próximas 48h em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Alagoas. No total, 62 equipes policiais cumprirão aproximadamente 100 mandados judiciais de busca e apreensão.

Alvo de denúncias
Não é a primeira vez que a Polícia Federal deflagra operação para investigar fraudes e má gestão no Postalis. Em dezembro de 2015, a PF deflagrou a Operação Positus. A operação apurou desvios de até R$ 180 milhões.

Em setembro de 2016, a PF deflagrou a Operação Greenfield para investigar irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do país, entre eles, o Postalis.


Em outubro do ano passado, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) decretou intervenção no Postalis pelo prazo de 180 dias.

Políbio Braga

GAZETA DO BOM DE GARFO DE NÃO ME TOQUE- TJ do RS derruba liminar que obrigava o Banrisul a emprestar dinheiro para servidores do RS

O editor tem insistido que decisões judiciais que obrigam o Banrisul a emprestar para servidores, mesmo inadimplentes, são completamente contra a lei.

O desembargador Pedro Luiz Pozza, Tribunal de Justiça do RS, repôs ordem no campinho, ontem, decidindo que o Banrisul não pode ser obrigado a emprestar dinheiro à reveria, conforme decisão de juiz de primeiro grau. Ele avisou, no caso em julgamento, que não há ordenamento jurídico para obrigar um banco a realizar empréstimos a funcionários públicos estaduais ativos, inativos e pensionistas. 

Desta forma, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) suspendeu a liminar que determinava o Banrisul a conceder empréstimo para pagamento do 13º salário aos servidores estaduais. 

Eis a lição do magistrado:

O recorrente, como banco integrante do sistema financeiro nacional, deve seguir as regras vigentes, e entre elas está a impossibilidade de conceder crédito a inadimplentes, não tendo do mesmo modo obrigação de fornecer crédito a quem é seu devedor e está litigando em juízo contra o próprio banco", afirmou.

Políbio Braga

CORREIO DO ONDE ESTÁ TUA VERGONHA FABIANO?- FHC estaria negociando com PT alguma forma de prisão domiciliar para Lula


São cada vez maiores os rumores de que o PSDB negocia com o PT uma maneira de confinar Lula em prisão domiciliar. Os boatos cresceram muito depois que o ex-prefeito de SP, Fernando Haddad, segunda-feira, manteve reunião de cinco horas com FHC. Ao proteger Lula, o PSDB quer proteger Aécio.

Do blog Políbio Braga

“Lula guru? Será que mesmo os parvos ainda se refletem nesse espelho?” (Eriatlov)


“A vida não é feita só de merengue. Às vezes é preciso limpar um cascudo.” (Eriatlov)


“Governar um país é bem complexo que apenas pastar e mugir.” (Eriatlov)


“Não existe mal que perdure para sempre. Mas alguns demoram demais para ir embora.” (Eriatlov)


“PT: O número 13 é deles, o azar é nosso.” (Eriatlov)


ASA DE XÍCARA


Florisbela nasceu formosa asa de xícara, porém seu acalentado sonho era ser asa de avião, nem que fosse de um teco- teco. Tendo idade suficiente para isso então foi falar com o Ser Supremo para qual nada era impossível. Ele lhe respondeu que segundo seus desígnios ela estava fadada a ser para sempre asa de xícara, e não convinha ficar questionando o Supremo. Florisbela não aceitou tal destino e revoltada jogou-se da pia tendo morte instantânea.

DEIXA COMIGO!


Barata, bicho nojento, asqueroso, filho da imundície, neto da dona lixo, pulga encravada nos pés do demônio. Barata que anda pelos esgotos, pelas paredes da casa, procurando migalhas e motivando caçadas. Apareceu na vista é feito um alvoroço, pega que pega, é veneno, chinelo e tudo mais. Observando a correria num cantinho no marco da porta, lixando unhas e olhando de soslaio, uma bela e robusta lagartixa berra: “Deixa comigo!”

O GATO JOEL


O gato Joel era supersticioso. Lia o horóscopo antes de sair de casa; de maneira alguma passava sob escadas; andava pelas ruas arrastando trinta e quatro amuletos da sorte, entre eles doze patas de coelho e seis ferraduras. Em frente a cemitérios e igrejas fazia o sinal da cruz três vezes. Mesmo com todas essas garantias teve vida curta o nosso querido Joel. Ao desviar de uma escada encostada num obra em construção deu de cara com um Pitbull nervoso e adeus tia Chica.

A MALEDICENTE


Ela sofria de inveja crônica. Joana, a maledicente, morava na vila Telmo e assim como o apelido já indicava falava mal de todos. Perfeita mesmo somente ela, a rainha da vila. Não poupava ninguém; isso quando não criava fatos ou procurava aumentá-los para prejudicar seus semelhantes. Os filhos dos outros não prestavam, vagabundos e putas. Ótimos eram apenas os seus. Porém a roda da vida gira. Certa manhã acordou com uma pequena ferida na língua, acreditou ser uma afta. Tratou com remédio caseiro e mandou ver. Porém em poucas horas a ferida tomou conta da língua e foi corroendo rapidamente o resto do corpo. No outro dia pela manhã antes do sol nascer Joana se foi. Os moradores da vila foram todos ao velório para rezar por ela.

O OUTRO LADO DO INDEPENDENCE DAY


Bob já embriagado foi para fora do bar dar um tempo. Nisso olhou para o céu e viu uma espaçonave enorme cobrindo a cidade e sua sogra beijando um alienígena sentada no capô de um automóvel no estacionamento. Voltou para dentro da balbúrdia e falou para o barman: A conta e uma água, por favor! Estou tendo alucinações, paro de beber agora!

A INDIFERENÇA DA NATUREZA PERANTE A MORTE- ARTHUR SCHOPENHAUER


A vida e a morte, o nascer e o morrer, é o maior jogo de dados que conhecemos; ansiosos, interessados, agitados assistimos a cada partida, porque a nossos olhos tudo se resume nisso. A natureza, pelo contrário, que é sempre sincera e nunca mente, contempla a partida com ar indiferente, não se preocupa com a morte ou a vida do indivíduo, entregando a vida do animal e também a do homem a todos os acasos, não fazendo o mínimo esforço para os salvar. Esmagamos sem querer o inseto que se acha em nosso caminho; a lesma necessita de todo meio para se defender, não pode fugir, esconder-se, nem enganar, está condenada a ser presa de todos os seus inimigos; o peixe saltita tranquilamente na rede ainda aberta; o sapo devido a sua moleza não pode salvar-se; o pássaro não vê o falcão voar sobre sua cabeça, nem a ovelha vê o lobo que a espreita oculto na mata. Todos esses animais inofensivos e fracos, vivem no meio de perigos ignorados, dos quais podem ser vítimas a todo momento. A natureza exprime com esse procedimento, no seu estilo lacônico, oracular, que lhe é indiferente a destruição de seus seres, não podendo ser por eles prejudicada, e que em casos semelhantes tão indiferente é o efeito como a causa. Por isso abandona sem defesa esses organismos, obras de uma arte eterna, à vontade do mais forte, aos caprichos da sorte, à crueldade da criança, ao mau humor de um imbecil. A natureza, mãe soberana e universal de todo o criado, sabe que quando seus filhos sucumbem, voltam ao seu seio, onde os conserva ocultos, expondo-os a mil perigos sem temor algum; a sua morte é para ela um divertimento, um jogo. A natureza é indiferente no que se relaciona ao homem ou ao animal; não se deixa impressionar conosco, durante a vida ou na morte. Tampouco devíamos nos comover porque fazemos parte dela.

BELEZA


Bagunçada inspiração que em meu cérebro vagueia
Divagações sobre a beleza
Não minha
Alheia
De tal concluo que é fundamental amar as belas
Sem esquecer-se das feias.


NO BOLSO


Não parece doença
Mas é das bravas
Que toma o sujeito pela mente
E o conduz gentilmente
A ser um contribuinte compulsório
Dos procuradores do tal senhor onipotente
Que ninguém vê
Que ninguém sente
Salvo o sentir no bolso mensalmente.

MAQUIADOS


Não há nada de novo por aqui
Os ratos continuam mais ratos do que nunca
Contaminaram a casa já meio bagunçada com urina e fezes
E o pior é ver eles na sacada
Acenando à multidão
Maquiados maravilhosamente
Para se parecerem
Não com ratos
Mas sim com araras coloridas.

NÓS SOMOS REAIS


Deus é uma ficção
Nós somos reais
A dor que a vida nos reserva
É nossa e de mais ninguém
Acontece na vida do mau se dar bem
E do bom se estrepar como um reles verme
Mas a vida não se explica por um manipulador de marionetes
Ela apenas é
Não há prêmios ou castigos
Esperando-nos do outro lado da porta.

O IRMÃO DO SIM


Pais que dos filhos escravos
No sentido de fazer vontades
Esquecem-se de que um dia partirão
E deixarão os rebentos no mundo
Para enfrentar a dura vida realidade
Amor carinho e ternura
Favorece o relacionamento
Porém devem  observar
Que o sim
Tem um irmão que se chama não.


CRESCENDO


Ocupar o tempo enquanto é tempo
De mente sã e de pés inquietos
Trazendo para dentro do baú material de boa qualidade
E tendo no final de cada dia
A sensação de ter ficado um pouco menos ignorante.

ABRINDO PORTAS


Tal é a carantonha
Que assusta quem por perto está
Não sei por que não tentam
Um cumprimentar alegre
Saber falar com licença
Por favor
Muito obrigado
Que não são chaves
Mas que abrem muitas portas.

ESCOLHAS



Sopra um vento manso na imensidão do campo
Ao longe observo o verde da grama e o branco das ovelhas
Que desenham formas estranhas aos olhos não próximos
No azul do céu o trovão de uma aeronave assusta pássaros tranquilos
Enquanto alguns racionais sob árvore frondosa se embriagam até cair.