quarta-feira, 5 de novembro de 2014

"A fraternidade forçada destrói a liberdade." Bastiat

“Não poderiam ser introduzidas na sociedade mudanças e infelicidade maior que esta: a lei convertida em instrumento de espoliação.“ (Frederic Bastiat)

O Estado é aquela grande ficção onde todos acham que podem viver à custa dos demais. Frédéric Bastiat

IMB-A petição dos fabricantes de velas

Petição dos fabricantes de velas, candeias, lâmpadas, candelabros, lanternas, corta-pavios, apagadores de velas, e dos produtores de sebo, óleo, resina, álcool, e em geral de tudo relativo à iluminação.

Aos Membros da Câmara de Deputados.

Cavalheiros:
Estais no caminho certo.  Rejeitais as teorias abstratas e tendes pouca consideração para com a abundância e a barateza.  Preocupais-vos, sobretudo, com os interesses do produtor.  Desejais protegê-lo da concorrência externa e quereis reservar o mercado nacional para a indústria nacional.
Vimos oferecer-vos uma maravilhosa oportunidade para aplicardes a vossa - como diremos? A vossa teoria?  Não, nada é mais enganador que a teoria.  A vossa doutrina?  O vosso sistema?  O vosso princípio?  Mas vós não gostais de doutrinas, tendes horror aos sistemas, e, quanto aos princípios, vós negais que eles existam na economia.  Diremos, pois, a vossa prática - a vossa prática, sem teorias e sem princípios.
Estamos sofrendo a intolerável concorrência de um rival estrangeiro que, ao que parece, se beneficia de condições muito superiores às nossas para a produção de luz, com a qual ele inunda completamente o nosso mercado nacional a um preço fabulosamente baixo.  No momento em que ele surge, as nossas vendas cessam, todos os consumidores recorrem a ele, e um ramo da indústria francesa, cujas ramificações são inumeráveis, é subitamente atingido pela mais completa estagnação.  Este rival, que vem a ser ninguém menos que o sol, faz-nos uma concorrência tão impiedosa, que suspeitamos ser incitado pela pérfida Inglaterra (boa diplomacia nos tempos que correm!), visto que tem por aquela esnobe ilha uma condescendência que se dispensa de ter para conosco.
Pedimos-vos encarecidamente, pois, a gentileza de criardes uma lei que ordene o fechamento de todas as janelas, clarabóias, frestas, gelosias, portadas, cortinas, persianas, postigos e olhos-de-boi; numa palavra, de todas as aberturas, buracos, fendas e fissuras pelas quais a luz do sol tem o costume de penetrar nas casas, para prejuízo das meritórias indústrias de que nos orgulhamos de ter dotado o país - um país que, por gratidão, não poderia abandonar-nos hoje a uma luta tão desigual.
Certos estamos, nobres deputados, de que não tomareis o nosso pedido por uma sátira, e não o rejeitareis sem ao menos escutar as razões que exortaremos em seu apoio.
Em princípio, e se fechardes, o máximo possível, todo o acesso à luz natural, criando assim uma demanda por luz artificial, qual indústria francesa não se sentirá estimulada?
Se mais sebo for consumido, terá de haver mais gado bovino e ovino; e, consequentemente, ver-se-á multiplicarem-se as pastagens, a carne, a lã, o couro e, sobretudo, o estrume, que é o alicerce de toda a riqueza agrícola.
Se mais óleos forem consumidos, ver-se-á expandir-se a cultura da papoula, da oliveira e do nabo.  Estas plantas ricas e erosivas oportunamente nos permitirão aproveitarmo-nos da crescente fertilidade que o rebanho adicional trará às nossas terras.
Nossos campos cobrir-se-ão de árvores resinosas.  Numerosos enxames de abelhas recolherão, nas nossas montanhas, tesouros perfumados que emanam das flores - as quais hoje desperdiçam suas fragrâncias no ar desértico.  Não haverá, pois, um único ramo da agricultura que não se beneficiará enormemente de tal política.
A mesma observação vale para a navegação: milhares de barcos dedicar-se-ão à caça de baleias e, em pouco tempo, haveremos de ter uma frota capaz de manter a honra da França e de gratificar as aspirações patrióticas dos peticionários abaixo assinados: os fabricantes de vela e outros.
Mas que diremos nós dos artigos manufaturados em Paris? Já podemos visualizar os enfeites dourados, os bronzes, os cristais nos candelabros, nos lampadários, nos lustres e nos candeeiros brilhando em espaçosos magazines, face aos quais as lojas de hoje não passam de meras butiques.
O pobre resineiro, no alto do litoral, ou o triste mineiro, no fundo da sua negra galeria, irão regozijar-se com maiores salários e com seu bem-estar aumentado.
Querei refletir sobre isto, cavalheiros; e ficareis convencidos de que não há talvez um só francês, do mais opulento proprietário de minas de carvão ao mais humilde vendedor de fósforos, a quem o sucesso da nossa petição não traga melhorarias de condição.
Prevemos as vossas objeções, cavalheiros; mas sabemos que vós não nos oporeis uma única objeção que não tenhais retirado daqueles decadentes livros utilizados pelos defensores do livre comércio.  Ousamos desafiar-vos a pronunciar uma só palavra contra nós que não se volte imediatamente contra vós próprios e contra os princípios que norteiam toda a vossa política.
Dir-nos-eis que, se por um lado nós ganhamos com esta proteção que buscamos, por outro a França só terá a perder com ela, uma vez que o consumidor arcará com as despesas.
Responder-vos-emos:
Não mais tendes o direito de invocar os interesses do consumidor.  Pois sempre que o interesse deste se viu em confrontação com o do produtor, sacrificastes sempre o próprio consumidor - e assim procedestes, de maneira sábia, para estimular o trabalho e aumentar o emprego. Pelo mesmo motivo, deveis de novo fazê-lo.
Haveis respondido vós próprios à objeção.  Quando vos diziam que o consumidor está interessado na livre importação do ferro, do carvão, do sésamo, do trigo, dos têxteis, vós dizíeis: "sim, mas o produtor está interessado na sua exclusão". Pois bem!  Se os consumidores estão interessados na livre admissão da luz natural, os produtores de luz artificial estão igualmente interessados na sua proibição.
Porém, novamente, vós podereis dizer ao povo que o produtor e o consumidor são indivisíveis.  Se o fabricante ganhar com a proteção, fará do agricultor também um ganhador.  E se a agricultura prosperar, abrir-se-ão mercados para as fábricas.  Destarte, se nos conferirdes o monopólio da iluminação durante o dia, compraremos muito sebo, carvão, óleo, resina, cera, álcool, prata, ferro, bronze e cristal para alimentar a nossa indústria.  Além disso, nós e os nossos numerosos fornecedores, enriquecidos, consumiremos muito e espalharemos a prosperidade por todos os ramos da indústria nacional.
Se disserdes que a luz do sol é uma dádiva da natureza, e que rejeitar tais dádivas seria o mesmo que rejeitar a própria riqueza sob o pretexto de se estar estimulando os meios de adquiri-la, então teremos de alertar-vos que estais pondo em risco toda a vossa própria política.
Notai que até agora haveis sempre rejeitado o produto estrangeiro exatamente por ele se aproximar da dádiva gratuita. Para aquiescerdes às exigências dos outros monopolistas, não foram necessários motivos; e rejeitar-nos fundamentando-vos precisamente naquilo em que estamos mais fundamentados que os outros seria como adotar a equação: + × + = - .  Em outras palavras, seria acumular absurdo sobre absurdo.
A natureza e o trabalho humano cooperam em proporções diversas (dependendo dos países e dos climas) para a criação de um produto.  A parte que corresponde à natureza é sempre gratuita; é a parte executada pelo trabalho humano que dá valor ao produto e é por ela que se paga.
Se uma laranja de Lisboa é vendida pela metade do preço de uma laranja de Paris, é porque o calor natural, e por consequência gratuito, faz por uma o que o calor artificial, e por isso custoso, precisa fazer pela outra
Assim, quando uma laranja nos chega de Portugal, podemos dizer que metade nos é dada gratuitamente e a outra metade, com custos; em outras palavras, ela chega a nós pela metade do preço da laranja de Paris.
Ora, é precisamente essa "semi-gratuidade" (perdão pela palavra) que deve ser repudiada.  Vós direis: Como poderia a mão-de-obra nacional suportar a concorrência da mão-de-obra estrangeira quando a primeira tem tudo a fazer, e a última não tem de satisfazer senão metade das necessidades, encarregando-se o sol do resto?
Mas se essa "semi-gratuidade" vos leva a rejeitar a concorrência, por que a "gratuidade" inteira vos levaria a admitir a concorrência?  Ou não sois lógicos, ou deveis, rejeitando a semi-gratuidade como prejudicial à indústria nacional, rejeitar com o dobro do zelo a gratuidade inteira.
Repetindo: quando produtos como carvão, trigo ou têxteis nos chegam de fora e podemos adquiri-los com menos trabalho do que se o fizéssemos nós mesmos, a diferença é uma dádiva gratuita que nos é conferida.  Essa dádiva será mais ou menos considerável quanto maior ou menor for essa diferença.  Esta diferença será de um quarto, metade, ou três quartos do valor do produto se o estrangeiro nos pedir apenas três quartos, metade ou um quarto do preço que pagaríamos normalmente.  E ela será máxima quando o doador (como faz o sol em relação à luz) não nos pede nada.
A questão, e colocamo-la formalmente, é essa: quereis para a França o benefício do consumo gratuito ou as pretensas vantagens da produção onerosa?  Escolhei, mas sede lógicos; pois, enquanto rejeitais o carvão, o ferro, o trigo e os têxteis estrangeiros pelo fato de seus preços se aproximarem de zero, que inconsistência seria admitir a luz do sol, cujo preço é zero, durante todo o dia!


Frédéric Bastiat foi o grande proto-austrolibertário cujas análises polêmicas ridicularizavam todos os clichês estatistas.  Seu desejo primordial como escritor era passar às pessoas, da maneira mais prática possível, a urgência moral e material da liberdade.

Venezuela marca c/número quem vai ao supermercado,p/impedir que volte antes de 8 dias.

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IMB-As “descobertas” de Piketty estão invertidas

Thomas Piketty, um professor neomarxista francês, escreveu um livro de quase 700 páginas, publicado pela Harvard University Press.  Seu título é Capital no Século XXI, em homenagem a Das Capital, obra de Karl Marx escrita no século XIX.  Foi recebido com aplausos delirantes da esquerda intelectual e já consta nas listas de mais vendidos do The New York Times e da Amazon.
Embora seu livro seja ostensivamente dedicado ao estudo do capital e de sua taxa de retorno,Piketty aborda o assunto sem aparentemente ter lido uma única página de Ludwig von Mises ou de Eugen von Böhm-Bawerk, os dois principais teóricos deste assunto. Não há uma única referência a qualquer um destes indivíduos em seu livro. Existem, no entanto, setenta referências a Karl Marx.
Em seu livro, Piketty argumenta que a poupança e a acumulação de capital feita pelos capitalistas geram apenas a redução dos salários dos trabalhadores.  Segundo Piketty, o capital acumulado não tem nenhuma ligação com o aumento da produção; o capital acumulado em nada contribui para o aumento da produção.  Tudo o que ele faz é, supostamente, aumentar a fatia da renda nacional que vai para os lucros ao mesmo tempo em que reduz, de maneira equivalente, a fatia que vai para os salários dos trabalhadores.  
Logo, dado que o capital acumulado não gera nenhuma produção adicional, o efeito de uma mudança nestas duas fatias é uma correspondente mudança em termos absolutos — ou seja, um aumento nos lucros reais dos capitalistas e uma diminuição nos salários reais dos trabalhadores.
Para evitar esta infindável e destrutiva acumulação de capital, bem como sua consequente "espiral de desigualdade", Piketty defende um imposto de renda progressivo, cuja alíquota pode chegar a 80% "sobre rendas acima de US$500.000 ou US$1 milhão por ano", acompanhado por um imposto progressivo que incide diretamente sobre o próprio capital acumulado, cuja alíquota pode chegar a 10% ao ano.
As alegações de Piketty sobre as fatias da renda nacional que vão para os salários dos trabalhadores e para os lucros dos capitalistas podem ser refutadas simplesmente ao imaginarmos as consequências de um aumento na poupança e nos investimentos dos capitalistas, e então observarmos as consequências disso, tanto nos salários pagos quanto na quantidade de lucro no sistema econômico.  Será possível observar que os salários pagos necessariamente aumentarão e a quantidade de lucro necessariamente diminuirá, resultados diametralmente opostos às alegações de Piketty.
Assim, suponha que, inicialmente, a quantidade total de lucro no sistema econômico seja de 200 unidades de dinheiro.  Suponha também que o capital acumulado no sistema econômico seja de 2.000 unidades de dinheiro.  Consequentemente, a taxa média inicial de lucro é de 10%.
E, finalmente, suponha que os capitalistas, que até agora vêm consumindo seus 200 de lucro, decidam poupar e investir metade deste lucro de 200.  Eles, portanto, passam a fazer agora um gasto adicional com bens capitais e com mão-de-obra no valor de 100.
Muito bem.  Qualquer fatia destes 100 que seja usada para pagamentos de salários irá necessariamente aumentaro total de salários pagos no sistema econômico.  Ao mesmo tempo, o gasto adicional de 100 com bens capitais e com mão-de-obra representa um acréscimo de 100 aos custos agregados do sistema produtivo, custos esses que, por uma mera questão de contabilidade, terão de ser deduzidos das receitas, desta forma reduzindo de maneira equivalente os lucros agregados.
Esse aumento nos custos pode ocorrer imediatamente ou ao longo de muitos anos, dependendo de em quê estes 100 serão gastos.  Em um extremo, se eles forem gastos inteiramente com itens que não representam investimentos — como, por exemplo, despesas administrativas —, eles aparecerão nos balancetes imediatamente como custos adicionais.  
Em outro extremo, se eles forem gastos inteiramente em investimentos em bens de capital — como, por exemplo, a construção de fábricas ou de instalações (ativos) cuja vida depreciável seja de quarenta anos —, eles levarão quarenta anos para ser computados integralmente como custos adicionais equivalentes de produção.
De uma maneira ou de outra, estes 100 aparecerão como custos adicionais equivalentes e, portanto, reduzirãode maneira equivalente a quantidade de lucro no sistema econômico.
Isso é regra contábil pura, algo que aparentemente o professor desconhece.
Assim, as tão reverenciadas "descobertas" de Piketty estão, na realidade, invertidas. A poupança e os investimentos dos capitalistas — que aumentam a proporção entre capital acumulado e renda — aumentam a fatia da renda nacional que vai para os salários dos trabalhadores e diminui a fatia que vai para os lucros.
No que mais, essa maior oferta de bens de capital — resultante de uma maior acumulação de capital, possibilitada por mais poupança e mais investimentos — faz aumentar a produtividade da mão-de-obra e aumentar o total de bens e serviços que podem ser produzidos, incluindo uma oferta ainda maior de bens de capital.
Por outro lado, a tributação desta poupança e deste capital acumulado — que é o que defende Piketty — irá gerar efeitos exatamente opostos: menos investimentos, menos salários, menos produção, mais escassez de bens e serviços, mais carestia.
O programa de Piketty é um programa de total destruição econômica, bem ao gosto de seu mentor do século XIX. O mundo e, acima de tudo, os assalariados do mundo necessitam é da abolição de impostos e de regulamentações que obstruem o acúmulo de capital e o aumento da produção.  
As bases sólidas para um aumento no padrão de vida geral e, mais especificamente, nos salários reais são a acumulação de capital e o aumento da produção, e não o igualitarismo e suas teorias e programas insensatos (quando não homicidas).  Tributação e confisco de renda geram apenas prolongamento da escassez, sendo positivos apenas para os burocratas que comandam esse confisco.
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Leia todos os nossos artigos sobre Piketty
George Reisman é Ph.D e autor de Capitalism: A Treatise on Economics. (Uma réplica em PDF do livro completo pode ser baixada para o disco rígido do leitor se ele simplesmente clicar no título do livro e salvar o arquivo). Ele é professor emérito da economia da Pepperdine University. Seu website: www.capitalism.net. Seu blog georgereismansblog.blogspot.com.


“Sou um sujeito que leva a sério certas categorias. Tanto que jamais faço piadas de médicos e coveiros.” (Mim)

“As beldades só fogem de feio pobre.” (Assombração)

“O governo do PT sofre da Síndrome do Tatu. Adora ter relações com países que estão indo para o buraco.” (Mim)

“Árvores dão sombras e frutos. E cadeia também se você cortar uma sem autorização.” (Limão)

“Dilma eleita diante de tantos fracassos. É duro de engolir. Deduzo disso que para muitos os rios correm para cima.” (Eriatlov)

“Aqui no meu trabalho é tudo muito calmo. Não temos nem setor de reclamações.” (Gentil Coveiro)

“A nossa vida é repleta de contratempos. Só quem está morto não se incomoda.” (Mim)

“A mortandade nas estradas brasileiras nada mais é que o fiel retrato da nossa ignorância.” (Mim)

“A mentira tem perna curta e um rasgão nos fundilhos.” (Mim)

Se me derem casa, comida, roupa, estudo, tudo em troca de tutela, da minha liberdade, eu digo: Deixem-me nu na beira da estrada!

Peço aos cidadãos que doem livros às bibliotecas públicas de autores comprometidos com a liberdade democrática.

A ideologia do ódio precisa ser combatida desde cedo. Boas leituras trazem ao jovem uma visão horizontal do mundo, da pluralidade de ideias.

COISA NOSSA "A omissão faz e mantêm os ladrões."

OS AMIGOS DO PT ACABANDO COM A VENEZUELA- Venezuela: primer lugar en el índice mundial de miseria

El Instituto CATO asegura que Venezuela ocupa el flamante primer lugar del índice de miseria con un resultado de 79,4, una posición que contrasta con la de Japón -el país menos miserable, o el más dichoso, por antónimo- de 5,41.

Um dia eles sairão do poder. O cofre está ficando vazio, o povo que paga,cansado. Eles são péssimos administradores.Mas o estrago está feito.

Muitas universidades, pouca qualidade. Projeto petista para martelar na cabeça dos jovens o ideal socialista que a história repudia.

Toque de reunir

Dora Kramer
A julgar pelas decisões tomadas na reunião da direção Executiva do PT nesta segunda-feira, o partido parece mais empenhado em falar à militância que propriamente interessado em colaborar com a presidente Dilma Rousseff para enfrentar as dificuldades e dirimir os atritos já contratados para o segundo mandato.
As resoluções divulgadas vão todas na contramão do discurso de conciliação do governo, vocalizado pela presidente e levado por seus interlocutores ao Congresso a fim de propor uma trégua. O tom está longe de evocar unidade. Por outra, soa a demarcação de terreno.
Logo de início o partido reivindica participação "ativa" nas decisões políticas e econômicas dos próximos quatro anos. Desnecessário dizer o que o setor privado com o qual o governo busca reaproximação pensa do "ativismo" petista na economia. Quanto à política, é justamente da exclusiva influência do PT nas decisões de poder que reclamam os partidos aliados quando reivindicam participação efetiva, e não apenas o papel de coadjuvantes submissos.
A agenda prossegue com a decisão de enfrentar o PMDB na disputa pela presidência da Câmara. Não que o PT não tenha esse direito. Mas há maneiras e maneiras. Uma delas é iniciar a conversa falando em negociação, principalmente quando é o adversário quem momentaneamente está na posição do mais forte. O jeito que os petistas entraram no assunto, digamos de sola, oferece ao PMDB rebelde o argumento ideal para conquistar o apoio da oposição.
A dissonância não para por aí. O partido insiste na proposta de reforma política não só mediante plebiscito, mas por meio de convocação de Assembleia Nacional Constituinte exclusiva; sugestão ampla, reiterada e contundentemente repudiada pelos partidos e entidades mobilizadas em torno do assunto.
E como se não bastasse, o PT anuncia que pretende retomar o projeto dos conselhos populares que acabou de ser derrotado na Câmara dos Deputados. Em suas resoluções de ano novo inclui também a velha ideia do controle social (agora sob a denominação de "econômico") dos meios de comunicação.
Seria o cardápio ideal para uma agremiação interessada em colecionar derrotas ou se dedicar ao exercício da malhação em ferro frio. Não sendo esses os objetivos do PT, só resta a hipótese de que o partido esteja pouco se importando com a construção de convergências que ajudem a presidente. Parece, isso sim, mais empenhado em falar ao público interno para mobilizar a antiga militância e tentar fazer ligação direta com a "rua", a fim de enfrentar a oposição passando ao largo do Congresso.
Mais embaixo. Os apelos do Palácio do Planalto à trégua no Congresso têm um pouco a ver com a chamada "pauta bomba" de criação de despesas, mas têm muito mais a ver com o receio de perder o controle da base em outro tipo de agenda: comissões de inquéritos, convocações de autoridades, tramitação de processos de cassação e até eventuais pedidos de impeachment aos quais governos estão sempre sujeitos.
Deixa que digam. Os eleitores inconformados com o resultado da eleição têm o direito de se manifestar. Já os políticos derrotados têm o dever de repudiar atos que resvalem para agressão ao regime democrático, sem dar a menor margem à desconfiança de que estariam de acordo com palavras de ordem que pregam interrupção ilegal de mandatos e pregam a volta dos militares.
Tudo bem. É gente que não sabe o que diz. Que não poderia dizer o que bem entendesse se seus apelos fossem atendidos. Mas convém manter tais gatos pingados à distância, desprovidos de eco até que o berreiro tenha por destino a morte por inanição.

Os que se abstiveram de votar devem estar satisfeitos. Inflação 6,75, novos aumentos chegando. Fora a corrupção e o risco bolivariano. Putz!

“A união faz a força e também a forca.” (Mim)