domingo, 31 de agosto de 2014

VENEZUELA- La degradación de nuestras F.A.N


É cara de velório mesmo. Com ela ou Dilma, é o enterro do Brasil moderno.


Artigo de Neil tomando suco de laranja Ferreira, publicado na sexta, 29, no Jornal do Comércio, de São Paulo

Eu não vi o debate da Bandeirantes por alguns motivos que considero legítimos:
(1) Acho que cada candidato prega para seus fiéis.
(2) Duvido que o debate faça com que o eleitor de um candidato mude para outro; pra mim os indecisos, brancos ou nulos que já se decidiram pela Santa Marina, não mudam para Dilma ou Aécio.
(3) Já declarei neste espaço que este DC me permite usar, que meus votos vão para Aécio, Alckmin e Serra e não os mudarei em nenhuma hipótese.
(4) Duvidei, e acertei, que nenhum candidato prensaria a Santa Marina sobre o laranjal implicado na propriedade do avião acidentado, que a transformou na candidata que estourou na pesquisa do Ibope e, imagino, que também estourará no DataFalha de hoje.
Um Psedista disse: “A documentção estava dentro do avião e queimou” (sic), ara ara sô.
Santa Marina saiu do debate como legítima Padroeira do Laranjal e assim vai continuar. Não acredito que nenhum candidato terá coragem de prensá-la sobre qualquer tema: temem que a encostar na parede poderá parecer abuso de força contra sua falsa fragilidade, muito bem explorada pela imagem que vende na tv.
Ela continuará a favor de tudo, até FHC se juntando a Lula, não saberá explicar claramente sua posição com relação a qualquer tema que qualquer candidato tem obrigação de se pronunciar.
Apenas sei que ela é a favor do decreto da Dilma que, aprovado, poderá criar a censura do pensamento ainda livre e da existência da imprensa não amansada, neste nosso “país dos mais de 80%”.
Peço licença e tocar nuns assuntos que raramente são lembrados devido, repito, à falsa fragilidade da imagem que Santa Marina explora na tv, com habilidade marqueteira:
Sua carreira de política profissional (nunca foi outra coisa na vida) foi construída sobre um palanque construído sobre dois caixões: (1º) o de Chico Mendes e (2º) o de Eduardo Campos.
E, como Lula, explora uma pobreza de marré marré de si e analfabetismo e pés descalços na infância e adolescência. Respeitamos seu esforço para vencer situação tão dramática, como respeitamos o de Lula.
Foi senadora pelo Acre, estado em que perdeu a eleição de 2010, apanhando uma sova do Serra e da Dilma. Ela teve a cara de pau de explicar que “ninguém é profeta na sua terra”. Mas recebeu no total surpreendentes 20 milhões de votos e ficou em 3º lugar.
Evangélica, acredito que sincera, aparece, me parece, como uma personagem messiânica, tocada por Deus para salvar o Brasil, trocando seu comando de seis por meia dúzia. Eleita, será o PT do B vencendo o PT .
Santa Marina confessou-se lulopetista ao “deixar” o PT, numa carta a Lula, afirmando “deixo a nossa casa mas continuamos no mesmo bairro” (sic). “Saiu” para organizar o PT do B, vulgo “Rede de Sustentabilidade” (sustentabilidade dos Petistas do B), partido que não conseguiu formar por falta de público.
Foi petista de carteirinha, militando no partido por mais de 30 anos; foi ministra do Lula por 5 anos. Perto do epicentro do Mensalão, não abriu os santos ouvidos, não ouviu nada; nem os santos olhinhos, não viu nada; e nem o santo biquinho, não trinou nada.
Falei dela em certa ocasião: “uma vez petista, sempre petista” e uma leitora me chamou de antissemita porque, na opinião dela, eu teria querido dizer “uma vez judeu, sempre judeu”; não se pode relar na Santinha nem com uma rosa. Parece o Neymar, encostou, caiu. Vivendo e aprendendo.
Viu, com toda certeza, o seu correligionário Tião Viana, petista governador do Acre, despachar para o sul como lixo humano os haitianos “importados” a troco de alguns lanches e títulos de eleitores, imagine pra votar em quem. Também não ouviu nada, não viu nada, não falou nada.
Mesmo depois de deixar o governo e por muito tempo, seu marido nadou de braçada no governo do Tião Viana, supostamente com carregamentos de mogno e outras madeiras nobres, não sei havidas como (sei) e nem destinadas para não sei quais destinos (sei).
A suposta mamata foi temporariamente suspensa pois apareceu a possibilidade de posteriores mamatas maiores ainda, certamente asseguradas pelas pesquisas primeiro do DataFalha e depois do Ibope, mais o “tracking” dos partidos adversários. Tem outro DataFalha hoje.
Há mais e mais graves indícios de que a Santa Padroeira dos Laranjais é um perigo para o nosso já quase falido país: ela não tem a menor experiência em exercer cargos executivos.
(Foto: Ivan Pacheco/VEJA.com)
“PT x PT do B: quanto pior, pior” (Foto: Ivan Pacheco/VEJA.com)
Não será nada melhor do que a Dilma, que é esse desastre em que vivemos e que correremos o risco de piorar. Num 2º turno de PT x PT do B, nós perdemos.
Tomo a liberdade de citar uma frase atribuída a Montesquieu: “(Numa democracia, com o voto livre e direto) Cada povo tem o governo que merece”.
Prezamos o sistema democrático, respeitamos a vontade da maioria ainda que reeleja a maior corrupção nunca antes vista neçepaíz, ou que eleja mais do mesmo. O voto popular lá os colocou e só o voto popular poderá tirá-los de lá.
Mas não aceito essa passação de mão na cabeça do povo; é do povo a responsabilidade da escolha de um governo mensaleiro ou talvez pós-mensaleiro purificado, da Santinha do Pau Oco Padroeira dos Laranjais.
Neste momento, do Ibope de anteontem e certamente do DataFalha de hoje, estou com Aécio, minoria ocasional e não mudo meu voto.
Aprendi aritmética com uma certa dificuldade mas o que aprendi não esqueci: Santa Marina Padroeira dos Laranjais chegou nos 29 pontos no Ibope e com toda certeza repetirá a façanha no DataFalha de hoje.
Faço as contas juntando meus 10 dedos (tenho mais do que 9). Santa Marina com todos seus laranjas, roubou apenas 1 ponto do Aécio e uns 3 ou 4 da Dilma, então 25 ela foi buscar nos indecisos e votos em branco – na minha opinião ela bateu no teto.
A Padroeira dos Laranjais não cresce mais (minha esperança). Dilma não cresce mais (minha certeza: quem cresce é o candidato de verdade que aparece nos programas da tv, o Da Çilva).
Aécio cresce, se apresentar um discurso de oposição, forte o suficiente para levar para a urna os seus eleitores e os ainda simpatizantes e que se contraponha ao festival de mentiras do qual já é alvo. E simples o suficiente para que seja compreendido por parte do “país dos 80%”. É minha esperança, mas precisamos agir, quem espera nunca alcança.
Santa Marina Padroeira dos Laranjais e Dilma, PT x PT do B: quanto pior, pior.

Felipe Moura Brasil- Nelson Motta, Mainardi, Marina e eu

O artigo “Como uma onda“, de Nelson Motta, sobre a candidata Marina Silva publicado hoje no Globo é uma mistura – não vou dizer voluntária; apenas constato as semelhanças de ideias – do que venho escrevendo aqui com o que Diogo Mainardi escreveu na Folha, e estou de acordo com ambas as partes. Mas tenho pequenas considerações sobre os acréscimos de Nelson.
Escreve ele – e eu vou comentando:
“Os marqueteiros sempre dizem que o eleitor vota mais levado pela emoção do que pela razão, e Marina Silva não precisou de uma campanha de marketing para provar que eles estão certos.”
Claro que precisou. E o próprio Nelson vai descrevê-la.
“Entre os 70% dos que estão insatisfeitos e querem mudanças, boa parte está encontrando nela uma esperança que, apesar de seu passado petista e da senilidade do PSB, não tem o ranço partidário que nauseia o eleitor.”
Está encontrando justamente porque o marketing é bom e fisgou o anseio do povo em benefício de Marina, cujo ranço partidário se dilui em braços partidários dissimulados como a Rede.
“Ninguém é bobo [o] bastante para acreditar numa ‘nova política’, mas qualquer coisa diferente da atual já seria um grande avanço.”
Claro que há bobos o bastante. Há dezenas de milhões deles no Brasil. Houve bobos o bastante para acreditar na bandeira da “ética na política” com a qual o PT subiu ao poder; e há bobos o bastante para acreditar na “nova política” de Marina Silva, de modo que cabe à camada intelectual da sociedade mostrar que é o velho embuste de sempre. De resto: qualquer coisa diferente da política atual NUNCA é necessariamente um avanço, como não foi nos Estados Unidos, por exemplo, depois que bobos o bastante – eles estão por toda parte e os marqueteiros vivem de explorá-los – acreditaram no “Yes, we can” de Barack Obama.
Como anotei no Facebook na noite do debate da Band:
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“Ao reconhecer os méritos e as conquistas dos governos FH e Lula e se apresentar como uma terceira via para a polarização PT x PSDB, que divide e atrasa o país, Marina atinge em cheio o eleitor que quer mudanças feitas por alguém com autoridade, legitimidade, honestidade e competência.”
E o nome disso que faz Marina “atingir em cheio” o eleitor, como eu havia descrito ontem, é justamente… marketing:
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“Muito dificilmente, ela terá condições políticas para fazê-las [as mudanças], mas quem acredita que Dilma ou Aécio terão, com os seus partidos carcomidos e suas tropas políticas destruindo e sabotando uns aos outros?”
Eu acredito, registro, que o PT de Dilma pode mudar – e decerto mudará, em caso de reeleição – o Brasil para pior, como deixa evidente a assinatura do decreto 8.243, apoiado por este suposto exemplo de “autoridade, legitimidade, honestidade e competência” que é Marina Silva. ”No horizonte da turma que defende esse lixo autoritário, está, inclusive, o controle da imprensa, sim, senhores!, por conselhos populares”, como escreveu Reinaldo Azevedo, referindo-se à turma de Gilberto Carvalho. O decreto, lembro eu, disciplina a participação no governo federal brasileiro dos “movimentos sociais” controlados e financiados pelo PT, subordinando o povo e a gestão pública a uma falsa “sociedade civil” constituída pela “companheirada”, incluindo a turma do MST, movimento do qual Marina veste o boné, como uma autêntica petista de raiz que também pode, portanto, mudar o Brasil para pior.
“Para quem não aguenta mais ter que escolher entre o preto e o branco, Marina oferece a opção de 50 tons que vão do verde ao vermelho, passando pelo azul.”
No caso de Marina, mais certo é dizer verde por fora e vermelho por dentro. E talvez laranja, em homenagem à rede de empresas fantasmas envolvidas na compra do avião do seu partido, o PSB, pago com caixa dois.
“Se a onda crescer e for eleita com uma votação avassaladora, Marina certamente receberá ofertas de apoio de todos os lados, querendo participar do poder, com as melhores ou piores intenções, e poderá escolher para seu governo os mais competentes de diversas filiações partidárias.”
Este é o trecho relativo ao texto do Mainardi, que escreveu: se Marina ganhar, “voluntários de todos os partidos irão oferecer seus préstimos, e ela, agradecida, aceitará, claro. Assim como aceitará a serventia e a cumplicidade daqueles que, até hoje, sempre lucraram com Dilma e o PT: no empresariado, no sindicato, na cultura, na imprensa.”
Estamos de acordo neste ponto. Mais um traço da velha política de Marina.
“OK, é um sonho, todos sabem que esse papo de governo de união nacional é furado, porque eles gostam mesmo é de partilhar o butim do presidencialismo de cooptação, mas, com Marina poderosa e uma eventual pressão da opinião pública, que os políticos tanto temem, talvez tenhamos alguma chance de virar o jogo.”
Ok. Eu já impliquei com o “ninguém é bobo o bastante”. Não vou implicar com o “todos sabem”.
“Enquanto isso, insones e febris, marqueteiros petistas e tucanos e blogueiros de aluguel quebram a cabeça para encontrar uma forma de desconstruir Marina, garimpando, ou inventando, algo de podre na sua vida pública ou privada.”
Para Nelson Motta e boa parte da imprensa, como se vê, Marina é a única candidata autêntica que não precisa de marqueteiro. Ela é a Rainha da Floresta, com seus “50 tons que vão do verde ao vermelho, passando pelo azul”, sua “autoridade, legitimidade, honestidade e competência”, enquanto os marqueteiros dos outros tentam denegrir essa pureza messiânica.
Que blogueiros de aluguel do PT vão intensificar os ataques a Marina conforme ela ameace a vitória de Dilma, não há dúvida. Mas que a candidata tem explicações a dar – se é que isto é possível – sobre os (laranjas) podres do avião do PSB, o apoio ao decreto 8.243, a reprovação contundente que sofreu daqueles que realmente estiveram sob seu governo no Acre, o embuste de sua “nova política”, e o ódio a São Paulo e aos paulistas devotado pelo seu marido, Fábio Vaz, para quem os mais ricos – à exceção dos eleitores de Marina, como constatou Reinaldo – têm na “maioria das vezes o desprezo, o preconceito e a prepotência com seu semelhante”, sendo que a elite de São Paulo maltrata os nordestinos, “bem vindos [sic] apenas para suprir o exército de força de trabalho” em serviços subalternos, tampouco resta dúvida.
É lulice demais para um casal só.
Nelson Motta está longe de ser um Ricardo Noblat, acusando de má-fé quem quer vencê-la no “tapetão”, mas, colocando na conta de “marqueteiros insones e febris” e “blogueiros de aluguel” as tentativas necessárias de se descobrir o que há por trás da imagem – ela própria marqueteira – de Marina, também acaba dando uma contribuiçãozinha para a blindagem moral da candidata.
De certo, só que nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará. Quem viver verá.
De certo, só que não falta mesmo quem, voluntária ou involuntariamente, faça marketing de Marina Silva na imprensa acusando o marketing dos outros. E funciona.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

CUBAZUELA


Dilma/Marina. O país suportará sem sequelas centenárias?

“Desolado.Uma paixão jovem machucou meu coração e furou meus bolsos.” (Nono Ambrósio)

Como diz minha avó noveleira: Feiura é critério para mulher ser presidente do país?

Quem é aí que nunca fez picolé de Q-Suco?

“A última pessoa que pretendo ver na vida é um coveiro.” (Mim)

“Não tenho todos os defeitos próprios do homem. Mas estou procurando.” (Mim)

“Pelo critério de alguns minha nota de 1 a 5 é 0. Mas podemos deixar o desânimo tomar conta de nós. Mas eles que não se preocupem, pois com muito esforço a gente consegue piorar.” (Mim)

Ainda se chama alguém de Bocó de Mola? E de Tonga? Prelepé?

DAS ANTIGAS- Você é do tempo que chamávamos Carreta de Jamanta?

Caio Blinder- Será que o histerismo é razoável na crise ucraniana?

Como a própria Anne Applebaum reconhece, o tom de suas reflexões pode soar histérico ou apocalíptico, mas, se ela decidiu compartilhar seu sobressalto, eu embarco nessa, pois a jornalista e escritora americana (casada com Radosław Sikorski, ministro das Relações Exteriores da Polônia) é para mim uma voz importante em assuntos relacionados à Rússia e à Europa Oriental. Na verdade, ela ecoa os sobressaltos da Europa Oriental, que viveu tanto tempo sob jugo soviético, além de amargar o nazismo, e trata o fator Putin com muito mais inquietação (histerismo?) do que os primos ocidentais.
Anne Applebaum alinha os motivos para cogitar de histerismo: nos últimos dias, tropas russas que cruzaram a fronteira ucraniana (tudo negado pela agitprop) carregavam a bandeira de um país desconhecido, a Novorossiya, Nova Rússia, que são as reinvidicações históricas do império czarista sobre territórios do sudeste ucraniano e com um sentido cada vez mais flexível.
A Academia de Ciências da Rússia anunciou que vai publicar uma história da Novorossiya em breve, remontando suas origens aos tempos de Catarina, a Grande. Há mapas da Novorossiyacirculando em Moscou, alguns incluem cidades no leste ucraniano que ainda não conheceram combates na atual guerra civil, seguida de invasão russa. O próprio Putin voltou a usar o termo na quinta-feira ao saudar milicianos.
Existe, de fato, uma conversa apocalíptica em Moscou. Alexander Dugin, um guru do nacionalismo extremo, não mede palavras. Ele vocifera a favor de uma “limpeza de idiotas” na Ucrânia” e o “genocídio de  uma raça de bastardos”. Seria meramente folclórico, embora aterrador, caso o Kremlin não desse ouvidos a Dugin.
Outro alucinado, Vladimir Zhirinovosky, argumentou na televisão que a Rússia deveria usar armas nucleares na Polônia e nos países bálticos, “estados anões”. Talvez bravatas de lunáticos, mas, na sexta-feira, falando a jovens em um acampamento de verão, Putin lembrou que a Rússia “é um poderoso país nuclear”.
Anne Applebaum divaga e viaja para os idos de 1939, para os tempos de Stálin e Hitler, quando a retórica era insana, mas as promessas de déspotas foram cumpridas. A preocupação de Anne Applebaum é que no momento ninguém se mostra preparado para deter Putin. Ela termina sua reflexão sombria e confusa com duas perguntas: será histérico se preparar para guerra total? Ou será ingênuo não fazer isso?
O último lance de “determinação” da União Europeia foi fixar na madrugada deste domingo um ultimato de uma semana para a Rússia reverter o curso na Ucrânia. Em caso contrário, será formulada uma nova lista de sanções (boicotar a Copa de 2018 na Novorossiya seria uma meta, um goal, razoável). Esta tem sido a dinâmica da crise até agora. Moscou avança, negando tudo em uma pantomina cada vez mais inverossímil, e Bruxelas a duras penas adota sanções em meio as divisões internas entre os 28 países-membros da União Europeia.
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A que ponto chegamos! - No Distrito Federal, principal promessa eleitoral é 'não roubar

Janer Cristaldo- BRASIL NÃO MERECE SEQUER UMA LÁGRIMA *

Domingo que vem é meu dia de protesto cívico. Como faço há já vinte anos, não vou votar. Há quem defenda a idéia de votar no candidato menos pior. Discordo. Menos pior também é pior. Sem falar que me parece absurdo, em regime democrático, ser obrigado a votar. Em todo o Primeiro Mundo, o voto é facultativo. Só nesta América Latina, que vai a reboque da História, é obrigatório. 

Obrigatório em termos. Você sempre pode anular seu voto. Mas tem de comparecer às urnas. É o que tenho feito de 1990 para cá. Meu título continua em Florianópolis. No domingo, perto de meio-dia, vou justificar a ausência de meu domicílio eleitoral. E depois vou para meu boteco, aperitivar. Hoje, em São Paulo, pode-se beber em dia de eleições. Quando não se podia, meu garçom me servia um uísque e punha ao lado do copo uma garrafa de guaraná.

Não quero ser radical. Mas diria que qualquer pessoa de bom senso não pode votar nestas eleições. De um lado, a candidata preferencial é uma ex-guerrilheira que participou de um grupo terrorista e até hoje se orgulha disto. O segundo colocado não pode sequer acusá-la de terrorista, pois militou em outro grupo terrorista. Os três candidatos mais cotados são todos de extração marxista. Vinte anos após a queda do Muro de Berlim e do desmoronamento da União Soviética, no Brasil o fundo do ar ainda é vermelho.

O mais patético – para não dizer pateta – dos candidatos é sem dúvida José Serra. Não ousa dizer uma palavrinha contra seu adversário, o patrocinador de Dilma Rousseff. Pelo contrário, o colocou em sua campanha eleitoral. Ao dar-se conta que isto era um tiro no pé, retirou-o de sua publicidade. Mas acabou fazendo pior. Mais adiante, alertou o eleitorado: se vocês querem Lula em 2014, têm de eleger-me agora. Se Dilma vencer, Lula não emplaca. Traduzindo em bom português, o que disse Serra? Disse que sem ele seu adversário não será eleito. Com oposição assim, o PT não precisa de base aliada.

Os políticos viraram bonecos de ventríloquo. Quem fala é o marqueteiro. O candidato repete. Mais ainda: para cúmulo do ridículo, o PSDB contratou para fazer sua campanha um guru indiano sediado nos Estados Unidos. A dez mil dólares por dia. Pode? Recorrer aos serviços de um vigarista estrangeiro para conduzir uma campanha eleitoral? Edir Macedo faria melhor. Ao constatar a mancada, os tucanos mandaram o guru de volta aos States. Teria sido mais barato enviar o Serra para fazer meditação transcendental em um ashram em Poona.

Os tucanos têm em mãos farto material para desmoralizar o PT. Desde o mensalão, dólares na cueca, o assassinato de Celso Daniel, os escândalos da Casa Civil, desde Zé Dirceu a Erenice, os cinco milhões de reais dados de mão beijada a Lulinha, e por aí vai. Não usaram esta munição. Serra, já que vai perder, podia ao menos perder com dignidade. Vai morrer humilhado.

Marina da Silva, sem comentários. Lanterninha, insiste no discurso surrado de meio-ambiente, cultua também Lula e põe-se em cima do muro ante qualquer questão polêmica. É boa alternativa para os petistas que admitem existir corrupção no governo do PT. Votam na morena Marina no primeiro turno e no segundo voltam ao redil. 

Almas ingênuas ainda acreditam numa virada. Recebo não poucos e-mails de coronéis de pijama que ainda acreditam em milagre. Coronel, quando veste pijama, vira valente. Quando na ativa, é cachorro que enfia o rabo entre as pernas com medo da voz do dono. Outro que alimenta esperanças é o recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo da Veja. Que tenha suas preferências políticas, vá lá. Que acredite que o PSDB possa levar é ingenuidade atroz. Ou subserviência de jornalista vil. A última chance de Serra seria uma recidiva de linfoma. Mas estamos a uma semana das eleições e a recidiva não ocorreu. Se ocorrer mais tarde, será tarde demais.

Dona Dilma está com todas as chances de ganhar no primeiro turno. Serra que se dê por feliz se não levar capote. Quando um candidato deposita suas esperanças em chegar ao segundo turno, como faz o tucano, é porque já deu as eleições por perdidas. Pior ainda: antes mesmo do primeiro turno, Serra está lançando sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. Como pode um eleitor votar em um candidato que já pensa em receber um docinho pela derrota? Pelo jeito, Serra ainda não percebeu que estas eleições significam seu enterro político.

Dias piores esperam o Brasil. Nada de melhor se pode esperar de uma terrorista – que eu saiba, a candidata ainda não se penitenciou de seu passado – dominada pela atrabilis e mandonismo. E que consegue falar um pior português que o Supremo Apedeuta. País inacreditável, este nosso: pelo jeito ainda sentiremos saudades de Lula.

De minha parte, tanto faz como tanto fez. Desde há muito não deposito esperança nenhuma neste Brasil. Quando um presidente que acoberta crimes durante dois mandatos tem ainda 80% de aprovação do eleitorado, nada mais se pode fazer.Lasciate ogni speranza voi che entrate! 

Vou cuidar de meu jardim. Tratar de bem viver os dias que me restam. O Brasil que se lixe. Povinho que elege Lula ou Dilma não merece sequer uma lágrima. 

* 27/09/2010

Se eleita, Marina deve pôr em xeque modelo de coalizão

Com uma base no Congresso que deverá ser semelhante à do ex-presidente Fernando Collor, a eventual eleição da candidata do PSB, Marina Silva, deve pôr em xeque o modelo de presidencialismo de coalizão que sustenta as relações do Executivo com o Legislativo desde a redemocratização, em 1985, e deverá levá-la a uma dependência grande do PSDB.
Como há uma rejeição forte do grupo da candidata ao PMDB, e o PT já sinaliza que migrará para a oposição se Marina for eleita, a expectativa é que a sigla tucana integre o centro de forças de um eventual governo de Marina Silva, formando a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, atrás de petistas e peemedebistas.
A agenda legislativa anunciada por Marina até o momento reforça essa expectativa: ela pretende aprovar duas grandes reformas constitucionais, a política e a tributária, que precisam do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados federais.
PSDB — Outro motivo da dependência do PSDB é o fato de o PSB ter boa interlocução com os tucanos. São três os principais nomes a fazer esta ponte. O deputado Márcio França (PSB), que nesta eleição concorre como vice do governador Geraldo Alckmin; Walter Feldman (PSB), atual coordenador da campanha de Marina e ex-tucano; e Roberto Freire (SP), presidente do PPS, antigo aliado do PSDB. Além deles, o ex-governador José Serra (PSDB), que concorre ao Senado por São Paulo, é um interlocutor no partido. A ex-ministra já declarou que gostaria de contar com o apoio de Serra caso ele seja eleito.
Por meio do PSDB, outros partidos poderiam aos poucos aderir a um eventual governo Marina e lhe dar a maioria que ela precisa. Caso, por exemplo, do PSD de Gilberto Kassab. Secretário-geral do partido, o ex-deputado Saulo Queiroz acha que o PSDB não terá outro caminho a não ser apoiá-la e diz que a sua própria sigla poderia integrar sua base.
"Todo mundo que não está no jogo da Dilma poderá fazer o jogo da Marina. Não mantivemos nenhum cargo no governo Dilma. O único que temos é uma indicação pessoal dela, não do partido. Até mesmo uma aproximação com o PSD é perfeitamente viável, por que não?", diz Queiroz.
Apoio — Estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que Marina teria um apoio consistente de 80 a 120 deputados, no máximo, na próxima legislatura. Esse seria o chamado "núcleo duro" da presidente, formado por parlamentares eleitos pela coligação dela e de outros que passam a apoiar o governo após as eleições.
Marina também deve ter o apoio condicionado de 213 a 253 deputados. O Diap prevê que 180 deputados fariam oposição frontal a uma gestão Marina. Os dados são semelhantes aos que Collor teve durante seu governo, entre 1990 e 1992. Para a aprovação de um projeto de lei, são necessários 257 dos 513 deputados. Para emendas constitucionais, são necessários 308 votos.
Modelo Itamar — O modelo idealizado é o mesmo colocado em prática pelo presidente Itamar Franco (1992-1994): escolhas pessoais para os ministérios e maiorias eventuais para aprovar projetos. "Duvido que alguém vá querer um ministério, uma emenda e que o governo vai pressionar alguém para votar", afirmou o senador Pedro Simon, líder do governo Itamar no Senado e aliado de Marina. Ele citou como padrão de comportamento a aprovação das propostas que culminaram na criação do Plano Real.
(Com Estadão Conteúdo)

AMISHES NO SHOPPING

O menino Amish e seu pai foram visitar um shopping. Eles ficaram impressionados com quase tudo o que viram, mas especialmente por duas brilhantes paredes de prata  que poderiam se mover para o lado e se juntar novamente. O garoto perguntou ao pai: "O que é isso, pai?" O pai respondeu: "Filho, eu nunca vi nada parecido na minha vida, eu não sei o que é."
Enquanto o menino e seu pai estavam assistindo de olhos arregalados uma velha senhora em uma cadeira de rodas entrou nas paredes e apertou um botão. As paredes abriram e a senhora entrou entre eles para uma pequena sala.
As paredes fechadas e o menino e seu pai assistiram pequenos círculos de luzes e números acima da luz. Eles continuaram a assistir os círculos acender no sentido inverso. As paredes abriram novamente e uma mulher bonita de 24 anos saiu. O pai disse ao filho: "Vá buscar sua mãe."
      

Fonte: http://jokes.christiansunite.com/Pastors/

RECALQUE

Os estupradores da verdade
Também da liberdade
Do fato provado e consumado
Tentam fugir da história
E vender um paraíso na América do Sul.
Foram mais de 100 milhões de vítimas
Foras os que se fizeram loucos
E os que ainda estão aprisionados em campos de tortura
Psíquica e física mundo afora.
Que diabos de regime bom é este que se impõe pela força
Limitando o direito de ir e vir
E de ser diferente?
Que faz o pensante ser igual ao bronco?
Que faz do ato de dedurar uma arte rotineira?
Só posso pensar que admirar e querer para si tal estúpido regime
Quando não fruto do desconhecimento histórico e da ingenuidade
É desejo forjado em anos de recalque.

“Num vale de lágrimas é bom negócio vender lenços.” (Mim)

“Marina rima com Dilma. E aí um país pede socorro.” (Mim)

“Não sou o dono da verdade, mas tenho algumas ações.” (Mim)

“Não queiram me converter. Sou um pecador crônico.” (Climério)

“A maldade mira-se no espelho?” (Mim)

PIADA SOBRE STÁLIN

Nas comemorações de 1° de Maio uma coluna de velhinhos desfila levando um grande cartaz: "Obrigado ao camarada Stalin pela nossa feliz infância!". Alguém à paisana se aproxima deles e grita:

-- Que brincadeira é essa? Quando vocês eram crianças Stalin nem tinha nascido!

-- Mas é por isso que estamos agradecendo!

“Não existe nada pior do que o ignorante com "certezas" imutáveis. ”(Janer Cristaldo)

“Para tudo há limites, até mesmo para gabolices.” (Limão)

“Muitas vezes quando esperamos pela verdade ela é substituída por outra mentira.” (Filosofeno)

7.257.494.441 População Mundial Actual

No dia de hoje, até o momento nasceram no mundo 125.000 pessoinhas.

“Não sou gordo. Sou um sujeito com as banhas bem distribuídas.” (Fofucho)

“Recebi de presente de um mago uma árvore que produz notas de R$ 100 reais. Pois digo que ela não dormiu uma noite no meu quintal.” (Pócrates)

“Quem vive de amor é serviço de tele- mensagens. O resto precisa comer.” (Mim)

Pânico na elite vermelha. Ou: Os petistas vão esverdear?

Guilherme Fiuza chegou aos dez mais vendidos com sua coletânea Não é a mamãe – para entender a era Dilma, que cheguei a comentar aqui. Merecido. O livro é uma radiografia excelente dos últimos anos de hipnose coletiva no Brasil. Resta saber se agora terá de escrever o Não é a Madre – para entender a era Marina, como ironizou nosso editor.
Em sua coluna de hoje, Fiuza fala do desespero que a turma do PT deve estar sentindo com o risco real de perder suas boquinhas e ter de, finalmente, trabalhar de verdade. Marina Silva chegou para abalar as estruturas da acomodação parasitária dos petistas. Claro, o risco de essa “elite vermelha” tentar se “esverdear” para preservar tetas gordas é grande, como reconhece o jornalista ao término do texto:
Pode-se imaginar o movimento fervilhante nas centrais de dossiês aloprados. Há de surgir na Wikipédia o passado tenebroso dos adversários de Dilma Rousseff. Logo descobriremos que foram eles que sumiram com Amarildo, que depenaram a Petrobras, que treinaram a seleção contra os alemães. É questão de vida ou morte: como se sabe, a elite vermelha terá sérias dificuldades de sobrevivência se tiver que trabalhar. Vão “fazer o diabo”, como disse a presidente, para ganhar a eleição e não perder a gerência da boca.
[...]
O PSDB, como os outros partidos, adora vender contos de fadas. Mas seu candidato, Aécio Neves, resolveu anunciar previamente o seu principal ministro. Eis a sutil diferença entre o compromisso e a conversa fiada.
Marina Silva também é uma boa notícia. Só o fato de ser uma pessoa íntegra já oferece um contraponto valioso à picaretagem travestida de bondade. Nunca é tarde para o feminismo curar a ressaca dos últimos quatro anos. O que seria um governo Marina, porém, nem ela sabe. Se cumprir a promessa de Eduardo Campos e empurrar o PMDB S.A. para a oposição, que grande partido comporia a sua sustentação política? Olhe em volta e constate, com arrepios, a hipótese mais provável: ele mesmo, o PT — prontinho para a mudança, com frete e tudo.
Marina vem do PT e está no PSB, cujo ideário é de arrepiar o maior sonho cubano de José Dirceu. E tentar governar acima dos partidos foi o que Collor fez. Que forças, afinal, afiançariam as virtudes de Marina? A elite vermelha está pronta para se esverdear.
Marina já sinalizou que pretende governar usando os melhores quadros do PT e do PSDB, para colocar para escanteio as raposas velhas do PMDB. Resta saber que quadros bons tem o PT! No mais, retórica à parte, há claros indícios de que, ao menos na economia, Marina vem flertando com o modelo tucano.
As presenças de Eduardo Giannetti e Andre Lara Resende atestam isso, assim como o programa divulgado ontem, que defende até a independência de Banco Central, o fim dos preços represados e o tripé macroeconômico com um estado mais enxuto. A ponto de o brincalhão e humorista que posa de pensador, Emir Sader, fazer o seguinte comentário em seu Twitter:
Emir Sader
Eis que Marina já virou, para a esquerda retrógrada, uma representante do estado mínimo! Deixando a gargalhada de lado, é notável que a ex-petista vem fazendo um esforço na direção correta. O discurso de Marina tem tido viés claro de oposição ao governo atual. Não faria sentido algum compor com o próprio PT depois. Seria uma traição aos seus eleitores. Claro que tudo é possível, que Marina é uma incógnita, e que seu passado é, afinal, petista. Mas seria bastante estranho e contraditório.
Que o PT vai oferecer seus “serviços”, caso derrotado, não resta dúvida. Mesmo depois de massacrá-la em um jogo sujo e baixo, como só o PT sabe fazer. Rato magro quando chega ao poder não larga o osso facilmente, nem depois de ficar obeso. Mas Marina faria bem em deixar muito claro que rejeitará qualquer parceria com essa turma, que não aceitará o vermelho “convertido” em verde da noite para o dia.
Mesmo sendo ela uma “melancia” (verde por fora, mas vermelha por dentro), as chances de vitória real como oposição ao PT devem jogá-la mais para o centro, especialmente na economia, adotando o maior bom senso dos tucanos. Marina assinou ontem sua “Carta ao Povo Brasileiro”, como fez Lula em 2002. Lula cumpriu o prometido, ao menos no começo, e depois enganou a todos. E Marina, fará o mesmo? Quem viver, verá.
Rodrigo Constantino

Grandes empresários próximos do governo abandonam o barco: antes tarde do que nunca!

Muitos são aqueles que condenam o modelo capitalista pois o confundem com o “capitalismo de estado” ou o “capitalismo de laços”, com aquela enorme simbiose entre grandes empresários e estado. Os liberais defendem algo bem diferente. Clamam por menos intervencionismo estatal e menos poder concentrado no estado, justamente porque sabem do risco de sua captura por grandes grupos, que passam a demandar subsídios e barreiras protecionistas que dificultam a livre concorrência.
O liberal é pró-mercado, não necessariamente pró-negócios. É o processo competitivo que funciona bem, não a aliança nefasta entre governo e grandes empresas. O caso da Fiesp é claro: vários liberais, como eu mesmo, reconhecem que a entidade muitas vezes joga contra o livre mercado, pois pressiona o governo por vantagens ou privilégios. É do jogo, e com um Custo Brasil tão alto, nada mais natural do que essas empresas buscarem compensações.
O problema é que isso acaba produzindo um modelo cada vez mais ineficiente, repleto de remendos pontuais que ignoram a essência do mal e contribuem para a perpetuação do monstrengo estatal obeso e poderoso ao extremo. As empresas acabam reféns dos governantes, e o “investimento” em lobby em Brasília passa a ser mais relevante do que o investimento produtivo.
Alguns empresários grandes, no legítimo esforço de lutar pelo interesse de seus milhares de acionistas, aproximaram-se bastante do governo Dilma desde o começo. Alguns se excederam nos elogios, outros na ingenuidade de que seria possível influenciar a gestão de dentro, ignorando o viés ideológico e o perfil autoritário da presidente. Deram com os burros n’água. E agora acusam o golpe, apontam para as falhas do governo, abandonam o barco furado.
É o caso de Benjamin Steibruch, que até ontem era só elogios ao governo Dilma, e hoje diz que só louco investe no Brasil. Ele já foi devidamente criticado por mim aqui. Foi o entrevistado nas páginas amarelas da Veja desta semana. Seguem alguns trechos:
Steinbruch3
O principal problema de Dilma não é deixar de escutar o “mercado”, para ela sinônimo de 30 grandes empresários reunidos numa sala; e sim seu viés intervencionista, sua descrença no funcionamento do mercado, da iniciativa privada. É um ranço ideológico que estava visível desde o começo. Nenhuma reforma estrutural foi realizada por seu governo, e tudo apontava para a direção atual, de um quadro recessivo e com alta inflação.
Steinbruch
Agora Steinbruch resolve subir o tom, alertar que, no rumo atual, bateremos no muro. Antes tarde do que nunca! O desemprego será a próxima vítima das trapalhadas de Dilma. A perda de credibilidade é total. As medidas pontuais para ajudar uns e outros criaram distorções, insegurança nas regras do jogo. O gasto público só aumenta. Não são medidas positivas, como afirma o empresário. São ruins, equivocadas, erráticas.
Steinbruch2
Aqui Steinbruch deixa transparecer que ainda não está totalmente curado de sua cegueira. Ainda parece acreditar na boa vontade da presidente, diz que o Brasil não está tão mal assim, mesmo se comparado a outros países. Mentira! Está muito pior que a grande maioria. Talvez seja receio de Dilma ser reeleita. Ninguém gosta de ficar mal com o governo. Mas é preciso ter coragem para dizer a verdade e, com isso, contribuir para a efetiva mudança de rumo.
Steinbruch não foi o único a pular do barco que afunda. Antes dele, Jorge Gerdau já vinha atacando o governo, a quantidade insana de ministérios, a burocracia. Como alguém que tentou ajudar de dentro, ele sabe como é difícil mexer no que precisa ser mexido, ainda mais com uma equipe tão ideológica como a de Dilma, além de incompetente.
Abílio Diniz foi outro que subiu o tom e agora critica o governo Dilma, junto com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Ambos fizeram comentários negativos e demonstraram preocupação com os rumos atuais, conforme relata uma reportagem da Veja:
Gerdau
Não foi por falta de aviso. De bobos esses empresários não têm nada, ou não chegariam aonde chegaram. Com muitos bilhões em risco, talvez seja natural adotar um viés otimista, desejar crer que é possível levar um pouco de razão aos governantes, mesmo quando se trata de alguém como Dilma. Era uma doce ilusão.
Dilma está blindada contra a lógica. Sua carcaça ideológica a torna impermeável à razão. Esses grandes empresários levaram tempo demais para perceber isso. Alguns ainda não caíram na real totalmente. Mas antes tarde do que nunca, pois com mais quatro anos de governo Dilma, o Brasil teria o mesmo destino da Argentina. Esses empresários precisam parar de alimentar o monstro que quer devorá-los…
Rodrigo Constantino

‘Charada na campanha’, de J.R. Guzzo

PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA DE VEJA
Eis aí, qual galera em noite apagada, essa imprevisível Marina Silva navegando outra vez em mar imenso ─ e levando a si própria, junto com os eleitores brasileiros, para algum porto desconhecido. O que existia até a morte de Eduardo Campos não existe mais; o que ninguém imaginava passa a ser a nova realidade. Marina, até agora uma mera candidata a vice que andava esquecida nas linhas de trás da disputa, e ainda por cima nem estava transferindo seus votos ao companheiro de chapa, como ele tanto queria, passa de repente a ser um nome decisivo para o resultado final – logo na primeira pesquisa após o acidente que tirou Campos da vida e da política brasileira, ela já aparece em segundo lugar na corrida, e à frente da atual líder Dilma Rousseff se houver um segundo turno entre as duas. Aécio Neves, que toda a lógica do governo apontava como o nome a derrotar, talvez não seja mais o desafiante número 1.
A presidente Dilma, até aqui a grande favorita por liderar com folga as sondagens, ter na televisão o dobro do tempo de propaganda que terão os seus adversários somados, e contar com a força bruta da máquina pública em seu favor, pode acabar nem sendo mais candidata a nada. O ex-­presidente Lula, que estava fora, volta a ficar dentro – se bater mesmo o desespero, poderá empurrar a presidente para fora do barco, sem maiores delicadezas, e assumir ele próprio a candidatura.
É a vida, com suas vastas emoções e itinerários imperfeitos. Um desses nevoeiros malignos que de repente se formam sobre o quebra-cabeça de rios, braços de mar, canais e mangues onde ficam Guarujá e Santos, no litoral paulista; um avião com tecnologia de primeira classe, feito para não cair nunca; uma falha que aparece quando nem máquina nem homens poderiam falhar. Pronto: bastaram alguns minutos de capricho da fortuna para reduzir a zero toda a vã sabedoria dos excelentes cálculos, análises e raciocínios feitos até agora sobre a eleição presidencial de 2014. Como se pode ver, a prudência básica está nos aconselhando a lidar só com o presente, e do jeito com que se lida com um porco-espinho – ou seja, com extremo cuidado. O que acontece hoje, quando Marina herda cheia de gás a candidatura de Campos, pode acabar não tendo nada a ver com o que acontecerá no dia 5 de outubro. Não há como fazer ciência aí. O que se sabe é menos do que o que não se sabe – a começar por quem é a própria candidata.
Marina, como a Rússia descrita por Churchill, é uma charada envolvida em mistério que fica dentro de um enigma. Em 2010, quando se candidatou à Presidência, conseguiu um prodígio: quase 20 milhões de pessoas votaram nela sem saber direito por quê. Não foi, certamente, por ficarem entusiasmadas quando ouviram Marina falar em “centralidade da necessidade”, “controles ex post frente” ou “agenda plasmante”. Que patuá é esse? Nem o rapaz do Rio de Janeiro que ganhou outro dia a supermedalha internacional de matemática seria capaz de entender. Ela admite que não se pode viver sem luz elétrica, mas parece não encontrar nenhuma usina que a satisfaça. Sabe que o Brasil não sobrevive 24 horas sem as exportações que só podem ser obtidas com agricultura capitalista de larga escala, mas defende uma “inflexão” na área agrícola. Marina tinha o dobro das intenções de voto de Eduardo Campos, mas era candidata a vice. Formou-se no PT, mas hoje é a sua principal concorrente. Não se sabe o que pretende fazer, na vida real, diante de nenhum dos problemas que o eleitor quer ver resolvidos com urgência.
Seus 20 milhões de admiradores, até hoje, não lhe cobraram mais esclarecimentos – não entendem o que ela está dizendo, mas parecem achar que é bom. Dá para chegar ao Planalto nessa toada, falando de “sustentabilidade” e “esforço transversal”? Lula e Dilma, mais que Aécio, esperam que não. Os dois só sabem fazer campanha apostando tudo nadestruição do competidor, que sempre pintam como um inimigo da “maioria pobre”  ─  e essa opção não está mais disponível para eles. Vai ser difícil, por exemplo, dizer que Marina é da elite branca do Sul, porque ela nasceu mais pobre do que Lula, não é branca e veio da periferia de Rio Branco, no fundo do Acre. Não dá para pregar ódio contra alguém que só foi se alfabetizar aos 16 anos de idade, ou teve a saúde arruinada pela falta de dinheiro. Não se conseguirá negar a Marina o “heroísmo moral” de que fala Cervantes – aquela penca de desvantagens que ninguém quer para si, a começar pela pobreza, mas acha um grande mérito nos outros.
Marina Silva pode ser uma pedreira.

Chega ao fim a pior semana do governo Dilma – até agora

VEJA
A divulgação, nesta sexta-feira, do resultado do Produto Interno Bruto (PIB)do rombo nas contas públicas e da pesquisa Datafolha, que aponta não só a vitória de Marina Silva (PSB) no segundo turno das eleições presidenciais, como também o empate com Dilma no primeiro turno, encerrou aquela que foi, até agora, a pior semana do governo da presidente desde que assumiu, em janeiro de 2011. 
O rosário de notícias ruins começou logo na segunda-feira, com o debate eleitoral transmitido pela Band, em que Dilma foi atacada por Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) e se defendeu lançando mão de dados duvidosos. Ao longo da semana, todos os indicadores econômicos divulgados corroboraram um cenário de crise ocasionado, essencialmente, por erros cometidos pelo próprio governo brasileiro. O PIB, como esperado, veio negativo. Como houve a revisão (também negativa) do resultado do primeiro trimestre, o país entrou na chamada recessão técnica.
Rombo nas contas externas, juros recordes para pessoas físicas, piora na confiança do consumidor e aumento da inadimplência são apenas alguns dos indicadores ruins publicados ao longo dos últimos dias e que ajudaram a fazer com que a percepção do brasileiro em relação ao governo da presidente piorasse – o Datafolha mostra que o porcentual dos que acreditam que o governo da presidente é péssimo aumentou de 23% para 26%. Veja alguns dos principais acontecimentos econômicos que fizeram com que o mês de agosto da presidente terminasse péssimo — e não pessimista, como ela costuma se referir aos seus críticos.  
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/termina-hoje-a-pior-semana-do-governo-dilma-rousseff-ate-agora

sábado, 30 de agosto de 2014

O VENTO E O AVARENTO


Tem o vento
Tem o avarento
O vento carrega tudo
O avarento guarda tudo
O vento sopra
Fraco
Médio
Forte
Já o avarento assopra
Sempre forte
Quando é para economizar vela.

O RELÓGIO

 Jarbas e Jardel brincando no bosque encontraram um relógio, o relógio do tempo. Cheios de curiosidade foram mexendo nele, descobrindo seus mecanismos. Fizeram-no então parar e descobriram em poucos dias que o tempo não mais existia para eles. Jogaram então o relógio do tempo num abismo e foram viver eternamente suas vidas como crianças.

“Embarquei minha saudade nas asas de um passarinho. Lá vai ela visitar você.” (Mim)

“E Fidel não morre. Temos aí uma prova de que os inúteis também são longevos.” (Cubaninho)

Aviso aos navegantes: Segunda-feira aumenta o gás de cozinha.

“Sou um homem de muitas posses... Posses de banha.” (Fofucho)

Flagrante de fisiologismo: como um ministro do TCU se pôs a serviço de Dilma para emplacar a mulher em um cargo

No organograma dos poderes, o Tribunal de Contas da União (TCU) exerce o papel de guardião dos cofres públicos. Do superintendente de uma repartição federal na Amazônia ao presidente da República, ninguém está livre de prestar contas ao órgão. É do TCU a missão de identificar e punir quem rouba e desperdiça dinheiro público, seja um servidor de terceiro escalão, um ministro de Estado ou uma dezena de diretores da Petrobras. Enfrentar interesses poderosos é da natureza do trabalho do tribunal. Por isso, seus ministros gozam de prerrogativas constitucionais, como a vitaliciedade no cargo, destinadas a lhes garantir autonomia no exercício da função. No mundo ideal, o TCU é plenamente independente. Na prática, troca favores com o governo, sujeita-se às ordens do Palácio do Planalto e, assim, contribui para alimentar a roda do fisiologismo, mal que a corte, em teoria, deveria combater. VEJA teve acesso a um conjunto de mensagens que mostram que há ministros dispostos a servir aos poderosos de turno a fim de receber generosas contrapartidas, como a nomeação de parentes para cargos de ponta.
Trocadas durante o segundo mandato do presidente Lula, as mensagens revelam o ministro Walton Alencar, inclusive quando comandava o TCU, no pleno gozo de uma vida dupla. Nos julgamentos em plenário e nas manifestações públicas, Walton era o magistrado discreto, de perfil técnico, que atuava com rigor e independência. Em privado, era o informante, os olhos e os ouvidos no TCU de Dilma Rousseff, à época chefe da Casa Civil, e de Erenice Guerra, então braço-direito da ministra. Walton pôs o cargo e a presidência do tribunal a serviço da dupla. E o fez não por mera simpatia ou simples voluntarismo. Em troca, ele recebeu ajuda para emplacar a própria mulher, Isabel Gallotti, no cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A trama toda ficou registrada em dezenas de mensagens entre Walton e Erenice, apreendidas em uma investigação da Polícia Federal. Com a colaboração das mulheres mais poderosas do Palácio do Planalto no segundo mandato de Lula, Walton conseguiu mobilizar um espantoso generalato de autoridades para defender a indicação da esposa.
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA 

“O PT faz um mau governo. E saber que quando oposição é demagogo e incomoda mais que merda em chinelo havainas.” (Mim)

Uma entrevista hipotética com Guido Mantega

Nota do autor: a entrevista abaixo foi realizada após a administração do “gás da verdade” no ministro.
RC: Ministro Guido Mantega, obrigado por “aceitar” essa entrevista hipotética. Sei o quanto deve ser duro para o senhor ter de enfrentar alguém que lhe faça perguntas incômodas, sem levantar bola para suas fugas habituais. Sem mais delongas, vamos em frente que tempo é dinheiro. O que aconteceu com esse PIB? Estamos em recessão! Mas a Copa não seria boa para o país?
GM: Olha, meu jovem, a Copa seria ótima para a economia. Ao menos era isso que dizíamos antes. Mas sabe como é, o resultado foi ruim, muito aquém do que gostaríamos, os turistas que vieram em grande parte eram molambos (posso usar essa palavra?), tivemos muitos dias enforcados…
RC: Pois é. Aproveitando a deixa, isso não é prova do fracasso da gestão e de nossa infraestrutura, que teve sete longos anos para ser resolvida?
GM: Talvez, talvez. Mas isso não importa mais. O fato é que a Copa, que achávamos que ajudaria, atrapalhou.
RC: Mas isso não explica nem de perto a situação econômica em estado grave. O declínio vem de longa data, a indústria está em frangalhos. O que se passa?
GM: Veja, há a questão da crise externa…
RC: Aquela que o ex-presidente Lula chamou de “marolinha”?
GM: Sim, essa mesmo! A “marolinha” virou um tsunami e varreu tudo!
RC: Mas ministro, sem querer ser chato, os países asiáticos crescem bem mais do que a gente e com bem menos inflação. Mesmo na América Latina os países da Aliança do Pacífico crescem muito mais, também com menos inflação. E até a economia americana está crescendo bem agora. Que crise é essa?
GM: Ora, basta olhar o PIB dos países europeus…
RC: Então o senhor quer dizer que o Brasil deve ser comparado com os países mais doentes da doente Europa, no epicentro de um furacão econômico?
GM: Eu escolho sempre os piores para pintar um quadro relativo melhor para o Brasil, sabe? Estamos em ano eleitoral. Aliás, convenhamos: para o PT todo ano é de eleição, pois vivemos num eterno palanque… (risos)
RC: E a questão do setor elétrico, ministro? Estamos vendo a fatura bilionária do intervencionismo do governo, um “tarifaço” que vai punir o consunidor, e o risco de racionamento ou apagão que não vai embora.
GM: Culpa de São Pedro. Se ao menos chovesse mais…
RC: E o caso de nosso setor automotivo massacrado, tendo de demitir milhares de pessoas?
GM: Culpa da Argentina…
RC: Ministro, assim fica difícil. Quer dizer que todos esses inúmeros problemas particulares do Brasil são culpa das estrelas, dos astros, sempre de algo fora de sua responsabilidade, longe da alçada do governo Dilma?
GM: Ora bolas! A culpa é MINHA, e eu a coloco em quem eu bem entender!
RC: Obrigado pela sinceridade, ministro. O senhor não acha que a turma da Unicamp já causou estrago demais ao Brasil?
GM: Sempre há mais o que fazer…
RC: Já tem planos para 2015, quando perder o emprego?
GM: Conhece alguém que precise de um estagiário em economia? Posso lhe mandar um currículo?
RC: Farei o que for possível para ajudá-lo. Talvez alguma vaga de contínuo eu consiga arrumar. Até nunca mais, ministro.
Rodrigo Constantino