quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019


O VOO
Tomas dormia durante o voo. A aeronave estava em velocidade de cruzeiro quando ele acordou. Após olhar detalhadamente em volta percebeu algo estranho. Naquele voo pareciam estar reunidas inúmeras pessoas famosas já falecidas. Ao seu lado, por exemplo, estava o Mahatma Ghandi. Do outro lado do corredor viu com clareza Airton Senna gargalhando ao brincar com amigos. Alguma coisa diferente acontecia naquele voo, o que seria? Quando foi ao banheiro deu de frente com uma pessoa muito conhecida aos católicos, o Papa João Paulo II, usando crachá de copiloto. Quando Madre Tereza de Calcutá uniformizada de aeromoça passou com o carrinho de lanche pelo corredor, Tomás ficou pálido e perguntou ao senhor ao lado o que estava acontecendo naquele avião. O ancião olhou rindo para ele e disse:
- Acorde tonto, você está sonhando!


QUEM PROCURA ACHA

Erni procurava lugar para bebericar de graça, mas já estava muito bêbado. Entrou então numa capela onde se realizava um velório e aprontou o maior rebuliço. Mesmo sem ouvir música alguma achou que era uma festa e foi tirando a viúva para dançar. Não contente foi para cima do defunto derrubando velas e castiçais. Levou uns petelecos e foi atirado num canto pelos parentes do morto. Quando apareceram os homens da Brigada Militar não se conteve e gritou: Viva! Finalmente o conjunto chegou! Levou mais dois sopapos e acordou detrás das grades já curado do porre. Foi então liberado e já na primeira esquina tomou uns goles e aprontou novamente, ofendendo os presentes e querendo briga com o dono do boteco. A boca em que se metera era brava, daquela amiga de funerária, então levou dois tiros e virou finado.



 

Noite. Uma rua solitária na periferia. Um gato malhado salta entre os telhados enquanto cães ladram ao vento. O excesso de lixo caiu fora das latas e escorre pelo chão de terra. Baratas passeiam fugindo dos pés dos meninos que brincam de bola na via. Mães e irmãs mais velhas chamam para dentro os garotos de pés encardidos. É hora do banho e do jantar. Crianças recolhidas, agora chegam automóveis com ocupantes que procuram nas esquinas pelos empresários do pó. A lua e as estrelas observam o movimento. Dinheiro para cá, pó para lá. Negócio feito lá e vão os loucos em busca de alucinações, enquanto os empresários da farinha perigosa contam as notas. O inferno para ambos os lados é logo ali.


SEM SOMBRA

Ele tinha certa dificuldade em fazer amigos. Para dizer a verdade não tinha nenhuma facilidade em se aproximar de alguém. Para uns era um grande chato, para outros apenas um jovem profundamente melancólico. Algo que Joel não sabia era sorrir, sempre taciturno, vivia para si. Naquela cidade não havia por certa pessoa mais solitária e triste; sua única amiga era uma televisão de 20 polegadas que dele não podia fugir. Do trabalho no banco para casa e nada mais. Não tinha empregada em casa nem bichos para cuidar. Pensou num cachorro, mas logo desistiu, não queria ter o trabalho de limpar sua sujeira. Teve sua tragédia pessoal quando sua noiva o trocou por outra. Não reagiu, não lutou nem um pouquinho para sair da tristeza, apenas entrou no baú dos solitários. E foi assim que um dia sua própria sombra resolveu deixá-lo, abandonando um corpo quase já sem vida. E quando o sol mostrava seu brilho e calor Joel caminhava pelas ruas sem ter sequer a própria sombra por companhia.


EXEMPLAR

Até completar trinta anos Vitor viveu por conta dos pais. Eles mortos, resolveu procurar emprego. Conseguiu de vigia diurno numa grande empresa de pneus. Trabalhou bem na primeira semana. No oitavo dia tirou folga por conta própria. No nono dia pediu um vale pela manhã e adiantamento de férias pela tarde. No décimo dia chegou à conclusão que trabalhar era cansativo. No décimo primeiro saiu do emprego e foi atrás de criar um sindicato.

RELEMBRANDO JANER CRISTALDO- segunda-feira, dezembro 29, 2008

PORCO AGRADECIDO
NÃO VIRA O COCHO


Um leitor me envia uma crítica feroz de Moacyr Scliar à ditadura cubana, publicada na Zero Hora, de Porto Alegre, no sábado passado.

O máximo que ele se permitiu, na conclusão do artigo, diz o leitor, foi: "... Em outubro de 1958, teve início a vitoriosa Marcha sobre Havana. No dia primeiro de janeiro, Batista deu no pé. Começava assim um dos capítulos mais controversos da história recente. O sonho continuou sonho? O sonho transformou-se em realidade? O sonho virou pesadelo? São perguntas que não querem calar. E ainda bem que não querem calar. Neste caso, como em outros, é da discussão que nascerá a luz. Não a luz dos fogos de artifício que saudaram 1959."

Eu, francamente, não entendi o que ele ainda quer discutir...

Ivo


Ora, meu caro Ivo, a História é um lago que seca. Ao descerem, suas águas trazem à tona monstros insuspeitos. Todos os escritores gaúchos do século passado foram cúmplices da peste marxista, sem exceção. Dyonélio Machado, por exemplo, após a evidência dos gulags, passou a escrever sobre a antiga Grécia. Foi o mesmo movimento espiritual de Sérgio Faraco, que refugiou-se – literariamente - em Urartu, na Armênia, para não ter de falar do que sofreu em Moscou. Josué Guimarães foi caixeiro-viajante a serviço de Pequim e Moscou. Até as pedras da Rua da Praia sabiam que estes senhores eram comunistas, mas ai de quem o dissesse em público. Seria execrado como delator e expulso do rol dos vivos. 

Erico Verissimo também. Certa vez, pergunta a Faraco se não pensava escrever sobre sua estada na União Soviética. "Respondi que, de fato, tinha essa intenção, embora minha experiência não fosse edificante. Ele ficou pensativo, depois disse que, se era assim, talvez fosse ainda menos edificante narrá-la, enquanto vivíamos, no Brasil, sob uma ditadura militar. Ele tinha razão" - diz Faraco. Ora, os militares lutavam para que o Brasil não virasse o imenso gulag que o futuro escritor então testemunhara. Em função de um regime que jamais o pôs na prisão, mesmo sendo comunista, Faraco silencia sobre o regime comunista que o internou em um hospital psiquiátrico, mesmo sendo comunista.

Covardes e omissos foram também todos os demais que, sem pertencerem ao Partido, silenciaram sobre os crimes do comunismo. Mário Quintana, por exemplo, refugiava-se em uma frase cômoda: "eu não entendo de problemas sociais". Moacyr Scliar foi premiado pela ditadura de Fidel Castro. É leitão agradecido, que não vira o cocho onde come. Ou seja, desde há muito se preparava para entrar na Academia Brasileira de Letras, aprazível reduto de viúvas do stalinismo. Já que estamos comentando o assunto: filho de Verissimo, Verissiminho é. Luis Fernando, o rebento, apóia toda e qualquer ditadura, desde que de esquerda.

Apenas dois gaúchos, em todos os cem anos do século passado, ousaram escrever contra a barbárie. Um foi o jornalista Orlando Loureiro, que publicou A Sombra do Kremlin. Procure nos sebos: editora Globo, 1954, dez anos antes da viagem do alegretense deslumbrado. O outro é este que vos escreve, que tem denunciado o marxismo desde os dias em que Faraco passeava pelas ruas da nova Jerusalém.


SIC TRANSIT GL0RIA MUNDI por Maria Lucia Victor Barbosa. Artigo publicado em 11.02.2019

Se nada muda de repente, muito menos a maneira de ser de uma sociedade, fatos que vêm acontecendo em nosso país provam que, de fato, a glória do mundo passa.
Afinal, quem podia imaginar que haveria o impeachment de Dilma Rousseff? Mais espantoso ainda, a prisão de Lula da Silva? Quem se arriscaria na recente campanha eleitoral acreditar que o preposto do presidiário perderia a eleição presidencial para Jair Messias Bolsonaro, um candidato sem dinheiro, sem TV, sem coligações, ancorado por um partido minúsculo, esfaqueado por um assassino de aluguel que quase deu cabo de sua vida?
Durante a campanha analistas políticos faziam pose de intelectual, cara de inteligente e sentenciavam que não haveria a menor chance de Bolsonaro ganhar. Jornalistas se multiplicavam na mídia e confirmavam: ele não ganha. Pesquisas que bateram recordes de erros mostravam resultados nos quais Bolsonaro perderia de todos os candidatos se conseguisse chegar ao segundo turno.
Além disso, todos os candidatos combatiam o adversário do PSL. Um deles, Geraldo Alckmin (PSDB), que tinha mais recursos financeiros, mais coligações, mais tempo de TV, discursava: votem em mim porque se Bolsonaro chegar ao segundo turno com o PT este partido vai ganhar. Alckmin parecia esquecido de sua campanha anterior na qual, ajoelhado aos pés do PT que duramente o hostilizava, perdeu para o ídolo dos tucanos, Lula da Silva.
Nem os analistas nem a mídia se deram conta de que existiu nessa eleição o que chamei de Quinto Poder, ou seja, as redes sociais. Assim, a despeito dos enfatuados palpiteiros, Bolsonaro foi eleito com quase 58 milhões de votos. A glória do mundo estava passando para muitos, principalmente para o ex-poderoso e atual presidiário, Lula da Silva, que arrastava consigo seu partido para a inglória derrota.
 Inconformada, querendo moldar a realidade a suas ânsias de poder, uma oposição encarniçada continuou a se abater sobre o vitorioso no período de transição. Cobrava-se dele a reforma da Previdência, algo que nenhum governo anterior fez. Ridicularizava-se os desencontros da equipe, situação normal de ajuste e também existente com outros eleitos que foram respeitosamente poupados. Nem a posse escapou do inconformismo dos vencidos. Houve desdém de alguns diante do brilhantismo da primeira-dama, Michelle, que discursou no parlatório usando a linguagem de libras para o delírio da multidão que aplaudiu entusiasticamente.
Uma vez empossado, a oposição raivosa parece dizer ao presidente: “você tem o direito de ficar calado porque tudo que disser poderá ser usado contra você”. E assim tem sido. Nada que o presidente Bolsonaro diga ou faça é aceito pela mídia e os autointitulados progressistas, que melhor seriam chamados de regressistas.
Mesmo a cirurgia, complicada e dolorosa, consequência da facada, não escapou ao ódio. Como representante da esquerda um deputado do PSOL, mesmo partido do matador de aluguel, avisou que Bolsonaro estava morrendo. Sem dúvida, um agouro que ele expressava pelos companheiros, mas que felizmente não passou de mentira.
Todavia, as mudanças seguem seu curso e coisas antes inimagináveis continuam ocorrendo. Vejamos algumas bem marcantes:
O poderoso senador Renan Calheiros não conseguiu se reeleger presidente do Senado, mesmo com ajuda do presidente do STF, Dias Toffoli, que destoando da tradicional demora em julgar da entidade suprema da Justiça, em plena madrugada ordenou ao Senado que a eleição fosse por voto secreto, conforme a Constituição nem sempre seguida pelos mais altos magistrados. Não funcionou. O senador vai incomodar, mas como escreveu o jornalista Josias, “Renan agora está numa caixa de fósforo”. Comanda o Senado e, portanto, o Congresso, Davi Alcolumbre. A Câmara é presidida por Rodrigo Maia. Ponto para o presidente Bolsonaro.
Lula da Silva é condenado novamente na Lava Jato a mais 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro na ação que investigou a reforma do sítio Santa Bárbara em Atibaia. E esse é só o segundo de outros processos.
“Uma investigação da Receita Federal que aponta suspeita de ‘corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência’ do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes será alvo da Corregedoria do Fisco. O procedimento aberto no ano passado, também investiga a advogada Guiomar Feitosa, mulher do ministro”. (O Estado de S. Paulo – A10, 09/02/2019).
O ministro Gilmar Mendes tem se notabilizado em soltar bandidos que os juízes prendem. Naturalmente, ele já começou a se defender e disse que “a Receita Federal” não pode virar uma Gestapo.
Entretanto, o Supremo, antes um Poder respeitado, atualmente tem sofrido repúdio da sociedade por suas ações e omissões.
Tudo isso faz lembrar que sic transit gloria mundi, a glória do mundo passa. Afinal, impermanência é a marca de quem vive e os pêndulos da existência oscilam sempre para cima e para baixo.
*Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

O LADO CÔMICO DO ENEM



“Apóstrofes são os doze homenzinhos que comeram com Jesus e que Michelangelo bateu a foto”




“Vasos capilares são aqueles potinhos em que plantamos os pés de cabelo”




“O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada”




“Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através da árvore ginecológica”




“As moléculas de água quando congelam viram duréculas”




“Isso tudo é devido aos raios ultraviolentos que recebemos todo dia”




Fonte: https://www.superprof.com.br/blog/o-que-nao-escrever-na-prova/

MELHOR EVITAR

A Latam decidiu cobrar 15 dólares (quase 60 reais) de quem pretenda marcar o assento em voos internacionais, mesmo no balcão de check-in. A chantagem é: ou paga ou entra no sorteio automático, criado para separar famílias. A “agência reguladora” Anac, claro, faz que não vê.
CH

CRIME SEM CASTIGO

Documentos de 2017 e 2018 mostram que a Vale sabia do iminente “colapso” (rompimento) da barragem de Brumadinho, que matou quase 350 pessoas. E não fez nada, nem mesmo afastou a população do perigo. Apesar disso, nenhum diretor da Vale foi preso ainda.
CH

JUIZ ASSASSINADO NÃO É LEMBRADO COMO MARIELLE




Já se organizam em todo o País eventos para lembrar o primeiro ano da morte da vereadora Marielle, em 14 de março. Mas outro crime brutal completará 16 anos no mesmo dia 14 de março, com tudo para passar em branco: o assassinato do juiz Antonio José Machado Dias, da Vara das Execuções Penais de Presidente Prudente. Juiz decente, rigoroso, que não dava mole para bandidos, ele foi executado aos 48 anos a mando da organização criminosa que controla presídios.


ERRO CRUCIAL

O ex-governador Geraldo Alckmin ofereceu um presídio de segurança máxima paulista, onde estava o comando do PCC, para receber o traficante Beira-Mar.

SENTENÇA DE MORTE

Rigoroso, o juiz não cedia à pressão para transferir presos da facção e para facilitar a vida de Beira-Mar. Sua morte foi sentenciada.

PRÊMIO E CASTIGO

Presos, os bandidos “Funchal”, “Ferrugem” e “Chocolate” têm pensão vitalícia de R$5 mil da organização criminosa pelo assassinato do juiz.

SILÊNCIO CONSTRANGEDOR

Geraldo Alckmin nunca admitiu o erro de colocar Beira-Mar no mesmo presídio onde estava o comando da facção criminosa.
Coluna Cláudio Humberto

GAIOLAS

Gaiola não é hotel
E por mais que o serviço seja bom
Não existe a liberdade só conseguida nos céus
Que se abram as portinholas
E que seja dado aos casaquinhos de penas
O direito de viver sem limites.


CORRIDA

Corram
Corram crianças
Corram em busca do saber
Senão restará para vocês
Ser apenas mais um zero
No mundo dos nadas.


MESTRE YOKI


-Mestre, quem apoia um bandido como Nicolás Maduro é o quê?
-Tudo pequeno sapo ; verme, rato, infecção, lixo, bosta, menos gente.

MESTRE YOKI



-Mestre, Lula ou Dilma?
-El diablo.

MESTRE YOKI, O BREVE



“Mestre, e o acampamento do MST em Curitiba?  
“Depósito de lixo. “