quarta-feira, 26 de outubro de 2016

PARTIDA


Naquele dia voltando do enterro
Vi a cadeira de papai vazia
Seu Motorádio desligado
O silêncio ao lado da janela onde ele ficava sem reclamar da cegueira
Sempre contando para quem chegasse notícias novas do dia com um grande prazer
Entendo que a vida é mesmo assim
Existem partidas e chegadas
E só o que resta aos que ficam
É fazer da saudade uma bela lembrança.

Amigo é coisa pra se ganhar. Coluna Carlos Brickmann

E onde se guarda um amigo? "No lado esquerdo do peito", ensinam Milton Nascimento e Fernando Brant na esplêndida Canção da América. No mesmo lado do peito em que se guardam as recheadas, generosas, dadivosas (ou, conforme o caso, receptivas e gulosas) carteiras.

O pensamento voou, e ele disse que gostaria de ter um sítio para passar alguns fins de semana. Amigos compraram o sítio e o puseram à sua disposição. Outros amigos o reformaram para receber o ilustre hóspede. Na belíssima área rural, o sinal do celular era fraco. E surgiu, magicamente, uma torre de celular, que outros amigos cuidaram de instalar. Mas por mais belo que seja, um sítio pode tornar-se monótono. E os amigos apareceram com um triplex à beira-mar, com piscina exclusiva, cozinha top e elevador.

O que importa é ouvir a voz do coração, e estender a bênção da amizade aos próximos. Amigos providenciaram o apartamento em que mora o filho, tranquilo, livre de aluguel. Os sócios do garotão, com 50% da empresa, nunca fizeram questão de receber sua parte nos lucros. Num ano, o filho recebeu 100% dos lucros; em outro, 96%; em outro, 62%.

Pois o que importa, entre amigos, não é dinheiro, é ouvir a voz que vem do coração. Amizade gera amizade: só um dos bons amigos multiplicou seu faturamento por nove, em oito anos. Boa parte por baixo de sete chaves.

Alguém pode reclamar quando dizem que seu apelido era "Amigo"?
Todo mundo...

É preciso cortar despesas, diz o presidente Michel Temer aos parlamentares aliados, defendendo em lauto banquete, pago com dinheiro público, uma tese correta: limitar os gastos federais pelos próximos 20 anos. É preciso cortar despesas, diz o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para que os juros possam baixar e a economia volte a crescer.
...menos eu

Mas, antes mesmo que a limitação das despesas federais seja votada, já existe quem defenda economia só para os outros. Na comissão da Câmara sobre reforma política, a primeira proposta trata de um bom aumento de despesas. O tucano mineiro Marcus Pestana quer criar o Fundo de Defesa da Democracia, com verba de R$ 3 bilhões anuais, para bancar as despesas dos partidos com manutenção e campanhas. A verba multiplica por pouco mais de quatro os gastos com o Fundo Partidário e atende a uma ideia originalmente petista, de pagamento de campanhas com dinheiro público.
Me dá um dinheiro aí

O caro eleitor não tem vontade de pagar a conta da campanha de ninguém? Bem-vindo ao clube! A desculpa da nova ordenha é que, sem as doações de pessoas jurídicas, não há dinheiro para as campanhas (o PT acrescenta que doadores privados tendem a beneficiar partidos que lhes retribuirão o favor). Só que não é assim: na rigorosa Alemanha, onde o financiamento de campanhas é exclusivamente público, o primeiro-ministro Helmut Kohl perdeu o posto quando descobriram que reforçava seu caixa eleitoral com doações privadas. Imagine no Brasil.
Um dia frio

Sim, ainda há gente bem-humorada na Capital Federal. Diziam que, se frio na barriga fosse transmissível, Brasília nesses dias seria uma nova Sibéria. Foi aceita a delação premiada de Marcelo Odebrecht e dezenas de seus executivos. Tudo certo, organizado, arquivado nos computadores, com nome de quem entregou e de quem recebeu, quantia, local, horário. Começa a temporada de verificações - e vazamentos, talvez seletivos.
Quem é?

As informações são de O Globo: os executivos da Odebrecht delataram 130 deputados, senadores e ministros; 20 governadores ou ex-governadores. São citados o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha (seu auxiliar mais próximo, da Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Governo) e José Serra (Relações Exteriores); e os ex-poderosos Guido Mantega, Eduardo Cunha e Antônio Palocci.
É vendaval

O caso Pasadena (uma refinaria de petróleo apelidada de Ruivinha, de tão enferrujada) demonstrou que a direção a Petrobras, nos governos Lula-Dilma, não sabia comprar instalações no Exterior - ou, o que é muito pior, sabia, sim. Mas essa falha era compensada: segundo ação popular aceita pela juíza Maria Amélia de Carvalho, da 23ª Vara de Justiça Federal do Rio, a empresa também não sabia vender instalações no Exterior. Diz a ação popular que a venda dos ativos da Petrobras na Argentina à Pampa, no finzinho do Governo Dilma, deu prejuízo de U$ 1 bilhão. No Japão, a Petrobras comprou refinaria em Okinawa, há oito anos, por US$ 350 milhões. Neste ano, Dilma cuidando só do impeachment, a refinaria ficou quase parada desde março. A Petrobras vendeu-a por US$ 129 milhões.

twitter: @CarlosBrickmann

Sérgio da Costa Franco: voto nulo: um protesto inútil

Sérgio da Costa Franco: voto nulo: um protesto inútil
Historiador, procurador de Justiça aposentado
A idade avançada tem inúmeros inconvenientes que me dispenso de enumerar, porque são conhecidos de todos. Mas também oferece a vantagem de trazer-nos à mão uma bagagem de informações e de lembranças que faz muita falta aos mais jovens.
Nas eleições municipais, ainda pendentes de um segundo turno, uma corrente expressiva de opinião, assaltada pelo desencanto, optou pela abstenção ou pelo voto nulo, na crença vã de que tal forma de protesto político pudesse ter milagrosa eficácia. Uma velha experiência nos ensina que as omissões e a abstenção não geram fatos nem produzem quaisquer efeitos, além de umas manchetes na mídia e alguns comentários de colunistas com escassez de assunto. A História, recente ou remota, está recheada de exemplos. A abstenção da oposição venezuelana contra Chávez permitiu que este elegesse uma Assembleia Constituinte quase unânime, que abriu caminho à degradação constitucional e à instalação de uma tirania legislativa que até agora está oprimindo a maioria da população.



Mas a memória me faz recuar ao Brasil de 1970, quando a ditadura militar se tornara escancarada depois do Ato Institucional n° 5, com a supressão dos partidos antigos e a criação de dois novos, "para inglês ver", a fim de simular perante o mundo a sobrevivência da democracia. Entre os que se opunham ao regime militar, o clima era de desespero: pareciam fechados todos os caminhos para o resgate das liberdades e a restauração dos direitos políticos. Alguns optaram pelo caminho, sem volta, da violência armada. Outros — a grande maioria —, optaram pela paciente espera por melhores dias e pelo uso das frestas que o autoritarismo deixara ainda abertas ou esquecera de fechar aos seus opositores. Foi assim que o MDB, recém nascido para exercer a oposição, teve de enfrentar as eleições legislativas de 1970. Uma forte corrente defendia, então, o voto nulo ou branco como instrumento de protesto, mas não alcançou senão 15% dos sufrágios. O suficiente, entretanto, para dar a vitória, no Estado, ao partido oficial, a Arena, que levou Tarso Dutra e Daniel Krieger ao Senado. O pífio protesto da abstenção resultou em vitória da ditadura.


Do blog do Políbio Braga

Milhares vão as ruas na Venezuela para exigir referendo contra Maduro

Manifestantes foram às ruas nesta quarta-feira na Venezuela para exigir a realização de um referendo sobre a deposição do tiranete Nicolás Maduro. A oposição convocou os protestos, chamados de "Tomada da Venezuela", após o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) suspender o processo de coleta de assinaturas para a convocação de um referendo sobre o mandato de Maduro.

Em Caracas, o ato seguia pacífico , ainda que a polícia tenha bloqueado uma avenida que os manifestantes pretendiam percorrer. A manifestação deve acabar na rodovia Francisco Fajardo com discursos de líderes da oposição. Em Cumaná, capital do Estado de Sucre, policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o protesto.

O VELHO EREMITA

O velho eremita queria mudar os homens da sua comunidade. Subiu numa grande árvore e disse que somente desceria de lá quando os homens da sua vila fossem menos astutos e canalhas. Pois a grande árvore morreu e virou petróleo, o velho eremita também. Caso contrário ele ainda estaria lá, espertando pela mudança.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- É ESPANTOSA A SUBSERVIÊNCIA...

... da imprensa tupiniquim a eventos comerciais ianques como o Oscar. Páginas e páginas em nossos jornais, com diagramação de colunas sociais, onde fotos sem sentido algum senão a vaidade dos fotografados são oferecidas ao leitor. O Estadão, que ainda tenho por jornal sério, oferece duas páginas ao festival, com nada menos que 16 fotos repetitivas e estúpidas.

Vou ao El País, da Espanha. Nenhuma linha sobre o festival. Passo no Le Monde e Libération, da França. Nada. Tento o Aftonbladet, da Suécia. Muito menos. Nestes dias, se quisermos nos livrar do lixo hollywoodiano, só buscando a imprensa européia. Bem entendido, não me espantaria que amanhã estejam louvando a farsa de cartas marcadas.

Já o Corriere della Sera, da Itália, rendeu-se ao apelo comercial do cinema americano. Desde jovem, tive por filosofia que filme premiado com o Oscar é filme para não ser visto. Aos leitores contemporâneos, minhas escusas. Mas continuo fiel a meus dias de jovem. Sou mais Cannes, Berlim, Veneza.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007
 

CONSELHEIRO

O álcool é um mau conselheiro, porque só aconselha você a beber mais.

“No Rio rolaram os Jogos Olímpicos. Aqui em casa rolam os Jogos Broxantes.” (Nono Ambrósio)

Você pode ter certeza que está ficando velho quando no cemitério visita muitos amigos.

Meu Casco, Minha Vida é lema de tartaruga.

Continuamos procurando o futuro do Brasil. É mais um desaparecido.

”A velha agora deixou de tomar seu banho diário. Não faltava mais nada, além de chata também fedorenta.” (Nono Ambrósio)

“Já rezei muito. Tenho até calos na língua por causa disso.” (Toninho Extrema-Unção)

“Há gênios para o mal. E burros em abundância para segui-los.” (Mim)

TROMBETINHA

A cada nova eleição eu não sei o que ficar pior: os candidatos ou os eleitores.

PAULINHO, O ENJOADO


Morador da favela do Zulu, Paulinho chega  da escola e pede uma laranja. A mãe:
-Não temos laranja!
-Mamão?
-Não temos!
-Presunto tem?
-Não!
-Mortadela?
-Também não!
-Pão?
-Não!
-Arroz?
-Não!
-Salame?
-Não!
-Bolachas?
-Não!
-Pão seco?
-Neca!
-Não temos nada para comer nesta casa?
-Temos sim! Você é que é enjoado! No forno temos lagosta ao molho branco, bobó de camarão e costeletas de carneiro ao molho de tomate. Na fruteira há tâmaras, damascos, abricós e um pouco de chokecherry. Na despensa há Caviar Almas e outros. Por favor, largue mão de enjoamentos!

PLACA DO DIA- OS ENTENDIDOS

Resultado de imagem para placas de transito erradas

DONA MAYSA

Chico Melancia ouviu falar que Dona Maysa tinha mãos mágicas, curava enfermidades, inclusive psicológicas. A consulta era trinta reais, uma pechincha para quem sofria, pois diziam pelas ruas que era cura na certa. Chico não tinha problemas de saúde, e os familiares estranharam quando ele pediu à irmã que obtivesse uma vaga para ele. No dia e hora aprazado o cliente entrou na sala da quase santa e foi direto com ela: “Dona Maysa, paguei a consulta, porém não tenho nada, meu problema é dinheiro”. Então sacou do bolso um volante da mega e pediu para ela marcar os seis números.

ASSOMBRAÇÃO

“Meus parentes são todos feios. Mas só eu frequento espelhos.” (Assombração)

NOVIDADE

Novidade na praça: Espantalho de horta com a carinha da Dilma. Está dando certo. Não há pardal que não se assuste! (Eriatlov)

MULHER CASADA

“Namorar mulher casada dá uma insônia danada e o sujeito passa a sofrer da síndrome do susto". (Climério)

SPONHOLZ


DIÁRIO DA PERNA GROSSA DE COPACABANA- Os cariocas estão entre o roto e o esfarrapado. O Rio irá continuar sofrendo, seja quem for o novo prefeito.

FRALDAS BOLIVARIANAS EM CHAMAS- Parlamento aprova 'processo político' contra Maduro

O CASSETETE DE AROEIRA- Justiça determina a prisão preventiva de 31 corintianos

GAZETA DA RESPONSABILIDADE- Câmara aprova em segundo turno a PEC do teto

Em vitória de Temer, texto-base da proposta que limita gastos públicos recebeu 359 votos contra 116

“A gratidão quase sempre é trocada pelo interesse próprio”. (Mim)

“O grande erro do errado é achar que está sempre certo”. (Mim)