domingo, 15 de junho de 2014

‘O antídoto Lucinha’, um artigo de Roberto Pompeu de Toledo

Publicado na edição impressa de VEJA
ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
Pensemos na doutora Lúcia Willadino Braga. Ela é um antídoto contra a onda de pessimismo que assola o país. Já, já a doutora Lúcia entrará nesta história. Fiquemos por enquanto com a onda de pessimismo. Em pesquisa divulgada na semana passada, o instituto americano Pew encontrou 72% dos brasileiros insatisfeitos “com as coisas no Brasil hoje”. A situação econômica é ruim para 67%, e 61% acham que sediar a Copa do Mundo foi uma má decisão, “porque tira dinheiro dos serviços públicos”. A presidente Dilma Rousseff ainda é vista favoravelmente por 51% dos entrevistados, mais do que Aécio Neves (27%) e Eduardo Campos (24%), mas ao mesmo tempo seu governo é reprovado nos itens combate à corrupção (86%), combate ao crime (85%), saúde (85%), transporte público (76%), política externa (71%), educação (71%), preparação para a Copa (67%), combate à pobreza (65%) e condução da economia (63%). Dilma é considerada “boa influência” no país por 48% dos entrevistados contra os 84% que assim pensavam de Lula em 2010. (Os resultados estão emhttp://www.pewglobal.org/2014/06/03/brazilian-discontent-ahead-of-world-cup/.)
Copa do Mundo é uma grande festa. A esta altura a euforia deveria estar reinando no país. E o que ocorre? A presidente Dilma já mais de uma vez teve de argumentar que o legado do torneio está garantido, porque os estrangeiros não levarão os estádios e os aeroportos na mala. Com todo o respeito, presidente, é uma pena que não o façam. Teremos de ficar nós mesmos com os estádios de Manaus, de Natal e de Cuiabá. Se os visitantes os levassem com eles, ao preço que custaram, proporcionariam algum alívio a nossas combalidas contas externas. Os aeroportos já seriam mais difíceis de vender. Só um entre os doze da Copa, o de Brasília, estava pronto na semana passada. Os outros apresentavam um festival de tapumes e variados improvisos, quando não um monte de terra e outro de entulho, logo à saída, como o de Cuiabá. E com o de Brasília, a joia da coroa, o que ocorria? Não resistiu à primeira chuva. Na terça-feira, partes alagadas no solo, resultado do entupimento dos bueiros, dialogavam com goteiras no teto. Funcionários de companhias aéreas trabalhavam protegidos por lonas penduradas no teto, para aparar as águas. Não é à toa que o pessimismo seja o sentimento dominante, nesta véspera de Copa.
Para compensar, temos a doutora Lúcia Willadino Braga, a “Lucinha” para quem, como este colunista, tem a sorte de conhecê-la. Lucinha é neurocientista com múltiplas distinções no exterior e diretora da rede Sarah de hospitais do aparelho locomotor. A rede Sarah já é em si um milagre. Fundada pelo médico Aloysio Campos da Paz, hoje seu cirurgião-chefe, consiste num conjunto de hospitais públicos com padrão muitos furos acima do apregoado padrão Fifa. É despudorada demagogia dizer que em vez de estádios deveríamos investir em mais hospitais padrão Sarah, mas, vá lá, sejamos despudorados: deveríamos. Lucinha é outro milagre, para muitos dos pacientes que estiveram aos seus cuidados. Há duas semanas ela foi tema de capa da revista VEJA BRASÍLIA. As repórteres Clara Becker e Lilian Tahan contaram então uma história que começa em maio de 2010, quando a unidade carioca do Sarah foi visitada pela senhora Mozah bint Nasser Al Missned, uma das atuais duas mulheres do sheik do Catar.
A doutora Lúcia está acostumada com tais visitas. Já recebeu a princesa Diana e Michelle Obama, entre outras. Mas essa foi especial. As duas ficaram amigas, passaram a corresponder-se, e um dia veio um convite para a brasileira visitar o Catar. Lucinha aceitou. Partiu em outubro de 2011, claro que em primeira classe da Qatar Airways, e naquele país empenhou-se num ciclo de visitas a instituições médicas e palestras a profissionais de saúde. No fim – surpresa – recebeu uma proposta da amiga sheika: trocar o Brasil pelo Catar. O salário estava mais para Neymar, ou pelo menos para David Luiz, do que para um reles neurocientista. Lucinha não precisou pensar. Disse não. “Tenho um compromisso com a saúde do meu país”, justificou. Logo, se tudo der certo, e especialmente se a seleção brasileira for bem, o pessimismo que assola o país será contrabalançado, ou talvez mesmo substituído, pelo Hino Nacional cantado aos urros, como na Copa das Confederações. Já Lucinha tem compromisso com o país. Não é engraçado?

“O povo é de amargar. Para fazer filhos não querem ajuda,mas para dar de comer aos barrigudos fazem um enorme drama e querem contribuição.” (Eriatlov)

“Em alguns restaurantes servem bifes que só Wolverine conseguiria cortar. Devem ser bois da Arca.”(Mim)

“Sou um ser abençoado. Minha mulher fugiu com outro.” (Chico Melancia)

“Deveriam lançar o programa Bolsa-Guarda o Pinto,paternidade responsável.” (Mim)

“A facilidade já chegou aos miseráveis que andam pelas ruas. Já temos mendigos aceitando esmolas no cartão.” (Mim)

“Em qualquer cidade ou vila deste país os melhores homens você encontrará sempre nos cemitérios.” (Pócrates)

“Os antigos escovavam os dentes com cinzas. Será que algum defunto já serviu de dentifrício?” (Mim)

“Alguns dizem que não tenho humor. Errado. Eu não tenho é o bom, já o mau-humor me sobra.” (Limão)

Fiasquinho- Sem hino das seleções no Beira-Rio- Putz!

Um dos momentos mais esperados das partidas desta Copa do Mundo é a execução dos hinos nacionais. As torcidas e seleções têm seguido a "moda" lançada pelo Brasil na Copa das Confederações em 2013 e têm emocionado ao cantar as músicas a plenos pulmões. Neste domingo, antes do primeiro jogo da França no Mundial, todos esperavam para ouvir a que volume "Les Bleus" ("Os Azuis") entoariam A Marselhesa. Mas não se ouviram "Allons enfants de la Patrie" ("Avante, filhos da Pátria") e os outros versos do hino francês, nem os do hino hondurenho, no Beira-Rio, em Porto Alegre. Aparentemente, uma falha técnica prejudicou o som do estádio colorado.
A quase 3 mil quilômetros dali, em Salvador, os franceses que já estão por lá, onde os Bleus jogarão na próxima rodada (sexta-feira, contra  Suíça), ignoraram a falta de som do Beira-Rio. Diante da TV em um bar, cerca de cem franceses cantaram o hino. 
Revista ÉPOCA

Tempo esgotado

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fazia duras críticas à indicação de Tereza Grossi para a diretoria de fiscalização do Banco Central, quando foi interrompido pelo senador Antônio Carlos Magalhães, o ACM, que presidia a sessão:
- O seu tempo acabou, senador.
Simon foi rápido no gatilho, como sempre:
- Eu excedi nove minutos e 22 segundos, senhor presidente; d. Tereza vai ficar no cargo por quatro anos.
Ela acabaria abatida pelo escândalo dos bancos Marka e Fonte Cidam.
Diário do Poder

RS-Pesquisa com ampliação da vantagem de Ana Amélia seria publicada neste pelo Correio do Povo, mas edição saiu e números não apareceram

Desde o meio da semana, a grande especulação política no RS seria a pequisa de intenções de votos que o Instituto Methodus teria feito para o jornal Correio do Povo, Rádio Guaíba e TV Record, apontando o alargamento da diferença entre os números da senadora Ana Amélia e do governador Tarso Genro.

. Na Assembléia, os deputados de todos os Partidos trabalharam com informações que teriam recebido de fontes confiáveis.

. A publicação estaria garantida para a edição de domingo do jornal, mas ele acabou de circular e nada foi publicado.

. Acontece que o Correio do Povo já foi entregue aos assinantes e nada consta.

. Methodus e Correio do Povo nada quiseram falar sobre o assunto.

. Os rumores na Assembléia davam conta de resultados iguais a 43% para Ana Amélia e 28% para Tarso.

. Nada se confirmou.

. Pesquisas sobre intenções de votos são raridade no RS.

Políbio Braga

Políbio Braga-Cadeiras vazias para ouvir Lula no Piauí


A tão anunciada vinda do ex-presidente Lula ao Piauí não foi como o PT planejava. Aqueles que esperavam que a casa de show Teresina Hall estivesse lotada de petistas e simpatizantes saíram frustrados do evento. O local comporta 5 mil pessoas e só 500 compareceram (CLIQUE AQUI para ver foto e notícia do jornal do Paiuí, hoje, sábado).  Faltou gente e a organização do evento foi obrigada a usar como estratégia pedir que os presentes se levantassem das cadeiras e se "amontoassem" na frente do palco para "disfarçar" o enorme vazio na platéia.

. Lula desembarcou no aeroporto de Teresina Petrônio Portela por volta de 13 horas. Almoçou na companhia dos senadores Ciro Nogueira (PP), Wellington Dias (PT), João Vicente (PTB) do pré-candidato ao Senado, Elmano Ferrer (PTB) e alguns deputados federais e estaduais no próprio aeroporto. Chegou ao evento na Teresina Hall por volta das 13h40, gravou participação na propaganda eleitorais de alguns candidatos da aliança petista e "enrolou'', talvez esperando que mais gente chegasse.
. Desta vez, Lula não conseguiu mobilizar aquela multidão que sempre "arrastava" por suas viagens ao Piauí. Foram poucas as caravanas do interior do Estado e o público presente estava pouco entusiasmado. Para piorar a situação, um grande constrangimento foi causado após o pré-candidato ao Senado, Elmano Ferrer, ter que se retirar do palco após passar mal. Lula foi participar do evento que consolidaria a pré-candidatura de Elmano, após João Vicente Claudino desistir, mais o "Veim" não resistiu à pressão. Com 73 anos, o mal-estar de Elmano levantou dúvidas sobre se ele terá condições de disputar uma campanha tão acirrada quanto a de senador e ainda tendo como adversário o ex-governador Wilson Martins (PSB), conhecido em todo Estado como o "trator". Elmano começou a passar mal durante a fala do senador Wellington Dias e nem conseguiu acompanhar a apresentação de Lula.

- O Diário do Povo de hoje, sábado, conta o número de pessoas que foram ouvir Lula:
O evento era eminentemente político e reuniu cerca de 500 militantes do PT e partidos aliados em clima de campanha, com direito a jingle e bandeiras partidárias. Todos os pré-candidatos da chapa estavam presentes, assim como a militância, principalmente a petista.
CLIQUE AQUI para ler na fonte. 

“Tive trabalhos duros nesta minha vida de feio. Quando eu tinha 14 anos fiquei um ano trabalhando de espantalho num milharal. Nunca vi tanto bicho morrendo de susto.” (Assombração)

“Hoje acordei sem saber quem eu sou. Perguntei pra mulher ao meu lado e ela também não sabe.” (Nono Ambrósio)

Caio Blinder- Pátrias democráticas sem chuteiras

Quem aplaude e quem vaia esta coluna sabe que o Instituto Blinder & Blainder é fã da sacadora Anne Applebaum. Ela é craque. Em recente texto, Anne Applebaum lembra que em quase todas as partes, os vastos gastos exigidos para sediar grandes eventos esportivos- como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos – fazem com que os custos façam gol nos benefícios. A única diferença no Brasil foi a antecipação do lamento.
E com o muro das lamentações erguido e tantos protestos, muitos destrutivos, ao redor do mundo, governos observaram a reação dos brasileiros. E qual é o resultado do jogo? Nos últimos meses, cidades na Alemanha, Suíça, Suécia e Polônia desistiram de suas licitações olímpicas. Na cidade polonesa de Cracóvia, 70% votaram contra a ideia de grandeza em um referendo, apesar do aparente sucesso da futebolística Eurocopa, que a Polônia sediou conjuntamente com a Ucrânia em 2012. Aliás, um esporte de muito sucesso na Ucrânia no momento é tiro ao alvo ou não.
É provável que os restantes concorrentes para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 sejam Pequim e Almaty (cidade do Casaquistão, a terra do nosso querido Borat). São países em que as opiniões dos votantes não são levadas em conta e protestos são tratados com elegância nada olímpica. E países com perfis semelhantes, Rússia (2018) e Catar (2022) irão sediar as próximas copas. No Brasil, há corrupção deslavada, escandalosos atrasos em obras esportivas e acidentes de trabalho. No entanto, Catar dá de goleada e nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia, em fevereiro, sabemos quem levou muito ouro.
Não é fácil para democracias se safarem deste tipo de abuso. Talvez, nossa craque Anne Appleabaum esteja antecipando o final do jogo eleitoral no caso de Dilma Rousseff, mas o seu ponto essencial é que países democráticos serão cada vez mais reticentes para bancar megaeventos esportivos. Depois do Brasil, não haverá copa por oito anos em país democrático. Anne Applebaum pergunta: será a última em democracia?
Eu chuto que não, mas o jogo será menos extravagante.

Vem pro estádio sapinho, vem? Vem que o povo anda louco para te prestar uma homenagem.

Os estádio da Copa serão construídos sem dinheiro público. Quem falou isso? Eu sei quem disse: foi o sapo escondido.

“Algumas atrizes fazem aniversário, mas teimam em não mudar de idade. Conheço uma atriz que há dez anos não sai dos quarenta e nove.” (Eulália)

Do blog do Paulinho- As ofensas a Dilma Rousseff (PT)


por Paulinho
dilma fielzão
Não ficou somente no episódio da abertura da Copa do Mundo as sessões de coros ofensivos a Presidente Dilma Rousseff (PT)
Todos os estádios do Mundial aderiram.
As vaias são pertinentes, justas, até.
Os palavrões, obviamente, excessivos, mas absolutamente compreensíveis, num contexto de indignação popular contra um Governo, representado pela presidente, que tinha discurso puritano, mas se transformou - ou talvez, se revelou - enquanto no poder, em símbolo máximo da corrupção politica nacional.
É equivocado dizer que os que vaiam fazem parte "apenas" de uma elite branca, endinheirada, que teve acesso a assentos caros nos principais estádios do Mundial.
A grande maioria dos que compraram ingressos são trabalhadores que agiram com o ímpeto de realizar um sonho de consumo (assistir a Copa) e apertaram o orçamento para conseguir realizá-lo.
Boa parte com os mesmos hábitos, e dinheiro, dos que sustentam crediários nas principais magazines, único meio, por vezes, de conseguir sobreviver com um pouco mais de conforto.
Sim, os ricos também estavam lá, xingaram, mas não foram os únicos.
Basta observar as reações populares ao ato, tanto nas ruas, quanto nas mídias sociais - que há tempos foram tomadas pela população com menor poder aquisitivo.

“Além de curtir uma lareira, quais os outros divertimentos que existem no inferno? Alguém sabe?” (Climério)

Bom eu nunca fui. Nó máximo sou mais ou menos..

Gazeta da Moleza- GOVERNO DISTRIBUIU ATÉ ABRIL DESTE ANO R$ 8,4 BILHÕES NO BOLSA FAMÍLIA

DIÁRIO DO POSTE QUEBRADO- PT lança hoje candidatura de Padilha, o terceiro poste de Lula

“Não fosse pelos velórios muita gente iria embora deste mundo e ninguém notaria.” (Filosofeno)

Liberdade alada

Gaiola não é hotel.
Por mais que o serviço seja bom, falta o principal:
A liberdade só conseguida nos céus.
Que os homens abram as portinholas e consintam aos pássaros
O direito de viver sem limites.

Miniconto- VELHA ÁRVORE

A pequena folha amarelada foi lentamente caindo. Os outrora braços gigantes da grande árvore são agora pelados gravetos já sem vida. O tronco meio tombado é um velho torto sofrendo da coluna e de aspecto sofrível. Sua casca desbotada perdeu o brilho e quebradiça se atira ao chão. Quem encontrava abrigo sob sua imensidão copada está hoje a mercê do tempo.Assim como ela, também estou aguardando pelo grande finale.Penso nos dias que ainda faltam para passar neste asilo miserável,que é lugar de solidão e devastador desespero.

“Em vez de históricos, Maduro e Lula são personagens histriônicos.” (Mim)

Alô, Obama

dilma
Dilma: mais de 40 contas de e-mail
Em novembro, na esteira das revelações sobre operações de espionagem dos EUA no Brasil, o governo Dilma adotou um novo sistema de e-mails, o V3, criado pelo Serpro especialmente para comunicações entre integrantes de órgãos federais.
Em tese, seria à prova de espionagem. Só que sete meses depois, o tal V3 não pegou: como é lento e tem problemas ao anexar documentos, boa parte dos ministros não o utiliza. Assim como Dilma.
A propósito, por questões de segurança, Dilma Rousseff tem (e usa) cerca de 40 contas de e-mails.
Por Lauro Jardim

“A hipocrisia é essencial ao convívio social. Você não diz para uma mãe que o bebê dela é feio. Pois para a minha mãezinha disseram!” (Assombração)

“A felicidade é compreender a vida, viver em paz e ser livre o possível.” (Filosofeno)

“A escuridão em si não me assusta, mas sim o que posso encontrar dentro dela.” (Mim)

A tempestade perfeita sem ajuda externa

ROLF KUNTZ - O ESTADO DE S.PAULO
14 Junho 2014 | 02h 04

Não subestimem o governo. A presidente e sua turma são capazes de criar por sua conta, sem ajuda estrangeira, a tempestade perfeita prevista no fim do ano passado por alguns economistas. A perfeição viria com a mudança da política monetária americana, até então muito folgada, e o consequente aperto do mercado financeiro internacional. Lá fora o dinheiro já encareceu e os donos do capital ficaram mais cautelosos, mas os danos causados pela mudança política do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, foram até agora muito limitados e absorvidos sem dificuldade especial. Enquanto isso, a economia brasileira continuou piorando. Foi mal no primeiro trimestre, com expansão de apenas 0,2%, e permanece estagnada no segundo. Tanto dados oficiais quanto do setor privado confirmam a deterioração. Na sexta-feira o Banco Central atualizou seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br): aumentou só 0,12% de março para abril e ficou 0,67% abaixo do anotado um ano antes. A média dos primeiros quatro meses foi 0,79% inferior à de janeiro a abril de 2013.
Se a tendência se mantiver, a expansão acumulada em 12 meses, 2,19%, será corroída. Para este ano as previsões do mercado financeiro e das consultorias têm caído e estão na vizinhança de 1,5%. Se mantiver o rumo, o governo poderá produzir um resultado tão ruim quanto esse ou, talvez, até pior.
Por enquanto, o caminho da perfeição está bem definido, mesmo sem a contribuição de problemas no mercado financeiro internacional.
O investimento recuou no primeiro trimestre e, se depender da confiança do setor privado, continuará diminuindo nos próximos meses. O consumo, alvo principal da política econômica desde a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, perde impulso. O gasto público ainda se expande e o balanço das contas públicas, no fim do ano, deverá novamente mostrar um quadro fiscal precário. Nada autoriza, até agora, a expectativa de um surto de austeridade e competência no manejo do Orçamento federal.
Do lado externo o quadro continua sombrio. As exportações permanecem fracas. De janeiro até a primeira semana de junho, a receita do comércio exterior, US$ 95,39 bilhões, foi 2,4% menor que a de igual período de 2013, pela média dos dias úteis. Só a redução das importações, 3,2% menores que as de um ano antes, impediu até agora um resultado pior que o déficit de US$ 4,13 bilhões acumulado em cinco meses e uma semana.
O investimento global no primeiro trimestre ficou em 17,7% do produto interno bruto (PIB), por causa da insegurança do setor privado e da incapacidade gerencial do governo. A meta de investir 24% do PIB e chegar mais perto do padrão de outras economias em desenvolvimento parece cada vez mais distante.
Quanto a esse ponto, o resultado do segundo trimestre dificilmente será muito melhor que o do primeiro, se depender do setor privado. Segundo sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada na sexta-feira, 31% das empresas consultadas informaram ter investido mais que nos 12 meses anteriores e 24% indicaram ter investido menos. As proporções eram 37% e 18% no trimestre anterior. Os dados também apontam desaceleração nos próximos 12 meses. As empresas com planos de maior investimento diminuíram de 34% para 30%, enquanto passaram de 16% para 21% as indicações de menor investimento à frente.
Os investimentos sob responsabilidade do setor público devem continuar avançando com muita lentidão, como tem ocorrido há vários anos. As dificuldades são reconhecidas implicitamente pelo próprio governo, ao prometer maiores facilidades para atrair empresas privadas para os leilões de infraestrutura. Bancos federais anunciaram há poucos dias a disposição de financiar até 70% das obras e adiantar até 30% do dinheiro necessário. Os empréstimos, com custo equivalente a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 2% e prazo total de até 25 anos com 5 de carência, serão obviamente subsidiados. Em suma, o Tesouro precisa pôr muito dinheiro para conseguir a participação do capital privado, porque as demais condições impostas pelo governo são pouco atraentes.
"Estamos escrevendo uma nova história de infraestrutura no Brasil", disse ainda na sexta-feira o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli. A declaração é parecida com as bravatas habituais da presidente Dilma Rousseff e de sua equipe, mas as palavras vieram acompanhadas de uma referência ao aprendizado necessário: "A lição de casa inclui juros, garantias e questões regulatórias". Falta verificar se a lição resultará em mais pragmatismo e menos preconceito na definição de todos esses requisitos.
Os dados do varejo também apontam um enfraquecimento do consumo, embora a demanda continue suficiente, até agora, para alimentar uma inflação bem acima da meta de 4,5% e muito alta pelos padrões internacionais. A política de crescimento baseado nos estímulos ao consumo - desonerações fiscais, crédito farto e elevação da renda familiar - está esgotada. Todos esses estímulos são importantes e têm melhorado o padrão de vida de milhões de pessoas, mas só podem funcionar quando acompanhados do aumento da oferta. A indústria depende de mais investimentos para produzir mais e acompanhar a demanda interna. Sem isso o resultado é inflação, atenuada, até certo ponto, pela oferta de bens importados. Também para isso há um limite.
A presidente e seus assessores deveriam examinar mais atentamente a expressão "produto interno bruto". A palavra mais importante é "produto". O estímulo ao consumo pode provocar o aumento da oferta durante algum tempo, mas a resposta se esgota quando faltam outras condições. No Brasil, o esgotamento já ocorreu. Falta o governo perceber e aceitar esse fato.
JORNALISTA

QUE SEJA ETERNO ENQUANTO DURE- “Juntos sim meu amor, até o cancelamento dos cartões.” (Eulália)

E não é?- “A corrupção é um vírus que viaja pelo Brasil.” (Mim)

Janer Cristaldo-CIENTISTA FAZ O MELHOR GOL CONTRA DA COPA

Se meu time dileto, o da Croácia – não porque seja dileto, mas porque jogava contra o Brasil – me decepcionou na quinta-feira, pelo menos o dia me reservou uma alegria, o rotundo fracasso da demonstração do exoesqueleto, o “científico” achado deste senhor sedento de Nobel e publicidade, Miguel Nicolelis, que faria paraplégicos recuperarem movimentos a partir de impulsos elétricos comandados pelo cérebro. Em vez de apresentar seu trabalho em uma revista científica ou ante um colegiado de pares, preferiu os holofotes de nada menos que a Copa do Mundo.

"A idéia é que a gente possa demonstrar a habilidade de um paciente paraplégico, e com lesão medular severa, se levantar de uma cadeira de rodas usando a atividade cerebral para controlar o exoesqueleto, caminhar até o centro do campo recebendo todo o feedback tátil desses passos, e finalmente chutar a bola para inaugurar a Copa do Mundo" - disse o cientista. 

O experimento foi um fracasso. E exposição também, para felicidade de Nicolelis. Viu-se por pouco mais de um segundo um hipotético chute de um paraplégico, um vago movimento de pé e a bola já rolando. Mais a cobaia, um deficiente encaixotado em um monstrengo de 70 quilos, e ainda apoiado por duas pessoas. "O paraplégico não ficou em pé sozinho, não andou, não chutou. Foi tudo muito diferente do que havíamos visto nos vídeos ou nas animações divulgadas pela equipe do Andar de Novo", diz Alberto Cliquet Júnior, professor titular do departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unicamp e de Engenharia Elétrica na Universidade de São Paulo (USP). 

Será que chutou? Ou seu chute terá tido um empurrãozinho nada científico? Algo como chutar a bola contra as pernas do adversário para provocar escanteio? Seja como for, o que se sabe é que a grande descoberta custou ao Erário 33 milhões de reais. Isto é, quem pagou aquele chute, tão verdadeiro como uísque paraguaio, foi o meu, o teu, o nosso dinheirinho. Como também a Copa, diga-se de passagem. A semana foi de vitória – roubada – do Brasil e derrota dos brasileiros.

Nicolelis não escondeu a decepção pelo curto espaço de divulgação do seu exoesqueleto, durante a festa no Itaquerão, hoje - sabe-se lá por quê - chamado arena. E passou a bola para a Fifa:

- A Fifa deveria responder pela edição das imagens que impediu q a demonstração fosse transmitida na integra. Responsabilidade é toda dela - declarou Nicolelis no Twitter, satisfeito pela conclusão de todo o experimento - O que foi prometido, foi entregue. Depois de 17 meses de trabalho insano, a missão foi cumprida integralmente.

O escroque deveria dar graças aos deuses. Apresentar uma experiência científica a um público televisivo é o mesmo que fazer uma palestra sobre o arco-íris a uma platéia de cegos. Se sinais cerebrais se transformaram em impulsos elétricos, ninguém sabe, ninguém viu. O que escassamente se viu – se é que alguém viu, foi uma geringoça de 70 quilos, amparada por duas pessoas, na qual foi encaixado um deficiente físico. 

Mobilidade nenhuma, autonomia zero. Nada foi entregue, e se entregue tivesse sido, teria sido entregue ao público errado. Algo semelhante ao que ocorre com outro grande enganador do mundo científico, sempre caitituado pela mídia.

Sem nada entender de Física, sempre vi Stephen Hawkings como uma espécie de vigarista talentoso. Explico. Há muito anos, o vi dando uma entrevista em sua cadeira cheia de recursos tecnológicos. Com o dedo, única parte do corpo que podia mover, o físico digitava as respostas e um processador transformava o texto em voz. Só havia um problema, para processar uma frase eram necessários longos minutos, muito mais que o tempo exigido para digitar.

Pergunta-se: por que a enfermeira que o acompanhava não lia o texto? Seria bem mais prático e mais rápido. Sua postura era de uma arrogância tecnológica semelhante a do perseguidor brasileiro do Nobel. Hawking foi o criador da teoria dos buracos negros, que durante décadas – e até agora – seduz físicos e astrônomos do mundo todo. O cientista britânico tornou pública sua teoria em 1974.

Nada entendo de física ou de buracos negros. Quem atesta a vigarice de Hawking é o próprio Hawking. Em entrevista recente para a revista científica Nature, acabou por retratar-se. "Não existem buracos negros" - disse. 

A declaração tenta colocar um ponto final em uma discussão que se arrasta há décadas – diz a revista - e que, em última instância, está na base de um dos principais desafios da Física: unificar a Teoria da Relatividade (que explica o mundo macroscópico) com a Mecânica Quântica (que explica o mundo microscópico).

A idéia de buraco negro - um objeto cosmológico resultante do colapso de uma estrela, cuja massa gigantesca (que pode ser milhões de vezes maior que o Sol) é condensada em um único ponto, com tamanha força gravitacional que suga tudo o que está a sua volta, até mesmo a luz -- vem do início do século 20.

Pergunta que se impõe: como ficam os institutos e autoridades científicas que publicaram centenas de fotos de algo que não existe, os buracos negros? Silêncio sepulcral. Mas continuam surgindo todos os dias, na imprensa, simulações de buracos negros devorando estrelas.

Ora, por que um elefante branco de 33 milhões de reais, que exige amparo humano, quando existe um atalho bem mais singelo, prático e barato, a cadeira de rodas? Que custa de 500 reais a 15 mil reais, se for motorizada. E exige apenas um – ou nenhum - auxiliar? Ninguém precisa ser neurocientista para responder a esta pergunta.

A estrovenga do nobelizável tupiniquim me lembra conto que li quando jovem, sobre pesquisadores que queriam criar uma laranja e acabaram chegando à conclusão que plantar uma laranjeira era bem mais fácil e eficaz. 

Assim como Marcelo, Nicolelis fez gol contra si mesmo e contra seu time de pesquisadores. Para benefício da ciência e de todo cientista honesto.

Eu tinha 12 anos quando meu pai comprou nossa primeira geladeira. Fiquei três dias chupando gelo, foi de murchar os beiços.

“Fui educado pelo olhar e pela cinta do meu pai.” (Pócrates)

"A grande felicidade das tartarugas consiste em não precisar do Minha Casa, Minha Vida." (Mim)

Meus antigos blogs foram para o caixão. Vamos agora neste novo espaço.

Faleceram o malditodesbocado,  guampanews,palavra-final e o chapecoaqui. Arre!