segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

O PORRE DA DULCE BEATA

A Dulce beata
Tomou um porre na quermesse
E ouve lá quem dissesse que era paixão por um sacerdote
Por sinal um rapazote
A Dulce com o porre foi ficando de língua solta
E jogou para cima suas ferramentas orais
Derrubou na igreja flores e castiçais
E acabou até ofendendo um compadre
E no larga e segura
Tirou sua calcinha
E foi se sentar no colo do padre.

EVOLUÇÃO

“A evolução não cessa nunca. Dentro de alguns milhões de anos até as lesmas terão suas plantações de alface.” 

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- terça-feira, maio 30, 2006 NOTÍCIAS DA IDADE MÉDIA

Era uma bela tarde do ano da graça de 1385. Sua Santidade o papa Urbano VI passeava inquieto pelos jardins do castelo de Nocera, na Itália. Por mais que aguçasse os ouvidos, não ouvia a música que gostaria de ouvir.

Naquele ano, seis cardeais foram acusados de conspirar contra Sua Santidade. Que, incontinenti, os jogou numa cisterna do castelo em que habitava. A cisterna era tão estreita que o cardeal di Sangro, grande e corpulento, não podia nem mesmo se espichar. Foram aplicados a estes infortunados todos os métodos postos em honra pela Inquisição.

Quando se tratou do cardeal de Veneza, Sua Santidade confiou o trabalho sujo a um antigo pirata, que ele havia nomeado prior da Ordem de São João, na Sicília, com a ordem de aplicar a tortura à vítima até que o papa ouvisse seus berros. O suplício durou desde a manhã até a hora da janta. Durante este tempo, Sua Santidade passeava no jardim, sobre a janela da câmara de tortura, lendo seu breviário em alta voz, de maneira que o som de sua voz lembrasse ao executor as ordens que ele lhe havia dado. Mas foi em vão que o pirata apelou aos recursos da polé e do cavalete. Embora a vítima fosse idosa e enferma, só foi possível extrair dela um único grito: "Cristo sofreu por nós".

SETENTA

Os certinhos não se cansam
A carne não é boa coisa
O sal nos mata
O açúcar nos mata
O carboidrato nos mata
O ar está impuro
A água contaminada
Não sei como ainda estou vivo
Descontado todo exagero
Não viverei para sempre
Deixem-me viver setenta
Tendo alguns momentos de prazer.

GARIMPEIRO URBANO

Ainda o sol não nasceu
Sopra um vento gelado pelas ruas da cidade vazia
Um solitário de casaco puído e sujo caminha de olhos  no chão
Mãos trêmulas nos bolsos
Lábios rachados e  boca seca
Procurando pequenos alentos nas calçadas e sarjetas
Pois é um garimpeiro urbano
Um garimpeiro de moedas perdidas.

CHEIRO DE PORCO


“Meu bisavô quando na escola foi abraçado por Stálin. Morreu aos 78 anos e ainda não havia conseguido tirar da pele o cheiro do porco.” (Eriatlov)