sexta-feira, 24 de novembro de 2017

MIM


“Nenhum adulto foi completamente feliz na sua infância se não comeu ovo cozido meio mole na casca, paçoquinha de amendoim, sorvete seco, maria-mole e picolé de água nos domingos normais e Skimó no aniversário.” (Mim)

LEÃO BOB


“Precisamos evoluir. Quem sabe ainda teremos açougues nas savanas?” (Leão Bob)

CLIMÉRIO


“Na quarta-série primária fui considerado o melhor aluno da classe. Então imagine só que raça.” (Climério)

SIMPLIFIQUE

O que é a vida senão dor e riso?
Sonhos são destruídos
No sopro das horas
É o simplificar das coisas
Que dá ao ser o tempo necessário
Para valorizar aquilo que é de fato importante.



VIDA

A vida é mesmo um flash
E muitas vezes não nos damos conta disso
Ontem menino descalço correndo
Hoje homem vivido aos poucos morrendo
Parece que o tempo não passou
Foi ontem
Pois mesmo um centenário que é para poucos
É um trem bala japonês sem escalas
Tive momentos ruins
Porém muito mais momentos de alegria
Que sempre causam nostalgia
Neste coração agradecido
Penso que a vida não se explica
A vida apenas é
E assim como veio também se vai
Querendo ou não querendo o teimoso
O importante é somar prós e contras
E deixar este mundo com a conta das bondades no positivo.

INQUIETUDE


Mar
Campo
Serra
Floresta
Cerrado
Deserto
Cidade grande
Cidade pequena
Vila
A verdade é que nenhum lugar é bom
Quando não se está em paz.

PÓCRATES


“O inferno eterno é uma impossibilidade. A madeira e o gás são finitos.” (Pócrates)

FILOSOFENO


“O ser que espera suas graças apenas do céu sem dispender trabalho para pensar e também não agir para mudar algo que não lhe agrada, receberá do céu diretamente na sua caixa craniana o diploma de tonto.” (Filosofeno)

GOVERNO COM TV


“O Pedro Cardoso é apenas mais um que defende chupim estatista. Governo não tem ser dono de canal de TV; é só cabide e tretas.” (Eriatlov)

ERIATLOV

“Fechem logo essa TV BRASIL. O povo sofrido agradece.” (Eriatlov)

OBCECADO PELA REALIDADE



Um proprietário de navios estava prestes a mandar para o mar um navio de emigrantes. Ele sabia que o navio estava velho, e nem fora muito bem construído; que vira muitos mares e climas, e com frequência necessitara de reparos. Dívidas de que possivelmente não estivesse em condições de navegar lhe haviam sido sugeridas. Essas dúvidas lhe oprimiam a mente e o deixavam infeliz. Ele chegou a pensar que o navio talvez tivesse de ser totalmente examinado e reequipado, ainda que isso lhe custasse grandes despesas. No entanto, antes que a embarcação partisse, conseguiu superar essas reflexões melancólicas. Disse para si mesmo que o navio passara por muitas viagens e resistira a muitas tempestades em segurança, que era infundado supor que não voltaria a salvo também dessa viagem. Ele confiaria na Providência, que não podia deixar de proteger todas essas famílias infelizes que estavam abandonando a sua terra natal em busca de dias melhores em outro lugar. Tiraria de sua cabeça todas as suspeitas mesquinhas sobre a honestidade dos construtores e empreiteiros. Dessa forma, ele adquiriu uma convicção sincera e confortável de que o seu navio era totalmente seguro e capaz de resistir s intempéries; assistiu a sua partida de coração leve e cheio de votos bondosos para o sucesso dos exilados naquele que seria o seu estranho novo lar; e embolsou o dinheiro do seguro, quando o navio afundou no meio do oceano, sem contar histórias a ninguém.

O que devemos dizer desse homem? Sem dúvida, o seguinte: que ele foi de fato culpado da morte desses homens. Admitisse que ele acreditasse sinceramente nas boas condições de seu navio; mas a sinceridade de sua convicção não o ajuda de modo algum, porque ele não tinha o direito de acreditar na evidência que estava diante de si. Não adquirira a sua opinião conquistando-a honestamente pela investigação paciente, mas reprimindo as suas dúvidas...





William K. Clifford, The ethics of belief (1874)

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- domingo, julho 31, 2011 ERVA CONTRA ERVA

São Paulo, que é conhecida como a capital do medo e da gastronomia, ainda vai se tornar a capital das marchas. Um dia marcham os evangélicos por Jesus e contra os gays, outro dia marcham gays e simpatizantes com Jesus e contra a homofobia. Aliás, na última parada gay, o Cristo foi entronizado como o patrono da bicharada. Já os evangélicos brandem o velho Jeová, para quem bicha só matando. Claro que cada marcha quer o maior Ibope. A Marcha para Jesus, na zona norte da cidade, segundo seus organizadores teria reunido cinco milhões de marchantes. Para a polícia foi apenas um milhão. A Parada Gay, na Paulista, teria reunido quatro milhões. Quando se sabe que a avenida comporta apenas 500 mil pessoas.

Já houve também a marcha pela liberação da maconha, marcha redundante, já que a maconha desde há muito está liberada. Que se libere então o tráfico, este sim proibido. Proibido mas tolerado. Em fins de semana, é mais fácil encontrar cannabis do que uma aspirina. Mas esta bandeira, que seria a bandeira coerente, ninguém ousa empunhar. Para começar, os traficantes não a endossam. A tal de marcha da maconha reuniu alguns maconheiros em algumas capitais do país e só serviu – como só servem as marchas – para atrapalhar o tráfego.

Aqui, ao lado de onde moro, já houve até marcha contra moradores do bairro que eram contra a construção de uma estação de metrô na Angélica. Era uma marcha contra os contra. Seus organizadores prometiam mais de 50 mil marchantes. Foram 700, segundo a polícia. Eu, que por acaso passei pela manifestação, quando se reunia em frente ao shopping Higienópolis, diria que não foram mais de 300.

Ontem, na avenida dileta dos marchantes, mais uma marcha saiu em marcha, organizada pelo Movimento Nacional Contra a Liberação da Maconha, que pretendia reunir 100 mil pessoas na Paulista. A bandeira parece não ser muito popular. Reuniu apenas 800 gatos pingados. O líder da manifestação, autodenominado xamã Gideon dos Lakotas, propunha a seguinte pergunta: "Você daria maconha ao seu filho?"

Pergunta besta, afinal são os pais que dão maconha aos filhos. O usuário de maconha é geralmente jovem e raramente tem independência econômica. A erva é normalmente paga com a mesada. Algum pai ignora que quando o filho vai a uma rave ou show de rock está na verdade indo a um banquete de drogas? Ingenuidade tem limite.

O líder da marcha contra a maconha pertence à Família Espiritual do Céu Nossa Senhora da Conceição. Segundo a entidade – leio nos jornais - "o povo brasileiro sabe que a maconha não deve ser liberada". O movimento, diz a carta, surgiu por iniciativa de um grupo de amigos e começou a ser divulgado em escolas, universidades, movimentos sociais, ONGs, além "de irmãos de fé das mais diferentes crenças e religiões".

De acordo com os organizadores, Gideon é um escritor que dá cursos e ensinamentos religiosos. O grupo, criado em Minas Gerais, se autodenomina uma obra de caridade sem fins lucrativos, dedicada ao aperfeiçoamento espiritual do ser humano. "Não queremos uma nação de drogados e viciados", diz a carta do movimento.

Vamos ao que os jornais não contam. Que é um céu? Céus é como se denominam os templos dessa seita ridícula que surgiu no Brasil, o Santo Daime. É um culto sem pé nem cabeça, criado por um seringueiro da Amazônia, cujas cerimônias consistem na ingestão da ayahuasca, beberagem feita de um cipó, que produz vômitos e diarréias, as chamadas “peias”. A nova empulhação cultua o Cristo, a Virgem... e a floresta amazônica, ecologia oblige. Pelo jeito, as tais de peias não eram muito convincentes a ponto de por si só arrebanhar acólitos. O Santo Daime então adaptou-se.

Assumiu inclusive elementos de hinduísmo, umbanda e hare krishna. Deus para todos os gostos. Aqui pertinho de São Paulo, em Nazaré Paulista, a escola espiritual tem dois gurus, um tal de Sri Prem Baba, o mestre da cerimônia, que pelo jeito é tupiniquim com nome indiano para melhor enganar. Mais o guru Sri Hans Raj Maharaji, que vive na Índia, mas já apita no Santo Daime. Mais o sedizente mestre Raimundo Irineu Serra, seringueiro brasileiro neto de escravos, que morreu em 1971, e teria sido o fundador da doutrina do chá de cipó.

Já tem até budista e hare krishna tomando chá de cipó. Para a monja tibetana Ani Sherab, o chá "oferece mais clareza para expressar e reconhecer a verdade. Com o daime, recebo muitas bênçãos e ensinamentos dos budas". Líderes das comunidade hare krishna desaprovam o daime, mas não negam que alguns membros consumam o chá. Para o professor de português Pandita, 51, Krishna se revela de formas diferentes. "O daime pode ser uma delas".

Nas cerimônias – relatava a Folha de São Paulo em 2007 – manifesta-se a salada toda. O altar é de Ganesh, deus hindu do sucesso. O som oriental de cítaras é substituído por maracás indígenas e mantras em sânscrito se sucedem a hinos em português. Não faltam sequer as entidades de umbanda. Segundo a mãe-de-santo Maria Natalina, "a ayahuasca proporciona sensibilidade maior. É um instrumento de contato superior com os orixás".

Na zona sul de São Paulo – segundo a reportagem – no Centro Espírita Sete Pedreiras, a miscigenação de crenças se repete, com orixás da umbanda, santos católicos e retratos de daimistas posicionados em lugares estratégicos do terreiro. A fusão resulta na umbandaime, que promove a mistura entre a doutrina do daime com a religião afro-brasileira. Para o antropólogo Edward MacRae, da Universidade Federal da Bahia, assim como outras religiões o Santo Daime também tem a propriedade de aglutinar elementos de outras crenças, como umbanda, traços indígenas, cristãos, afro e esotéricos, ocidentais ou orientais. Mais um pouco de criatividade vocabular e teremos o catodaime, o krishnadaime, o budidaime. O fenômeno já existe, só falta batizá-lo.

São estes sorvedores de xaropes eméticos que promovem a tal de marcha contra a maconha. No site oficial do Céu de Nossa Senhora da Conceição, você encontra o “patriarca Gideon e a matriarca Genecilda, fundadores desta obra na terra”, encimados pela imagem do Cristo, “mestre desta obra”. O site traz a história do xamã e sua batalha pela defesa da sagrada ayahuasca.

Cristo é polivalente. De Deus encarnado, virou patrono das bichas e garoto-propaganda de um caldo enauseante que provoca vômitos e diarréias.

A UTOPIA DOS MEDÍOCRES

Mentes anacrônicas do pensamento único
Fazem seus seguidores no rebanho dos ingênuos
Que será da criatividade
Da liberdade
No cinza deprimente da igualdade asnal coletiva?

DOS IMPOSTOS

Fosse feito bom uso dos impostos que pago
Pouca reclamação faria
Mas sinto que me roubam todos os dias
No país da impostolatria
E não se ouve um murmúrio
De que irão acabar com esta farra
Entra um sai dois
Na aldeia e na federal
E digo que é preciso muita cara-de-pau
Para dizer-se feliz sendo governado por este bando de lalaus.

CAVERNOSOS

Tantas coisas boas
O homem com sua evolução e inteligência construiu
Aprimorou a convivência e a tolerância
E inumeráveis maravilhas mais
Porém ao ler algumas notícias do dia
Daquilo que no mundo atualmente ocorre
Pergunto para o meu cão:
Retornamos às trevas?

CHEGARÁ O DIA

Podemos fugir por um tempo
Dar desculpas esfarrapadas
Mas do confronto interno
Não há como escapar
Chegará o dia
De ouvir o nosso eu
Encarar as nossas falhas
E saber que justificativas talvez possam consolar
Mas não resolverão os nossos problemas.

MESTRE YOKI

“Mestre, quem cunhou a expressão:  O BRASIL É O PAÍS DO FUTURO.”
“Pedro Cabral.”

MESTRE YOKI

“Mestre, o senhor acredita em reencarnação?”
“Nem morto.”

LEÃO BOB


“Na semana passada devorei um político brasileiro. A moral é ruim, mas a carne é muito boa.” (Leão Bob)

JOSEFINA PRESTES


“A vida no convento foi para mim pura desilusão. Não tinha nem mesmo um padre para me oferecer balas de menta”.(Josefina Prestes)

FOFUCHO


“Acordar com o cheirinho de salame frito. Não tem preço”. (Fofucho)