terça-feira, 6 de dezembro de 2016

“Bruxas? Antes da Dilma a única bruxa que conheci foi minha primeira namorada.” (Climério)
“Bons vizinhos podem ser encontrados nos cemitérios. Respeitadores e silenciosos. Um luxo!” (Climério)
“Uma esposa ou marido nunca vem só. Sogra é um acessório obrigatório.” (Climério)

CHICO MELANCIA

Um dia meu pai disse: “Filho meu não entra mais em casa sem ter a Carteira Profissional assinada.”

-Pois assinei e carimbei com salário de dois mil por mês. Função: contra-regra de necrotério. O pai gostou.
-----------------------------------------------------------------------------------------
Meu pai quis então saber o que fazia um contra-regra de necrotério. Disse para ele que minha função era fazer barulho para deixar os mortos bem acordados antes do sepultamento. (Chico Melancia)

MIM

“O tempo passa e até relógio fica velho.” (Mim)

 “Detesto gente que fica sentado sobre o muro. Esses eu derrubo primeiro." (Mim)

“Não dá para ficar só reclamando da vida. Já perdi e também já achei dinheiro.” (Mim)

 “Nem todos os parentes são chatos. Mas é garantia morar bem longe.” (Mim)

QUE FAÇA TUDO

Desde que ele era jovem,  Madalena, mãe de José, dizia: “Quando for para casar, arrume uma mulher prendada, que saiba fazer de tudo, de tudo!.” A vida foi passando e José procurando a tal mulher para ser sua companheira, sempre se lembrando dos conselhos da mãe. A verdade que falar é fácil, encontrar tal mulher muito difícil. Foram várias e nada. Pois José já tinha completado quarenta anos na solteirice quando na boate da Iracema Vesga conheceu Maricota Perna-Grossa, a dita cuja que sabia fazer de tudo e mais um pouco, mas não exatamente o tudo que pensava sua sogra. E quem pensava que não daria, enganou-se, pois deu casamento na igreja, de véu e grinalda, Iracema Vesga de madrinha, Madalena bicuda e o putedo de folga comemorando o casamento da colega.
“Sobre muros navegam os oportunistas e os sem coragem.” (Mim)

SEM MISTÉRIO

Se sua casa tem fantasmas escondidos
Não existe mistério
Basta agir       
Casas abertas
Cores não agressivas
Muita luz e ventilação
Atraem bons fluidos
E colocam para correr assombrações.
“Já disse para meu filho que dificilmente conseguirei uma Petrobras só para ele. Mas um sindicato para mamar pelo resto de sua vida é bem viável.” (Deputado Arnaldo Comissão)
“Procure evitar ambientes onde se reúnem muitos imbecis, caso não queira ter momentos de extrema irritação.” (Filosofeno)

DO BAU DO JANER- domingo, abril 27, 2008 O PARADOXO DE EASTERLIN

De repente, surgem teorias exóticas na imprensa. A última, a encontrei no Invertia, do portal Terra. É que dinheiro traz felicidade. Aparentemente, foram necessários alguns milênios para que os pensadores chegassem a esta brilhante descoberta. Segundo a notícia, depois da Segunda Guerra Mundial, a economia japonesa passou por uma das maiores expansões que o mundo já viu. Entre 1950 e 1970, a produção econômica per capita cresceu em mais de 700%. O Japão, em apenas algumas décadas, se transformou de nação devastada pela guerra em um dos mais ricos países do planeta. No entanto, estranhamente, os cidadãos japoneses não pareciam estar mais satisfeitos com as suas vidas. Uma pesquisa apontava que a porcentagem de pessoas que respondeu da maneira mais positiva possível quanto ao seu grau de satisfação pessoal caiu, no país, entre o final dos anos 50 e o começo dos 70. Os japoneses enriqueceram, mas aparentemente não se tornaram mais felizes. 

Daí surgiu o chamado Paradoxo de Easterlin. Em 1974, Richard Easterlin, economista que então lecionava na Universidade da Pensilvânia, publicou um estudo no qual argumentava que o crescimento econômico não necessariamente propiciava mais satisfação. As pessoas de países pobres, e isso não deve causar surpresa, se tornavam mais felizes quando passavam a ser capazes de arcar com o custo dos produtos cotidianos. Mas ganhos adicionais pareciam simplesmente redefinir os parâmetros. Para expressar a questão em termos cotidianos, ter um iPod não torna uma pessoa mais feliz, porque, quando ela o tem, passa a desejar um iPod Touch. A renda relativa - os ganhos de uma pessoa em comparação com os de pessoas que a cercam - importa bem mais que a renda absoluta, escreveu Easterlin.

Este paradoxo apontava para um instinto quase espiritual dos seres humanos de acreditar que o dinheiro não pode comprar felicidade. Na semana passada, na Brookings Institution, em Washington, dois jovens economistas, Betsey Stevenson e Justin Wolfers, concluíram - ó gênio! - que dinheiro tende a trazer felicidade, mesmo que não a garanta. A renda faria diferença. Após pesquisas conduzidas em todo o mundo, o instituto Gallup descobriu que o índice de satisfação é mais elevado nos países mais ricos. Os residentes desses países parecem compreender que vivem bastante bem, mesmo que não tenham um iPod Touch.

Essa agora! Pesquisar no mundo todo para concluir que ter dinheiro é bom. Em meus dias de jovem, a última coisa que me preocupava em minha vida era dinheiro. Sem conhecer mundo, minhas necessidades eram poucas. Tendo o de comer e o de beber, mais o carinho de uma mulher, a vida estava plena. Nos anos de universidade, vivi em pequenas kitchenetes e entre aquelas estreitas quatro paredes fazia minha vida. Não me queixo. Foi bom.

Mas a vida avança e o mundo se mostra maior do que imaginamos. Se você quer ficar em sua aldeia, tudo bem. O dinheiro não faz muita falta. Começa a fazer falta quando você sai da aldeia e descobre como é bom sair da aldeia. Em minha primeira viagem, no início dos 70, fiz a Europa de sul a norte e de leste a oeste. Sempre me hospedando precariamente, comendo sanduíches, levando queijos, patês e vinho para o hotel. O que é muito bom. Daqueles dias também não me queixo. Mas cedo descobri que melhor ainda era comer melhor em um bom restaurante, beber um vinho de melhor qualidade, hospedar-se melhor. Não falo em cinco estrelas. Três já está bom.

Uma coisa é você comer um merguez numa tendinha de árabes em Paris. Não é ruim, e sempre que vou a Paris dedico um almoço ao merguez. Mas há um surplus em jantar no Procope ou no Julien. Comer tapas em Madri é muito bom. Mas bom mesmo é um cochinillo ou cordero lechal no Sobrino de Botín. E isso exige alguma grana. Não que seja necessário ser milionário para curtir tais venturas. Mas algo se há de ter.

Que o dinheiro em si não traz satisfação, de acordo. Conheço pessoas muito ricas que não ousam sair da aldeia. Talvez por medo do anecúmeno, suponho. Em minha cidadezinha, Dom Pedrito, tive como amigo um fazendeiro de grandes posses. Era pessoa generosa, houve vezes em que, só por sentir-se contente, me enfiava no bolso um pacote de dinheiro. Fazia isso com muita gente. Bastava fazer um bom negócio, saía a distribuir dinheiro na rua. “Que é isso, Davi, não estou precisando de dinheiro”. “Então repassa para tuas mulheres”. Bom, já que era para fazer obra social, eu aceitava.

Nunca saiu da aldeia. Convidei-o certa vez para ir a Paris. Vende uns trinta ou quarenta bois, Davi, e serei teu guia. Ora, ele tinha mais de mil bois. Mas não concebia vender bois para ver o mundo. Dom Pedrito lhe bastava. Não deixa de existir uma certa razão na afirmativa de que dinheiro não traz felicidade. Há milhares, senão milhões de pessoas, que não sabem bem utilizar seus patrimônios. Mas sem um certo mínimo – que não precisa ser muito – não é fácil ser feliz. Pelo menos para quem viu um dia o mundo e seus encantos e neles se viciou. Em meus dias de Estocolmo, contraí uma grave doença nórdica, que consta que não tem cura, a resfeber. Febre de viagens. Fiquei contaminado até a alma, e até hoje não consegui ficar parado por muito tempo.

Nasci na fronteira seca entre Brasil e Uruguai. Coincidia que o Uruguai começava justo no horizonte, onde ficava a Linha Divisória. Nesta linha, de três em três quilômetros há um marco de concreto. De seis em seis, há um marco maior. Em frente a nosso rancho, ficava o Marco Grande dos Moreiras. Meu pai me erguia até o topo do marco, me fazia virar para o nascente e dizia: “Fala para os homens do Uruguai, meu filho”. Depois, me virava para o poente: “Fala agora com os homens do Brasil”. Nasci entre dois países, sempre olhando para um e outro. Daí a querer ir mais adiante foi só um passo.

Quando jovem, sempre considerei dinheiro uma bobagem. Minhas necessidades eram mínimas. Certo dia, em um livro de Bernard Shaw, li uma frase que me chocou. Cito de memória, sem muita precisão: dinheiro é saúde, cultura, educação, requinte. Talvez não fosse exatamente esta a frase, mas seu sentido era este. Naqueles anos, eu era católico e a pobreza me encantava.

Sem ser rico, tenho hoje condições de viver e viajar com conforto. Adoraria ser rico. Faria como o Davi, sairia a distribuir dinheiro às gentes. Minha primeira providência seria oferecer viagens a amigas que nunca viajaram. Adoro apresentar cidades às pessoas que quero bem. Já sonhei em viajar com uma amiga, de olhos vendados, e largá-la direto nos canais de Amsterdã. Para chocar. Em verdade, já fiz isto, só que a moça foi sem olhos vendados. Daqui a duas semanas, vou fazer de novo.

Mas falava da brilhante tese dos jovens economistas. Só o que faltava fazer profundas pesquisas para provar que dinheiro é bom! Segundo Daniel Kahneman, psicólogo da Universidade de Princeton, laureado com o Nobel de Economia em 2002, "há um vasto e crescente volume de indícios de que o paradoxo de Easterlin talvez não exista". Só espero que não tenha recebido o Nobel por ter chegado a esta genial conclusão.

DEUS E SÃO PEDRO

Por mera curiosidade Deus pergunta para São Pedro:
-Pedro, temos algum político brasileiro aqui no paraíso?
-Nenhum chefe. Se não me engano temos dois no purgatório e o restante no foguinho.

PERGUNTA UM TURISTA- Na floresta amazônica é saudável para o couro ser amigo da onça?

PERGUNTA UM IMPOTENTE- Um comprimido para disfunção erétil pode ser companheiro num ato solitário?

“Quando eu nasci a minha avó beata queria me exorcizar com solvente. Fui salvo por uma vizinha ateia.” (Assombração)
“Lá em casa não temos o bom, o mau e o feio. Só o feio.” (Assombração)

HUMOR ATEU

Jesus encontra Maomé caminhando pelo paraíso:
-E aí Maomé, como vai?
-Posso dizer que estou bem, ainda tenho comigo mil virgens.
-Mil virgens?
-Sim, mil virgens, pois faz séculos que um filho da puta escondeu o meu viagra!

JEAN

Jean rapaz; ele não estuda; ele não trabalha; ele não projeta o futuro, vive o presente aprisionado por pesadelos e fantasmas. Caiu no poço da desgraça faz tempo, não consegue sair. Grita ”meu pai me ajude, minha mãe me ajude!” Porém onde eles estão não podem mais ouvi-lo e os amigos de outrora estão na mesma situação de desespero, presos ou então mortos. Encostado numa calçada imunda, fedendo a suor reciclado do corpo, entre uma crise e outra compra uma pedra. Consegue o alívio que dura pouco, o sofrimento retorna dobrado. Assim são os seus dias de vidador. Não há luz, somente escuridão-sofreguidão. Mas ele quer não quer continuar assim. Fácil foi entrar nesse labirinto de perdição, difícil é encontrar a porta de saída quando a força maior do vício não deixa. Algumas mãos já passaram pela sua frente oferecendo ajuda e foram enxotadas. Uma pena; a vida de Jean está ficando sem tempo.

BOA NOITE


Boa chuva  caía na madrugada
Parecia tudo certo
Não faltar mais nada
Para um sono gostoso

Só que a insônia danada
Deu na minha cara
Fiquei assim alerta
Ouvindo o correr da fria

Tentando descobrir o que seria
Que faltava
Prestei atenção então
Ao sussurro do vento

Ele uma atitude assoprava
Para espantar a traiçoeira
Trocar de lugar as bolachas
Para colocar a latinha debaixo da goteira.






“Os inúteis discutem o que além de coisas inúteis?” (Pócrates)
“Quando nasci a minha mãe se encheu de esperança. Ainda bem que a esperança é a última que morre.” (Climério)
“Os bolivarianos tem outro por dentro. É esse outro que é culpado pelos malfeitos que eles cometem.” (Mim)
“O PT não inventou a corrupção, é certo. Mas passou verniz.” (Mim)

RODRIGO CONSTANTINO- O BRASIL NÃO É PARA AMADORES: JORGE VIANA PODE CANCELAR TODA PAUTA DE REFORMAS

Embora publicamente o futuro presidente interino do Senado, Jorge Viana (PT-AC) , tenha dado declarações de que não vai se precipitar e que as consequências do agravamento da crise econômica preocupa o Congresso, participantes da reunião na casa de Renan Calheiros (PMDB-AL) revelaram que , embora compreensivo dos riscos, Viana já avisou que suspenderá toda a pauta de votações dos projetos de interesse do governo. Isso inclui, além do segundo turno da PEC do teto de gastos, a lei de licitações, Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e créditos adicionais.
– Jorge Viana está compreensivo, mas dizendo que suspenderá toda a pauta. O PT não deixará ele tocar a pauta do governo que derrubou o governo deles. Está muito angustiado, não quer prejudicar o Brasil, porém avisa que não tem como votar essa pauta – contou um dos líderes da base presentes à reunião que chegou até quase a madrugada desta terça-feira.
Quem foi às ruas domingo pedir a cabeça de Renan Calheiros lembrou quem seria seu substituto? Entende-se a angústia do povo, o cansaço com as artimanhas dos poderosos, a revolta com o eterno Renan, desde Collor mandando e desmandando acima das leis. Mas é preciso reagir com a cabeça, não com o fígado. Escrevi ontem no meu Facebook:
O Brasil não é mesmo para amadores. A turma foi às ruas, Renan virou o Cunha da vez, e um PETISTA assume o Senado, com uma canetada de um ministro do STF, pronto para barrar a PEC e as reformas necessárias. Sim, Renan é o cúmulo. Mas agora temos o PT no comando do Senado. Dá para festejar?
Agora poderemos ter a trava da agenda de reformas, sem as quais o país não tem como se recuperar. É o PT agindo, como sempre, para ferrar com o país em nome de seus objetivos políticos.
Além disso, há o fator do excesso de ativismo do Judiciário. Muitas pessoas não ligam para como Renan caiu, apenas para o fato em si. Ou seja, não só ignoram quem assume seu lugar, como sequer param para pensar em como se deu sua queda. Sem o fortalecimento de nossas instituições, o país sempre será uma republiqueta das bananas. Comentei sobre isso ontem também:
Boa notícia: caiu Renan.
Má notícia: assume um petista.
Péssima notícia: vivemos sob a ditadura da toga, com todo poder concentrado em poucos ministros de um STF ativista, que em vez de seguir a Constituição da qual deveria ser o guardião, resolveu bancar o legislador e o executivo ao mesmo tempo. Salve-se quem puder…
E eis a notícia que leio no Blog do Moreno agora:
Perguntado agora sobre a decisão do ministro Marco Aurélio de afastar o presidente do Senado, Renan Calheiros, o seu colega do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes respondeu ao blog do Moreno que é um caso de reconhecimento de inimputabilidade ou de impeachment de Mello. E acrescentou:
— No Nordeste se diz que não se corre atrás de doido porque não se sabe para onde ele vai. 
Ao sugerir o impeachment de Marco Aurélio – por ter afastado do cargo o presidente do Senado, Renan Calheiros – o ministro Gilmar Mendes torna público o que vem dizendo nos bastidores sobre o colega, principalmente por ele ter tomado decisão de tamanha importância sem sequer consultar seus pares.
Em conversas reservadas, Gilmar afirmou que “não se afasta o presidente de um poder por iniciativa individual e com base em um pedido de um partido político apenas, independentemente da sua representatividade”, o que acha não ser o caso da Rede.
Ontem à noite, durante encontro com políticos, Mendes chegou a chamar de “indecente” a decisão de Marco Aurélio e, nesse sentido, advertiu que, se o Tribunal quiser restaurar a decência, terá que derrubar a decisão.
Está instaurada a crise entre os poderes e também dentro dos poderes. Como o país vai atravessar essa tormenta? Ninguém sabe ainda. Desconfie de quem diz o contrário. São tempos perigosos. Ou poderemos usar a crise para consolidar nossas instituições, ou elas poderão ruir de vez, e aí será um caos dos diabos.
Nesse meio tempo, o povo grita, vai às ruas, mostra sua legítima indignação. Mas não tem como saber a quais interesses está servindo no momento, pois o jogo de xadrez é jogado nos bastidores. Até o dia em que o povo cansar da brincadeira, de ser feito de palhaço. E aí poderá ser a morte das instituições, da democracia mesmo. Vamos torcer pelo melhor. Mas é bom se preparar para o pior…
Rodrigo Constantino

INSTITUTO LIBERAL- Quem foi John Adams e por que sua trajetória deve ser lembrada? Por Heitor Machado

john-adams-independencia-eua

A propriedade monopolizada ou na posse de apenas algumas pessoas é uma maldição para a humanidade
Após a vitória de Donald Trump na recente eleição presidencial norte americana, surgiram inúmeros questionamentos sobre o futuro da maior potência do planeta. Para entender melhor como foram criadas as condições para a ascensão do 45º presidente dos Estados Unidos é importante voltar no tempo e conhecer um pouco da trajetória de John Adams.
John Adams foi um dos pais fundadores e figura importante na independência dos Estados Unidos. O advogado e segundo presidente do país foi também criticado por muitos.
A história política de Adams começa no episódio conhecido como o Massacre de Boston, onde soldados ingleses atiraram e mataram cidadãos da colônia americana. Contrariando os apelos populares pela execução sumária dos soldados, ele foi a favor de um julgamento justo para os acusados. Foi o próprio advogado da causa, conquistando a antipatia de amigos, mas seguindo seu próprio ideal de que jamais existiria justiça sem um devido processo legal. A consequência foi um julgamento onde Adams venceu, mas não levou. Apesar de apresentar provas suficientes para mostrar que os soldados agiram em legítima defesa e a corte americana decretar a inocência de seus “não tão queridos clientes”, a coroa britânica se recusou a aceitar a decisão e ordenou a volta dos soldados para um julgamento na metrópole.
Adams, até então um defensor da situação colonial americana, foi indicado pelo seu desempenho como representante do estado de Massachusetts na câmara das 13 colônias. Na ocasião ele conheceu George Washington, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, entre outros fundadores da nação americana. Nesse período, Adams foi um dos que articulou a negociação com a Inglaterra pela independência, a escrita da Constituição Americana e a primeira eleição, que teve como vencedor Washington e foi o segundo colocado na votação, ocupando então o cargo de vice-presidente.
Importante citar que a mudança do seu posicionamento de defensor da situação colonial para a independência só ocorreu depois que muitas injustiças foram cometidas pela coroa tirando a liberdade de todos os estados. Essa mudança também só foi aceita por Adams quando todos os 13 estados foram unânimes. Adams não via com bons olhos a decisão da maioria sobre os outros estados e mesmo quando já havia conquistado os 7 votos necessários para aprovar a independência, lutou para que os outros 6 votassem pela declaração. Inclusive, o documento foi inicialmente escrito por Thomas Jefferson a pedido de Adams, o que os aproximou muito em amizade.
As ideias do jovem Jefferson não eram alinhadas com as dele, que repudiava a revolução armada para conquista da liberdade. Digno de nota é o fato que Jefferson foi um profundo apreciador das ideias da Revolução Francesa, mas não se sabe até aonde vai sua participação na mais sanguinária insurgência americana. Os dois preferiram se afastar depois das discussões políticas envolvendo a eleição de Jefferson, que sucedeu o próprio Adams. Apesar disso, voltaram a trocar cartas quase ao final da vida e morreram no mesmo dia, exatos 50 anos após a promulgação da declaração de independência.
A relação de Adams com o General Washington, no entanto, foi muito mais profissional que pessoal e se desgastou rapidamente quando George foi eleito, já que o militar deixou Adams de fora de muitas discussões relevantes como, por exemplo à possibilidade de criação da emissão de dívida para financiamento centralizado pela união ou diluída pelos estados, bem como a criação de um exército. Na minha opinião, é nesse período que Adams deixa de lado suas convicções de liberdade individual em nome do centralismo que diminuiria o conceito de Federalismo da união dos estados.
Já a sua relação com Benjamin Franklin passou de profunda admiração para grande repulsa. Logo após a declaração de independência, Adams foi enviado para negociar com a França o apoio ao reconhecimento dos Estados Unidos como nação soberana e ajuda militar caso fosse necessário. Nesse período, Adams reconhece Franklin como um bon vivant em terras francesas, desfrutando de jantares, festas e namoros, deixando as questões de diplomacia de lado. Não se sabe exatamente se Adams exagerou em suas reclamações, mas sabemos que Franklin foi um homem de imensa relevância em todo o processo.
Como não seria possível apresentar aqui toda a biografia do primeiro residente da casa branca fica aqui uma sugestão para sua pesquisa. Também é recomendável assistir ao seriado John Adams que foi produzido pela HBO e retrata os acontecimentos que foram citados durante o artigo. Nele, vocês poderão conhecer mais sobre um homem que lutou pela liberdade de seu povo.

RODRIGO CONSTANTINO-Não se fazem mais comunistas como antigamente…

coluna de Luiz Felipe Pondé hoje na Folha está hilária. O filósofo traça a linha de decadência da esquerda, dividida em duas grandes fases: na primeira, figuras como Fidel e Che que, apesar de monstros frios e cruéis, ao menos eram machos, no sentido de “pegar todas” e fumar charuto; na segunda, vários tons de rosa, cada qual com sua frescura acadêmica. Diz Pondé sobre a nova esquerda:
A segunda, que podemos dividir em alguns subtipos, é mais acadêmica e bem-comportada. Prefere a cultura do “fitness” aos charutos. Quanto a comer todas, nem pensar! Considera isso coisa de “hétero machista”. Combina com restaurante vegano e bike. Nada de gente sem doutorado, ou pelo menos mestrado. Ou que não tenha feito um curso de teatro ou dança. Se for “trans” em alguma coisa, melhor ainda. Suporta o povo apenas como “ideia” e sem nenhum cheiro de ônibus. Cultiva as rede sociais como o “lugar do indivíduo kantiano” se manifestar e sonha com um curso de cinema em Havana.
[…]
A rigor, a esquerda não passa de um fetiche sofisticadíssimo de uma burguesia entediada com o próprio mundo vazio de sentido que criou, mas que é insuportavelmente confortável. Como todo fetiche, mais atrapalha do que realiza o gozo. O grande trunfo da esquerda, historicamente, é ser abstrata nas ideias e imprecisa nos fatos. Logo, não serve para nada, mas serve para masturbação vaidosa acerca da própria bondade.
Foucault, os frankfurtianos, Kant mal interpretado, deleuzianos, lacanianos, fãs de Zizek, enfim, o cardápio é farto, e cada um escolhe seu guru de acordo com suas taras particulares. Mas todos rejeitando a própria ideia de virilidade masculina que, ao menos, Che e Fidel representavam.
blog
Podemos chamar essa esquerda de festiva, carviar, tofu, ou quem sabe “esquerda frufru”. Gregorio Duvivier pode ser seu novo ícone. Pondé conclui, imaginando o que seria o inferno para o falecido Fidel Castro:
E tem a esquerda de gênero, aquela que pensa que se você tem questões com sua identidade sexual, por consequência não existe mais mulher e homem na espécie humana. E a esquerda das bikes e dos coletivos? Pura purpurina.
Apesar de todo o mimimi com Cuba e a morte de Fidel, essa moçadinha do PSOL faria xixi nas calças se tivesse que encarar gente como Fidel e Che. Para essa moçadinha, os dois só servem como personagens ou fetiches em camisetas e canecas. Para Fidel seria um verdadeiro pesadelo ter um desses combatentes veganos em seu Exército. #revolucionesecomkantnoface é o futuro da esquerda.
Bem, de fato sabemos o que Fidel e Che fizeram com essa turma lá em Cuba: paredão ou campo de trabalho forçado. Ver uma figura patética como Jean Wyllys se inspirando no revolucionário machista homofóbico é realmente hilário. Quanto tempo o deputado aguentaria sob o rojão dos velhos comunistas?
Rodrigo Constantino

“Minha mãe queria que eu fosse advogado. Penso que me saí melhor.” (Satanás Ferreira)
“Estou satisfeito. Não temos corruptos na família. Ainda...” (Climério)

CAIXA VAZIA

Sempre carreguei comigo
Uma caixinha imaginária
Onde guardei meus desejos e sonhos futuros
Tanto pessoais quanto coletivos
Pois hoje fui abrir
A minha caixinha da esperança
E com muita tristeza
Vi que se encontrava vazia.
“Sempre fui muito levado. Minha mãe já usava algemas comigo quando eu tinha quatro anos.” (Chico Melancia)
“A minha mãe era católica e carregava o peso dos males do mundo nas costas. Ia a três missas diárias. Na sua vida gastou as contas de mais de quatrocentos rosários.” (Limão)

Artigo, Lênio Streck - O afastamento de Renan é inconstitucional

Escrevo no calor dos acontecimentos.

A decisão do Ministro Marco Aurelio, afastando da presidência do Senado o senador Renan Calheiros, mostrou-se um perigoso equívoco.

Não há previsão constitucional para esse afastamento, como já não havia para o afastamento de Cunha.

Estamos indo longe demais. O Supremo Tribunal Federal não é o superego da nação.

Vou invocar uma frase famosa que eu mesmo fico repetindo e que é da autoria do Min. Marco Aurelio: os poderes da República são Legislativo, Executivo e Judiciário e não o contrário.

Pois bem, Ministro. Pois bem.

De fato, hoje mais uma vez ficou demonstrado o extremo ativismo do STF, contra o qual eu achava que o Ministro Marco Aurélio estava imunizado. Mas, não. Na decisão, o Ministro fala das manifestações de rua.

Ora, a Suprema Corte não é porta-voz do povo.

Ao contrário: nela temos que ver a garantia contra maiorias exaltadas.

A Constituição é o remédio contra maiorias. E o STF deve ser o guardião da Constituição.

Quem disse que a voz das ruas tem legitimidade? Somos duzentos milhões de habitantes e menos de 400 mil foram às ruas.

Isso é fundamentação? Cadê a Constituição?

Sou insuspeito em falar sobre isso. E não tenho simpatia pelo Renan. Sou um conservador em relação ao constitucionalismo. Já muita gente me chamou de “originalista”. Não. Não sou originalista. Sou um jurista que defende a Constituição naquilo que o constitucionalismo foi cunhado pela tradição democrática. Proteção contra injunções morais e politicas.

O Supremo Tribunal Federal, desse modo, comporta-se moralmente. E direito não é moral. A moral não corrige o direito. Quem deve tirar o Presidente do Senado é o Senado.

Seria inconcebível que o Senado ou legislativo lato sensu quisesse tirar o Presidente da Suprema Corte. Onde estão as relações institucionais?

Isso pode não acabar bem. Somos duzentos milhões querendo trabalhar e progredir. Se há corrupção, devemos combatê-la a partir da lei.

Fazer atalhos sempre são perigosos. Saludo.


Lenio Luiz Streck é professor dos cursos de pós-graduação em Direito da Unisinos.

OVOS PODRES

Não gosto do Renan. Mas o STF que deveria defender o que diz a lei está atropelando tudo. A coisa está de um jeito que daqui a pouco não se acreditará mais em ninguém. Os bons do Executivo, Legislativo e Judiciário acabarão no mesmo isopor dos ovos podres.
“Não sei de onde vem o meu azedume, mas desconfio: meu pai era fã do Leonel Brizola.” (Limão)
“Sou um sujeito meio azarado. Certo dia ganhei um pufe numa rifa. Era um pufe de cactos.” (Limão)

SANGUE DE DRÁCULA

Tinha eu quinze anos quando fui assistir no Cine Ideal o filme “O SANGUE DE DRÁCULA”, do estúdio Hammer, com o inesquecível Christopher Lee. Amarelado pelo medo levei no bolso da camisa um crucifixo de metal que pesava meio quilo. Acabei arrumando uma dor nas costas por causa disso.
“Não, não me defino. Na verdade eu definho, definho...” (Nono Ambrósio)
“Não ouvi não dos meus pais. Tive então que ouvir da vida.” (Mim)
“O aprendizado vem pela dor. Pois conto que de tanto querer escolher o que comer, acabei por um tempo sem ter o que comer.” (Mim)
“Meu velho, irei te amar de Janeiro a Janeiro, até o mundo acabar ou o meu cartão de crédito ser bloqueado.” (Eulália)
“Comi muita hóstia. Com o tempo fui ficando enjoado dela e do sermão do padre.” (Filosofeno)
“Arrumei uma mulher mais feia do que eu. Ao acordar não sei quem se assusta mais.” (Assombração)