segunda-feira, 24 de abril de 2017
CARTER E GROMYKO
Ministro Gromyko (URSS) ao presidente Carter (EUA):
- Para os próximos anos gostaríamos de comprar de vocês grande quantidade de cereais.
- Mas é claro!
- Também gostaríamos de adquirir um lote de computadores modernos.
- Certamente!
- E o que o Sr. acha de nos vender uma série de patentes tecnológicas?
- E por que não?
- Sr. presidente, gostaríamos também que todos estes negócios sejam reunidos num único contrato.
- Perfeitamente! Vamos assinar um acordo, pelo qual os EUA obrigam-se a construir o comunismo na URSS!
an-polit1
BABUSHKA
Diz o orador:
- Estamos com um pé no socialismo e com o outro pé já passamos para o comunismo!
Então, uma "babushka" (senhora idosa) pergunta:
- E por quanto tempo vamos ficar arreganhados desse jeito?
AN-POLIT1
HORIZONTE COMUNISTA
Em seu discurso, o orador diz que o comunismo já desponta no horizonte. Um espectador pergunta:
- O que é "horizonte"?
- É uma linha imaginária, onde o céu a terra se juntam e que se afasta de nós à medida que tentamos nos aproximar dela.
AN-POLIT1
- O que é "horizonte"?
- É uma linha imaginária, onde o céu a terra se juntam e que se afasta de nós à medida que tentamos nos aproximar dela.
AN-POLIT1
NÃO HÁ FUGA
Caio, e quando
me levanto sinto que cresci,
pois não há
crescimento sem dor e dificuldades.
E muito se
engana quem pensa em fazer voltas,
pois é sabido
que podemos fugir de todos,
menos de nós
mesmos.
EU SABIA
Nada disso me
espanta
Tudo o que
está acontecendo eu já esperava
Pois disso
tudo já falava há alguns anos
Mas ninguém ouvia
O errado
agora é o certo
O vácuo é o
preenchido
O covarde é o
destemido.
A pulha
encampou o estado
Então temo
pelos nossos filhos
Vivendo num
país de valores trocados
Onde o pífio
é homenageado
E o homem de
bem desprezado.
MADRUGADA
Gosto da madrugada
A madrugada nos subúrbios
Quase silenciosa
Não fosse pelos cães
Gatos
Galos
E alguns bêbados voltando para
casa
A madrugada é o sono profundo da
noite
E paradoxalmente é a companheira
dos insones.
COÇA-COÇA
Estava seu Costa respeitoso na
missa
Quando começou o coça-coça nas
nádegas
Pobre Costa não sabia o que fazer
Tamanha era a coceira que sentia
Resolveu deixar a missa pé-por-pé
Sob os olhares de reprovação da
comunidade
Mas azar foi visto pelo vigário
Que o chamou pra liturgia
Mas como não suportava mais o
sofrimento
Mostrou a língua para seus
vizinhos
E subiu ao púlpito arranhando a
bunda e rindo de alívio.
NO PECADO
Já
rezei de pé
Deitado
e ajoelhado
Perdi
noites sem conta pensando no pecado
Sofrendo
sem cessar pela salvação
Hoje
sou feliz e não rezo
Nem
mesmo deitado
E
se é para perder minhas noites
Perco
praticando o que diziam outrora ser pecado.
POEMA MORTO
Repleto
de plágios centenários,
o
longo poema estava pronto,
e o
poeta copião
festejado
por mui bajuladores.
Porém
surtou o revisor,
não
conformado com tamanha afronta à arte,
dando
cabo o correto à festança da mentira,
matando
o falso poema com sete tiros certeiros.
MUNDO POMBA
Mesmo
que o mundo só fosse habitado por pombinhas brancas,
não
seria um lugar perfeito,
pois
todos hão de convir
que
alguém teria que limpar o cocô das donzelas.
BASTA DE CONVERSA MOLE
Crápulas
políticos,
quase
todos,
poupem
meus ouvidos de tantas mentiras.
Da
lida que praticam já os conheço bem,
e
sei por quem e porque ladram diante dos microfones.
Tudo
pelo poder e para o poder,
e
do legítimo interesse dos familiares
que
se locupletam pouco importando a dor alheia.
OS BICHOS
Na
floresta disse bem o orador papagaio:
somos
felizes vivendo como bichos livres,
não
temos governo,
não
vivemos sob leis absurdas,
também
não somos vítimas de impostos escorchantes.
Que
se danem os racionais!
FANÁTICO
“Não espere uma visão horizontal, transparência e correção de um fanático. Ele sempre será pela causa, não pelo que é real e certo.” (Eriatlov)
PRIMEIRA HÓSTIA
“Quando recebi a minha primeira hóstia pedi ao padre se dava para passar manteiga”. (Climério)
LOUÇA
“A minha primeira mulher nunca me mandou lavar a louça. Quando ela pensava em fazer isso eu já estava na pia, de oferecido.” (Climério)
BALEIA AZUL
“Chamaram minha irmã Cremilda de baleia azul. Ela deu um bofete tão forte no sujeito que somente com esse esforço ela perdeu três quilos.” (Climério)
SEM SOMBRA
Ele tinha certa dificuldade em fazer amigos. Para dizer a verdade não tinha nenhuma facilidade em se aproximar de alguém. Para uns era um grande chato, para outros apenas um jovem profundamente melancólico. Algo que Joel não sabia era sorrir, sempre taciturno, vivia para si. Naquela cidade não havia por certo pessoa mais solitária e triste, sua única amiga era uma televisão de 20 polegadas que dele não podia fugir. Do trabalho no banco para casa e nada mais. Não tinha empregada em casa nem bichos para cuidar. Pensou num cachorro, mas logo desistiu, não queria ter o trabalho de limpar sua sujeira. Teve sua tragédia pessoal quando sua noiva o trocou por outra. Não reagiu, não lutou nem um pouquinho para sair da tristeza, apenas entrou no baú dos solitários. E foi assim que um dia sua própria sombra resolveu deixá-lo, abandonando um corpo quase já sem vida. E quando o sol mostrava seu brilho e calor Joel caminhava pelas ruas sem ter sequer a própria sombra por companhia.
O OBSERVADOR
Final de tarde, horário de verão. Estou aqui na varanda observando o movimento até onde meus olhos alcançam. Temperatura boa de 25 graus. Como estou num lugar alto consigo ver os pedestres se digladiando por espaço na viela estreita. Seu Antonio do Armazém Ramires está na porta conversando com uma freguesa magrela, de nariz adunco, cheia de gestos e requebros. Pelo que posso ouvir está falando das intromissões da sogra no seu casamento. Um ciclista distraído se enrosca num carinho de picolé, para desespero do vendedor que esbraveja contra ele. O carinho tomba lateralmente, mas os picolés não caem. Dona Zuleika está na janela controlando Paulo, o marido galinha que bate papo com os colegas no ponto de táxi da esquina. Dona Eufrásia, costureira da rua, abre o portão para que entre Eunira, mocinha que está nos preparativos do enxoval de casamento. Os moleques Tico e Fubá muito entretidos jogando bolitas num cantinho de terra que separa os jardins de Milena, mãe de Fubá. Como é período de férias, inúmeras crianças e adolescentes gastam os chinelos pelas calçadas. Amador, o chaveiro, sentado detrás de uma mesinha desgastada assinala cartões da Megasena e sonha acordado em ficar milionário. Assim já comprou inúmeras fazendas e automóveis de luxo. Dona Cleci abre uma fresta na janela e observa as moças da vizinhança, sendo que o seu forte é a maledicência. Um branquelo careca e armado passa correndo, sendo perseguido por dois chineses que também trazem armas nas mãos. Que posso fazer? Sou apenas um canário observando o movimento da rua aqui do meu mundinho da gaiola.
EXEMPLAR
Até completar trinta anos Vitor viveu por conta dos pais. Eles mortos, resolveu procurar emprego. Conseguiu de vigia diurno numa grande empresa de pneus. Trabalhou bem na primeira semana. No oitavo dia tirou folga por conta própria. No nono dia pediu um vale pela manhã e adiantamento de férias pela tarde. No décimo dia chegou à conclusão que trabalhar era cansativo. No décimo primeiro saiu do emprego e foi atrás de criar um sindicato.
O CADÁVER
Década de 1940. Um urubu percebeu um corpo inerte estendido numa clareira na África. Fez o reconhecimento e pousou o sobre o cadáver. Nenhum leão em volta, tranquilo. Deu a primeira bicada, engoliu, sentiu náuseas, vomitou e foi então que percebeu que o corpo que devorava pertencia a um capitão SS carregado de medalhas. Fez cara de nojo, escreveu um bilhete e jogou sobre o corpo: ”Urubus, comida apenas para vermes, tenham cuidado!”
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