segunda-feira, 24 de abril de 2017

DÍVIDA COM A ÁFRICA?

Não tenho dívida nenhuma com a África, só devo pras Casas Pernambucanas.
“O tal Deus esteve grudado em mim por muitos anos como um carrapato. Sugou tempo e racionalidade.” (Pócrates)
“Ao contrário do meu dono sou um cão civilizado. Não faço merda em lugares públicos,” (Bilu Cão)
“Eu acredito em reencarnação. Na próxima vida espero ser um poodle.” (Bilu Cão)
“Apesar de filho de um pastor alemão nunca aprendi a rezar.” (Bilu Cão)
“Concordo que fui um pouco mimado pelos meus pais. Sou filho único.” (Bilu Cão)
“Meus donos fizeram algazarra nesta madrugada. Acho que tinha gente no cio.” (Bilu Cão)
“Quando morrer gostaria de ser cremado. Não estou preparado mentalmente para viver-morto num cemitério para cachorros.” (Bilu Cão)
“A menina da casa irá participar do baile de debutantes. Vai ser apresentada à sociedade. Deve ser a apresentação do umbigo pra cima, pois a região do parque já foi apresentada e precisou até de manutenção.” (Bilu Cão)
“Quanto mais conheço os homens mais eu desconfio da ração que me servem.” (Bilu Cão)
“Minha patroa anda falando em comprar um rottweiler. Já estou até planejando minha fuga, pois não nasci para ser lanchinho.” (Bilu Cão)
“A noite passada não dormi quase nada por causa do calor. Posso dizer que me senti um verdadeiro cachorro-quente.” (Bilu Cão)

CARTER E GROMYKO



Ministro Gromyko (URSS) ao presidente Carter (EUA):

- Para os próximos anos gostaríamos de comprar de vocês grande quantidade de cereais.

- Mas é claro!

- Também gostaríamos de adquirir um lote de computadores modernos.

- Certamente!

- E o que o Sr. acha de nos vender uma série de patentes tecnológicas?

- E por que não?

- Sr. presidente, gostaríamos também que todos estes negócios sejam reunidos num único contrato.

- Perfeitamente! Vamos assinar um acordo, pelo qual os EUA obrigam-se a construir o comunismo na URSS!

an-polit1

BABUSHKA



Diz o orador:

- Estamos com um pé no socialismo e com o outro pé já passamos para o comunismo!

Então, uma "babushka" (senhora idosa) pergunta:

- E por quanto tempo vamos ficar arreganhados desse jeito?

AN-POLIT1

HORIZONTE COMUNISTA

Em seu discurso, o orador diz que o comunismo já desponta no horizonte. Um espectador pergunta:

- O que é "horizonte"?

- É uma linha imaginária, onde o céu a terra se juntam e que se afasta de nós à medida que tentamos nos aproximar dela.

AN-POLIT1

NÃO HÁ FUGA

Caio, e quando me levanto sinto que cresci,
pois não há crescimento sem dor e dificuldades.
E muito se engana quem pensa em fazer voltas,
pois é sabido que podemos fugir de todos,
menos de nós mesmos.

EU SABIA

Nada disso me espanta
Tudo o que está acontecendo eu já esperava
Pois disso tudo já falava há alguns anos
Mas ninguém ouvia
O errado agora é o certo
O vácuo é o preenchido
O covarde é o destemido.
A pulha encampou o estado
Então temo pelos nossos filhos
Vivendo num país de valores trocados
Onde o pífio é homenageado
E o homem de bem desprezado.

MADRUGADA

Gosto da madrugada
A madrugada nos subúrbios
Quase silenciosa
Não fosse pelos cães
Gatos
Galos
E alguns bêbados voltando para casa
A madrugada é o sono profundo da noite
E paradoxalmente é a companheira dos insones.

COÇA-COÇA

Estava seu Costa respeitoso na missa
Quando começou o coça-coça nas nádegas
Pobre Costa não sabia o que fazer
Tamanha era a coceira que sentia
Resolveu deixar a missa pé-por-pé
Sob os olhares de reprovação da comunidade
Mas azar foi visto pelo vigário
Que o chamou pra liturgia
Mas como não suportava mais o sofrimento
Mostrou a língua para seus vizinhos
E subiu ao púlpito arranhando a bunda e rindo de alívio.

NO PECADO

Já rezei de pé
Deitado e ajoelhado
Perdi noites sem conta pensando no pecado
Sofrendo sem cessar pela salvação
Hoje sou feliz e não rezo
Nem mesmo deitado
E se é para perder minhas noites
Perco praticando o que diziam outrora ser pecado.

POEMA MORTO

Repleto de plágios centenários,
o longo poema estava pronto,
e o poeta copião
festejado por mui bajuladores.
Porém surtou o revisor,
não conformado com tamanha afronta à arte,
dando cabo o correto à festança da mentira,
matando o falso poema com sete tiros certeiros.

MUNDO POMBA

Mesmo que o mundo só fosse habitado por pombinhas brancas,
não seria um lugar perfeito,
pois todos hão de convir
que alguém teria que limpar o cocô das donzelas.

BASTA DE CONVERSA MOLE

Crápulas políticos,
quase todos,
poupem meus ouvidos de tantas mentiras.
Da lida que praticam já os conheço bem,
e sei por quem e porque ladram diante dos microfones.
Tudo pelo poder e para o poder,
e do legítimo interesse dos familiares
que se locupletam pouco importando a dor alheia.

OS BICHOS

Na floresta disse bem o orador papagaio:
somos felizes vivendo como bichos livres,
não temos  governo,
não vivemos sob leis  absurdas,
também não somos vítimas de impostos escorchantes.
Que se danem os racionais!

FANÁTICO

“Não espere uma visão horizontal, transparência e correção de um fanático. Ele sempre será pela causa, não pelo que é real e certo.” (Eriatlov)

PRIMEIRA HÓSTIA

“Quando recebi a minha primeira hóstia pedi ao padre se dava para passar manteiga”. (Climério)

LOUÇA

“A minha primeira mulher nunca me mandou lavar a louça. Quando ela pensava em fazer isso eu já estava na pia, de oferecido.” (Climério)

BALEIA AZUL

“Chamaram minha irmã Cremilda de baleia azul. Ela deu um bofete tão forte no sujeito que somente com esse esforço ela perdeu três quilos.” (Climério)

SEM SOMBRA

Ele tinha certa dificuldade em fazer amigos. Para dizer a verdade não tinha nenhuma facilidade em se aproximar de alguém. Para uns era um grande chato, para outros apenas um jovem profundamente melancólico. Algo que Joel não sabia era sorrir, sempre taciturno, vivia para si. Naquela cidade não havia por certo pessoa mais solitária e triste, sua única amiga era uma televisão de 20 polegadas que dele não podia fugir. Do trabalho no banco para casa e nada mais. Não tinha empregada em casa nem bichos para cuidar. Pensou num cachorro, mas logo desistiu, não queria ter o trabalho de limpar sua sujeira. Teve sua tragédia pessoal quando sua noiva o trocou por outra. Não reagiu, não lutou nem um pouquinho para sair da tristeza, apenas entrou no baú dos solitários. E foi assim que um dia sua própria sombra resolveu deixá-lo, abandonando um corpo quase já sem vida. E quando o sol mostrava seu brilho e calor Joel caminhava pelas ruas sem ter sequer a própria sombra por companhia.

O OBSERVADOR

Final de tarde, horário de verão. Estou aqui na varanda observando o movimento até onde meus olhos alcançam. Temperatura boa de 25 graus. Como estou num lugar alto consigo ver os pedestres se digladiando por espaço na viela estreita. Seu Antonio do Armazém Ramires está na porta conversando com uma freguesa magrela, de nariz adunco, cheia de gestos e requebros. Pelo que posso ouvir está falando das intromissões da sogra no seu casamento. Um ciclista distraído se enrosca num carinho de picolé, para desespero do vendedor que esbraveja contra ele. O carinho tomba lateralmente, mas os picolés não caem. Dona Zuleika está na janela controlando Paulo, o marido galinha que bate papo com os colegas no ponto de táxi da esquina. Dona Eufrásia, costureira da rua, abre o portão para que entre Eunira, mocinha que está nos preparativos do enxoval de casamento. Os moleques Tico e Fubá muito entretidos jogando bolitas num cantinho de terra que separa os jardins de Milena, mãe de Fubá. Como é período de férias, inúmeras crianças e adolescentes gastam os chinelos pelas calçadas. Amador, o chaveiro, sentado detrás de uma mesinha desgastada assinala cartões da Megasena e sonha acordado em ficar milionário. Assim já comprou inúmeras fazendas e automóveis de luxo. Dona Cleci abre uma fresta na janela e observa as moças da vizinhança, sendo que o seu forte é a maledicência. Um branquelo careca e armado passa correndo, sendo perseguido por dois chineses que também trazem armas nas mãos. Que posso fazer? Sou apenas um canário observando o movimento da rua aqui do meu mundinho da gaiola.

EXEMPLAR

Até completar trinta anos Vitor viveu por conta dos pais. Eles mortos, resolveu procurar emprego. Conseguiu de vigia diurno numa grande empresa de pneus. Trabalhou bem na primeira semana. No oitavo dia tirou folga por conta própria. No nono dia pediu um vale pela manhã e adiantamento de férias pela tarde. No décimo dia chegou à conclusão que trabalhar era cansativo. No décimo primeiro saiu do emprego e foi atrás de criar um sindicato.

O CADÁVER

Década de 1940. Um urubu percebeu um corpo inerte estendido numa clareira na África. Fez o reconhecimento e pousou o sobre o cadáver. Nenhum leão em volta, tranquilo. Deu a primeira bicada, engoliu, sentiu náuseas, vomitou e foi então que percebeu que o corpo que devorava pertencia a um capitão SS carregado de medalhas. Fez cara de nojo, escreveu um bilhete e jogou sobre o corpo: ”Urubus, comida apenas para vermes, tenham cuidado!”