Breno tinha ojeriza de cigarro. Ninguém podia fumar dentro e nem fora de sua
casa, dentro do seu carro ou perto dele, mesmo se estivesse na rua. Na sua
empresa não contratava fumantes, não os queria por perto. Caso visse um fumante
na mesma calçada, atravessava. Mas o destino às vezes é cruel; pois o mimo de
Breno, Sandra, filha única amada adorada da qual fazia toda e qualquer coisa
para agradar, apaixonou-se por um fumante inveterado. Então agora vemos Breno,
o detestador de fumantes no meio da fumaça da sala deixando limpo o cinzeiro do
futuro genro e pitando seu cigarrinho também, afinal nada melhor que um
cigarrinho para acalmar os nervos.
domingo, 4 de março de 2018
O INSUPORTÁVEL
Radamés era mesmo insuportável; arrogante,
mesquinho, oportunista, mau colega, mau vizinho, péssimo marido e pai. Mas ele demorou em tomar consciência disso,
como demorou. Somente quando morreu ficou sabendo quem realmente era,
confrontado com a visão que tinha de si
no replay da vida. Indignado com o que
viu, foi o primeiro a cuspir no defunto e abandonar o próprio velório.
MISSA PARA NUDISTAS
O padre Renato inovou de vez. No domingo apareceu
no altar para rezar a missa completamente nu. Pediu a todos que fizessem o mesmo.
A igreja ficou vazia. Reclamações chegaram ao bispado. Interpelado pelo bispo disse: “Eu só queria
inovar; imagine as manchetes: Padre Renato realiza a primeira missa de nudistas
no Brasil! Não seria um estouro?” O bispo não deve ter achado um estouro, tanto
que mandou o padre inovar em Angola.
GALHOS
O velho de bolso cheio
Com brotinho faceiro desfila
Pelas noites da vida
Se ciente que é apenas um momento de ilusão
Que o dinheiro pode comprar
Não deixa de ser um feliz
Porém acreditando em paixão
E no amor desinteressado da jovem
Será espoliado sem dó
Enquanto crescem os chifres.
NO BOLSO
Não parece doença
Mas é das bravas
Que toma o sujeito pela mente
E o conduz gentilmente
A ser um contribuinte compulsório
Dos procuradores do tal senhor onipotente
Que ninguém vê
Que ninguém sente
Salvo o sentir no bolso mensalmente.
SATANÁS FERREIRA
“Eu represento o mal? Alguém já votou em mim? Já em Maduro, Dilma e Lula...” (Satanás Ferreira)
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