sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

SETEMBRINO

Setembrino morreu no manicômio. Após sua morte os médicos especialistas o desmontaram para estudá-lo, mas não conseguiram juntá-lo novamente. Era verdade, Setembrino tinha realmente um parafuso a menos.

ARAMBARÉ

Costa doce
Areia e sombra das figueiras
Pedaço do paraíso
Porção de viola na beira praia
Chão firme e águas mornas na lagoa
Banho gostoso
Como a gentileza do povo
É lugar pra se voltar
A letra é A
De Aramba
De ARAMBARÉ.

Resultado de imagem para IMAGENS DE ARAMBARÉ

Não tenha medo da ciência - Atheist Experience legendado.

A Europa Refém do Politicamente Correto

Imigração islâmica e o surto de violência na Alemanha (Paul Watson)

O TAMANHO DA CRIANÇA

“Preciso dar um jeito nessa minha barriga. Não consigo enxergar meus dedões.” (Fofucho)

COMPORTADA

“Fui ao cinema ontem. Fiquei comportada e não chupei ninguém.” (Pulga Lurdes)

ENJAULADOS

“Muitos parentes meus passaram a vida em jaulas. Já imaginou uma vida inteira sem poder correr atrás de antílopes, zebras e gnus?” (Leão Bob)

FILHO DE BOLIVARIANO É FOGO

-Papá, onde está Chávez?
-No céu, junto de Jesus.
-Mas o que foi que Jesus fez?
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-Papá, Maduro vai morrer logo?
-Que é isso menino, por que  pergunta?
-Para ver se ele se torna algo que preste. Todo mundo que morre vira gente boa.

“Fantasmas? Só no serviço público.” (Gentil Coveiro)

FUMAÇA

250 milhões de pessoas no mundo consomem maconha. E há muitos deles que ainda reclamam da fumaça.

APENAS UMA INÚTIL

O que será que pensa a víbora enfastiada dentro de quatro paredes? Pouco sai ao sol, deve ser necessária estar à sombra para melhor segregar seu veneno, trazendo a inveja para receber um verniz todos os dias. Talvez creia ser espetacular sua vidinha medíocre maquiando a própria realidade diante do espelho da soberba, pensando que seus próximos não sabem quem ela é. Rio quando observo que mesmo sendo uma comum ainda faz prosélitos. O certo é que os torpes adoram ser inflados, desconhecendo talvez que qualquer ponta de alfinete o faz ficar vazios.

HUMOR ATEU

Jesus e o diabo se encontram na balada. Após uns tragos o capeta pergunta:
-E aí cara, vai ou não vai me ensinar o truque da ressurreição?

PERGUNTA UM TURISTA- Na floresta amazônica é saudável para o couro ser amigo da onça?

PERGUNTA UM IMPOTENTE- Um comprimido para disfunção erétil pode ser companheiro num ato solitário?

O ASSALTO

Era quase meio dia. A porta foi do escritório foi forçada e dois homens entraram de armas em punho. O mais alto gritou: É um assalto, todos para o chão! Severino sem tirar os olhos do texto que estava digitando berrou: Então entra de uma vez seu filho da puta, fecha essa porta que está entrando um vento frio, não quero pegar um resfriado! O bandido mais alto tirou os óculos escuros e fez menção de atirar, mas ao ver quem era apenas balbuciou... Papai! Pediu a bênção e foi assaltar o escritório ao lado.

O MURO

Faz alguns anos na Vila Marta havia um terreno murado que aguçava a curiosidade dos moradores e passantes. O muro de mais de dois metros de altura todo caiado de branco era como se fosse um monumento daquele quarteirão. Uma enorme placa dizia: “Perigo! Muito cuidado! Não tente pular este muro!” As gentes se perguntavam o que poderia existir de perigoso por detrás daqueles tijolos pintados de branco que sabiam não ter moradia. Bichos? Plantas venenosas? Canibais? Amigos falsos? Comunistas? Parentes do Lula? Então certo dia após uns goles uns gaiatos resolveram dar fim à curiosidade e pular o obstáculo. Uma escada foi colocada, e quando dois deles subiram no muro ele ruiu por completo. No chão, cheio de dores e machucados os dois observaram no meio do terreno uma pequena placa e nela escrito: “Eu avisei!”

BIRD

Paulo resolveu mudar de vida. Completava trinta anos, era agora ou nunca. Entrou gritando no escritório da TV ALIANÇA: eu sou um pássaro, eu sei voar! Eu sou um pássaro, eu sei voar! Quero uma chance para mostrar! Todos pararam. Mais um louco, pensaram. Queria ele ser apresentado ao diretor artístico, sem perda de tempo. A secretária chamou os seguranças conforme determinou o diretor para colocá-lo fora do prédio. Ele não se deu por entregue. Antes da chegada dos brutamontes bateu os braços e saiu voando pela janela. Sorte dele que estava no térreo.

ATITUDE

Ele chegou em casa pé por pé, de mansinho. Entrou quietinho pelos fundos e como um gato deslizou até a sala. Lá estava sua esposa com o amante se amassando no sofá. Engoliu em seco e foi para o quarto. No dia seguinte vendeu o sofá.

SOLIDÁRIOS

Começo do século dezenove. Uma grande epidemia de gripe dizimou metade do povo brasileiro. Nas pequenas vilas do nordeste em que a ajuda não chegou a tempo os mortos estavam nas ruas. Sem comida e sem remédios o povo fugia desesperado levando apenas algumas roupas. Saídos da pequena Maracéu no interior do Ceará vinte casais e seus filhos em fuga caminharam por meses em busca de um lugar seguro para ficar. Unidos, todos se ajudaram nos momentos difíceis de enfermidades e fome. Repartiam bolachas e grãos de feijão. Nas horas de desespero e abandono um casal apoiava o outro, solidários e cheios de afeto. Enfrentaram juntos temporais e o pranto de saudade dos queridos mortos. Diante da desgraça pareciam irmãos de sangue. Aconteceu então o dia em que a vintena de desterrados e seus rebentos entraram numa fazenda abandonada e encontrou além de cadáveres por todos os lados uma maleta com diamantes abandonada num canto. Felizes pelo achado enterraram os mortos e descansaram. Planejaram que quando estivessem em um lugar definitivo dividiriam o montante em partes iguais. Foram dormir com a esperança de um amanhã melhor e que sem dúvida seria um bom recomeço. Porém durante a noite dois lobos se apresentaram. Enquanto todos os demais dormiam o casal Noronha partiu levando o pequeno tesouro da comunidade. Nunca mais foram vistos.

 MORAL- Feijão e pão seco são fáceis de repartir, o duro de repartir é a picanha.

A (falta de?) moralidade do lucro - ANDREA FAGGION

A (falta de?) moralidade do lucro

por andreafaggion

Em geral, obras de ficção do nosso tempo dão mostra de como se enxerga a figura do empresário em nossa sociedade. Não é nada raro que o vilão da trama seja aquele que lucra. Exceções, sim, são obras como a série Mr. Selfridge, em que o mocinho é um empreendedor bem sucedido no mercado. É de se perguntar, então, o que há por trás desse sentimento moral de reprovação ao lucro socialmente compartilhado. Seríamos uma sociedade, intuitivamente, marxista? Não me parece que seja o caso.
O fenômeno de reprovação moral do lucro é digno de análise, primeiramente, porque, em si, o lucro é uma manifestação de um bem que se faz à sociedade. Por exemplo, como eu poderia lucrar vendendo fatias de bolo? O lucro só seria possível se as pessoas estivessem mais interessadas no meu bolo do que estavam interessadas em comprar ovos, farinha, leite, manteiga, gás de cozinha… e até outros serviços que eu poderia prestar enquanto estava ocupada fazendo o bolo. Quer dizer, o bolo só é lucrativo para mim na medida em que ele representa, para o comprador, mais do que a simples soma de seus ingredientes e meus serviços. Em suma, eu lucrei com o bolo, porque acrescentei valor à nossa vida comum.
Seria, então, o lucro tão mal visto, porque, se eu contratasse alguém para me ajudar, eu estaria explorando a mão-de-obra de outra pessoa? Possivelmente, eu seria moralmente reprovada por um expectador imparcial educado em nossa sociedade se eu contratasse alguém que estivesse em situação de emergência e oferecesse apenas o suficiente para salvar essa pessoa da agonia de padecer da insatisfação de suas necessidades mais básicas, sendo esse valor ofertado por mim também menos do que eu, normalmente, ofereceria por aquele mesmo serviço. No mais das vezes, parece-me ser assim que se emprega a palavra “exploração” nestes contextos. Explorar significa tirar vantagem do mal que acomete a outro, procurando maximizar o próprio benefício e minimizar o do outro. Mas não me parece que todas as relações trabalhistas sejam majoritariamente vistas dessa forma em nossa sociedade. Qual seria então a origem da reprovação intuitiva e praticamente generalizada ao lucro?
Nem sempre a melhor forma de esclarecer uma intuição moral é perguntando por sua razão de ser a quem a sente. Uma intuição ou um sentimento moral, afinal, se caracterizam exatamente por não serem a conclusão de argumentos. Ademais, muitas vezes, a pessoa que sente não sabe exatamente o que reprova, podendo muito bem confundir o traço objetivo do fenômeno que dá origem à sua reprovação subjetiva. Porém, fazer algumas perguntas ao portador do sentimento ou intuição não deixa de ser instrutivo. Nesse processo, tenho aprendido que as respostas costumam apontar, não para o lucro em si, mas para sua medida. Acredita-se que o lucro deva ser visado, mas que ele não poderia passar de certos limites.
Ora, isso não se esclarece com a singela explicação que demos acima para o lucro, com base na diferença entre custos e receitas em uma planilha. Pelo contrário, nossa explicação sugere que, quanto maior o lucro, maior o bem provido à sociedade, isto é, quanto maior o lucro, maior a diferença entre o valor que se retira da sociedade para produzir o bem e o valor que se devolve a essa mesma sociedade na forma desse bem. Esta reflexão sugere que a compreensão da reprovação moral do lucro compartilhada por tantos não deva passar por uma simples explicação do conceito de lucro, mesmo somada à noção de uma medida. Precisamos olhar mais longe e perceber que juízos de valor moral não são juízos (exclusivamente) pautados por cálculos de eficiência.
Para entendermos um juízo de valor moral, temos que entender, primeiramente, a tão clássica quanto polêmica diferença entre valores intrínsecos e valores instrumentais. Um bem tem valor meramente instrumental quando serve apenas como meio a algum outro fim diferente dele próprio. O valor intrínseco, por outro lado, consiste em algo ser um bem por si mesmo, independentemente de suas relações com outros bens.
Desnecessário notar como o último conceito é o que nos envolve em uma série de dificuldades filosóficas, dando ensejo a uma multiplicidade de teorias a respeito das marcas características do valor intrínseco e até mesmo de sua possibilidade. Seja lá como for, valores intrínsecos são pressupostos em juízos (pré-)morais do senso comum. Em geral, nosso observador imparcial compreende aquele que coleciona obras de arte, mesmo que o colecionador jamais pretenda outra coisa que não a contemplação de sua coleção. Mas o mesmo observador reprova um acumulador de lixo, pensa que esse acumulador deveria buscar tratamento, e isso mesmo que o montante de prazer obtido pelo acumulador com sua atividade seja equivalente ao montante de prazer obtido por aquele colecionador. Em suma, pessoas que fazem juízos de valor (moral) aplicam valores intrínsecos, e não apenas valores instrumentais.
Como essas considerações esclarecem analiticamente o juízo daquele que condena o lucro para além de certo limite? Razoavelmente, o que se pode condenar é apenas o menosprezo, ou até a destruição, de valores intrínsecos na busca por algo que apenas representa à perfeição o valor instrumental: o capital financeiro. O limite que se deve ter em vista, nesse contexto, não é uma quantidade que não deve ser ultrapassada, mas um valor intrínseco que não deve ser sacrificado em nome de um valor instrumental.
É verdade que o sentimento moral anti-lucro tão comum em nossa época pode tomar formas marxistas ou ser simplesmente destrutivo da eficiência, quando mal esclarecido pela razão. Contudo, quando bem entendido, esse sentimento indica apenas que devemos ter em vista que a alocação eficiente de recursos materiais não é um fim em si mesmo, mas um meio que deve servir ao maior florescimento da natureza humana. É assim que podemos reprovar a obsessão de um tio Patinhas, que acumula capital financeiro apenas pelo prazer maníaco de nadar em moedas, mas podemos louvar todo o incentivo às artes e às ciências, bem como o combate à miséria, por exemplo, que se tornam possíveis pelo mesmo acúmulo de capital. O lucro, bem entendido, não é o vilão. Em si mesmo, ele é neutro. Não tem valor em si. Além disso, se quisermos fomentar qualquer coisa que tenha valor em si, é bom não nos esquecermos que, antes, alguém precisa lucrar, e muito. Pense nisso na próxima vez que seu programa de TV favorito sugerir que lucrar é, simplesmente, coisa de gente malvada.
Professora Associada do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina.

“Eu acredito em discos-voadores. Não foram eles que trouxeram para o planeta o sagu?” (Fofucho)

DESAFOROS

Nemésio é um homem que não leva desaforos para casa; deixa os desaforos sempre na casa da sogra.

DESPACHADO

Um dia tudo passa
A dor
O amor
O choro
O riso
A tristeza
A alegria
No final de tudo
Só resta um corpo inerte
Deitado sobre e cercado de madeira
Pranteado por seus amados
E como praxe da vida que segue
Encaminhado para o esquecimento.

DESGRAÇA

Sou da paz e graça
Não gosto de multidão que bagunça e arruaça
Náuseas me dá a trapaça
Então quando tenho que conviver por falta de opção
Com este governo desgraça
Chego a pensar até na cachaça
Que é desespero e não solução.

SILÊNCIO

As noites são silenciosas nos cemitérios
Porque os fantasmas não falam
Só usam mímicas.