sábado, 17 de outubro de 2015

Piada de brasileiro Postado por: Nelson Motta 17/10/2015 em Artigos

Piada de brasileiro

Lisboa continua linda e continua sendo, onde se pode desfrutar da suprema liberdade de andar despreocupado pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite sem ser roubado, agredido ou morto, de comer bem e barato, de ser tratado com gentileza e respeito. Melancólicos por natureza, os portugueses estão mais animadinhos — pelo menos mais do que nós, os otimistas bravateiros: Portugal cresceu 0,9% em 2014, com inflação zero. E Dilma ainda culpa a crise internacional. Parece piada de brasileiro.
Quem tem Cunha, tem medo
Na semana passada, a aliança de liberais e conservadores que sustenta o governo impôs uma derrota humilhante ao Partido Socialista, que, mesmo com seu ex-primeiro-ministro José Sócrates preso por corrupção, dava como certo voltar ao poder como alternativa às impopulares medidas de ajuste impostas pelo governo para enfrentar a crise. O povo não foi bobo e preferiu a austeridade eficiente ao populismo irresponsável que os levou à crise.
Um amigo português quer saber o que pode acontecer com Dilma e Eduardo Cunha. Tudo, inclusive nada, respondo enigmaticamente e pergunto: em que país Cunha poderia ser absolvido por um tribunal, um conselho de ética ou um plenário da Câmara, apesar de denunciado por cinco delatores e pela PGR com extratos bancários apresentados pela Procuradoria de Justiça da Suíça, como beneficiário de pelo menos cinco milhões de dólares de 23 contas em quatro países? Quem tem Cunha, tem medo.
Conto-lhe que Lula negocia com Eduardo Cunha a salvação de seu mandato e o de Dilma. Só imaginar os pedidos e ofertas de um e de outro, o cinismo, o ódio mútuo, o absoluto desprezo pela opinião pública, pela lei e pelas instituições, dá vontade de vomitar o vinho e o bacalhau.
Em frente ao Castelo de São Jorge, lamento não estarmos na Idade Média, com as tropas de Dilma e de Cunha se massacrando mutuamente numa batalha sangrenta, limpando o terreno para que novas forças políticas pudessem reconstruir o país destruído pela corrupção, incompetência e ambição de duas quadrilhas em disputa dos cofres do Estado.
O difícil é saber que novas forças são essas.
Fonte: O Globo, 16/10/2015.

“A minha mãe diz que é um orgulho ter um filho azedo. Antes azedo que petista.” (Limão)

“Quem nasceu de susto não pode ser vigia de cemitério” (Pócrates)

“Dê flores para os vivos.” (Filosofeno)

Ben Rosenfeld- Na Rússia Putin foi nomeado "Homem do Ano" para 15º ano consecutivo. Para o 15º ano consecutivo, a única pessoa autorizada a votação foi mãe de Putin.

“Aturando Lula, Dilma e o PT por tantos anos, o Brasil está cansado. E digo mais, se o Brasil fosse gente já teria fugido pra Miami.” (Eriatlov)

“Até o papagaio lá de casa não suporta Dilma. Quando ela aparece na Tv ele grita : desliguem essa bosta!” (Climério)

“A pilantragem esquerdista não se dá por vencida, relincham na mídia todos os dias. O pior é que tem quem ainda lhe dá ouvidos.” (Eriatlov)

“Algumas mulheres lindas saem comigo somente para realçar ainda mais as suas formosuras.” (Assombração)

“Não consigo nunca dar o troco na mesma moeda. Meu coração é moeda forte.” (Mim)

“Quem busca o conhecimento nunca estará só. A mente sempre fornecerá boa companhia.” (Filosofeno)

“Quando os bons se calam a injustiça vê o caminho livre para reinar.” (Filosofeno)

“A mediocridade instalada no Palácio do Planalto é contagiante. Quem está mamando não se importa e quem espera por vaga se cala.” (Mim)

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- domingo, maio 16, 2004 ESTRATÉGIA DE JERICO

Consta que o general Ulysses Grant, herói da Guerra de Secessão e vitorioso em muitas batalhas, era um beberrão contumaz. Quando o presidente Lincoln foi informado de sua devoção pelo uísque, não teve maiores dúvidas: "digam-me qual o uísque preferido de Grant, para recomendá-lo aos outros generais". A história homenageou o general bebum, mas competente, com a marca de um uísque. 

Não interessa o que um homem beba. O que interessa é sua obra. Beber faz parte da idiossincrasia de cada um, da mesma forma que a vida sexual. Uma onda de puritanismo parece estar tomando conta da mentalidade dos americanos e particularmente da imprensa americana, que nas últimas décadas tem se imiscuído na vida pessoal de seus líderes. A denúncia de Larry Rohter, correspondente do New York Times no Brasil, a respeito do consumo etílico do presidente brasileiro, é decorrência daquele jornalismo que viu nas práticas sexuais de Bill Clinton motivos para um impeachment. Cá entre nós, nossos presidentes sempre beberam e fornicaram à vontade, sem que cidadão algum se preocupasse com tais peculiaridades. 

Esta onda de puritanismo e invasão da privacidade é recente, nem sempre existiu. Era folclórico o apetite sexual de John Kennedy, e em sua época ninguém o reprovou. Pelo contrário, fazia parte de seu charme. Além de avançar sobre secretárias, estagiárias e mesmo visitantes da Casa Branca, tinha ainda algumas profissionais de plantão para os momentos de urgência. Entre nós, ninguém ignorava o gosto de João Goulart pelas prostitutas nem o apego de Jânio Quadros ao uísque. Tivemos também um ministro, o economista Mário Simonsen, cujo apreço aos bons álcoois era tão notório quanto seus conhecimentos de ópera. 

Hábitos personalíssimos de cada um, ninguém tinha nada a ver com isso. Mesmo assim, a imprensa foi pródiga em piadas em relação tanto a Jânio como a Simonsen, e a nenhum dos dois jamais ocorreu processar ou expulsar jornalistas. Boris Ieltsin fez fama na imprensa internacional como alcoólatra inveterado e nem por isso expulsou algum jornalista de Moscou. Consta inclusive que aquele canhonaço na Duma, que fez a velha guarda do PC soviético desistir de qualquer veleidade de resistência, não teria ocorrido não fosse um alto teor de vodca nas veias. 

Ainda no final de seu governo, Fernando Henrique Cardoso foi acusado ter um filho com uma jornalista da rede Globo, que residiria no Exterior. A revista que o acusou enviou um correspondente a Barcelona para desvendar o mistério. O jornalista trouxe uma prova cabal da existência do filho: ao telefonar para a suposta mãe, ouviu uma voz de criança ao fundo. Estava provado o que o presidente queria esconder. A prova era a voz de criança ao fundo, ouvida por telefone. Para decepção dos argutos jornalistas, Fernando Henrique fez o que deveria ser feito: nada. A denúncia, com ou sem fundamento, caiu no vazio. 

Pisado em um calo que parece machucá-lo muito, Lula deu repercussão internacional ao que teria passado despercebido, não fosse sua reação de Besta Fera. Retoma uma lei caduca da ditadura que diz ter combatido e expulsa o correspondente do país. Ironicamente, empunhou a mesma lei que os militares usaram para expulsar em 1980 do Brasil um apparatchik italiano, o padre Vito Miracapillo. Se sua fama de beberrão contumaz era conhecida apenas no Brasil, Lula divulgou-a urbi et orbi. O fato foi noticiado em cerca de quarenta jornais do Ocidente e inclusive na China e no mundo árabe. De tal performance, nem Duda Mendonça seria capaz. 

Internamente, o escândalo veio a calhar. Em meio ao total desgoverno do governo, a imprensa deixou de falar por uma semana dos desmandos dos sem-terra e dos sem-teto, dos bantustões do Rio onde o Estado não manda mais, dos índios que massacram brancos às dezenas e permanecem impunes e do mísero aumento do salário mínimo, para dedicar-se aos pileques presidenciais. 

A primeira defesa de Sua Alteza ofendida foi identificar-se à nação. Em sua tosca visão de mundo, o ofendido foi o país, não ele. "Le Brésil c'est moi" foi o que disse, em outras palavras. Ora, o país da cachaça jamais se ofenderia com tal constatação. E aqui vai um primeiro equívoco do jornalista americano, julgar que o país se preocupa com os hábitos etílicos presidenciais. Estes hábitos são conhecidos desde suas candidaturas anteriores à Presidência. Sua eleição é a prova definitiva que brasileiro nunca ligou para isto. Outro equívoco foi julgar que as gafes cometidas por Lula são efeito do álcool. Lula deveria agradecer tal afirmação, ela só o beneficia. Pela primeira vez, suas estultices são atribuídas não à sua atroz incultura, mas a um fator ocasional, os eflúvios etílicos. 

Tampouco procede a insinuação de Rohter de que a predileção do presidente por bebidas fortes esteja afetando sua performance no cargo. O governo Lula nada tem dos passos erráticos de um bêbado. Para garantir a perpetuidade da Nomenklatura petista, tem avançado com muita lógica e coerência no bolso do contribuinte. Começou tungando 30% dos pensionistas, está tentando tungar mais 11% dos aposentados em geral e já pensa em aumentar para 35% o imposto de renda. Isto não é porre. É lúcida determinação de quem quer se manter no poder às custas do empobrecimento da classe média. Não estamos diante de um bateau ivre à deriva, mas diante de uma nau com rota muito precisa. 

Lula diz ter ficado particularmente ofendido com a alusão de Rohter aos problemas etílicos de seu pai. Melhor não falasse. Neste domingo, Veja e Folha de São Paulo publicaram artigos demolidores, que fazem avançar o alcoolismo dos da Silva duas gerações para trás. "Meu pai bebia sempre - diz um dos irmãos do presidente -. Tomava pinga. Depois passou para o conhaque, que era melhor. Depois passou para a cerveja, que era melhor. Se ele pudesse beber cinqüenta pingas, ele bebia. Ele não tinha controle. Chegava em casa de fogo". 

De sua avó materna, diz o próprio Lula: "Minha vó, coitada, bebia uma cachaça!", lamenta Lula. "Quantas vezes meus irmãos tiveram que pegar ela dormindo no meio do mato, na estrada, na beira do asfalto. [...] Ela bebia muito, muito". Estas declarações estão no livro Lula - O Filho do Brasil, da jornalista Denise Paraná, elaborado a partir de depoimentos de Lula e de seus familiares. 

Choveram ainda na imprensa enfáticas declarações de amor de Lula pelo álcool. Há quem diga que a reportagem de Rohter é inconsistente no que se refere ao alcoolismo do presidente. É que Rohter não pesquisou a fundo. Entre as dezenas de declarações publicadas, pinço apenas duas. Em 1978, interrogado peloPasquim sobre sua recente preferência pelo uísque, diz: 

- Olha, se você tivesse aqui uma garrafa de 51 eu tomaria o dobro desse uísque. Bebo o que tiver, né, mas na minha sala do sindicato a gente abre garrafa de 51.

E esta outra, definitiva, extraída do depoimento a Denise Paraná: 

- A verdade é o seguinte: política é como uma boa cachaça. Você toma a primeira dose e não tem mais como parar, só quando termina a garrafa. 

Confissão cabal de bebedor bruto, capaz de emborcar de uma só vez uma garrafa de cachaça. Irá Lula banir Lula do Brasil? 

A trapalhada toda terminou pior do que começara, com uma farsa deslavada. Por razões de ordem jurídica, o governo não podia manter sua decisão. Pela obstinação de jerico de Lula , estava impossibilitado de voltar atrás. Para salvar a cara, viu uma retratação do correspondente do NYT em uma carta em que o jornalista não se retrata de modo algum. Tanto que seu jornal reiterou que não se desculpava nem se retratava. 

O episódio foi salutar. O projeto de tiranete que se escondia sob a capa de democrata mostrou suas garras ao mundo todo. 

ARROTOS ASFIXIANTES DA MOCRÉIA DELIRANTE- Nem Natal salva o comércio da crise-Até o Papai Noel está procurando emprego

Silvio Ribeiro trabalha como Papai Noel em festas de fim de ano há 48 anos. Mais que isso: ele mantém uma equipe de 15 "bons velhinhos", que trabalham em shoppings, empresas, eventos e residências. Mesmo com uma inflação de mais de 9% prevista para 2015, ele decidiu não reajustar o preço do serviço, inalterado há dois anos. Para ter um Papai Noel com barba postiça, o preço é 650 reais. Com barba de verdade, o valor passa a 850 reais. Em outras épocas, as reservas já estariam aquecidas nessa época do ano, a pouco mais de dois meses do Natal. Neste 2015 de retração econômica, no entanto, até Papai Noel é termômetro do aperto financeiro da clientela. "Ainda não recebemos nenhum pedido", diz Ribeiro. "Nossa esperança está no recebimento do 13º salário."

Veja

“Meu azar é crônico. Ganhei um saco de arroz de 60 quilos. Tinha 50 quilos de carunchos.” (Limão)

EMBATE DE SICILIANOS- Cid Gomes se filia ao PDT e chama Temer de 'chefe de quadrilha'

"Revólver fumegante, Batom na cueca". Por Fernando Gabeira*

ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 11DE OUTUBRO no Segundo Caderno do O Globo e no Blog de Fernando Gabeira, WWW.GABEIRA.COM.BR


Batom na cueca e revólver fumegante são duas imagens que dizem a mesma coisa: uma prova contundente. A imagem brasileira inspira-se na sensualidade, a americana expressa mais uma cultura bélica, tecnológica. O fato é todos entendem que alguma coisa decisiva foi descoberta.

Nos filmes policiais americanos, o revólver fumegante às vezes aparece num simples detalhe esquadrinhado pelos equipamentos científicos. Aqui no Brasil também houve um avanço científico na busca de provas. A Operação Lava-Jato soube recolher e cruzar dados, estabeleceu conexões internacionais. Isso é novo no país. Mas ao contrário de crimes individuais, ele desvenda uma organização que se moveu na confluência pantanosa da política e das grandes empresas. E o faz num período pós-moderno em que ainda tem força a tese de que as evidências não importam e sim as narrativas. Uma variante apenas da antiga expressão: os fatos não interessam e sim as suas versões.

Quando um empresário preso por corrupção em obras da Petrobras afirmou que deu quase dez milhões para a campanha de Dilma, em troca de negócios na Petrobras, já estávamos diante de algo contundente. Ao aparecer em suas anotações uma conexão clara entre o dinheiro, o PT e o resgate do dinheiro da Petrobras, isso configura um batom na cueca. É inevitável que as contas de Dilma sejam analisadas pelo TSE a partir dessa denúncia. Caberá a cada ministro decidir se o empresário deu o dinheiro como propina ou simplesmente pelo amor à democracia.

Da mesma maneira, as contas de Eduardo Cunha na Suíça são um batom na cueca. Ele foi campeão nas citações dos delatores premiados. Um deles afirmou que depositou o dinheiro precisamente em sua conta na Suíça. Um homem sem mandato estaria preso para explicar tudo isso. Mas vamos levando o faz de conta, todos sabendo que o país foi assaltado e por quem foi assaltado. Na cultura sensual brasileira, é conhecida a frase de Nelson Rodrigues de que o homem deve negar sempre um encontro amoroso, mesmo com o batom na cueca.

Isso se estende à política. Na tática Paulo Maluf, por exemplo: não tenho conta na Suíça e essa assinatura não é minha. E na elaborada tática petista: não existe nada estranho, exceto o seu olhar nublado pela ideologia conservadora, elitista etc. Uma medida provisória para isentar a indústria automobilística em R$ 1,3 bilhões em impostos foi assinada por Lula. Uma empresa de lobby gastou R$ 36 milhões com propinas para que isto acontecesse. Desse dinheiro, R$ 2,4 milhão foi pago pela empresa lobista ao filho do ex-presidente. Isso pra mim é batom na cueca. Sempre se pode dizer que foram prestadas consultorias de marketing esportivo. Mas qual grande gigante da indústria gastaria tanto em assessoria de marketing?

Da mesma maneira, no caso do dinheiro de Ricardo Pessoa para a campanha, o nome da Petrobras está grafado como PB: pode se dizer que PB quer dizer dizer Paraíba ou pequena burguesia e assim por diante, neste jogo interminável.

O governo e os partidos que assaltaram a Petrobras não vão sair ilesos. Mesmo se a Justiça for muito sinuosa, se os ministros amigos derem uma pequena ajuda, se alguns formadores de opinião torcerem os fatos, a sociedade já viu, ouviu, leu documentos suficientes para ver o batom na cueca.

Isso não é uma expressão jurídica. É apenas uma constatação ao alcance de todos, uma imagem popular. Não há como negá-la. Dizer que não usa cueca, que a mancha veio da lavanderia? Com as contas reprovadas pelo TCU, o que também é novo no país, o governo ainda tem a campanha sob investigação: tudo vai desabar no Congresso e seus labirintos. Não importa o caminho tortuoso das evidências pelas instituições. A sociedade brasileira já sabe o que aconteceu.

É nessa brecha entre a consciência social e as instituições, algumas aparelhadas pelo petismo, que mora o perigo. Não é preciso grandes termômetros para sentir que sobe a temperatura nas ruas. O escritor moçambicano Mia Couto disse que às vezes pensamos que estamos na nossa cidade, mas ela nos escapa, vivemos apenas um sonho de estar nela. Nesse caso, pensamos que vivemos num país mas ele nos escapa como se fôssemos estrangeiros. Os fatos, o conjunto de leis, tudo isso é relativizado numa esfera longínqua. O batom na cueca, o revólver fumegante se tornaram tão frequentes quanto um guarda-chuva esquecido ou o resfriado na virada do tempo. Mas nunca é demais lembrar que não há nada de errado com nossos olhos: a paisagem é moralmente desoladora. Daí a irritação das pessoas que insultam petistas nos lugares públicos. Gritam ladrões, mas no fundo deveriam pedir que lhes devolva um Brasil inteligível, um país em que os fatos evidentes tenham consequência.

No sua dramaticidade cívica, o hino diz: ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil. De fato, o dilema agora é impor a realidade ou viver num outro Brasil, esse estranho país em que os fatos ainda são atropelados pelas versões do poder.

"Lula nos manda ir à feira". Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa*

Artigo publicado originalmente no Blog de Ricardo Noblat, 16 de outubro de 2015


Dilma Rousseff encetou uma vigorosa campanha para salvar seu mandato. É um direito que lhe assiste. Deve ser duro passar por um impeachment, taí, deve ser muito duro. O Collor que o diga.

Ela se insurge contra a oposição e alega que o ódio e a intolerância disseminados contra seus governos e os do Lula, leia-se contra o PT, são tentativas de tirar seu mandato sem que exista qualquer "fato jurídico ou político".

Será que seus seguidores acham que sua incapacidade de ver o que se passa à sua volta, sua incompetência para administrar, seu modo rude e tosco de tratar seus auxiliares, são os motivos que levam a maioria dos brasileiros a sonhar com seu afastamento? Na verdade, se fosse só isso, não haveria 'fato jurídico ou político' para pedir seu impeachment.

Mas... fora isso (numa homenagem à grande crônica do Veríssimo de ontem) houve a campanha pela reeleição, fábula fiada do começo ao fim.

Fora isso, houve a derrocada de nossa maior empresa, verdadeiro descalabro que aconteceu sob suas asas.

Fora isso, tem a explicação, que de tão fantasiosa chega a ser ofensiva, que as 'pedaladas fiscais' de dona Dilma foram feitas para honrar os compromissos com o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida!

Fora isso, tem essa cantilena insuportável sobre o ajuste e sobre ser nossa obrigação, como cidadãos, colaborar sofrendo cada vez mais para que o país ajuste sua Economia.

O que o governo fez pelo tal ajuste? Uma verdadeira economia de palitos, uma gota d’ água no imenso oceano de dívidas em que estamos mergulhados.

E falou, falou muito, e deu voz novamente ao Lula - só não lhe entregou ainda a caneta. Quero crer.
E alimentou a doença infantil da esquerda fajuta que nos enfiou o Foro São Paulo goela abaixo e por conta disso ficamos atrelados ao Mercosul, dispensamos a Alca e agora perdemos a oportunidade de participar da TPP (Trans-Pacific Partnership), o acordo comercial que une doze países banhados pelo Pacífico (entre os quais EUA, Japão, México, Austrália) que respondem por 40% do PIB global.
Bem, você dirá, não vejo lógica. O Brasil está bem longe do Pacífico apesar da promessa mais longínqua ainda de uma estrada que nos levaria até lá.

Isso é fato. Mas, segundo li no 'Terraço Econômico', em artigo assinado por Rachel Borges de Sá, como o TPP "visa reduzir barreiras comerciais com o corte ou redução de tarifas de importação entre países-membros a fim de aumentar o fluxo de bens e serviços", fica simples compreender que o Brasil sairá perdendo com esse acordo "já que se você não precisa pagar nenhuma tarifa (ou seja, impostos de importação ou exportação) nem enfrentar nenhuma complexa burocracia, por que você iria comprar de outro?".

Se em vez de estar com ideia fixa na manutenção do Poder o Governo governasse, quem sabe faria os países do Mercosul compreender que essa união aduaneira que temos é um entrave a voos mais altos?

Enquanto eles só pensam em manter as rédeas do Poder nas mãos, o Brasil se embaralha cada vez mais. A Economia vai de mal a pior, a Política fica cada vez mais feia e Lula e dona Dilma só pensam em barrar o impeachment que a Oposição deseja. Estão como o Juquinha da anedota...

Lula chegou a dizer lá no 12º Congresso da CUT:

— A Dilma não ganhou eleição para ficar batendo boca com perdedores. Se eles quiserem chorar, que comprem cebola para descascar.

E quem precisa de cebolas?

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa* - Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa. 
https://www.facebook.com/mhrrs e @mariahrrdesousa

“Eu deveria ter acreditado na frase que diz: Antes só que mal acompanhado.”( Levy, o bode na sala)

"O dinheiro na Suíça não é méu! “ (Cunhaluf)

Ele andava nu, e pelas ruas perguntava aos passantes- “Onde deixei a minha vergonha?” (Theori, o sem vergonha)

“Quem sou eu?” (Búlgara, a Rainha Louca)

“Como é podre o meu reino!” (IGNÁCIO 51, Imperador Da Nova Era)

“A justiça e a mídia bolivariana blindam Dilma e Lula. Mas não adianta, o povo já sabe o que existe por detrás da pesada maquiagem. “ (Eriatlov)