segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

“Ter uma ou duas pulgas até que é bom. Não deixa de ser uma coceirinha prazerosa. “ (Bilu Cão)
“Domingo e estou aqui bebendo água da torneira. Bem que eu merecia uma mineral com gás.” (Bilu Cão)
“O melhor amigo do homem é o cão? E nos tratam com ração? Pois sim!” (Bilu Cão)
“É uma pena que não tenhamos revistinhas eróticas para cães. A solidão me mata.” (Bilu Cão)
“Tenho um sobrinho tão simpático que o bom dia dele é como levar uma pedrada.” (Mim)
“Reumatismo, bico de papagaio, gota e nervo ciático. O nono já está comendo anti-inflamatório de colher.” (Nono Ambrósio)
“Meus filhos pensam que a casa do nonos é supermercado. Nos visitam só para fazer o rancho.” (Nono Ambrósio)
“A nona está gastando trezentos contos por mês em perfumes e cremes. Mas banho que é bom, nada!” (Nono Ambrósio)
“Comprimidos, comprimidos... Tomo um comprimido para dormir e outro para poder acordar.” (Nono Ambrósio)

“Alguns homens são muito bons. Não é o meu caso.” (Climério)

“O meu encontro com o nada resultou numa grande perda de tempo.” (Mim)

“Estou a 4,5 anos-luz de me tornar um milionário.” (Chico Melancia)

“Éramos tão pobres que lamber sabão era tira gosto.” (Climério)

Teoria de prisões- Alexandre Garcia



Neste ano, até agora, o assunto tem sido presídio. E tenho ouvido e lido muita asnice nas teorias para resolver a situação. A primeira delas talvez seja a de não prender mais. Se os presídios estão superlotados, então a solução é não botar ninguém mais lá dentro. Alguns luminares chegaram a culpar pelas matanças os que prendem e os que condenam. Quer dizer, os culpados pelas mortes em presídios são os policiais e os juízes. É por causa desse tipo de gentalha que nós estamos presos atrás de nossas grades. Vamos deixar os bandidos nas ruas para que a matança não seja entre eles, mas entre nós. E aí os decapitados não serão bandidos, mas os assaltados que reagirem.

Por falar em reação, foi preso no Rio de Janeiro o turista americano que reagiu a um assalto, capturou o assaltante e deu-lhe uma boa sova. O americano tem o hábito de reagir. Lá, são estimulados a reagir. A arma em casa está lá para isso. Quase 100% dos lares têm arma para proteção da família. E o próprio estado americano reage e avisa: “Respeite nossos direitos, ou reagiremos”. Por aqui, tudo se resume no conselho dado pela delegada que prendeu o americano: “Não reaja”. Faltou dizer que devemos ser cordeirinhos na tosquia ou no matadouro. E os bandidos, por aqui, agem com a maior desenvoltura, na certeza de que ninguém tem arma para reagir. E ainda são elogiados por nós, jornalistas, que qualificamos suas ações de “audaciosas” e chamamos quadrilhas de “especializadas”. É de ficar boquiaberto.

Agora se fala em indenizar as famílias dos decapitados, sob o argumento de que estavam sob a proteção do estado. Ora, estamos todos sob a proteção do estado, é o que diz a Constituição. Será que as famílias dos mortos em assaltos, em “balas perdidas”, poderão, doravante, pedir indenização ao estado? Argumentam também, os luminares da mentira, que 42% dos presos(vejam só a minúcia do percentual) são presos de menor poder ofensivo, são ladrões de galinha. Não é verdade. Pode ser que a primeira condenação tenha sido por furtar galinha, mas o juiz percebeu que o réu já responde por três homicídios ainda não julgados e sete furtos, tampouco julgados. Para proteger a sociedade, como é dever do juiz, mandou-o para a cadeia, para que não continue a delinquir. Além disso, é bom lembrar, as audiências de custódia já mantêm muito assaltante em exercício da atividade, já no dia seguinte. Isso sem contar os milhares de condenados que estão nas ruas porque não foram encontrados para executar o mandado de prisão.

Dizem que cadeia no Brasil não tem jeito. É mentira. Vejam os presídios federais. Limpinhos, seguros, sem caso de fuga, sem celular, sem comunicação com o exterior. Por que os estados não conseguem seguir o modelo? Parece proposital que não haja interesse em alterar essa situação. Será por quê? Nas prisões estaduais as facções dominam, e há autoridades que recebem pedágio, não é mesmo? E, entre as teorias dos luminares, cheguei a ouvir este absurdo: assim como a política teve ligação com as Farc, que tem ligação com o crime no Brasil, a tragédia nas prisões busca um movimento para tirar da cadeia quem não tiver crime de sangue. Aí, quem sabe, esvaziam-se as prisões de Curitiba. Claro que não acreditei em mais essa teoria.

APOLÔNIO

Apolônio é um cabrito montês que acreditava pular até a lua num salto só. Seus familiares e amigos o chamavam de louco. Subiu mais alto que pode e na hora apropriada pulou. Pois pulou e caiu sobre o cavalo de São Jorge que pastava tranquilo (Não me pergunte como, mas cavalo santo tem pasto, água e ar limpo na lua, é santo ora!) São Jorge já havia morrido, então Apolônio ficou por lá fazendo companhia ao bom cavalo. Observe descrente nas noites de lua cheia e verás a sombra do Apolônio passeando sobre o solo lunar.

ÁGUA

Após anos de seca desgraçada, no ano de 2003 num canto de pedras nas terras do Brasilino Esperança brotou água abundante. Jorrava alto, vinte, trinta metros de altura. Uma maravilha! Nasceu assim, ao natural, como um presente da natureza. O povo todo das comunidades vizinhas comemoraram efusivamente. Mas Brasilino já curtido pelas decepções da vida não foi ao pote com muita sede, mandou antes examinar o presente. Pois não deu outra: a água estava contaminada pelo sapovírus e pelo parasita dilmoridium parvum.

“Deus criou o mundo em seis dias. A verdade é que quem faz com pressa faz mal feito.” (Pócrates)

Corte religioso — Para quem anda na dúvida se o inexistente existe ou não...

ATHEUS-NET

Jardim da filosofia — Profundezas diversas

CONTRABALANÇANDO

A cachorrinha da dona Cleusa saía todo dia de sua casa e ia elegantemente fazer seu cocô matinal na grama limpa e verde do vizinho. Reclamar ele reclamou, mas seus apelos foram em vão. Era um homem gentil, detestava discussões e intrigas. Digamos que era um cavalheiro. Com o tempo achou que o negócio tinha passado dos limites. Resolveu ele também comprar um animalzinho de estimação para contrabalançar. Não foi fácil, mas conseguiu. E assim toda manhã ele saía de casa com seu elefante de estimação para fazer cocô no belo gramado do vizinho.

A MORTE DO MAU

Lalu morreu num tiroteio com a polícia. Homem mau, ave de desgraças e dor. A família foi avisada e providenciou o velório. Terminada a cerimônia de poucos presentes, já noite, o caixão foi levado e deixado na praça da cidade. Antes da meia-noite chegaram os vermes para dar conta do corpo. Estavam usando máscaras protetoras, pois saibam todos que dependendo do corpo até mesmo os vermes sentem náuseas.

“Dinheiro? Posso dizer que sempre tive dinheiro insuficiente para viver.” (Mim)

“Se tanto fez como tanto faz todos dormem até mais tarde.” (Mim)

“Na juventude somos gatos. Na meia-idade gaviões. Na velhice somos provadores de pílulas.” (Mim)

“O ateísmo é um clube no qual não se entra por convite.” (Mim)

“Não se julga as pessoas pela aparência. Normalmente as pessoas são piores daquilo que aparentam. ’ (Mim)

NA TOCA DO TATU

Na toca do tatu tinha um toco
Tinha um toco na toca do tatu
O tatu deu um totó no toco
E o toco caiu no colo da toupeira
Tatu toco totó toupeira
A turma do buraco na maior encrenqueira.

“A felicidade é compreender a vida, viver em paz e ser livre o possível.” (Filosofeno)

“Entrega uma caneta para um bruto. Será mais fácil ele fazer dela uma arma que escrever um poema.” (Filosofeno)

VIRGENS

“Quem sofre quando chega aqui são os toalhas na cabeça. Pedem pelas virgens prometidas. Mando eles pra dona Zefa no reino das pelancas, três quilos de beiço na perereca.” (Satanás Ferreira)

“Jogo no time dos religiosos. Muita conversa , pouco trabalho e vida mansa.” (Satanás Ferreira)

SATANÁS FERREIRA

“Aqui é no inferno fazemos qualquer negócio. Pagando bem o sujeito tem até Split no quarto.” (Satanás Ferreira)

AGUARDENTE

Havia um copo sobre a mesa. Dentro do copo, aguardente. Passou pelo copo um vivente deu um pequeno gole e seguiu em frente. Depois passou outro que também degustou e seguiu em frente. Veio então um terceiro homem que emborcou tudo e caiu. Eis a diferença entre saber e não saber beber.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- domingo, fevereiro 25, 2007 DE CHARLATÃO A SANTO

Quando jovem, muito convivi com católicos, e dos mais praticantes. Na pequena cidade onde me eduquei, a igreja estava sempre cheia aos domingos. Mesmo durante a semana, a missa das seis sempre tinha boa freqüência. Os fiéis se confessavam, comungavam e rezavam. Havia ainda sessões de terço e semanas de pregação. Mas minha adolescência já está longe e aquela cidadezinha também. Religião, idem. Mas, cá e lá, sempre encontro católicos, e alguns inclusive fazem parte de minhas mesas de botequim. Mas já não vejo, nos católicos de hoje, aquele santo zelo que animava os antigos.

São crentes que há muito não se confessam nem comungam, muito menos vão a missas. Comparecem à igreja em ocasiões especiais, tipo batismo ou casamento, eventualmente uma missa do galo. Tampouco lêem a Bíblia. Se lhes perguntarmos o que significa a palavra "católico", não sabem responder. Crêem vagamente num deus que, teoricamente, premia os justos e castiga os maus, embora o dia-a-dia mostre justamente o contrário. Se o papa condena o aborto, são contra o aborto. Pelo menos enquanto a filha adolescente não engravidar de um marginal. Se o papa condena o homossexualismo, eles também condenarão o homossexualismo. Desde que não tenham um filho ou filha homossexual, é claro. Se interrogados sobre sua religião, dirão sem hesitar: "sou católico". Mas não têm idéia alguma do deus no qual dizem crer, muito menos dos dogmas da igreja que seguem. Católico é palavra que serve para responder formulários por default. Declaram-se católicos, apenas isto.

Nesta última viagem, revisitei templos que adoro. Adoro principalmente por sua arquitetura, seus vitrais, sua estética e, last but no least, seus órgãos. Sempre que passo em Paris, dou um alô à Notre Dame, onde aos domingos, às cinco da tarde, sempre há um concerto de órgãos. Passando pela Madeleine, peguei um pedaço de missa magnífica, para órgão e coral. Em Toledo, não deixei de rever aquela catedral comovente. Minha Baixinha, que a adorava, costumava chorar ao passear por suas naves. Certa vez, uma senhora a abordou, perguntou se estava se sentindo bem. Ora, estava se sentindo tão bem que chorava. É catedral que comove qualquer ateu. Mas, atenção: quaisquer desses templos magníficos abrigam hoje mais turistas do que crentes. Os turistas os invadem, em busca de beleza e música sacra. Os crentes constituem alguns gatos pingados, em geral restritos a alguma capela das catedrais.

Na França, só um francês entre dois ainda se declara católico. E só um católico entre dois crê em Deus. Esta é a chamada de capa do Le Monde des Religions, suplemento do jornal francês Le Monde, de janeiro-fevereiro deste ano. Estes dados são fruto de uma pesquisa levada a cabo pelo instituto de sondagens CSA. A conclusão é que se a imagem da Igreja e do papa continuam boas, a esmagadora maioria dos fiéis toma distância em relação ao dogma e permanece aberta ao diálogo com outras religiões. Que significa ser católico? Ir à missa? Ser batizado? Levar os filhos ao catecismo? A estas definições institucionais, os pesquisadores preferiram uma definição sociológica: é católico todo aquele que se declara como tal.

Para quem conhece o laxismo dos católicos brasileiros, o resultado da enquete não chega a surpreender: os católicos franceses são tão relapsos quanto os nossos. Apenas 8% assistem a uma missa por semana. 46% só a assistem em ocasiões especiais, como batismos, casamentos, enterros. 16% rezam todos os dias. 30% jamais rezam. Apenas 52% crêem que Deus existe. Mas atenção: destes, se 26% têm certeza de sua existência, outros 26% a julgam provável. 31% não sabem que dizer, 10% acham que é pouco provável e 7% crêem que não existe. Para 26%, não há nada após a morte. Para 53%, "deve existir qualquer coisa, mas não sei o quê". Apenas 10% acreditam na ressurreição dos mortos; 8% acreditam na reincarnação na terra em uma outra vida e 3% não se pronunciam.

Ou seja, não há mais uma crença unificada. Tem-se uma Igreja à la carte, onde cada um escolhe partes nas quais crer. Há inclusive quem se cale na hora de rezar o credo, para não mentir. Pois não é fácil crer na ressurreição da carne ou na vida eterna. Se a França foi um dia considerada la fille aînée de l'Eglise, hoje é um país onde se pratica um catolicismo inconseqüente, de fachada. O mesmo se poderia dizer dos demais países da Europa, onde as igrejas, antes locais de culto e prece, passaram a ser monumentos de consumo turístico. Portugal, um dos últimos bastiões do catolicismo, acaba de manifestar-se em plebiscito a favor do aborto, em flagrante desafio ao Vaticano. Faltam agora apenas Irlanda e Polônia. 

Debilitada na Europa moderna, a Igreja se volta para o Terceiro Mundo. A primeira grande operação de marketing do papado de Bento XVI é sua viagem ao Brasil, quando tirará do bolso pontifical o primeiro santo cem por cento tupiniquim. Era o que o Brasil patrioteiro há muito esperava. O personagem a ser santificado é o frade franciscano Antonio de Santana Galvão, morto em 1822. Sua grande virtude, pelo que sabemos, é ter distribuído a doentes pílulas de papel de arroz, onde está escrita uma prece em latim confirmando a virgindade de Maria. Junto com a pílula, você engole um dogma de brinde. Frei Galvão teria feito, depois de morto, os dois milagres necessários para a canonização, sendo um deles a gravidez de uma mulher que não conseguia ser mãe. Mesmo no século XXI, a Igreja continua negando a ciência. Pois todo milagre é uma negação da ciência. Como médico venal é o que não falta neste mundo para atestar milagres, mal começa uma campanha no Vaticano para canonizar um beato, os milagres logo saltam como cogumelos após a chuva. No caso de frei Galvão, a Igreja vai carregar um ônus pesado. Pois está canonizando um charlatão. Os fabricantes de objetos sacros estão esfregando as mãos de contentes. Com o anúncio do novo santo, multiplicaram-se por milhares as estatuetas de frei Galvão. E das pílulas de papel de arroz. Em verdade, não são comerciáveis. Mas graças a elas frei Galvão acabou prestando um grande reforço ao mercado turístico nacional. Em países incultos, até mesmo pilulinhas de papel têm um alto valor agregado.

Mas o Vaticano parece ter perdido todo e qualquer pudor histórico. Está em marcha nestes dias o processo de canonização de madre Tereza de Calcutá, vigarista de alto bordo e apoiadora de ditadores como Envers Hodja e Baby Doc. Dado o ceticismo dos europeus em relação à Santa Madre, é para o Terceiro Mundo que migrarão os santos. Como o Brasil tem uma oferta colossal de crentes, dispostos a rezar para quem quer que seja, a safra de santos promete ser farta nas próximas décadas.
"Quando criança não ouvi os conselhos dos meus pais. Eu tinha cera nos ouvidos." (Climério)
“Cemitérios são bons lugares para reflexão desde que estejamos em pé.” (Mim)

CLIMERIANAS

“Sou um sujeito sem preconceitos. Vou pra cama com mulheres religiosas sem restrições. E há momentos que até de joelhos fico.” (Climério)

 “Quem não gosta de sombra e água fresca? Mas para isso é preciso empurrar os outros para o sol?” (Climério)

 “Ando mais perdido e solitário que garçonete de inferninho em festa de bispo.” (Climério)

 "Sonhei que era um príncipe, e pela manhã ordenei que me fosse servido café na cama. Minha mulher não gostou e me deu uma bolacha no pé do ouvido que até os pés de alface saltaram para fora. (Climério)

 “Já fui bem pior. Então imagine.” (Climério)

 “Não sou botox, mas também aliso mulheres enrugadas.” (Climério)

 “Para esvaziar algumas reuniões políticas basta gritar ‘pega ladrão!” (Climério

 “O amor verdadeiro supera até encerramento de conta bancária pela abundância de borrachudos.”(Climério)

O VOO

Tomas dormia durante o voo. A aeronave estava em velocidade de cruzeiro quando ele acordou. Após olhar detalhadamente em volta percebeu algo estranho. Naquele voo pareciam estar reunidas inúmeras pessoas famosas já falecidas. Ao seu lado, por exemplo, estava o Mahatma Ghandi. Do outro lado do corredor viu com clareza Airton Senna gargalhando ao brincar com amigos. Alguma coisa diferente acontecia naquele voo, o que seria? Quando foi ao banheiro deu de frente com uma pessoa muito conhecida aos católicos, o Papa João Paulo II, usando crachá de copiloto. Quando Madre Tereza de Calcutá uniformizada de aeromoça passou com o carrinho de lanche pelo corredor Tomas ficou pálido e perguntou ao senhor ao lado o que estava acontecendo naquele avião. O ancião olhou rindo para ele e respondeu: - Acorde tonto, você está sonhando.

É PRECISO DUVIDAR

Quem não duvida
Engole o pronto
Gosto é gosto
Até se discute
Absorvido o pronto
O pensar não repercute
Morre no ser que o recebeu
Como verdade absoluta

ILUMINADA

Iluminada é a mente
Que tem o horizonte infinito como alvo
Ao contrário do parvo
Que de cabeça baixa conta as pedras do caminho.


NATURALMENTE

Era noite e o relógio sobre o armário fazia tic-tac
O ratinho entrou na casa e ficou na despensa roendo
O homem que dormia acordou-se e ficou ouvindo
O gatinho viu o rato e lambeu os beiços
Uma vez
Duas vezes
Três vezes
Meia-noite o relógio sobre o armário tic-tac explodiu 
Era um relógio-bomba
Não sobrou nada do homem
Do rato
Do gato
E do relógio
Naturalmente.