quinta-feira, 12 de abril de 2018

O ESCRITOR ESQUECIDO

 "Se cada espanhol opinasse sobre aquilo que sabe, e só a respeito do que sabe, se faria um grande silêncio, que poderíamos aproveitar para o estudo".

 Don Manuel Azaña, político e escritor, presidente da República Espanhola durante a Guerra Civil.

Aqui podemos parafrasear:
 "Se cada ator global opinasse sobre aquilo que sabe, e só a respeito do que sabe, se faria um grande silêncio, que poderíamos aproveitar para o estudo".

O PAÍS QUE DESEDUCA por Alexandre Garcia. Artigo publicado em 10.04.2018



Acaba de ser divulgada uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria em parceria com o Todos pela Educação, mostrando que, de certa forma, uma preocupante parte dos 2 mil entrevistados está gostando dos resultados do ensino médio. Mais da metade, 54% acham que o ensino prepara bem ou razoavelmente para o mercado de trabalho. E apenas 74% concordam que ensino de baixa qualidade é prejudicial ao país - imagino que essa concordância deveria beirar os 100%. Quer dizer, muita gente não se dá conta da primordial importância da escola - e nós ficamos a culpar os políticos por darem pouca relevância a esse assunto. Na verdade, numa recente eleição presidencial, o candidato que tinha por plataforma a Educação, recebeu apenas 2,64% dos votos válidos.

Pela pesquisa, percebe-se que as pessoas veem como responsáveis pela educação, o Presidente da República, o Governador, o Prefeito, o diretor da escola, os professores e o material de ensino. Parece que os pais e a família nada têm a ver com isso. No entanto, a educação começa em casa. Só que... a maior parte das famílias brasileiras está com pai e mãe fora de casa para buscar o sustento. Mas do que isso, cerca de 15 milhões de lares só têm a mãe como chefe-de-família e provedora. Há também um numero considerável de crianças, cuja educação é entregue a governantas, a babás, a vizinhas, a irmãos mais velhos, a empregadas domésticas, a creches. Dependendo do poder aquisitivo, a maior influência na educação das crianças está nas redes sociais, nos filmes e na televisão. Pouco se controla sob que tipo de influência os filhos estão.

Depois os pais - ou a mãe solitária - se surpreendem com reações adultas dos filhos ainda em tenra idade, com sexo precoce, com álcool e com drogas. Filho criado solto como um filhote animal sem limites, sem freios, sem disciplina, sem ordem, sem princípios, sem noções de como é a vida em comunidade ou em uma empresa. Temerosa, a escola é cheia de cuidados, tão zelosa quanto os pais em só agradar o jovem, sem puni-lo, sem deixar de gratificá-lo ainda que não mereça. No espírito da destruidora ditadura do politicamente correto, só existem direitos e não deveres - mérito nem pensar. Nem igualdade, já que se premia o esperto, o que se diz oprimido, o que se diz vítima. A hipocrisia impera.

Assim, nesse país em que ninguém educa e não se identifica claramente os que deseducam, vamos afundando e nos tornando cada vez mais atrasados em relação ao mundo. Em leitura vamos levar 260 anos para recuperar o que já perdemos, calcula o Banco Mundial. “São as más companhias”, alegam pais que não sabem que seus filhos podem ser as más companhias dos filhos dos outros. Instalou-se um círculo vicioso, que começa em casa e termina em fracassos na vida prática. Ainda há quem se mantenha no bom combate pela formação dos filhos. Outro dia, na missa, uma menininha fazia algazarra e corria pelo altar sem parar. O sacerdote interrompeu a celebração para perguntar a uma senhora que estava nos primeiros bancos: “É sua filha?” E a senhora, imediatamente: “Não é. Se fosse, já teria levado umas palmadas.”

* Publicado originalmente em http://www.sonoticias.com.br/coluna/o-pais-que-deseduca

OS FILHOS DE PAULO FREIRE por Percival Puggina. Artigo publicado em 11.04.2018



Entrei no taxi – taxi mesmo, o que já se torna raro – e puxei assunto: “Como estão as coisas no negócio de vocês?”. Resposta: “Este país não tem jeito. Sempre explorado. O litoral brasileiro está cheio de navios estrangeiros levando nossas riquezas. É assim desde o Descobrimento”. Fui tomado por uma vontade irresistível de ficar só e mergulhar fundo nos meus próprios pensamentos. Neles, ando em círculos, sei, mas não perco dois ingredientes dos quais tenho estoque limitado: ciência e paciência.

Meu interlocutor, pela idade, fazia parte da segunda geração de filhos de Paulo Freire. Muito provavelmente, se constituiu família, já estava transmitindo aos seus descendentes essa mesma visão de mundo e de história, sem perceber a que tipo de existência os estava condenando. E assim prossegue o “patrono da Educação brasileira”, com a retórica explorado/explorador, oprimido/opressor e outros tantos litígios que a criatividade humana pode conceber para exportar responsabilidades e substabelecer cidadanias, perpetuando rotinas que são, enfim, os objetivos políticos dessas falácias nas salas de aula.

Quem entrar numa faculdade de Educação ou num curso de Pedagogia e desenrolar críticas à obra de Paulo Freire se tornará receptáculo de todas as maldições conhecidas desde Tutancâmon. É possível atacar e vilipendiar tudo que for sagrado sem que qualquer dedinho se mova em gesto negativo, mas criticar Paulo Freire? Não. Isso não é coisa que se faça. O motivo pouco ou nada tem a ver com Pedagogia ou com Educação propriamente ditas. Tem a ver com política (e o “p” vai minúsculo).

Quando Freire fez uma experiência pedagógica em Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1963, para alfabetizar três centenas alunos em 40 horas, o resultado final deu a todos, em política, uma nota de aprovação superior à de alfabetização. Numa entrevista em Recife, no ano de 1979, indagado sobre possível filiação a um partido político, Freire respondeu: “Faço política através da pedagogia”. No ano seguinte, estaria entre os fundadores – adivinhe de qual partido? Pois é. Acertou. No livro “Ação Cultural para a Liberdade” (1975) ele trata ainda mais extensamente do engajamento político inerente à ação educadora, enfatizando-a como instrumento para a libertação das classes dominadas. Qualquer semelhança com marxismo cultural não é mera coincidência. Qualquer semelhança com Teologia da Libertação não é semelhança: é identidade. Com efeito, a retórica marxista sobre proletariado é copiada e colada para formar o conceito herético de “povo de Deus” na Teologia da Libertação. Nela, o povo de Deus é o povo oprimido, conscientizado, lutando por sua libertação.

O resultado disso em sala de aula vem sendo desastroso. Nossos estudantes disputam entre os piores lugares nos indicadores internacionais. Em grande número, quando concluem o ensino médio já tiveram suas potencialidades neutralizadas; adquiriram, ao preço exorbitante de seu próprio tempo de vida, as piores ideias políticas e o respectivo kit de chavões paralisantes. Ao se posicionarem mal num mercado de trabalho onde a maioria dos empreendedores anseia por recursos humanos qualificados, trabalham muito, produzem pouco, em tarefas mal remuneradas. Ao final, dão razão a quem mais os prejudicou: os professores que lhes fizeram a cabeça e os maus políticos em quem consequentemente passaram a votar. Com eles, repetem o bordão segundo o qual essa mínima liberdade econômica de que dispomos em nosso país é o “demoníaco” capitalismo, feito para explorá-los e oprimi-los.

É perfeitamente previsível o drama dos filhos de Paulo Freire. Deus seja louvado, então, pelos muitos bons professores que com seu trabalho, em meio a essa infindável luta pelo atraso, enriquecem e abrem horizontes aos alunos que lhes entram pela porta da sala de aula.

NA RECEPÇÃO DO PARAÍSO


Um bandido morre e chega para no balcão de São Pedro. A secretária do santo olha a ficha e diz:
-Bandidão, né? Pois então, danação eterna no inferno. Pegue o elevador 13 e desce!
O homem ficou parado, olhando pra moça.
-Mais alguma coisa?- ela perguntou.
-Olha, eu fui bandido  por 20 anos e agora me aplicam danação eterna? Nem um purgatoriozinho? Quero dizer que a pena é maior que o crime cometido. Isso é um absurdo!
A moça, sem jeito:
-Quem melhor poderia lhe responder seria o chefe, mas ele mandou dizer que não está.

CÍRCULO INFERNAL


Dez horas da manhã, segunda feira. Entro num bar para tomar café, e lá num canto de pouca luz estava um homem ainda jovem, bem vestido bebericando sua cerveja acompanhada por goles  de aguardente. Sem estabelecer julgamento fico pensando na dura dependência e no sofrimento que causa a si mesmo uma pessoa dominada pelo vício. Sim, pois quem bebe nesta hora numa segunda-feira senão um viciado?  Como será que passa as demais horas do dia? Como será no trabalho? Como está sua relação com os familiares? A esposa não estará cansada de aturar o santo bafo de todos os dias? Será que têm filhos? E eles, como reagem? Só sei que o vício causa decadência e tristeza. A vontade é superior à inteligência, portanto todo cuidado é pouco para não entrar nesse círculo infernal.

HUMOR ATEU


Jesus na cruz falando para seus colegas:
-Cara, meteram prego na gente. Será que esses romanos dos infernos não conhecem as fitas da 3M?

FILHO DE BOLIVARIANO É FOGO


-Papá, onde está Chávez?
-No céu, junto de Jesus.
-Mas o que foi que Jesus fez?

DON TROMBOSE


Almoço dominical da família siciliana de Don Trombose. Todos os membros da máfia local reunidos. O Don percebeu que  Genaro  o novato meio surdo não estava comendo ovelha.  Don Trombose gritou: “Genaro, coma ovelha!” Genaro entendeu “coma a velha” e se atracou na mãe do chefe.  Foi enforcado pelo saco ainda no domingo.


Devemos rejeitar a ideia de que cada vez que a lei é quebrada a culpada é a sociedade, e não o transgressor da lei. É hora de restaurar o preceito de que cada indivíduo é responsável por seus atos”. Ronald Reagan

“Você e eu como indivíduos podemos, por meio de empréstimo, viver além de nossos meios, mas apenas por um período limitado de tempo. Porque deveríamos pensar que coletivamente, como uma nação, não estamos ligamos pela mesma limitação?”

 Ronald Reagan

“Eu achava que a política era a segunda profissão mais antiga. Hoje vejo que ela se parece muito com a primeira.”

 Ronald Reagan

"Estamos caminhando para o socialismo, um sistema que, como se diz, só funciona no Céu, onde não precisam dele, e no Inferno, onde ele já existe."

 Ronald Reagan

A CONSTRUÇÃO


Sob o sol da esperança o povo apoiou a construção prometida
Acreditando que seria uma fortaleza
Mas seus tijolos velhos e podres
Dia após dia desmoronaram
Mostrando quão fraco e enganoso
Era o material desta obra calamitosa de monumental propaganda.

MALDITO ATRASO


Libertários, uni-vos!
O estado sugador
Incrustado de parasitas
Protege e realimenta o ciclo
Da servidão contribuinte
O monstro faminto
Não sacia a sua fome destruidora
De empregos
De sonhos
De um futuro promissor
Precisam os homens de visão
Sair de suas poltronas
E dar um basta definitivo
Nesta herança maldita que nos atrasa.

CURITIBA


Curitiba bela e pujante
Não merecia receber tanto lixo
A ignomínia de fantoches e barraqueiros
Enfim a ralé nacional da vagabundagem escancarada.

ILUDIDOS


Passa o tempo
A minha velhice chegará
E não se realiza nunca o país prometido
E pelo que se ouve
Pelo que se vê
Continuaremos sendo o país dos iludidos.

RIO


O Rio de Janeiro sempre belo em prosa e verso
Mas em matéria de governantes
Sempre uma grande bosta.


BRASÍLIA


Juscelino ergueu Brasília
Mas acho que deveria ter tomado um trago
E no lugar erguido um bordel
Já que o negócio por lá é foder o povo.

MUI CORDIAL


O grande metálico corre pela estrada
Na curva difícil tomba
O motorista jaz
A carga se dilacera
O motorista agoniza
O povo cordial saqueia.


“Tudo que parece ser ruim é muito pior.” (Limão)


“Para deixar de ser um nada é necessário se esforçar bastante. É preciso deixar uma marquinha sua nesta vida.” (Limão)



“Nem eu consigo aturar-me. Então que diacho estava pensando quando resolvi me casar?” (Limão)