quarta-feira, 11 de agosto de 2021

 CHAPECÓE E EU- MEMÓRIAS

Comprando na caderneta
Na minha infância não havia supermercado em Chapecó. O Brasão foi o primeiro no início da década de 1970, se não me engano, com duas caixas registradoras. Ficava nas esquinas da Getulio Vargas com Marechal Bormann, onde hoje está a Drogaria Catarinense. Era então nos pequenos armazéns de secos e molhados que até a década de 1960 que os moradores se abasteciam.
Eles vendiam confecções, tecidos, alimentos e ferramentas. Não posso me esquecer das balas Banzé, das balas de banana, das marias- moles e sorvetes secos. A Gasosa de groselha, nosso sonho líquido de consumo. Meu pai à época trabalhava como lustrador/pintor na Empresa de Móveis Chapecoense, da família Lara. Minha mãe lavava roupas para outras famílias para ajudar no orçamento doméstico. Tínhamos uma vida simples, mas divertida, nunca passamos necessidade. Não havia abundância, mas o essencial nunca faltou.
Comprávamos na caderneta no Armazém Palmeiras, na General com Barão do Rio Branco, e no Armazém do Oscar Matte, que ficava na Getúlio Vargas, em frente ao Cansian, onde hoje funciona uma galeria. Eram feitas duas marcações, uma na caderneta do estabelecimento e outra na caderneta do comprador. Ninguém assinava promissória ou duplicata, negócios eram feitos na base da confiança. Todo o dia lá ia eu, trazendo nossas compras numa cestinha de vime, que por sinal era bem forte.
Pois tempo passou, já passei dos cinqüenta, mas posso dizer feliz que é bom recordar.

 VOCÊ

Teus olhos têm o brilho de lua cheia, Teus beijos a doçura infinita. És sapeca como criança, Também das pequenas tens a pureza, A bondade desinteressada, A meiguice exacerbada, O encanto que palavras não traduzem