“Minha
sogra adora me dar cordas de presente. Algumas até coloridas e já pronto o nó
dos enforcados.” (Climério)
terça-feira, 5 de junho de 2018
O VELHO INÁCIO E O DIABO
Noite escura e temporal daqueles, luzes piscando e
o vento zunindo. O velho Inácio está sozinho em casa. Batem. Ele atende, na
porta está um sujeito vermelho, com chifres e rabo.
-Inácio Brandão?
-Sim.
-Sou o diabo, vim para levá-lo.
-Você disse quiabo? Que nome estranho!
-Não é quiabo, é diabo!
-Pois é o que estou dizendo, quiabo! Mas que tipo
de quiabo?
-Você não vê que sou vermelho, tenho chifres e rabo
pontudo?
-É fantasia? Muito bem feita.
-Velho tonto, eu venho do inferno, o reino do fogo
eterno.
-Entendo que o senhor vem do inverno, e inverno é
fogo mesmo. São Joaquim?
-Duro de entender, não é?
-O quê?
-Que sou satã.
-Maçã? São Joaquim terra da maça? É isso? Mas o que
é que o senhor quer aqui em São Paulo? Está vendendo maçã?
-Deixa para lá. Vai para o céu seu velho filho da
puta!
E o diabo se mandou enquanto grossa chuva caía.
PAULO CROCODILO
No Parque do
Everglades Paulo Crocodilo descansava ao sol sonhando dar umas
crocodiladas à noite. Por trás dele chegou sorrateiramente Josefa, sua comadre
e mulher do lendário Pé Grande. Mandou o porrete na cabeça de Paulo, que
estremeceu e entrou na estrada do fim, mas não sem antes perguntar:
-Por que isso comadre?
-Perdão compadre, digo que a vaidade é cruel,
preciso de uma bolsa e de um sapato novo.
DEPUTADO JOÃO ANÍBAL
O deputado João Aníbal morreu, mas jamais será esquecido. Não pelos projetos e trabalho árduo, coisa que desconhecia, mas sim pelos vinte e cinco imóveis de luxo deixados à família; doze amantes pagas mensalmente com galhardia pelo dinheiro dos contribuintes; milhões de dólares em paraísos fiscais e trezentos e onze processos abertos contra ele. Podemos dizer sem medo de errar que deixou este mundo um homem exemplar na lista dos grandes filhos da puta que a nação deu ao mundo.
O HOMEM FOGO
Não havia ninguém lá além dele. O branco da neve
cobria tudo, da ponta dos pés ao horizonte longínquo. Carlos Kiefer, o homem
fogo estava cansado depois de décadas de palco, labaredas e público. Ovacionado
quase sempre e às vezes vaiado quando o fogo era pouco. Tinha setenta anos e
estava só, a velha companheira havia partido há dois anos. Carlos gostava de
extremos, fogo e gelo. O fim estava próximo, a saúde debilitada e o bolso
vazio. Ergueu pela última vez os olhos
para o céu cinzento e jogou-se num buraco na neve, levando dois litros de
vodca, dez limões e um quilo de açúcar.
O ANTRO
Tardinha de sexta-feira. Sala no subsolo. Ambiente enfumaçado, conversas em voz baixa, sujeitos mal-encarados e outros nem tanto, todos bafejando álcool em grande estilo. Políticos, assaltantes, traficantes, proxenetas, jogadores e algumas prostitutas. Só cidadãos de primeira linha. Ali se reunia a catrefa para planejar novos golpes e maldades embalados por todos os tipos de drogas. Assim do nada tlac tlac tlac tlac...tlac tlac tlac...tlac tlac..tlac. Um pequeno cubo mágico rolou pela escada. Então, TRANSFORMERS JUSTICEIRO!! Não sobrou nem mesmo o barman.
UM CAMINHÃO DE MOTIVOS PARA PRIVATIZAR- POR MATEUS BANDEIRA
A demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras representou o desfecho melancólico do governo Temer. O viés aparentemente liberal dissolveu-se até retornar à velha política, que tem o fisiologismo, a demagogia e a corrupção como métodos de perpetuação do poder. Na economia, é representada pelo Estado gigante que abre seus tentáculos para controlar a vida de todos – e, depois, cobrar por isso.
A greve dos caminhoneiros, que precipitou a crise dos combustíveis, foi o ápice de uma sucessão de erros. É consequência da incúria de governos sucessivos, que optaram pelo incentivo seletivo aos automóveis. Da má gestão da União, incapaz de se antecipar à greve. Das concessões bilionárias a categorias privilegiadas, como os servidores. Do Parlamento, que boicotou reformas imprescindíveis ao reequilíbrio fiscal, como a da Previdência. Do governo Dilma, responsável pela desordem nas contas públicas. Do tabu de setores da esquerda e ultradireita em relação à iniciativa privada.
Mas não nos enganemos: o que está muito ruim pode ficar pior. Até as eleições, quando escolheremos o Brasil do futuro, é preciso responsabilidade dos agentes públicos. No Congresso, não é hora de pensar nas urnas, mas no país. O governo deve evitar o populismo e retomar a política fiscal responsável. E a Petrobras tem de perseverar no caminho da recuperação, mas sem ignorar o consumidor.
O debate eleitoral precisa incluir temas cruciais como o monopólio da Petrobras e a prevalência do transporte rodoviário em relação ao ferroviário e hidroviário. Não se trata de controlar a empresa, mas de abrir o mercado à competição. A concorrência regula os preços e incentiva a produtividade.
Por fim, candidatos e sociedade necessitam debater com desprendimento as privatizações, sem viés ideológico. A pergunta central deve ser: qual o sistema que melhor atenderá os anseios da cidadania? Eis a resposta certa: aquele que oferecer os melhores serviços pelo menor custo – o que pressupõe menor intervenção estatal na economia.
- Consultor de empresas, foi CEO da FALCONI e secretário de Planejamento do RS
A greve dos caminhoneiros, que precipitou a crise dos combustíveis, foi o ápice de uma sucessão de erros. É consequência da incúria de governos sucessivos, que optaram pelo incentivo seletivo aos automóveis. Da má gestão da União, incapaz de se antecipar à greve. Das concessões bilionárias a categorias privilegiadas, como os servidores. Do Parlamento, que boicotou reformas imprescindíveis ao reequilíbrio fiscal, como a da Previdência. Do governo Dilma, responsável pela desordem nas contas públicas. Do tabu de setores da esquerda e ultradireita em relação à iniciativa privada.
Mas não nos enganemos: o que está muito ruim pode ficar pior. Até as eleições, quando escolheremos o Brasil do futuro, é preciso responsabilidade dos agentes públicos. No Congresso, não é hora de pensar nas urnas, mas no país. O governo deve evitar o populismo e retomar a política fiscal responsável. E a Petrobras tem de perseverar no caminho da recuperação, mas sem ignorar o consumidor.
O debate eleitoral precisa incluir temas cruciais como o monopólio da Petrobras e a prevalência do transporte rodoviário em relação ao ferroviário e hidroviário. Não se trata de controlar a empresa, mas de abrir o mercado à competição. A concorrência regula os preços e incentiva a produtividade.
Por fim, candidatos e sociedade necessitam debater com desprendimento as privatizações, sem viés ideológico. A pergunta central deve ser: qual o sistema que melhor atenderá os anseios da cidadania? Eis a resposta certa: aquele que oferecer os melhores serviços pelo menor custo – o que pressupõe menor intervenção estatal na economia.
- Consultor de empresas, foi CEO da FALCONI e secretário de Planejamento do RS
Do blog Políbio Braga
Sindicatos terão de usar de criatividade para se manter
Depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, em novembro, que acabou com o imposto sindical, as entidades tiveram uma queda de arrecadação de 88% nos quatro primeiros meses do ano, segundo informações divulgadas hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Somente em abril, o total arrecadado pelos sindicatos de trabalhadores foi de R$ 102,5 milhões, ou 90% a menos do que no mesmo mês de 2017.
Do Blog Políbio Braga
Advent, dono da Quero-Quero, compra toda a rede Walmart no Brasil, inclusive BIG e Nacional no RS
O fundo de inestimentos americano Advent, que já era dono da rede gaúcha Quero Quero, comprou todas as operações do grupo Walmart no Brasil, o que inclui todas as redes do Nacional e do BIG no RS.
A Advent também dona de boa fatia da Dudalina.
Há duas semanas, o editor adiantou que estavam avançadas as negociações.
Blog Políbio Braga
A Advent também dona de boa fatia da Dudalina.
Há duas semanas, o editor adiantou que estavam avançadas as negociações.
Blog Políbio Braga
O PROFESSOR DOUTOR NO INFERNO
Chegou ao inferno o renomado Professor Doutor
Hércules do Amaral. Homem inteligente e culto, apreciador de artes diversas e
também político de péssimos costumes. Preenchidos os papeis foi Satanás
Ferreira mostrar-lhe seus aposentos. Ampla sala com estofados em couro,
ar-condicionado, banheiro amplo, cozinha em mármore, frigobar e outras regalias
como TV de quarenta e duas polegadas. Surpreso perguntou para o vermelhão:
-Está certo? Assim é o inferno?
Satanás Ferreira deixou escapar um risinho...
-Assim é meu caro. Mas não se iluda com a primeira
impressão, com todas estas belezas. Conto-te agora que a televisão ficará ligada
vinte e quatro horas por dia eternamente, e o programa único será o Big Brother
Brasil.
SEM SOMBRA
Ele tinha certa dificuldade em fazer amigos. Para
dizer a verdade não tinha nenhuma facilidade em se aproximar de alguém. Para
uns era um grande chato, para outros apenas um jovem profundamente melancólico.
Algo que Joel não sabia era sorrir, sempre taciturno, vivia para si. Naquela
cidade não havia por certo pessoa mais solitária e triste, sua única amiga era
uma televisão de 20 polegadas que dele não podia fugir. Do trabalho no banco
para casa e nada mais. Não tinha empregada em casa nem bichos para cuidar.
Pensou num cachorro, mas logo desistiu, não queria ter o trabalho de limpar sua
sujeira. Teve sua tragédia pessoal quando sua noiva o trocou por outra. Não
reagiu, não lutou nem um pouquinho para sair da tristeza, apenas entrou no baú
dos solitários. E foi assim que um dia sua própria sombra resolveu deixá-lo,
abandonando um corpo quase já sem vida. E quando o sol mostrava seu brilho e
calor Joel caminhava pelas ruas sem ter sequer a própria sombra por companhia.
ESTRESSADO
O guarda rodoviário Nestor não estava num bom dia.
Talvez fosse pelas noites mal dormidas, pelos problemas com a mulher, ou pela
insatisfação salarial. Há meses que suas noites eram atormentadas pela insônia,
nem mesmo os medicamentos o ajudavam. Já havia devastado um campo de futebol em
erva-cidreira e nada de melhorar. O resultado era preocupações demais, sono de
menos, uma insônia diabólica.
As horas se passavam pesadas e cansativas naquele
dia cinzento que anunciava chuva. Quando teve que parar um motorista que voava
baixo pelo asfalto, Nestor não pensou duas vezes antes de agir. Aproximou-se e
tirou o sujeito do automóvel pelas orelhas, aplicou-lhe uns a tapas, o chamou de corno, veado, filho
da puta e ainda o fez correr nu pela estrada, não sem antes pintar de vermelho
suas nádegas. Depois disso atirou nos pneus do veículo e foi para casa
bocejando. Abriu a porta de casa e deu de cara com o Ricardão sentado no sofá,
nu em pelo e tomando a sua cerveja. O sangue aqueceu, a pressão que já fazia
montanha russa fazia tempo acelerou e o coração fez bum!
No outro dia o descarado sócio ajudava carregar o
caixão com a cara mais triste desse mundo.
CHUCKY E BOB
Chucky, o brinquedo assassino depois de cometer
mais alguns crimes estava sendo procurado pela polícia. Para safar-se, fez-se
de morto e foi misturar-se entre bagulhos que estavam no lixo. O Bob passou e
levou o boneco para casa. É evidente que Chucky encheu-se de alegria; ficaria
adormecido por algum tempo e depois que tudo se acalmasse voltaria aos ataques
sangrentos. O que ele não sabia é que Bob era na verdade um destruidor. Em oito
anos de vida já havia matado três bicicletas, vinte e dois carrinhos de lata e
oitenta bonecos da Marvel, salvo outros trucidados que eram de seus amigos. Chucky
teve vida curta nas mãos de Bob, muito curta. Antes da primeira hora no quarto
de Bob já havia perdido os pés e teve arrancados os olhos, pois o garotinho
desejava saber se eram de vidro ou não. Após cortar braços e também a cabeça
levou tudo ao quintal, jogou gasolina sobre e colocou fogo. Tencionava derreter
tudo e confeccionar uma espada de plástico. Na verdade, Chucky nas mãos de Bob
não passava de um principiante.
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