quinta-feira, 16 de maio de 2019


PORCA E PARAFUSO
PARAFUSO-Estive no Bar do Zé. O papo que rola por lá é que tu estás dando mole para um alicate novo na praça. Todos sabem que te adoro e aí zombam de mim.
PORCA-Tu estás é doido. Bem sabes que quem me aperta além de tu é somente a chave de boca que é lésbica.
PARAFUSO-Estou desconfiado, andas com muito desgaste nas beiradas.
PORCA-Basta! Faço minhas malas e volto pra casa de mamãe. Onde está o respeito?
PARAFUSO-Não me engana, nunca foste santa. Lembre-se da história do imã nosso vizinho que te deu uns amassos?
PORCA- Eu era jovem, coisa do passado, melhor esquecer.
PARAFUSO-Passado sim, mas quem carrega os chifres até hoje sou eu.
PORCA-Quer saber? Irei dar uma volta por aí, quem sabe eu encontre mesmo esse novo alicate bonitão dando sopa por aí.
Dito isso saiu arrumou-se e saiu porta afora. O parafuso doente de paixão jogou-se dentro de um tambor de óleo.


O HOMEM VERDE
Paulo ouviu uns barulhos estranhos vindo quarto da sua irmã e resolveu olhar pelo buraco da fechadura. Viu lá dentro viu um homem verde amassando e dando beijos de língua em sua irmã. Correu chamar os pais para ver. Quando eles chegaram os amassos continuavam, mas agora o homem era amarelo. Intuíram que o sujeito era o mesmo e que havia amadurecido.  A família não achou nenhuma graça. O amarelo foi embora pulando pela janela. A irmã de Paulo ficou manchada de tinta, um pouco verde, um pouco amarela.


PARAÍSO
Com uma trouxa nas costas a devota formiguinha Laura saiu da sua comunidade para conhecer o mundo de fora apesar dos protestos dos pais.  Depois de perambular pelo jardim entrou numa bela casa e andando pela cozinha da mesma encontrou uma enorme montanha chamada açucareiro. Escalou a montanha para conhecê-la melhor e dentro dela deliciou-se com tanta doçura. Tomou então seu primeiro banho de açúcar.  Radiante com sua descoberta imediatamente voltou para seus familiares e amigos para contar que o Pastor Euclides está certo quando diz que o paraíso existe. Ela sabe agora que e o paraíso está dentro daquela casa enorme e linda não muito distante de onde mora.



PREFERÊNCIAS
 Dinorá era uma mulher madura que adorava garotinhos assados, fritos, ensopados, grelhados, de todo jeito enfim. Apesar de todos os crimes não foi pega pela polícia e sim por um garotinho que gostava de mulheres maduras fritas, assadas etc.


DEVORADO
Mozarte Ribas, gabaritado aluno participante do Enem, colocado entre os primeiros na lista reversa, estava em frente ao seu PC na madrugada escrevendo a história da sua vida que começava assim: “Minha mãe me ganhou no hospital municipal quando meu pai tava viajando pra fora e ela tava sozinha, porque minha avó tava trabalhano noutra cidade tumem.” Quando terminou de escrever o tumem aconteceu o créu! Ele foi devorado pelo Micro Leão Dourado.


FÓSFOROS
Naquela minúscula caixa havia um fósforo meio depressivo, sem cabeça. Não conversava com ninguém, abatido, triste, um inútil. Numa fria manhã ele surtou. Riscou um irmão contra o outro até a caixa explodir num fogo só. Não sobrou ninguém, até o esmalte da tampa do fogão ficou marcado. Uma vez mais ficou provado que quem não tem cabeça age por impulso e queima até mesmo os seus irmãos.


A CALCINHA
O relógio dava a impressão de não andar. Claudio ansiava por chegar em sua casa e arrancar de vez a calcinha da esposa. Tesão reprimida?  Um marido tarado?  Não era o caso. Claudio passou o dia com o fio da dita rendada atolada no rego numa situação incômoda. Teve ardência entre nádegas.   Aí é que você observa a importância de gavetas de roupas íntimas separadas e de não se vestir no escuro.


NO JATINHO DO CAPETA

O capeta saiu para passear no seu jatinho particular. Voltas para cá e para lá. Quando sobrevoava a Venezuela disse para seu piloto: Pouse aqui! Pouse aqui! Este é um lugar em que me sinto em casa!

FILOSOFIA E PRÁTICA

Dialética — E assim flui a história do pensamento...

SURPRESA!!!


SERVENTIA

Labutar num escritório
Nem pensar pelo tédio
Trabalho braçal
Achava pesado
Tentou ser cantor
Mas não tinha voz
Tentou ser ator
Porém não tinha talento
Então resolveu ser chupim de político
Trabalho que serve para qualquer jumento.


GASOSA DE GROSELHA


Na minha infância já tão distante
De pés descalços e calção de pano
Tenho lembranças de tantas coisas
Que o tempo da memória não apagou
Uma delas era procurar por garrafas de vidro
Em porões escuros e poeirentos
E quando encontradas correr até o armazém secos e molhados da esquina
Para trocar os achados
Por gasosa de groselha.

É PRECISO SONHAR
Acordar por acordar
Comer para viver
Isso todo animal faz
Agora pergunto
Para um racional
Com que sonhas tu?


SEM RECEIO

De deitar-me com mulher feia
Não tenho receio
Posso ficar nos lados
Como também no meio
E se ela tiver bom hálito
Beijo de língua
Pois ando na pior
Sempre à míngua
E como não sou partidário da cretinice
Afirmo de cabeça erguida
Que apesar da idade
Não me falta sem-vergonhice.



NADA
Sou nada
Dentro de mim existe o vácuo
Meu nome é Dilma.

“ Na juventude fui sacristão. Gostava de comer hóstias com ketchup.” (Fofucho)


“Não me cuido muito, pois o que não quero é morrer saudável. “ (Fofucho)


“Larguei dos carboidratos, mas continuo a ser perseguido por torresmos e asinhas de frango. ” (Fofucho)


“Não se fazem mais mulheres como antigamente. Nem lasanhas. ” (Fofucho)


“Eu acredito em discos-voadores. Não foram eles que trouxeram para o planeta o sagu? ” (Fofucho)


“ Sou uma cabeça cercada de banha por todos os lados. ” (Fofucho)


“Entram reais no bolso e a empáfia assume o ser. Assim é o comum. ” (Filosofeno)


A verdadeira grã-fina tem a aridez de três desertos.(Nelson Rodrigues)



“A maioria das pessoas imagina que o importante, no diálogo, é a palavra. Engano, e repito: – o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão. “ (Nelson Rodrigues)


“ O ser que espera suas graças apenas do céu sem dispender trabalho para pensar e também não agir para mudar algo que não lhe agrada, receberá do céu diretamente na sua caixa craniana o diploma de tonto. ” (Filosofeno)


“Há tantos modismos por aí, coisas fúteis sem pé nem cabeça que nada acrescentam para nossas vidas. É necessário filtrar informações, escolher bem o que vamos ver e ouvir, senão a vida passa e acabamos não aprendendo nada. ” (Filosofeno)

“ Penso que governo existe para governar e não para administrar fábricas de cabides. ” (Filosofeno)


“A impunidade é o sêmen que fecunda dentro da sociedade os maus. ” (Filosofeno)


“Deus e o Diabo são mais jovens do que o homem. São construções da sua fábrica de domínio. ” (Filosofeno)


"O inteligente busca saber. O metido a sabido acha que sabe."(Filosofeno)


“A inveja é a irmã má do desejo. ” (Filosofeno)