sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Artigo, Marcelo Aiquel - Chega de desrespeito irresponsável

O judiciário é um dos poderes constituídos do estado. É até natural que a parte derrotada no seu pleito (muitas vezes induzidas por arroubos de seus defensores) se revolte contra o juiz ou Tribunal que exarou a decisão.

O que não é natural (e, muito menos aceitável) é o desrespeito ao poder que decidiu a causa.
De pessoas leigas ainda se pode desculpar (desde que a ofensa não tenha o animus injuriandi), porém, de advogados e outros cidadãos que devam ter responsabilidade através do cargo que ocupam, se torna totalmente imperdoável.
Começo pelos advogados. Estes sabem (ou “deveriam saber”) que decisão judicial se cumpre, sempre que isso for possível – ensina a jurisprudência. Esclareço que creio ser um acontecimento normalíssimo, a condenação – com robustos fundamentos – de um delinquente. Seja ele quem seja, político, importante ou não.
Pois bem, o que é absolutamente inadmissível a atitude do deputado federal WADIH DAMOUS, do PT (“só podia...”), a quem não conheço pessoalmente, e que foi presidente da OAB/RJ – um advogado – ao dizer que a 8ª turma do TRF4, que condenou o ex-presidente Lula da Silva, é um pelotão de fuzilamento fascista.
Ora, além do desrespeito a uma Corte de Apelação, ele também denegriu a honra dos desembargadores que compõe aquela Turma, e, indignado, esqueceu-se completamente da ética profissional. Talvez, se não gozasse de imunidade parlamentar, o nobre deputado não tivesse a coragem de cometer o despautério de falar o que falou. Eu, pelo menos, não acredito que tivesse...
Já, com relação aos “civis” (pessoas leigas, que não são advogados), salientou-se – como sempre de forma negativa – o discurso da senadora Gleise Hoffmann. Após saber do resultado do julgamento (o que só sua fanática estupidez ainda insistia em não enxergar) a “narizinho”, ou “amante”, como é vulgarmente conhecida, Ré na Justiça Criminal, conclamou a militância à luta armada.
O “recado” é muito claro, sendo que tenho sérias dúvidas se este ato da senadora gozaria de imunidade legal.
Enfim, foram vários, entre parlamentares e a “ralé” petista (incluindo bacharéis e políticos medíocres) que se insurgiram contra a condenação, esquecendo-se que decisão judicial não se discute (“se” houver brecha legal, se recorre).
Mas, o pior, o imperdoável, é a absoluta falta de respeito a um poder do estado.
A injúria pessoal ainda pode ser dirimida através de processo penal.
E a ofensa a um Poder da República, como fica?

MARCIO CARACOL


No último dia do ano Márcio Caracol resolveu ver os festejos humanos tão aguardados de perto. Viu tantas coisas absurdas que entrou em depressão, voltou para dentro de sua casinha e não saiu mais nem para comer.

O FILHO PRÓDIGO


Artur era um menininho levado de oito anos que vivia com seus pais num bairro de classe média alta em São Paulo que um dia sumiu de casa; polícia, buscas, detetives, nada de encontrá-lo. Apesar da dor a vida seguiu seu rumo sempre com ele no coração. Dez anos se passaram quando Artur bateu à porta. Bateu com uma marreta, derrubando-a, enquanto seus comparsas realizaram uma limpa geral nas joias e do dinheiro que havia no cofre. Educado, ele ainda deixou um bilhete: “Artur esteve aqui.”

O HOMEM VERDE


Paulo ouviu uns barulhos estranhos vindo quarto da sua irmã e resolveu olhar pelo buraco da fechadura. Viu lá dentro viu um homem verde amassando e dando beijos de língua em sua irmã. Correu chamar os pais para ver. Quando eles chegaram os amassos continuavam, mas agora o homem era amarelo. Intuíram que o sujeito era o mesmo e que havia amadurecido. A família não achou nenhuma graça.

“Sempre fui meio ladrãozinho. E não culpo os outros por isso. É coisa que está no sangue.” (Dep. Arnaldo Comissão)


“A nossa fruta preferida é a laranja. Preciso desenhar?” (Deputado Arnaldo Comissão)


“PETROBRAS: Cheguei, vi e meti a mão”. (Deputado Arnaldo Comissão)


“Não vim ao mundo para somar; vim para subtrair e piorar tudo.” (Deputado Arnaldo Comissão)


“Abertura em Cuba? Só de pernas.” (Cubaninho)


“Somos primeiro mundo. Até nossas putas são poliglotas.” (Cubaninho)


“A Venezuela é o centro do planeta. O centro enterrado do planeta.” (Cubaninho)


“O inferno está situado numa ilha do Caribe e o palhaço dirigente se chama Raul.” (Cubaninho)


ALEXANDRE GARCIA-Rede de mentiras

Uma chorosa fazendeira fala da crueldade que fizeram com um bovino dela. “Tem que morrer quem faz isso. Eles cortaram as pernas desse animal”. E no vídeo aparece uma vaquinha, certamente com um defeito genético nas patas traseiras, caminhando e pastando tranquilamente. Outro vídeo mostra a destruição “que o MST faz com nossas tartarugas na Amazônia”. E na imagem, aparecem hispânicos, com sacos em espanhol, recolhendo ovos numa praia marítima com areia vulcânica. Só estou falando de vídeos que recebi nos últimos dias, como o de Lula afirmando que o PT “tem que convencer as pessoas de que é preciso fascismo, nazismo, menos democracia”, numa edição rudimentar, que perde feio para as que os soviéticos faziam, e não tinham computador. Ainda ontem, recebi texto do juiz Sérgio Moro, uma “carta pública ao povo brasileiro”, com manifestações que jamais seriam feitas pelo juiz da Lava-Jato, como “divulguem para pelo menos 10 pessoas, para que possamos mudar o Brasil”.

Os espertos que fazem isso, são apenas mais espertos que os mais desinformados. Aproveitam-se da alienação do ‘ouvi dizer” e da ingenuidade das pessoas. Usam como impulso a militância fanática, que pouco pensa além das frases de efeito. Perguntam-me onde está “aquela dinheirama que o PT recolheu e mandava para Cuba” em caixotes da Cruz Vermelha, mostrados em vídeo, apreendidos pela Interpol em Brasília. Não se dão ao trabalho de perceber que é em rótulo com escrita árabe, e que a Interpol não pode fazer operações táticas em nosso território, e de procurar nas agências de notícias. O rótulo da Cruz Vermelha é falso e é apreensão de dinheiro do Khadafi.

É incrível que os que me mandaram essas coisas sejam todos experientes amigos com curso superior, brilhantes advogados, publicitários, médicos e dentistas, supostamente bem-informados e céticos, racionais. Fico pensando se é por ingenuidade ou por compartilharem intencionalmente da difusão do boato. Essas coisas falsas chegam a mim e param, é claro, por absurdas, obviamente inverossímeis. O palácio do Lula, que é um casarão da USP na verdade; a ilha do filho de Lula, que só quem gravou sabe, e todos os jornalistas, delegados e procuradores do Brasil não conseguem encontrar... Como há gente que acredita? Ou quer apenas lançar a dúvida?

Não vou entrar nas fake news eleitorais, porque disso se ocupa hoje a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal, mas sabemos que há profissionais contratados para produzirem material de campanha com calúnias, difamações e falsidades em geral. O escritor italiano Umberto Ecco(Em Nome da Rosa) fez uma profecia. Em junho de 2015, ele lembrou que idiotices, antes ficavam restritas à mesa do bar, em torno de um vinho. “Hoje, a internet dá voz a uma legião de idiotas.” Ele não imaginava que depois de sua morte apareceria uma legião de espertos para manipular uma legião de ingênuos e desinformados.

O BENEFÍCIO DA DÚVIDA- Ferreira Gullar



Difícil é lidar com donos da verdade. Não há dúvida de que todos nós nos apoiamos em algumas certezas e temos opinião formada sobre determinados assuntos; é inevitável e necessário. Se somos, como creio que somos, seres culturais, vivemos num mundo que construímos a partir de nossas experiências e conhecimentos. Há aqueles que não chegam a formular claramente para si o que conhecem e sabem, mas há outros que, pelo contrário, têm opiniões formadas sobre tudo ou quase tudo. Até aí nada de mais; o problema é quando o cara se convence de que suas opiniões são as únicas verdadeiras e, portanto, incontestáveis. Se ele se defronta com outro imbuído da mesma certeza, arma-se um barraco.

De qualquer maneira, se se trata de um indivíduo qualquer que se julga dono da verdade, a coisa não vai além de algumas discussões acaloradas, que podem até chegar a ofensas pessoais. O problema se agrava quando o dono da verdade tem lábia, carisma e se considera salvador da pátria. Dependendo das circunstâncias, ele pode empolgar milhões de pessoas e se tornar, vamos dizer, um “fuhrer”.

As pessoas necessitam de verdades e, se surge alguém dizendo as verdades que elas querem ouvir, adotam-no como líder ou profeta e passam a pensar e agir conforme o que ele diga. Hitler foi um exemplo quase inacreditável de um líder carismático que levou uma nação inteira ao estado de hipnose e seus asseclas à prática de crimes estarrecedores.

A loucura torna-se lógica quando a verdade torna-se indiscutível. Foi o que ocorreu também durante a Inquisição: para salvar a alma do desgraçado, os sacerdotes exigiam que ele admitisse estar possuído pelo diabo; se não admitia, era torturado para confessar e, se confessava, era queimado na fogueira, pois só assim sua alma seria salva. Tudo muito lógico. E os inquisidores, donos da verdade, não duvidavam um só momento de que agiam conforme a vontade de Deus e faziam o bem ao torturar e matar.

Foi também em nome do bem — desta vez não do bem espiritual, mas do bem social — que os fanáticos seguidores de Pol Pot levaram à morte milhões de seus irmãos. Os comunistas do Khmer Vermelho haviam aprendido marxismo em Paris não sei com que professor que lhes ensinara o caminho para salvar o país: transferir a maior parte da população urbana para o campo. Detentores de tal verdade, ocuparam militarmente as cidades e obrigaram os moradores de determinados bairros a deixarem imediatamente suas casas e rumarem para o interior do país. Quem não obedeceu foi executado e os que obedeceram, ao chegarem ao campo, não tinham casa onde morar nem o que comer e, assim, morreram de inanição. Enquanto isso, Pol Pot e seus seguidores vibravam cheios de certeza revolucionária.

É inconcebível o que os homens podem fazer levados por uma convicção e, das convicções humanas, como se sabe, a mais poderosa é a fé em Deus, fale ele pela boca de Cristo, de Buda ou de Muhammad. Porque vivemos num mundo inventado por nós, vejo Deus como a mais extraordinária de nossas invenções. Sei, porém, que, para os que creem na sua existência, ele foi quem criou a tudo e a todos, estando fora de discussão tanto a sua existência quanto a sua infinita bondade e sapiência.

A convicção na existência de Deus foi a base sobre a qual se construiu a comunidade humana desde seus primórdios, a inspiração dos sentimentos e valores sem os quais a civilização teria sido inviável. Em todas as religiões, Deus significa amor, justiça, fraternidade, igualdade e salvação. Não obstante, pode o amor a Deus, a fé na sua palavra, como já se viu, nos empurrar para a intolerância e para o ódio.

Não é fácil crer fervorosamente numa religião e, ao mesmo tempo, ser tolerante com as demais. As circunstâncias históricas e sociais podem possibilitar o convívio entre pessoas de crenças diferentes, mas, numa situação como do Oriente Médio hoje, é difícil manter esse equilíbrio. Ali, para grande parte da população, o conflito político e militar ganhou o aspecto de uma guerra religiosa e, assim, para eles, o seu inimigo é também inimigo de seu Deus e a sua luta contra ele, sagrada. Não é justo dizer que todos pensam assim, mas essa visão inabalável pode ser facilmente manipulada com objetivos políticos.

Isso ajuda a entender por que algumas caricaturas — publicadas inicialmente num jornal dinamarquês e republicadas em outros jornais europeus — provocaram a fúria de milhares de muçulmanos que chegaram a pedir a cabeça do caricaturista. Se da parte dos manifestantes houve uma reação exagerada — que não aceita desculpas e toma a irreflexão de alguns jornalistas como a hostilidade de povos e governos europeus contra o islã—, da parte dos jornais e do caricaturista houve certa imprudência, tomada como insulto à crença de milhões de pessoas.

Mas não cansamos de nos espantar com a reação, às vezes sem limites, a que as pessoas são levadas por suas convicções. E isso me faz achar que um pouco de dúvida não faz mal a ninguém. Aos messias e seus seguidores, prefiro os homens tolerantes, para quem as verdades são provisórias, fruto mais do consenso que de certezas inquestionáveis.

autor: Ferreira Gullar
fonte: Folha de S. Paulo (edição impressa)

SATANÁS FERREIRA


“O clima está mesmo mudando, nem mesmo o inferno escapa. Hoje aqui temos neve.” (Satanás Ferreira)

CONHECIMENTO

CONHECIMENTO
Quando penso que estou chegando ao meu destino
Descubro que ainda não saí
Assim é a viagem pelo conhecimento.


DORA KRAMER- NENHUMA DÚVIDA RAZOÁVEL



Apesar da solidez dos fatos, o PT seguirá tentando criar atrito


A decisão do Tribunal Federal da 4ª Região não deixou margem a qualquer dúvida razoável sobre a culpa que levou o juiz Sergio Moro a condenar Luiz Inácio da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Falou sobre isso de modo eloquente o aumento da pena em dois anos e sete meses. Ainda assim, para a serenidade dos ânimos no país não há solução boa, tal a dimensão do que Lula resolveu criar para o Brasil.

Condenado por unanimidade em segunda instância, réu em mais meia dúzia de processos, o ex-presidente seguirá importunando o país. Perturbação cujo único objetivo é sustentar a ideia de que o PT vive e continuará sobrevivendo como se não carregasse o peso da decadência decorrente do desvio em que enveredou o partido.

Desde que se iniciou a queda da máscara ética e politicamente renovadora sob a qual atuou o PT até a conquista da Presidência da República, os petistas tiveram várias oportunidades de se reinventar mediante franca autocrítica, a fim de levar a legenda de volta aos compromissos originais firmados há quase três décadas. As sugestões nesse sentido foram rechaçadas. O partido escolheu a beligerância; briga com os fatos e agride a institucionalidade sem se importar com os danos imputados à sociedade e os riscos à estabilidade institucional.

Os votos dos desembargadores foram de uma clareza absoluta. No conteúdo, pela exposição didática da consistência dos autos em que se baseou o juiz Sergio Moro para decidir pela condenação do ex-presidente, com o relato minucioso das provas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na forma, pelo uso por parte dos magistrados de uma linguagem bastante mais acessível à percepção dos cidadãos que aquela, hermética, adotada no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

Contrariamente ao que o PT pretende fazer crer quando reivindica para Lula lugar de honra no altar dos inimputáveis devido à importância política e social dele, os desembargadores afirmaram que a relevância do personagem serve como agravante para a punição da conduta ilícita. Em miúdos: quanto mais alta a posição, maior a responsabilidade em todos os aspectos da função pública e da condução na vida pessoal.

A despeito da realidade límpida e inquestionável, o PT não vai se render a ela. Inclusive porque, embora preferisse uma decisão por 2 a 1, a sentença unânime não foi uma surpresa para o partido. Fosse esperado outro resultado, seus dirigentes não teriam se dedicado nos últimos dias com tanto afinco a adotar posições de conflito e tentar incutir medo pela via da intimidação geral. A arenga do atrito, portanto, vai continuar.

A boa notícia é que resultará em nada. Não terá respaldo da opinião pública nem servirá para conquistar adeptos mesmo entre os ditos partidos de esquerda, que, de resto, já tratam de anunciar candidaturas à Presidência, num claro sinal de que a solidariedade a Lula tem limite.

Quanto às ameaças de que as ruas iriam à luta por Lula, é o caso de lembrar Assis Valente no antigo samba: anunciaram e garantiram, mas o mundo não se acabou.


REVISTA VEJA
Do blog do Murilo

CORREIO DA MESMA TURMA- Ex-vice uruguaio, Raul Sendic, derrubado por fraude, veio ao RS para apoiar Lula.


Filosofa Marcia Tilburi diz que Gebran Neto é "ser abjeto" e foge de programa da Rádio Guaíba

Aconteceu na Rádio Guaíba, Porto Alegre, no qual a filosofa Márcia Tiburi, depois de ter caluniado, injuriado e difamado selvagemente o desembargador Gebran Neto, decidiu fugir do debate proposto pelo jornalista Juremir Machado, tudo porque foi surpreendida com a chegada de Kim Kitaguiri, coordenador nacional do MBL, São Paulo.

O que disse Márcia Tiburi, ontem, no momento em que falava Gebran Neto:

- Ele é um sujeito abjeto, Deve ter sido torturado para falar o que está falando (contra Lula).

Juremir Machado calou.

No momento em que Kim entrou no estúdio, a filosofa lulopetista levantou-se imediatamente e aos gritos protestou:

- Não fico com esse doido. Tô fora. Deus me livre. Tenho vergonha de estar aqui.

Kim Kataguiri apenas riu.

E ficou falando sozinho.

Políbio Braga

SPONHOLZ

Lula sonhando ser presidente

SPONHOLZ

Lula Ficha Limpa

DE PRESIDENTE A PRESIDIÁRIO por Percival Puggina. Artigo publicado em 25.01.2018



A persistência de alguns seguidores mostra que, apesar do prazo de validade vencido, o petismo persiste como um potente alucinógeno.

Enquanto apreciava os minuciosos e precisos votos dos desembargadores federais que aumentaram as penas de Lula, eu me lembrava do powerpoint. É, esse mesmo em que você está pensando e que foi empregado pelo MPF, em 2016, para mostrar a rede da organização criminosa já identificada pela Lava Jato, tendo Lula no centro das atividades. Em relação às investigações da força-tarefa, aquele powerpoint representava o conhecido bordão - “Não entendeu? Quer que eu desenhe?”. Pois foi exatamente a posição proeminente de Lula que, neste processo, em grau de recurso, levou os desembargadores federais a lhe agravar a pena. Uma pessoa em tão alta função não poderia fazer tais usos de seu poder.

Na maioria dos processos contra o ex-presidente, salta aos olhos o fato de tantos empreiteiros e empresários se sentirem devedores a ele dos favores que lhes eram sugeridos ou solicitados: o aluguel do apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo, o tríplex de Guarujá e seus equipamentos, o depósito da “tralha” da Presidência, o terreno para o Instituto Lula, os convites para as palestras de alto cachê, a conta corrente no Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht e o sítio de Atibaia formam a parte já visível desse iceberg de relações espúrias.

Lula e o lulismo, o PT e o petismo se consideram protagonistas de um projeto socialista, opção presente em praticamente todos os documentos do partido. O resultado, desde a fundação em 1980, é uma insubmissão à ordem vigente, que acusam de ser burguesa, elitista e desatenta ao bem dos pobres. Lula e o PT estão, assim, do outro lado do muro ideológico que constróem, assumindo-se como protagonista da justiça social, insubmissos às exigências da moral burguesa, fazendo de seus bandidos “guerreiros” e “heróis”. Eis aí o selfie do lulismo e do petismo, a imagem que reproduzem sem cessar e na qual se veem essencialmente virtuosos. Ela, a autoimagem, “santifica” todas as ações praticadas à margem da lei! Por isso, age o PT dentro e fora das instituições, conforme lhe convenha a cada momento ou circunstância. A regra de ouro é a própria conveniência, sempre vista, mesmo quando puramente pessoal, como subsídio ao projeto revolucionário. E tudo se justifica pela suposta supremacia moral que seria inerente ao projeto político. Se o leitor não percebeu, acabei de traçar um denominador comum a todos os totalitarismos e a seus abusos.

Pois bem, o alto comando e a plebe petista estiveram em Porto Alegre. Enquanto a elite socialista se hospedou no Sheraton, a patuleia acampou num parque, à beira do Guaíba, sob chuva e vento. Enquanto a turma do andar de cima se regalou nas mais sofisticadas churrascarias da cidade, a turma sob a lona, a turma da pobreza que não existe mais, a turma que, segundo Lula, agora “viaja de avião”, foi no cardápio tradicional: sanduíche de mortadela.

Após 14 anos no governo, o legado desse suposto zelo pelos pobres inclui, também, o estrago causado pela propaganda do socialismo, que, mentalmente, arrasta parcela da nação para o atraso. E vai além, exibindo a pobreza que vemos, os 13 milhões de desempregados, a economia em frangalhos, a desastrosa educação pública, os precários serviços de saúde e a criminalidade multiplicando seus indicadores em proporções aterrorizantes. Um dano que talvez não se repare em uma década.



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* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

CHORAR NÃO ADIANTA

CHORAR NÃO ADIANTA
O Brasil está assim que está
E não adianta chamar a mãe e chorar
O melhor a fazer pelo país é abandonar certas bandeiras
E olhar com mais atenção para o passado e à companhia dos seus preferidos.

E AGORA?

Passava ele os dias brincando de estar vivo
Deixando o tempo correr solto
Porém desesperou-se diante do vazio futuro
Quando percebeu que o trem da vida já havia passado.

DO POUCO QUE SEI

DO POUCO QUE SEI
Do pouco que sei
Sei pouco
Então me calo mesmo diante de um simples
Pois mesmo ele tem muito para ensinar.

“O estado deveria ser um ladrão comedido, mas não é.” (Eriatlov)


“Ao contrário do barulho o silencio é inspirador.” (Eriatlov)


“O sucesso enche sala. Já o fracasso esvazia.” (Eriatlov)


BILU CÃO


“Não faz muito aqui em casa aos domingos tínhamos churrasco e bebes. Agora na maior M do mundo é macarrão com carne moída de segunda. E não sobra nada para o Bilu.” (Bilu Cão)

AVÓ NOVELEIRA


E como diz a minha avó noveleira mastigando um torresminho: “Nunca fui fã de bebidas alcoólatras.”

ASSOMBRAÇÃO


“Mãe normalmente não acha filho feio. Mas a minha votou pelo sim duas vezes.” (Assombração)