domingo, 6 de julho de 2014

Neil Tyson deGrasse fala sobre OVNIs e o argumento da ignorância- LEGENDADO

Dora Kramer-Doação compulsória

Com o fim do prazo legal para que governantes aproveitem os últimos momentos para posar ao lado de suas benfeitorias, na semana passada o País assistiu a um festival de inaugurações, lançamentos de pedras (nem sempre) fundamentais e solenidades do gênero patrocinadas por candidatos à reeleição.
Ou melhor, sob o patrocínio compulsório do público pagante de impostos, uma vez que esses "eventos" governamentais são feitos na medida exata da necessidade do horário eleitoral de cada um deles. Fazem parte da chamada produção de conteúdo dos programas que irão ao ar a partir de agosto.
Produção esta a ser paga pelos partidos com o dinheiro de doações de empresas, de pessoas físicas, do fundo partidário e da maneira como as agremiações acharem melhor, mas é responsabilidade delas.
O horário dito gratuito, como se sabe, já é devidamente financiado pelo público mediante a renúncia fiscal a que têm direito as empresas de comunicação pela cessão do espaço.
Ocorre que, se parte do conteúdo é decorrente de atos de governo custeados pela máquina pública, os programas dos candidatos à reeleição também acabam sendo em parte pagos pelo contribuinte. Isso sem que ele seja informado nem que perceba sua condição de doador compulsório.
Tal deformação do conceito de igualdade de condições entre os candidatos a uma eleição, o abuso de poder e o uso indevido dos instrumentos de Estado ficaram muito nítidos na maratona de inaugurações da semana passada.
O mutirão da semana passada incluiu governadores, com destaque para Geraldo Alckmin, de São Paulo, que inaugurou obra incompleta do Rodoanel, e Luiz Fernando Pezão, do Rio, cuja agenda incluiu a entrega de um hospital com apenas 20% da capacidade de funcionamento.
Nenhum deles, contudo, superou em mobilização de recursos e esmero de espetáculo a presidente Dilma Rousseff. Ela teve uma semana intensa no quesito benfeitorias de última hora, mas o clímax deu-se na quinta-feira.
Uma superprodução sob a batuta do marqueteiro João Santana, com o anúncio da entrega de 5.460 unidades do programa Minha Casa Minha Vida e a promessa de contratação de outras 2,75 milhões até o final deste ano para serem construídas a partir do início de 2015.
Promessa esta vã, a julgar pelo que apurou o jornal O Globo junto ao Ministério das Cidades. Não há previsão para publicação da portaria para o detalhamento do programa para que as construtoras possam comprar terrenos, desenvolver e aprovar projetos. Segundo representantes do setor da construção civil, um projeto leva no mínimo seis meses para ficar pronto, o que já torna inviável o prazo dado por Dilma.
Alheia a esses detalhes da realidade, na quinta-feira, de Brasília, a presidente comandava no papel de âncora a entrega de casas em 11 cidades de sete Estados e mais o Distrito Federal, onde estavam dez ministros estrategicamente colocados em bases eleitorais de seus respectivos interesses.
O anúncio poderia ter sido feito no Palácio do Planalto. Não teria sido necessário que a Caixa Econômica Federal gastasse R$ 1 milhão com a montagem de palanques em 11 cidades, nem que a Empresa Brasil de Comunicação gastasse outro R$ 1 milhão com a transmissão da teleconferência.
Essa exorbitância em período tão especial autoriza a suposição de que por trás dele exista o propósito do uso e abuso de prerrogativas governamentais para outros fins. A menos que João Santana pretenda desperdiçar as imagens, o megaespetáculo não foi produzido só para gerar manchete do dia seguinte, o que teria um efeito passageiro.
O aproveitamento do material no programa da candidata à reeleição atende ao objetivo de exaltar os feitos do governo.
O PT estima seus gastos com a campanha eleitoral em até R$ 290 milhões. Falta computar os recursos públicos com os quais o partido poderá contar, e já está contando, por meio de expedientes como esse.

Comentário de Paulo Bento no blog do Rodrigo sobre ser a Copa um grande sucesso como alardeiam alguns ícones televisivos

  1. Paulo Bento
     - 
    06/07/2014 às 10:21
    É preciso parar com esta história de maior média de gols. Com 2,65 gols por partida até aqui, a Copa no Brasil é a 14ª neste quesito entre as 20 Copas já disputadas. Ou seja, a média é medíocre.
    Como avaliar a Copa organizada pelo Brasil? Certamente não será pelo desempenho nos campos da seleção local, e muito menos pela qualidade dos jogos (que é baixa) e número de gols marcados (que é medíocre). Estes aspectos esportivos nada têm a ver com a organização do evento, pois dependem da qualidade do trabalho dos atletas, comissões técnicas e os dirigentes das federações dos países envolvidos. A avaliação de como o Brasil se saiu na organização deste Mundial só pode ser econômico e geopolítico.
    Economicamente o fiasco é claro. Estádios demais (a FIFA recomendou apenas oito, o PT queria dezesseis e acabaram fechando em doze), vários deles já nascem como elefantes brancos (Cuiabá, Manaus, Natal, Fortaleza, Recife e, potencialmente, Salvador), estouro de orçamento e superfaturamento foram a norma, e, ao contrário do prometido, esbanjou-se dinheiro público. As obras de mobilidade nada acrescentaram: as necessárias deveriam ser feitas independentemente da Copa, as voltadas para o acesso aos estádios representam desvio de recurso que deveriam ser destinados às reais prioridades e muita coisa nem saiu do papel. Só isso já define o fracasso econômico, mas é preciso também ressaltar o impacto nulo que a Copa teve na economia do país. Vender mais TVs, cerveja e artigos remetendo as cores nacionais aconteceria independentemente do local de disputa do Mundial, e os gastos dos turistas é facilmente escoados com a perda de produtividade dos feriados forçados, a não vinda de estrangeiros a negócio neste período e a saída de recursos com a massiva compra de ingressos aos jogos pelos brasileiros. O Brasil perdeu, e muito, economicamente organizando a Copa.
    Sediar uma Copa é a oportunidade de projetar uma imagem do país. Mas qual a imagem que gostaríamos de projetar? Como gostaríamos de ser vistos e posicionarmo-nos no tabuleiro geopolítico? Não sabemos. Ficou claro que nada foi planejado e a oportunidade foi totalmente desperdiçada. Se houve alguma mudança na forma como o Brasil é percebido mundo a fora, esta foi para pior. Os problemas no aspecto econômico mencionados acima, e fomentados internamente pela parcela consciente da mídia e da população, ganharam notoriedade internacional. Os velhos problemas de violência, exploração sexual e carência dos serviços públicos também foram recorrentes na mídia internacional. Tudo reforçando a imagem de uma nação pouco civilizada, onde predominam os baixos instintos materiais e passionais em detrimento dos valores morais e intelectuais. A cerimônia de abertura, que mais parecia uma festa junina escolar, em nada ajudou. Diante deste cenário o atraso na entrega dos estádios, as filas nas lanchonetes e banheiros, o mau estado de alguns gramados, a inundação na central de mídia em Natal, a invasão no Maracanã, queda de viaduto e outros problemas são detalhes negativos insignificantes.
    Não há margem para dúvidas, a organização desta Copa foi um retumbante fracasso para o país.

Repressão em Cuba quase triplica em 6 meses, dizem dissidentes

GUILHERME RUSSO - O ESTADO DE S. PAULO
06 Julho 2014 | 02h 00

Segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, detenções temporárias de opositores aumentaram 175,5%

Dados compilados pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) – entidade que registra atos de repressão do regime castrista contra seus dissidentes – mostram que, nos últimos seis meses, as detenções de opositores em Cuba quase triplicaram em relação ao primeiro semestre de 2013.
As “prisões relâmpago” são consideradas as principais ferramentas do governo de Raúl Castro para reprimir seus opositores. São comuns de ocorrer durante manifestações contra o regime e anteriormente a reuniões ou eventos que possam resultar em protestos, como missas católicas e outros tipos de agrupamentos sociais. De acordo com o mais recente relatório da CCDHRN, publicado na terça-feira pela entidade, entre janeiro e junho de 2014, 5.904 prisões de dissidentes ocorreram em Cuba. No mesmo período de 2013, foram 2.143 casos – uma elevação de 175,5%.
As autoridades cubanas, segundo o diretor da entidade, Elizardo Sánchez, usam as prisões para tirar os dissidentes de circulação, com a intenção de evitar suas reuniões.
“Esses números não são abstratos. Estão indicando uma situação real de deterioração de Cuba, que é geral. Junto com a deterioração da economia também piora a situação política interna: aumenta a pobreza da grande maioria e também aumenta o descontentamento; e é natural que isso se manifeste. O governo, em vez de fazer reformas que o país precisa, somente responde com repressão. Por isso as cifras são tão altas”, afirmou Sánchez ao Estado.
O dissidente afirmou que a repressão é mais intensa no leste da ilha, principalmente contra os integrantes da União Patriótica de Cuba (Unpacu). “Não há correspondentes estrangeiros nem diplomatas olhando. A repressão é 20 vezes mais forte lá do que em Havana.”
O diretor da Unpacu, José Daniel Ferrer, afirmou que sua última prisão temporária, no dia 28, foi “bastante violenta” – e outros 11 dissidentes, incluindo sua filha de 16 anos, foram presos. Ferrer relatou que organizava diante de sua casa, em Santiago, uma exibição de vídeos musicais – que integra uma estratégia da Unpacu para “atrair a simpatia dos cidadãos descontentes com o sistema” posta em prática há dois meses – quando as autoridades chegaram, por volta das 23h30, e tentaram apreender os equipamentos de áudio e vídeo.
Segundo Ferrer, “os vizinhos se interpuseram pacificamente, mas com muita energia, e conseguiram salvar os aparelhos”. Por esse motivo, ainda de acordo com o dissidente, as autoridades arrombaram a porta de sua casa, o empurraram escada abaixo e o algemaram. Horas depois, ele foi libertado e descobriu que telefones, câmeras fotográficas, cabos de energia “e até um controle remoto”, além de US$ 420, tinham sido apreendidos. “Falaram que não vão devolver. Foi um assalto.”
O dissidente Guillermo Fariñas, ganhador do Prêmio Sakharov de Liberdade de Pensamento que representa a Unpacu em Santa Clara, foi detido quase semanalmente no semestre passado, segundo os dados da CCDHRN.
Fariñas afirmou que a repressão contra ele aumentou após a festa do Dia de Reis, em janeiro, em que a Unpacu distribuía presentes para crianças pobres – “sem falar de política”. “A partir de ali, o governo se sentiu ofendido”, disse, afirmando que os dissidentes de Santa Clara têm sido espancados e torturados durante as detenções.

“Mafioso não tem anjo da guarda, tem advogado.” (Pócrates)

“Preciso de uma reforma urgente. Já estou varrendo o chão com a bunda.” (Eulália)

“Não temos televisão por aqui. Ainda conversamos na hora do jantar.” (Leão Bob)

“Deus existe? Se existe por que é que criou as moscas?” (Leão Bob)

“Para ser um santo ainda preciso pecar muito.” (Mim)

“A Nona anda mais azeda que limonada de sovina. Está braba por que não vou aos bailes da terceira-idade.” (Nono Ambrósio)

“Não fumo, não jogo, não bebo e não transo. Podem anotar aí: um santo!” (Nono Ambrósio)

“Não frequento zoológicos. Cansei de assustar os animais.” (Assombração)

“A coisa está medonha. Tenho levado mais fumo que cachimbo de desembargador.” (Climério)

“Cuidado com os procuradores de Deus. Estão prontos para aliviar o seu coração e também o seu bolso.” (Mim)

"A minha primeira mulher era muito feia. Tão feia que fomos pra lua-de-mel num carro funerário." (Climério)

DIÁRIO DA BAGAÇA- Homem morre na prisão nos EUA após passar 15 dias só pensando em sexo. Ele estava preso na solitária e não tinha os braços. O piso e as paredes da cela eram de cimento bruto e não o ajudaram a se aliviar.

A FRONHA DE SÃO PAULO- Serra promete cortar os cabelos se for eleito senador

Felipe Massa é o Íbis da Fórmula 1?

DIÁRIO DO AÇOUGUE- França planeja cortar 21 bi de euros em gastos em 2015

“Minha dona é muito educada. Até quando peida sozinha ela pede desculpas. Será para mim?” (Bilu Cão)

“Alguns pais não se contentam apenas com a própria mediocridade, cortam asas e proíbem também os filhos de voar.” (Filosofeno)

“A felicidade é um bicho que ninguém consegue prender para sempre.” (Filosofeno)

Padrão PT- Refinaria Premium I, no Maranhão, terá atraso de 15 anos

Em 2010, a então candidata Dilma Rousseff foi ao Maranhão com Lula para o lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium I, “a quinta maior do mundo” e disse textualmente que em 2015 ela estaria “operando a plena capacidade”.
No final de junho, porém, o 10º Balanço do PAC 2 cravou que a data de conclusão da refinaria ficou para 31 de janeiro de 2029. São inacreditáveis quinze anos de atraso – isso se alguém acreditar neste novo prazo.
De acordo com a própria Graça Foster, em palavras proferidas há dois anos, “historicamente, os projetos da Petrobras atrasam…”.  A refinaria do Maranhão é um assombro até para os padrões de lerdeza até aqui conhecidos.
Por Lauro Jardim

A taça é deles (e a conta é nossa)

05/07/2014

País gastou com os estádios da Copa mais do que Alemanha e África do Sul juntas. Com brasileiro não há quem possa

Os pessimistas e a elite branca deram com os burros n’água: a Copa do Mundo no Brasil é um sucesso. A bola está rolando redondinha, os gramados estão todos verdinhos e o país chegou até aí batendo mais um recorde: gastou com os estádios da Copa mais do que Alemanha e África do Sul juntas. Com brasileiro não há quem possa.

Aos espíritos de porco que ainda têm coragem de reclamar do derrame sem precedentes de dinheiro público promovido pelos faraós brazucas, eis a resposta definitiva e acachapante: a Copa no Brasil tem uma das maiores médias de gols da história. Fim de papo. De que adianta ficar economizando o dinheiro do povo, evitando os superfaturamentos e as negociatas na construção dos estádios, para depois assistir a um monte de zero a zero e outros placares magros? Fartura atrai fartura. Depois da chuva de verbas, a chuva de gols. É a Copa das Copas. Viva Messi, viva Neymar, viva Dilma.

Está todo mundo feliz, e o país mais uma vez se renderá a Lula. O oráculo afirmou que era uma babaquice esse negócio de querer chegar de metrô até dentro do estádio. Que o brasileiro vai a jogo até de jegue. O filho do Brasil mais uma vez tinha razão.

O país teve sete anos para usar a agenda da Copa e investir seriamente em infraestrutura de transportes. Sete anos para planejar e executar uma expansão decente do metrô nas capitais saturadas, por exemplo — obras caras que dependem do governo federal. Ainda bem que nada disso foi feito, e as capitais continuaram enfrentando sua bagunça a passo de jegue. Seria um desperdício, porque todo mundo sabe que essa mania de querer chegar aos lugares de metrô é uma babaquice da elite branca. Felizmente, o dinheiro que seria torrado nessa maluquice foi bem aplicado nos estádios mais caros do mundo, entre outros investimentos estratégicos.

Agora a Copa deu certo, o brasileiro está sorrindo e a popularidade de Dilma voltou a subir — provando de uma vez por todas que planejamento sério é uma babaquice. O que importa é bola na rede.

Nos anos que antecederam a Copa das Copas, os pessimistas encheram a paciência do governo popular com a questão dos aeroportos. Mas o PT resistiu mais uma vez à conspiração dessa burguesia ociosa que reclama de tudo. E deixou para privatizar (que ninguém nos ouça) os aeroportos às vésperas da Copa. Foi perfeito, porque sobrou mais tempo para o bando da companheira Rosemary Noronha parasitar o setor da aviação civil, proporcionando aos brasileiros o que eles mais gostam: ser maltratados nos aeroportos em ruínas, se possível derretendo com a falta de ar-condicionado (o que Dilma chamou carinhosamente de “Padrão Brasil”).


Os pessimistas perderam mais essa. Na última hora, com um show vertiginoso de remendos e puxadinhos (Brasil-sil-sil!), os aeroportos nacionais não obrigaram nem uma única delegação estrangeira a vir para a Copa de jegue. Todas as seleções entraram em campo — a televisão está de prova. E, no que a bola rolou, quem haveria de memorizar detalhes insignificantes, como metade dos elevadores da Favela Antonio Carlos Jobim enguiçados, além de algumas esteiras e escadas rolantes interditadas, entre outros desafios dessa gincana Padrão Brasil?

Ora, calem a boca, senhores pessimistas. A Copa deu certo. A Rosemary também.

Quem vai cronometrar o tempo dos otários nas filas monumentais? Os cronômetros só medem a posse de bola. E bem feito para quem ficou preso nos engarrafamentos a caminho do estádio, de casa ou de qualquer lugar. Lula avisou para ir de jegue. Você ficou engarrafado porque é um membro dessa elite branca que contribui para o aquecimento global. Além de tudo, é ignorante, porque ainda não entendeu que o combustível no Brasil foi privatizado pelos companheiros e seus doleiros de estimação. Como diria o petista André Vargas ao comparsa Alberto Youssef, o petróleo é nosso.

Além de jegue e jabuticaba, o Padrão Brasil tem feriado. Muito feriado. Quantos o freguês desejar. Pode haver melhor legado que esse para a mobilidade urbana? Se todo mundo andar de jegue e ninguém precisar ir trabalhar, acabaram-se os problemas viários. Poderemos ter Copa todo mês. E os brasileiros não precisarão mais correr riscos com obras perigosas como os viadutos — que, como se sabe, desabam.

A Copa no Brasil tem tido jogos realmente emocionantes. É o triunfo do único inocente nessa história — o futebol. Viva ele. Os zumbis que ficavam gemendo pelas ruas que “não vai ter Copa” sumiram na paisagem do congraçamento das torcidas. Mas é claro que isso será entendido pela geleia geral brasileira como... gol da Dilma! É a virada dos companheiros, a vitória dos oprimidos palacianos sobre as elites impatrióticas etc. A taça é deles. E a conta é nossa.

Se você não suporta mais essa alquimia macabra, que faz qualquer sucata populista virar ouro eleitoral, faça como os atletas do Felipão: chore.

Guilherme Fiuza é jornalista

O mais que suspeito silêncio da OAB

Poucas vezes na história republicana do Brasil tantos e tão graves acontecimentos puseram em risco o Estado Democrático de Direito. E, ainda assim, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) faz um ensurdecedor silêncio, mostrando-se conivente e cúmplice de um ataque sistemático à democracia. Quem diz não sou eu, ainda que concorde totalmente; é seu ex-presidente nacional Reginaldo de Castro, em coluna de hoje no GLOBO.
A OAB se mostra ativa até demais, mas só quando é para se alinhar ao que há de mais podre, quando é para defender os bandidos ou relativizar alguma barbaridade cometida pelo governo. Quando é para defender o “direito dos mano”, em vez de os “direitos humanos”, os representantes da OAB saem em campo. Já para preservar nossas instituições mais importantes, nada! Diz o autor:
Estamos diante de uma agenda política assustadora. Teme-se pela independência do Judiciário e do Legislativo. O aparelhamento do Estado, síntese desses temores, culmina com a edição do decreto 8.243, que o entrega ao arbítrio dos “movimentos sociais”, sem que se defina o que são, já que podem ser institucionais ou não, segundo o decreto.
Antes, tivemos o mensalão, pontuado de agressões por parte dos réus ao STF e ameaças de morte a seu presidente, Joaquim Barbosa. E ainda: a tentativa de regulamentar (eufemismo de censurar) a mídia; a inconstitucionalidade do programa Mais Médicos; a desobediência do presidente do Senado ao STF quanto à instalação da CPI da Petrobras; a violência dos black blocs nas manifestações de rua; as ações criminosas de milícias armadas do MST e do MTST, entre numerosas outras ilegalidades que reclamam uma palavra firme de condenação por parte da advocacia brasileira. E o que se ouviu da OAB? Nada.
São assassinadas no Brasil anualmente mais de 50 mil pessoas, a maioria, jovens e pobres, em decorrência do narcotráfico. Hoje, o Brasil é, além de rota preferencial do comércio de drogas, o segundo maior consumidor mundial de cocaína e o primeiro de crack. O PT, há quase 12 anos no poder, não inclui esse combate entre suas prioridades. E o que diz a OAB? Nada!
Por que tanta omissão? O autor não faz rodeios: ela não é gratuita. Tem substância política. Como exemplo, Reginaldo cita o nome de seu atual presidente, cotado para o STF. Seria um velho toma-lá-dá-cá? Seria uma “justa paga” a seus inestimáveis serviços prestados ao governo, e não à nação?
O PT aparelhou tudo que foi possível, comprou todos que estavam à venda. É como costuma agir. O fato de até o STF não ter sido blindado dessa tática, tendo visivelmente alguns ministros que estão lá para defender um partido em vez de as leis – denúncia que o ex-presidente Joaquim Barbosa fez novamente ao se aposentar – é algo assustador.
Por falar em STF e Joaquim Barbosa, quando ocorreu o assustador episódio de um advogado de um mensaleiro que estava supostamente bêbado e fez ameaças ao presidente da Corte, a OAB emitiu nota contra… o presidente Joaquim Barbosa, que expulsou o baderneiro!
“Não podemos confundir autoridade com autoritarismo, com esta atitude o presidente do Supremo foi ditatorial, arbitrário e autoritário, nem na época da ditadura militar se ousou ir tão longe contra as prerrogativas dos advogados”, disse o presidente da OAB Marcus Vinícius Furtado Coêlho. Não custa lembrar que, segundo os seguranças do STF, o advogado de Genoino disse que daria um tiro em Barbosa se tivesse uma arma!
A OAB, em vez de tomar o partido das instituições republicanas, tem preferido um silêncio mais que suspeito, lançando na lama sua credibilidade. Quando sai do silêncio, é invariavelmente para tomar o partido errado, adotar postura conivente com aqueles que vêm minando as estruturas de nossa democracia. É lamentável. E muito perigoso…
Rodrigo Constantino