quarta-feira, 9 de julho de 2014

VIDA EM CUBA- YOANI SÁNCHEZ- Estamos em transição ?

Por estes dias participei, com vários ativistas cubanos, de um seminário sobre a transição espanhola realizado em Madri. Organizado pela Asociación de Iberoamericanos por la Libertad e a Fundación Transición española nos salões daCasa de América, o evento conseguiu a participação de nove ativistas de variados setores de dentro da Ilha, como jurisprudência, civismo, direitos humanos e jornalismo. Uma possibilidade de nos encontrarmos com nós mesmos sem os cercos policiais, nem os atos de repúdio.
Enquanto escutava os vários conferencistas lembrei-me de ter visto o seriado La transición, em 2011, na voz de Victoria Prego. Casualmente na manhã em que comecei a assistir aqueles excelentes panoramas documentais e as análises que os acompanhavam, fui visitada por uma amiga madrilena. Olhou para a tela da televisão e me disse: “Eu vivenciei muitos destes acontecimentos, porém naquele momento não sabia que estávamos em transição”. Sua frase me tem acompanhado como consolo e ilusão todos estes anos. Hoje a recordei na Casa de América.
Nós, cubanos, estamos vivendo uma transição? Só o pronunciamento desta pergunta já serve para incomodar uns e iludir outros. Uma transição – me dirão os entendidos e os analistas – precisa de mais evidências políticas, sociais e econômicas. Uma palavra de tal envergadura precisa de atos reais, não só desejos… Advertiram-me outros também com muitos bons argumentos. E se aconteceu uma mudança irreversível e definitiva no interior dos cubanos? Isto poderia ser visto como transição? O pequeno olhar ganharia da macro-análise neste caso.
A cada dia me encontro com mais pessoas que já não colaboram, que já não crêem e que já não apóiam o sistema. Tropeço, além disso, com gente que não está disposta mais a assistir a televisão oficial, participar de atos oficiais ou aceitar as prebendas oficiais. Como se chama isso? Que me perdoem os teóricos da transição, mas se isso não é uma mudança. O que é? Pré-transição por acaso?
Tradução por Humberto Sisley

"Os cães estão com tudo nesta Era Cachorrona. Só falta agora ter velório no PET." (Mim)

Eu não gosto dos modos do Felipão. Mas deixaria ele onde está e trocaria a Dilma. Seria bem mais importante para o país.

Beleza não é fundamental.Fundamental é ter dinheiro.Você já viu um feio rico sem mulher bonita ao lado?

Janer Cristaldo-MELHOR MESMO SÓ SETE A ZERO

La vida es la ruleta 
en que jugamos todos.
A ti te había tocado
no mas la de ganar.
Pero hoy tu buena suerte 
la espalda te ha golpeado.
Fallaste corazón,
no vuelvas apostar. 

Como todos sabem, não sou aficcionado em futebol. Jamais fui a um estádio e não torço para time nenhum. Só torço nos finais de Copa... contra o Brasil. Nunca imaginei que uma Copa me traria tanta alegria como esta. O resultado de ontem foi perfeito. Se a vitória da Alemanha fosse de 1 a 0 ou de 2 a 1, sempre se poderia alegar que em futebol se ganha, se perde ou se empata. 

Não foi o caso. O resultado foi para humilhar. Quando soube que estava 2 a 0, me entusiasmei e decidi assistir ao jogo. Fui tomado por um entusiasmo brasilicida. Queria mais. Se a Alemanha fez 5 gols no primeiro tempo, seria de esperar-se mais alguns no segundo. Calculei nuns 7 ou 8 a 0. Errei por pouco.

Não imagine o leitor que tenho ressentimentos contra meu país. Nada disso. É que não suporto vê-lo resumido a futebol, em uma mescla de affoncelsismo exacerbado e orgulho chocho. O grande personagem nacional não é o empresário ou industrial que faz o país crescer. Muito menos o médico ou o engenheiro,o comerciante ou o padeiro, o taxista ou o lixeiro, que mantém a bicicleta andando. O grande personagem nacional é o futebolista, cujos feitos só servem para inflar os brasileiros de vento.

Desde há muito, a imprensa brasileira vem deturpando o conceito de herói. Herói não é mais o homem capaz de grandes feitos, que vão além da humana capacidade. Herói é simplesmente o bombeiro ou salva-vidas, que nada mais faz senão cumprir o seu dever. 

O Brasil sempre viveu uma carência de heróis. Na vazio hiante, até cachorro serve. Quem não lembra da Catita, a cadelinha que defendeu uma criança atacada por dois pitbulls? "Heroína!" - berraram as manchetes. O episódio foi emblemático. Catita, mãe de vários cachorrinhos, arriscava a vida em defesa de um filhote alheio. 

O velho mito da Madonna, desta vez em versão canina, tão utilizado pelos jornalistas para comover leitores. Mais ainda: Catita era uma cadela plebéia, vira-lata latina e nativa. Os agressores eram cães de elite, alienígenas e com sotaque anglo-saxão. A finada luta de classes ressuscitava e se manifestava mesmo entre caninos. Claro que Catita era de esquerda, e os pitbulls eram da direita truculenta. Em falta de heróis, vai cadela mesmo.

Neste vazio conceitual, sobrou para os jogadores de futebol. Estes senhores, que nada acrescentam à riqueza do país – pelo contrário, só subtraem – são hoje os heróis celebrados pela imprensa. Para mim, nada foi mais prazeroso que ver um herói chorando. Um herói se forja na adversidade. Menos os nossos, que só admitem a vitória. Não foram advertidos para o outro lado da moeda, a derrota. Me fez bem ao espírito ver os bravos leões das arenas hodiernas, chorando como gatinhos pela juba perdida. E não choraram porque foi um massacre. Chorariam com qualquer derrota, mesmo um prosaico 1 a 0.

A entrevista do técnico foi de uma hipocrisia atroz. Quando a seleção ganha, a vitória é de todos, do técnico e do time. Nesta derrota, Scolari fez como o Cristo, que assumiu os pecados da humanidade, sem que humanidade alguma lhe pedisse tal favor. Em um manifestação de flagrante falsa modéstia, Felipão assumiu exclusivamente para si a responsabilidade da derrota. “Fui eu o culpado”. Como se não tivessem culpa alguma os pata-tortas que estavam no gramado. Pode soar simpático ao telespectador desavisado, mas sua admissão de culpa não resiste à menor análise.

É muito complicado explicar o inexplicável, disse com ares de pitonisa o goleiro Júlio César, que engoliu os sete frangos. Pecou pelo simplismo. Inexplicável não se explica. Mas o fiasco nada tem de inexplicável. A Alemanha jogou bem e o Brasil como time de várzea. Após o segundo gol, os brasileiros perderam o controle e corriam como baratas tontas no gramado, atrás de uma bola que parecia ter desenvolvido alergia às chuteiras nacionais. Os alemães, com passes precisos e quase matemáticos, mal deixavam os brasileiros chegar perto da brazuca.

A goleada foi insólita. Suponho que algo nunca visto em uma Copa, ou os eruditos comentaristas de futebol nos teriam advertido sobre isso. Da incredulidade, os locutores foram passando à constatação. De início, ninguém ousou falar em humilhação. A palavrinha maldita só foi pronunciada depois que começou a ricochetear na imprensa internacional.

De um segundo para outro, os clips de propaganda ufanista se tornaram ridículos. A imprensa, que antes só via virtudes na seleção, de repente, não mais que de repente, passaram a ver improviso e falta de preparo. Os candidatos a heróis passaram a ser vaiados e execrados como marginais. Scolari, de esperança de um Brasil pujante entre as nações, virou “avô ultrapassado”. 

Nada mais catártico para um Brasil inflado de vento e nada mais que esta derrota histórica. Nada mais salutar para a nação que ver o país do futebol derrotado em casa. O que se anunciava como festa nacional, revelou-se um festival de choro e ranger de dentes.

Para os paulistas, a grande data se comemora hoje, 9 de julho. Para mim, será sempre o 8. Curtida a ressaca, restam poucos dias para lamber as feridas. Domingo que vem começa outra Copa, a eleitoral, mais vil e mentirosa que aquela que ontem morreu para o Brasil. Não vai dar tempo nem de respirar. 

Ontem ganhei meu dia. Deutschland über alles! Só uma crítica aos bravos alemães. Foi uma lástima permitir aquele gol do Brasil. Sete a zero seria bem mais emblemático.

A donde fue tu orgullo 
a donde esta el coraje?
Por que hoy que estas vencido
mendigas caridad? 
Ya vez que no es lo mismo
ganar que ter perdido. 
Hoy que estas acabado
que lastima me das.

NIBIRU- Neil de Gresse Tyson- Legendado

Diário do Não se Enxerga- O sujeito da foto abaixo disse que o trabalho na seleção foi perfeito. Não é muito para o traste que acha a CBF um exemplo do Brasil que dá certo. Oh!


O sorriso irônico(lá no céu) de Barbosa contra Parreira

Esta foi uma das maiores violências que se cometeu contra Barbosa. As vesperas do jogo Brasil X Uruguai (eliminatórias da Copa de 1994) Barbosa foi barrado por Parreira.(na porta da concentração) Por causa do Maracanaço. Pensei nisto ontem no final do jogo. Olhando para aquela cara dorminhoca do Parreira. O mundo dá voltas....

Corneta RW

Amiga de Barbosa revela maior mágoa do goleiro do 'Maracanazzo'

Solange Guimarães lembra que o ex-goleiro chorou ao ser proibido de se encontrar com a seleção durante a preparação para a Copa do Mundo de 1994.

Corneta RW

Encontro de esqueletos

- Rapaz, que esqueleto tao baril: grande, forte, de ossos grossos e brancos, um tremendo esqueleto!
O esqueleto americano responde:
- É que eu comi muita carne, tomei muito leite, muitas vitaminas. Mas, olhe, você, para um esqueleto cubano, até não está nada mal. Você tinha direito a alguma quota especial de comida quando estava vivo?
- Não, não. Eu ainda estou vivo!


http://jleal.tripod.com/sub2/cuba.htm

Tubarões e suas histórias

Três tubarões encontram-se no meio do oceano e decidem tomar rumos diferentes para testar a sorte. Combinam depois encontrar-se novamente para saber o que aconteceu a cada um. Um dirige-se para a Espanha, outro para Miami e o terceiro vai para Cuba. Um mês depois, os tubarões voltam a reunir-se. O que foi para Miami diz:
- Uau ! Foi uma maravilha ! Comi dois americanos, um cubano e uma canadense. Estavam deliciosos!
O que foi para a Espanha diz:

- Vocês nem imaginam como estão gordos os espanhóis. Comi pelo menos nove, sem contar as crianças...
Chega então a vez do que foi para Cuba. Ele está todo estropiado, magro, com o corpo cheio de arranhões e de mordidelas.
- Vocês nem queiram saber o que me aconteceu. Quando eu apareci com a minha barbatana numa praia de Havana, estava lá um magricela que começou logo a gritar: "Pessoal, chegou o nosso peixe!" Num instante, tinha umas 200 pessoas a minha volta. Por pouco não me comeram!...

http://jleal.tripod.com/sub2/cuba.htm

No início do socialismo existem as dificuldades do crescimento. Depois vem o crescimento das dificuldades.

David Luiz diz que deseja ver seu povo sorrindo. De minha parte não precisa ganhar nada, fico contente com 20% do salário dele.

Felipão e o Kinder Ovo

Sérgio Xavier
Felipão e Bernard na partida contra a Alemanha, em Minas Gerais
SETE É CHOCOLATE - Felipão não treinou nenhuma vez com Bernard no time (David Gray/Reuters)
A Alemanha venceu o Brasil sem precisar de jogadas individuais. Eles nos deram um imenso “sacode” apenas na base do coletivo
A derrota dispensa qualquer adjetivação. Os números falam tudo. 7 a 1. Sete a um. Não importa a forma como se expresse isso. 7 a 1. Pronto. Não é mais necessário descrever o terremoto que abalou as estruturas brasileiras. Já foi. Mas podemos falar um pouco sobre os deslocamentos das placas teutônicas, quer dizer, tectônicas. Como terminamos desse jeito? Uma pista veio da entrevista coletiva do treinador Luiz Felipe Scolari após a partida. Perguntado sobre a falta de treinamento do time que entrou em campo contra a Alemanha, Felipão se saiu com uma explicação curiosa. Ele treinou a opção dos três volantes, treinou o time com Willian no lugar de Neymar e escondeu a opção Bernard. Felipão explicou que, se colocasse Bernard no treinamento, os jornalistas veriam e contariam. O treinador adversário, assim, conheceria o “segredo de Felipão”.

Leia também:
No maior pesadelo do futebol do Brasil, Alemanha faz 7 a 1
​David Luiz pede desculpa à torcida após o jogo: 'Só queria ver meu povo sorrindo'
No fundo, o comandante da seleção entende o futebol como um grande Kinder Ovo. O importante não é o chocolate em si, mas a surpresinha que ele esconde. De fato, Felipão surpreendeu o técnico alemão Joachim Löw. Mas surpreendeu também o próprio time, que entrou perdidaço em campo. E ficou mais perdido quando percebeu que os bem treinados adversários sabiam exatamente onde cada companheiro estaria no segundo seguinte, numa semifinal de Copa do Mundo. Felipão botou em campo um time inédito. Teve alguns dias para ensaiá-lo, mas “aí ia estragar a surpresinha”. O Brasil tomou gols de linha de passe. Tabelinhas envolventes que pouco tinham de improvisação.

Na mesma entrevista, Felipão tentou explicar o terremoto como um “apagão”. Palavra vaga, que sugere acidente, não uma falha de organização. A escalação secreta de Bernard é simbólica, o problema é ainda maior. Se o Brasil real já é chegado na improvisação, o Brasil do futebol ama a improvisação. O coletivo nunca foi nosso forte, acreditamos nos craques, na capacidade inata do jogador brasileiro de encontrar soluções mágicas quando tudo está perdido. A Alemanha venceu o Brasil sem precisar de jogadas individuais. Eles nos deram um imenso “sacode” apenas na base do coletivo. De vez em quando, o drible, a improvisação até salvam. Na maioria das vezes, o coletivo vence. Ideal ter os dois. Neymar cansou de carregar o time de Felipão. No dia em que ele faltou, o time poderia ter ajudado. Mas deu apagão. Um apagão intelectual, que não é de hoje. 

Continua um idiota arrogante... Irritado, Felipão diz que Brasil perdeu por pane de 6 minutos

Pane acontece seguidamente na cabeça do senhor Scolari. Basta olhar os  resultados nos últimos clubes pelos quais passou.

Por estas plagas roubaram até a luz no fim do túnel...

Árbitros de futebol levam suas mães aos jogos?

Terão os corruptos remorsos somente até o dia amanhecer?

"Por 40 anos esperei por Jesus e ele não veio. Larguei dele. Agora vamos ver quantos anos o capeta demora para vir." (Pócrates)

Depois que fiz um seguro de vida a minha comida começou a ter um gosto estranho...

“Meus joelhos estão arrebentados. Hoje só rezo deitada.” (Josefina Prestes)

O mundo está cheio de espertos. Os cemitérios também.

A minha única divergência com os petistas é na questão agrária, diz Eriatlov. - Eles querem que eu seja enterrado e eu quero que eles sejam enterrados. (And-Jud,adaptado para o contexto brasileiro)

Fredeu geral!!!!

Pra variar, não assisti a nenhum minuto do jogo. Em primeiro lugar, porque futebol não me interessa. Em segundo lugar, porque nunca Dante da história deste país a seleção verde amarelona tomou uma goleada como esta!
Foi uma derrota pornográfica: o Brasil ficou de quatro e os alemães meteram sete. Mas os marqueteiros do governo não perdem tempo. Segundo João Sacana, esta derrota fragorosa nada mais é que outro sucesso vigoroso do PAC, Programa de Aceleração do Chocolate. Depois da queda do viaduto do Mineirão, o Brasil assistiu apatetado ao desabamento da seleção brasileira. Tudo é vitória!

Antes da Copa do Mundo, a presidenta Dilma Roskoff temia um apagão de energia. Só não sabia que o apagão aconteceria justamente com a seleção brasileira!
O Brasil, talvez influenciado pela ausência do Neymar, também resolveu, em solidariedade, não entrar campo. Com exceção do Fred, é claro, que nem em sua Belo Horizonte deu as caras. Assim, os pentacampeões do mundo sucumbiram à superioridade futebolística da raça ariana pura dos alemães Boateng, Khedira e Özil.
Pois é, os estádios custaram tão caro, teve tanta roubalheira, pagaram tanto para os empreiteiros, foi tanta propina, que não sobrou grana pra comprar a Copa.


Agamenon Mendes Pedreira é cambista oficial autorizado da Fifa

Brasileiros, há problemas bem maiores que perder uma Copa. O comunismo já está dentro do país. Vamos pô-lo para fora em outubro?

A direita avança: ventos de mudança


“Você é um socialista!”
Os 4% de intenções de voto do Pastor Everaldo representam, em um universo de 142 milhões de eleitores, uns seis milhões de votos. Se for confirmado nas urnas esse montante, será um crescimento de onze vezes em relação ao alcançado pelo discurso mais de direita 20 anos atrás. Seria um claro alerta de que a direita avança, segundo o jornalista José Casado em sua coluna de hoje no GLOBO. Eis como ele começa o texto:
Está em ascensão uma tendência política tradicionalista em questões morais e sociais, defensora da liberdade individual e do livre mercado. Pode emergir das urnas em outubro sob a bandeira da renovação da democracia cristã, hoje dispersa na geleia partidária brasileira.
Desde o início da disputa presidencial as pesquisas destacam uma organização gestada na harmonia ecumênica entre protestantes e católicos, o Partido Social Cristão. Ele conseguiu escavar e preservar uma trincheira no instável terreno da centro-direita.
Ainda é cedo para saber se o candidato do PSC ficará nessa faixa dos 4% mesmo, ou se vai crescer ainda mais. Também não é possível identificar quanto exatamente tem ligação direta com a fé religiosa. Mas uma coisa é inegável: seu discurso tem sido claro em defesa da redução do estado e do livre mercado, adotando um viés conservador do ponto de vista moral. É a primeira vez em décadas que tal narrativa será testada nas urnas.
Pode não ser pelo melhor representante do conservadorismo, já que o histórico de Everaldo é de apoio ao governo Lula e sua influência foi Leonel Brizola. Talvez isso prejudique a aceitação por parte dos eleitores conservadores. Talvez pareça oportunismo eleitoral, uma oferta criada para preencher uma lacuna na demanda, um nicho não atendido. Mas não deixa de ser um termômetro interessante. Como diz Casado:
A despeito de indivíduos e interesses obscurantistas no jogo eleitoral, o que as pesquisas mostram é a receptividade de parte do eleitorado ao projeto liberal-conservador. Refletem a fermentação em torno de ideias afinadas com o liberalismo econômico e o conservadorismo clássico, mesmo com mofo residual da Guerra Fria.
É saudável para a democracia. E, talvez por isso, a centro-direita tenha virado atração nas livrarias. Editoras nacionais contabilizam recordes sucessivos na impressão de autores locais, com vendas de até cem mil exemplares por título.
A direita precisa mostrar sua cara. Aliás, os partidos em geral precisam assumir de forma mais clara seus programas, pois as diretrizes que enviam ao TSE são recheadas de termos ambíguos que nada dizem, como “sustentabilidade” e “justiça social”. Falta, no Brasil, uma clareza maior de qual linha ideológica o candidato representa. Todos são “pragmáticos” demais.
Por décadas, a política nacional teve uma hegemonia do discurso de esquerda. Há claros ventos de mudança no ar. Mesmo o PSDB, um partido social-democrata de centro-esquerda, tem em Aécio Neves um representante mais à direita, com um discurso mais liberal na economia. Uma democracia saudável precisa ter pluralidade de fato. Onde está nossa Thatcher?
Em minha opinião, são dois os discursos ausentes até aqui: um de viés mais conservador, como o que o Pastor Everaldo agora adota, mas sem convencer a todos de sua sinceridade; e outro mais liberal mesmo, tanto na economia como nas questões sociais. No Reino Unido, conservadores e liberais governam em uma coalizão, com a esquerda social-democrata trabalhista e os verdes na oposição.
Vem aí o Partido Novo, com uma mensagem mais liberal, preencher esse vácuo existente hoje no Brasil. O amadurecimento de nossa democracia deveria levar, naturalmente, a uma concentração maior de partidos, acabando com as legendas de aluguel e com essa geleia ideológica sem sentido.
O ideal, do meu ponto de vista, seria ter um partido representando a esquerda social-democrata civilizada, outro representando a opção mais ecológica (sem os xiitas do ecoterrorismo), outro dando voz aos conservadores, e outro falando em nome dos liberais.
A esquerda raivosa e autoritária, como o PSOL e boa parte do PT, seria eliminada pelos próprios eleitores, tornar-se-ia insignificante por representar um atraso inadmissível em pleno século 21. Que vá defender o socialismo em Cuba!
Para chegarmos lá ainda precisamos avançar muito, amadurecer muito. É sonhar demais? Ora, se tantos sonham com a vitória brasileira sobre a Alemanha hoje, mesmo sem o Neymar…
Rodrigo Constantino

O descrédito da República e a ameaça populista e autoritária da “democracia” direta


Muito cuidado com aqueles que querem substituir a República democrática...
Muito cuidado com aqueles que querem substituir a República democrática…
Quando as instituições perdem a credibilidade, o caminho fica aberto para os oportunistas de plantão. Considero esse o maior risco que o Brasil corre atualmente. Os representantes eleitos não honram seus mandatos, e a descrença na própria democracia é cada vez maior, suscitando propostas autoritárias de ambos os lados: direita e esquerda.
Esse foi o alerta feito por Marco Antonio Villa em seu artigo de hoje no GLOBO. Após uma aula de história, o historiador chega ao presente bastante preocupado com o clima de desilusão geral:
O processo eleitoral reforça este quadro de hostilidade à política. A mera realização das eleições — que é importante — não desperta grande interesse. Há um notório sentimento popular de cansaço, de enfado, de identificação do voto como um ato inútil, que nada muda. De que toda eleição é sempre igual, recheada de ataques pessoais e alianças absurdas. Da ausência de discussões programáticas. De promessas que são descumpridas nos primeiros dias de governo. De políticos sabidamente corruptos e que permanecem eternamente como candidatos — e muitos deles eleitos e reeleitos. Da transformação da eleição em comércio muito rendoso, onde não há política no sentido clássico. Além da insuportável propaganda televisiva, com os jingles, a falsa alegria dos eleitores e os candidatos dissertando sobre o que não sabem.
O atual estágio da democracia brasileira desanimaria até o doutor Pangloss. A elite política permanece de costas para o país, ignorando as manifestações de insatisfação. E, como em um movimento circular, as ideias autoritárias estão de volta. Vai se formando mais uma geração de desiludidos com a República. Até quando?
De fato, até quando? Até um golpe autoritário de algum lado? Até um “messias salvador” surgir em cena? Até os populistas conseguirem instaurar no Brasil uma “democracia direta” nos moldes venezuelanos?
Vladimir Safatle, do PSOL, é um exemplo perfeito desse oportunismo populista. Em sua colunade hoje na Folha, ele apresenta sua proposta por uma “outra democracia”, bem mais direta. Lembro apenas que todos os países comunistas, sob regimes totalitários, diziam-se repúblicas democráticas. Safatle diz:
Na verdade, há de se insistir que a verdadeira participação popular não pode ser apenas consultiva, mas deliberativa, com poder de veto em relação aos outros poderes e, principalmente, com capacidade de gestão. Faz parte da democracia representativa nos fazer acreditar que decisões racionais só podem sair da “tecnocracia” ou de detentores do discurso da competência gerencial. O Brasil deveria servir de melhor exemplo para a natureza falaciosa dessa afirmação, já que a “racionalidade” dessas pessoas é do tamanho de viadutos que caem, de metrôs tomados de assalto por corrupção, de rios que nunca são despoluídos etc.
Na verdade, decisões realmente racionais só aparecerão quando formos capazes de realmente escutar a inteligência prática de professores, enfermeiras, metroviários, médicos que estão efetivamente envolvidos no cotidiano do que foi, normalmente, mal planejado por algum tecnocrata ou consultor com fórmulas mirabolantes. Essa recuperação política da inteligência prática é um dos nossos maiores desafios.
Imaginem um país com 200 milhões de habitantes em território continental como o Brasil, com ampla disparidade de educação, deliberando em “consultas populares” sobre o nível da taxa de juros. É uma piada de mau gosto. Quem controla os “movimentos sociais” controlaria toda a política, e com a politização de tudo, viveríamos em um regime totalitário e opressor, como sempre foi o caso em países comunistas.
Plebiscitos e “democracia direta” podem funcionar em casos muito específicos, nas ágoras gregas com pouca gente deliberando sobre assuntos públicos, ou na Suíça dos cantões descentralizados e população educada e mais homogênea. Propor esse modelo no Brasil é algo irresponsável, de quem realmente repudia a liberdade e a própria democracia.
Ninguém pode ser contra dar mais poder ao povo, ou seja, a cada um dos brasileiros. Mas a esquerda populista acha que isso se faz manipulando votos por meio de plebiscitos, e não reduzindo o escopo da própria política. A melhor forma de “empoderar” a população é por meio do livre mercado, de trocas voluntárias, limitando o papel do estado, que seria administrado por representantes eleitos.
Essa “outra democracia” de que os esquerdistas falam tem outro nome no meu dicionário, e não guarda semelhança alguma com a verdadeira democracia. Basta ver o que aconteceu na Venezuela, país cujo modelo essa mesma esquerda aplaude e ainda chama de “excesso de democracia”, um escárnio completo.
Vivemos em tempos perigosos. Espero que os eleitores saibam escolher melhor seus representantes, e que esses tenham juízo para preservar o decoro parlamentar e a própria República. Quando muita gente perde totalmente a confiança no processo democrático, a alternativa costuma ser sempre pior…
Rodrigo Constantino

Os alemães metendo sete e você viu algum deles de firula ou querendo tripudiar em cima dos adversários?

FALTA PÃO,MAS MÍSSEIS NÃO!- Coreia do Norte lança mais dois mísseis de curto alcance