segunda-feira, 13 de abril de 2015

Instituto Liberal- Morreu o Pai do Perfeito Idiota

Morreu o Pai do Perfeito Idiota

O “Perfeito Idiota Latino Americano” está de luto.  Morreu hoje o escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor do livro “As veias Abertas da América Latina: Cinco Séculos de Pilhagem de um Continente”, considerado “a bíblia do perfeito idiota.”
O livro foi marcado com esse apelido, em 1996, pelo Best-seller “O Manual do Perfeito Idiota Latino Americano“, escrito pelo trio Plinio Apuleyo Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa.  O “Manual” é uma crítica mordaz da mentalidade populista e autoritarista que domina a região desde priscas eras.
O capítulo três é dedicado a explicar a importância do livro de Galeano para a idiotia que impera por estas plagas: “No último quarto de século o idiota latino-americano teve a notável vantagem de ter à sua disposição uma espécie de texto sagrado, uma bíblia preenchida com todos os disparates que circulam na atmosfera cultural daquilo que os brasileiros chamam de “esquerda festiva”. Naturalmente nós nos referimos a “Veias Abertas da América Latina“, escrevem os autores. Para se ter uma ideia da importância desse livro para o “Idiota”, basta lembrar que o mesmo foi dado de presente a Obama, pelo caudilho marxista Hugo Chávez, numa das pouquíssimas vezes em que os dois se encontraram.  No Brasil, a imagem da mão espalmada e ensanguentada, no Memorial da América latina, projetado pelo comunista Oscar Niemeyer, também remete às veias abertas descritas por Galeano (veja imagem acima).
Se você tiver paciência de ler “As Veias Abertas” vai aprender que os latino-americanos somos eternos perdedores, não por nossas próprias culpas, claro, mas porque a Europa e os EUA (os vencedores do mundo) sempre nos exploraram. “A história do subdesenvolvimento da América Latina é, como alguém já disse, uma parte integrante da história do desenvolvimento do capitalismo mundial“, escreveu o uruguaio.  O grande Mario Vargas Llosa resume, no prefácio de “O Manual do Perfeito Idiota Latino Americano”, essa baboseira: [Para o Idiota] “História é uma conspiração bem sucedida dos maus contra os bons, em que eles sempre ganham e nós sempre perdemos.” Isto pode soar como piada, mas é precisamente o raciocínio de Galeano em sua Magnum Opus.
Mas Galeano não estava sozinho na promoção dessas idéias quando o livro foi lançado, em 1971. Na mesma época, o economista Argentino Raúl Prebish, então secretário-geral da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina (CEPAL), desenvolveu a chamada “Teoria da dependência”, dogma econômico esquizofrênico que prosperou na política regional da América Latina durante praticamente toda a segunda metade do século 20.
O argumento central de Pebrish e de seus acólitos, espalhados pelas principais universidades do continente, era de que a pobreza na América Latina persistia porque, enquanto os países ricos podiam aumentar os seus padrões de vida por meio de constantes ganhos de produtividade, os países pobres, que exportavam apenas os produtos agrícolas e matérias-primas, eram escravos do excesso de trabalho. Com isso, eles não podiam acumular o capital excedente necessário para subir a escada econômica.  Não por acaso, vários economistas tupiniquins, encabeçados por Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares e outros defendiam a mesma tese conspiratória.
Estas crenças, misturadas com doses elevadas do marxismo e fascismo, faziam com que políticos populistas, fossem de direita ou esquerda, tomassem as teorias estapafúrdias de Prebisch como verdades absolutas e incontestáveis.  Foi assim que políticas que prestigiavam fartos subsídios para as indústrias locais e proteção contra a concorrência internacional prosperaram em todo continente. Não é preciso dizer que tais políticas contribuíram em grande escala para a renitente ineficiência e a falta de competitividade das indústrias tupiniquins.
Foi também graças a essas teorias que os governos centrais assumiram, em praticamente toda a região, com a louvável exceção do Chile, um papel de destaque no famigerado processo de “substituição de importações”, alimentando por décadas a corrupção e a inflação, que viriam a devastar o continente durante a segunda metade do Século XX.
Em favor de Galeano, deve-se salientar que ele, a exemplo de outro emérito guru do “Perfeito Idiota” (Fernando Henrique Cardoso), parece ter se arrependido do que escreveu.  Numa feira de livros, no Brasil, em 2014, Galeano foi enfático, para desespero da maior parte da platéia presente: “‘As Veias Abertas’ tentou ser um livro de economia política, mas eu ainda não tinha o treinamento ou a preparação necessária”. E acrescentou: “Eu não seria capaz de ler este livro novamente; Eu dormiria. Para mim, esta prosa da esquerda tradicional é extremamente árida, e meu físico não pode mais tolerá-la.”
Melhor assim!
Administrador de Empresas e Diretor do Instituto Liberal
João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

O ANTAGONISTA-Nobel que é bom, nada

O jornal O Globo publicou uma reportagem estarrecedora: até em universidade havia esquema da Petrobras. Mais precisamente na UniRio.
O ex-decano do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da instituição, Astério Kiyoshi Tanaka, é acusado de participar de uma fraude que beneficiou seis professores com "bolsas de pesquisa" e verbas para empresas das quais eles eram sócios.
Total da mamata: 17 milhões de reais.
Nobel que é bom, nada. Só se for o de ladroagem.

“Faz 30 anos que acabou. Em minha opinião o outro lado não existe. Morreu, deu. O único lado que existe para quem não é cremado é o lado de dentro do caixão.” (Mim)

COMUNISTAS- Entrevista na TV com um cidadão centenário:



-- Conte-nos, Sr. Ivanov, como está tão bem conservado aos 167 anos?

-- Bem, na Grande Revolução de outubro...

-- Olha, é melhor contar-nos algo sobre o Lenin!

-- Durante a Grande Revolução de outubro...

-- Por que não nos conta algo sobre Dostoievsky?

-- Deixe-me explicar! Durante a Grande Revolução de outubro a baderna era tanta que alguém acrescentou mais cem anos na minha carteira de identidade!

“Dizem que o fumo causa impotência sexual. Eu nunca fumei e estou broxa. Vai ver fumei muito por tabela.” (Climério)

HISTÓRIA- Thatcher, em três atos

Margaret Thatcher

A “doença britânica” rondava a Europa dos anos 1970. Um importante quebra-cabeças para cientistas políticos como Mancur Olson era “por que a Grã Bretanha, a grande nação com a mais longa imunidade a ditaduras, invasões e revoluções, teve no século XX a menor taxa de crescimento entre todas as grandes democracias desenvolvidas”.
Em The Rise and Decline of Nations, Olson explica que o desenvolvimento adiantado do Reino Unido havia plantado as sementes de sua própria destruição. A estabilidade britânica possibilitou a consolidação de uma variedade de grupos de interesse predatórios à produtividade e à inovação. Organizações e colusões industriais, sindicatos e ordens profissionais, haviam se multiplicado em número e poder de maneira que seus interesses rentistas faziam a Grã-Bretanha “sofrer de uma esclerose institucional que freava sua adaptação a mudanças no ambiente e nas tecnologias”.
Olson havia escolhido o Reino Unido para seu estudo de caso. O país servia de emblema de declínio institucional. Enquanto escrevia no final da década de 1970, Olson analisava um país que, antigamente progressista, agora havia se tornado economicamente estagnado e politicamente “ingovernável”.
Foi nesse momento que uma coisa aconteceu. Aconteceu Margaret Thatcher.
1. A Ascensão
Ainda criança, nos anos 1930, Thatcher começou a desenvolver sua compreensão do funcionamento do mercado. Dividia o tempo dos estudos com a ajuda que prestava a seu pai no comércio.
Mais tarde Thatcher iria dizer que aprendeu com seu pai as virtudes “do trabalho árduo, da auto-suficiência, da poupança, do dever, e de manter suas convicções mesmo quando se está em minoria”.
Essa convicção lhe rendeu o título de “Dama de Ferro”, apelido dado pelo governo soviético de Leonid Brezhnev. Depois de entrar para a Universidade de Oxford, suas convicções se fortaleceram com a leitura de John Stuart Mill e Friedrich Hayek. Já nos anos 1960, ela questionava o posicionamento do seu partido, cada vez mais simpático ao keynesianismo dos trabalhistas. Conservadores e Trabalhistas concordavam quanto à sacralidade do welfare state e da estatização econômica. Thatcher começou a mudar a Inglaterra mudando o próprio partido. E foi mudando a Inglaterra que contribuiu para que o mundo também mudasse.
Em uma visita ao Departamento de Pesquisa Conservador nos anos 1970, um centro de pensamento do partido, Thatcher ouvia seus colegas de partido falando da concessão estratégica aos valores trabalhistas, o chamado “middle way”. Thatcher interrompeu a discussão jogando uma cópia de Os Fundamentos de Liberdade de Hayek na mesa e afirmando, “é nisso que nós acreditamos”.
Thatcher não se via como uma política atrás do consenso. Ela se via como uma política à frente da liderança. Políticos em geral procuram todos os meios de seguir a opinião pública – contratam equipes de Relações Públicas, montam grupos de foco, fazem pesquisas diárias etc. Thatcher não estava disposta a seguir a opinião pública, ela queria mudar a opinião pública.
2. O Governo
A ascenção dos Conservadores ao poder em 1979 encontrou o Reino Unido com juros de 16% e uma inflação programada para chegar aos 20%, quando fossem honradas as promessas Trabalhistas. O parlamentarismo britânico havia cedido espaço a uma novo sistema de governo, o sindicalismo. Governos passados haviam sido demolidos pelos sindicatos: Harold Wilson em 1970, Edward Heath em 1974 e James Callaghan em 1979.
O clima de guerra econômica associado ao crescimento do desemprego e à disparada do preço internacional do petróleo foi minando de cara a popularidade de Thatcher. Já nos primeiros anos da década de 1980 seu declínio político parecia iminente e inevitável. O governo Thatcher seria a peça da vez do sindicalismo britânico.
Azar na política doméstica, sorte na política externa. Em abril de 1982, o regime militar argentino decide invadir as Ilhas Falklands. Os habitantes das Falklands eram de descendência britânica há seis gerações, desde a colonização de 1820. O que começou como uma diversão argentina, acabou como uma bênção inglesa. Em 1981, antes da guerra, a popularidade de Thatcher estava em 25%. Depois da guerra, saltou para 50%.  Não foi difícil derrotar a Argentina. Como brinca o comediante Ricky Gervais, era uma guerra de alcance, e os navios britânicos tinham alcance maior do que os argentinos: “foi o equivalente bélico de segurar um anão com o braço esticado”.
Thatcher aproveitou o embalo da vitória para declarar guerra ao poder dos sindicatos e dos monopólios industriais, considerados por ela os dois grandes problemas da economia britânica”. Suas medidas de austeridade provocaram greves pro todo o país. Um sindicato em particular parecia indestrutível: a União Nacional dos Mineradores. As greves dos mineradores de 1984 fugiam dos procedimentos legais – o vice-presidente do sindicato afirmou que eles não seriam “constitucionalizados a uma derrota” – e dos meios mais democráticos – a proposta de um plebiscito entre os trabalhadores para decidir a greve foi rejeitada por votação entre os dirigentes sindicais.
O governo de Thatcher aproveitou essa deficiência de legitimidade para firmar sua posição. Apesar de receber ajuda financeira procedente de grupos socialdemocratas do resto da Europa Ocidental, e, provavelmente, da União Soviética, os problemas internos da União Nacional dos Mineradores contribuíram para sua fragilidade. Em 1985, depois de um ano de greves, o sindicato cedeu. Thatcher registrava uma vitória contra o sindicalismo.
Em sua próxima campanha pelo desmantelamento das estatais que haviam enrijecido a economia britânica, Thatcher inventou uma nova modalidade de políticas públicas: as privatizações. Portos, aeroportos, ferrovias, exploração de petróleo e gás, telefonia, eletricidade… Thatcher conseguiu tirar parte da economia da lógica da burocracia e devolvê-la para a escolha dos consumidores.
O primeiro caso de sucesso foi o da British Steel, uma equivalente à nossa Vale no Reino Unido. Em 1987, no ano anterior à sua privatização, a British Steel estava batendo seu recorde negativo com um prejuízo de 500 milhões de libras . Tão logo se encerram os anos 1980, ela havia se tornado a siderúrgica mais lucrativa do planeta, com um índice de produtividade superior a qualquer outra siderúrgica europeia.
3. O Legado
Durante os anos 1980, o Reino Unido passou de estudo de caso a modelo econômico. Em 1988, bateu seu recorde econômico pós-guerra, crescendo a 4% depois de sete anos de crescimento ininterrupto. Sindicatos e estatais garantiam privilégios para uma elite e emprego para alguns. Desmontá-los deixou muitos em situação de vulnerabilidade. Mas foram essas reformas que garantiram que novos empregos aparecessem – empregos melhores. As reformas de Thatcher aumentaram a produtividade do trabalhador britânico. Por vários anos durante a década de 1980, a Grã Bretanha alcançou a maior taxa de produtividade de toda a Europa.
Ao limitar o desperdício do setor público, o governo Thatcher reduziu a carga tributária média de 37,5% para 25% e a alíquota máxima sobre a renda de 87% para 40%. Sua priorização do superavit orçamentário permitiu que o estado britânico pagasse 1/5 de toda a dívida nacional. O thatcherismo condenado pelo Partido Trabalhista nos anos 1980 acabou sendo mantido no governo Trabalhista dos anos 1990. Havia se criado um novo consenso a partir da convicção de Thatcher de que só uma economia de mercado poderia derrotar a “esclerose institucional” do seu país.
Apenas Nixon podia ir a China. E apenas Thatcher podia reformar a Inglaterra com virilidade. Como diz o escritor Christopher Booker, em linguagem um pouco jungiana, “ela representou os ‘valores do pai’ mais do que qualquer outro político da sua geração.” Talvez por esse motivo poucas feministas admirem Thatcher como a primeira grande líder política do ocidente democrático.
O legado menos percebido de Thatcher foi a ponte edificada por ela e Keith Joseph da academia para a política partidária. Thatcher sempre reconheceu sua dívida intelectual para o Institute of Economic Affairs(IEA). Nomeou, logo depois de eleita, o diretor do IEA, Ralph Harris, para a Câmara dos Lordes. “Foi primariamente seu trabalho de base” escreveu Thatcher, “que nos permitiu reconstruir a filosofia sobre a qual nosso partido alcançou sucesso”.
Se o resto do mundo seguiu políticas de Thatcher, ainda resta reconhecer a importância dos Centros de Pensamento (os Think Tanks), como o IEA, para dar substância a reformas políticas. Thatcher foi grata aos “solitários” acadêmicos que mantinham viva a tradição liberal: “eles eram poucos, mas eles estavam certos, e foram eles que salvaram a Grã-Bretanha.”
Epílogo
O liberalismo é uma ideia. O neoliberalismo é uma narrativa. Narrativas funcionam como poderosos modelos mentais. Recortam e dão sentido a uma série de eventos, enquanto escondem outros tantos. O que fiz aqui foi utilizar os elementos básicos de uma narrativa para modelar as ideias de Thatcher. Abri com o elemento 1, do “era uma vez”. Parti para o elemento 2, do “até que algo aconteceu”. Esse acontecimento se abre o elemento 3, “o chamado” vocacional. A ação se desenvolve então no elemento 4, “o conflito”, em que vilões e mocinhos, o bem e o mal, se dividem. Finalmente, temos o elemento 5, “a resolução”, em que a heroína triunfa sobre o mal.
A lição de Thatcher deve estar nas ideias, não na narrativa. Talvez meu recorte acabe sugerindo que a trajetória de Thatcher culminou numa era de dominação neoliberal, quando na verdade o trabalhismo, o keynesianismo e o desenvolvimentismo continuam vivos no nosso capitalismo para os ricos, socialismo para os pobres. Amarrar a validade de certas ideias a uma narrativa é o tipo de comportamento que leva, na melhor das hipóteses, à esclerose institucional; na pior, a ditaduras, invasões e revoluções.

Sobre o autor

Diogo Costa
É presidente do Instituto Ordem Livre e professor do curso de Relações Internacionais do Ibmec-MG. Trabalhou com pesquisa em políticas públicas para o Cato Institute e para a Atlas Economic Research Foundation em Washington DC. Seus artigos já apareceram em publicações diversas, como O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. Diogo é Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis e Mestre em Ciência Política pela Columbia University de Nova York. Seu blog: http://www.capitalismoparaospobres.com

“O governo arrecada impostos pela boca de um tubarão e nos devolve em serviços pelo ânus de um lambari.” (Limão)

O ANTAGONISTA-Perguntem ao Hoffmann

O site Fato Online fez as contas e concluiu que, desde que Dilma Rousseff assumiu a Presidência, em 2011, o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal repassaram quase 700 milhões de reais à agência de publicidade Borghi/Lowe, do lavador de dinheiro Ricardo Hoffmann, preso na semana passada pela Operação Lava Jato.
A Caixa Econômica presenteou a agência com 580 milhões de reais; o Ministério da Saúde, com 113 milhões.
Cadê o leito que estava aqui? Perguntem ao Hoffmann

“Das minhas cinzas... Misturem cacau e façam uma nega maluca. Se alguém tiver coragem para comer..” (Climério)

“Nada melhor que um divórcio litigioso para alegrar advogados.” (Climério)

RÁDIO CUBA Esta é a Rádio Oficial de Cuba; nossos ouvintes nos perguntam: "O que devemos fazer quando todos os cubanos puderem sair livremente do país?" Estamos respondendo: "Tomar cuidado para não ser esmagado no tumulto."

Qual chá é melhor, chinês ou cubano? Beba café.

“A bebida estava interferindo no meu trabalho. Larguei do trabalho.” (Chico Melancia)

Amar é... Comer a lasanha horrível que ela fez e não fazer cara de quem está com cólica renal.

“Não, por aqui não temos petistas. Mas temos hienas, o que vem ser a mesma coisa.” (Leão Bob)

“Convento é um lugar de oração, reflexão e lambeção. Eu sei, pois estive lá.” (Josefina Prestes)

“Socialistas aqui na savana? Eu caçar para dar de comer para indivíduos sãos de lombo? Socialistas? Comemos todos!” (Leão Bob)

“Protesto pela redução dos impostos e também pela satisfação de vê-los bem empregados em prol de um país moderno. Pagar tanto para ser igual à Venezuela é um absurdo!” (Mim)

Do blog do Polibio Braga- ENTENDA COMO O GOVERNO ENGANA E EMPOBRECE O POVO AO MAQUIAR AS CONTAS PÚBLICAS

O texto a seguir é do economista gaúcho Alfredo Peringer. E vai na íntegra. O autor revela que auditoria feita pelo Ministério Público no âmbito do TCU, aponta para a postergação de bilhões em gastos governamentais, a fim de maquiar o ajuste fiscal e passar por cima da lei orçamentária.

Leia tudo:

É como se as donas de casa fizessem um fausto rancho no início do ano, mas tivessem o poder de transferir as despesas para o ano seguinte. 

Além desse odioso artifício, o governo vem usando um dos meios fraudulentos mais deletérios do mundo: o uso da emissão de dinheiro inflacionário (dinheiro falso!) em valores também bilionários. 

Trata-se da mais perversa artimanha governamental, devido ao seu efeito deletério no sistema de preços.  Em março de 2015, o meio usado por essa forma de taxação alcançou 7,9% de todo o dinheiro em circulação, valor equivalente, em 12 meses, a R$ 19 bilhões que, pelo efeito multiplicativo da moeda, pode alcançar mais de R$ 450 bilhões, uma vez que a moeda gira em torno de 24 vezes em termos de PIB. Mas o seu maior efeito deletério é causado no sistema de preços da economia. Ele é a causa de muito incêndio de ônibus pelo Brasil afora, praticados pela população leiga que pensa que a alta das passagens é causada pelo donos dos veículos, quando ela se encontra dentro do banco central brasileiro, comandado pelos seus dois grandes burocratas-mor,  Joaquim Levy e Alexandre Tombini. 

De fato, a população não tem culpa de desconhecer a origem inflacionária. Mas a mídia tem.

Os jornalistas deveriam ser proibidos de exercer a profissão sem conhecer profundamente o funcionamento dos meandros monetários. Se conhecessem, estariam prestando um gigantesco trabalho econômico e social,  principalmente para a camada mais pobre da população a que, relativamente, mais sofre com os erros governamentais. 

CLIQUE AQUI para saber mais sobre as pedaladas fiscais. A reportagem é do jornal O Globo.  

SEM DAR FOLGA AOS INCOMPETENTES BOLIVARIANOS-MOVIMENTO BRASIL LIVRE ORGANIZA MARCHA SOBRE BRASÍLIA, 20 DE MAIO

Rodrigo Constantino- “Brasil precisa de mais indivíduo e menos estado”, diz jornalista William Waack

O vencedor do Prêmio Liberdade de Imprensa este ano no Fórum da Liberdade em Porto Alegre foi William Waack, apresentador do Jornal da Globo e, portanto, meu “companheiro” de toda noite antes de dormir. O prêmio é muito justo, e considero Waack talvez o melhor jornalista do país na atualidade. Por isso fiquei muito honrado ao saber que ele é leitor deste blog.
Durante o almoço de abertura do evento, para convidados do Instituto de Estudos Empresariais (e organizador do Fórum), Waack fez um breve discurso que arrancou vários aplausos do público presente. Começou com uma boa tirada, lembrando que já cobriu inúmeras guerras, revoluções ou rupturas, como a queda do Muro de Berlim ou do império soviético, e que portanto estava acostumado e achando tudo muito familiar no Brasil de hoje.
Mas o ponto alto foi quando afirmou categoricamente, frisando que falava como cidadão e pessoa física, não em nome da instituição que lhe emprega, que o Brasil precisa de mais indivíduo e menos estado. Efusivos aplausos. É essa a principal mensagem, não só nas ruas, como de todos aqueles que trabalham e não aguentam mais pagar tantos impostos e ainda serem tutelados pelo estado como se fossem mentecaptos.
Waack reforçou algumas vezes que a saída da nossa crise de representação política passa pelo fortalecimento de nossas instituições democráticas, e que é fundamental ter algum tipo de canalização dessa revolta popular para a organização partidária. Ele já viu vezes o suficiente para ficar alarmado com a constante decepção entre sonhos coletivos e resultados concretos obtidos sem a devida representação política.
Essa mentalidade crescente que ataca toda a classe política, portanto, jogando todos no mesmo saco e misturando o joio e o trigo, é vista com desconfiança pelo jornalista, que lembrou do caso argentino como importante alerta. O povo brasileiro está indignado, e com razão. Mas a saída não é condenar toda a política em si, ou a democracia, e sim fortalecer as instituições e melhorar a questão da representatividade.
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“Democracia direta”, disse, não funcionou em lugar algum do mundo (talvez na Suíça, mas em condições muito peculiares, em ambiente altamente descentralizado, onde não há sequer a figura de um presidente nacional, e com um povo mais educado). O momento delicado urge, então, pelo esforço de solidificar nossas instituições republicanas. Essa deve ser a demanda de todos aqueles que valorizam a liberdade.
PS: Na plateia, na minha mesa, dois políticos que têm feito a diferença, adotando uma postura de legítima oposição ao governo petista, e que, sem dúvida, endossam o grosso da mensagem de William Waack. Falo do deputado Onyx Lorenzoni e do senador Ronaldo Caiado, ambos também leitores deste blog, com muito orgulho.
Rodrigo Constantino

RUMINÂNCIAS DA RUMINANTE- Dilma: redução da maioridade seria 'retrocesso'

Retrocesso mesmo, na real, é Dilma Presidente!

Fábio Ostermann-Socialismo ou papel higiênico!

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Um amigo equatoriano postou no Facebook esta foto relatando a falta de CARNE no Burger King de seu país.
O Equador é presidido por Rafael Correa há 7 anos. Apesar de ser um economista, com formação nos EUA, Correa demonstra total falta de compreensão sobre como funciona a economia internacional. Impedir a importação de bens e serviços demandados por consumidores não é protecionismo: é favoritismo (de grupos de pressão politicamente articulados) e exclusão comercial (do indivíduo que tem o azar de viver no local "protegido"). 
Espero que o Equador não siga o caminho da Venezuela, onde faltam bens muito mais essenciais do que a carne para os sanduíches de uma rede de lanchonetes, como óleo, leite, manteiga, sabonete e, é claro, papel higiênico. Trata-se de um país bem diferente da Venezuela. Apesar de também ter sido historicamente governado por uma elite patrimonialista e corrupta (sempre maliciosamente associada à "Direita"), a economia do país não é tão dependente de uma commodity específica facilmente monopolizável pelo Estado quanto é a venezuelana em relação ao petróleo. Além disso, tem uma classe empresarial forte, e ainda não completamente capturada pelo governo (Guillermo Lasso, um dos maiores empresários do país, foi o candidato de oposição nas últimas eleições presidenciais).
Não obstante, trata-se de mais um país onde vigora o "Socialismo del Siglo XXI", que assim segue sua marcha pela América Latina, gerando fragilidade e instabilidade econômicainviabilizando a atividade empreendedora e trazendo a igualdade na pobreza. O último que sair, apague a luz. Se não estiver em falta, claro.

Do Baú do Janer Cristaldo- PSICANALISTA ABSOLVE CRIMINOSO, DESDE QUE O CRIME SEJA REPETIDO

Existe uma tendência nas esquerdas contemporâneas de absolver todo e qualquer crime. Crime não é crime. É doença. Logo, criminoso não é um criminoso que precisa ser punido. É um doente que precisa ser tratado. De onde vem esta perversão, confesso que não sei. Arrisco palpites. Talvez da longa convivência com a Igreja Católica, que não lida com o conceito de crime. E sim com o de pecado. Para quem peca, basta uma confissão e um ato de contrição e estamos quites com a sociedade e com as vítimas. Padres pedófilos não são criminosos, mas homens doentes que devem ser tratados e são merecedores de perdão. Você pode ter matado sua mãe. Mas se manifestar seu arrependimento ante um sacerdote, está livre de qualquer sanção.

Não bastasse essa filosofia barata de esquerda ver doença quando se trata de crime, a psicanálise – ou pelo menos um psicanalista – vê no crime uma manifestação de talento. Terça-feira passada, um menor de 14 anos foi apreendido pela 17ª vez, depois de ser detido ao volante de um carro furtado em Cidade Ademar. Sendo menor, não vai para a cadeia. Mas para a Casa, novo nome adotado pela antiga Febem, depois que Febem virou pejorativo. Antes tínhamos febenzinhos. Quando os menores internados na Casa passarem a ser conhecidos por casinhas, não tem problema. Troca-se mais uma vez o nome da fundação.

Mas há quem discorde desta medida brutal das autoridades. Para o presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB, Ricardo Cabezón, o menino não poderia ter sido levado à Fundação Casa porque o caso não atende a previsão legal de grave ameaça ou descumprimento de medidas socioeducativas. "Isso representa uma vergonha para a Justiça. Passados cinco anos não conseguem resolver o problema de uma criança. Esse garoto precisa de um acompanhamento psicológico muito próximo para canalizar essa hiperatividade e afastá-lo do crime."

Especialista em adolescentes em conflito com a lei, o psicanalista Jorge Broide diz que o garoto tem um talento que precisa ser aproveitado e pode ser transformado numa coisa útil para ele e para a sociedade. A obsessão por carros, por exemplo, pode revelar uma capacidade inata por mecânica ou competições de corrida, diz Broide. 

Em entrevista à Folha de São Paulo, o psicanalista evoca seu guru: “Uma das questões mais importantes abordadas por Freud foi a compulsão pela repetição. É preciso saber o que esse garoto vive e o que está querendo dizer com isso. Inconscientemente ele manifesta um problema na vida que nem ele sabe o que é”.

Onde a justiça errou? – pergunta o repórter – partindo da conclusão tácita de que é um erro internar na Casa um criminoso. Responde o psicanalista:

- Isso não é visto como um talento. A posição do Estado é repressiva, apreendeu 17 vezes e não adiantou nada. A Justiça falha ao não ver o talento desse menino. É mais fácil criminalizar.

Traduzindo: se o Estado prende um criminoso 17 vezes e não adianta nada, o melhor que se tem a fazer é reconhecer no criminoso algum talento e encaminhá-lo a uma profissão compatível com sua especialidade. Quantos talentos foram perdidos com a política repressiva do Estado! Quantas vocações para açougueiro ou sushiman foram desperdiçadas só porque o malvado Estado põe na cadeia quem esfaqueia a própria mãe.

Quantos séculos serão necessários para a sociedade redimir-se da injustiça contra Chico Picadinho, o capixaba que esquartejou duas mulheres? Seu erro terá sido esquartejar apenas duas. Se manifestasse sua compulsão pela repetição, na ótica do psicanalista Broide, estaria simplesmente manifestando um problema na vida que nem ele sabia o que fosse.

É espantoso ver um jornal como a Folha conferindo foros de autoridade a palpiteiros que legalmente sequer existem como profissionais. Pois psicanálise não é profissão reconhecida por lei. Dr. Broide aproveita o azo para valorizar a profissão que não existe:

- É preciso fazer uma escuta psicanalítica para saber o que ele quer dizer e potencializar esse talento que ele tem. Essa compulsão é uma coisa incontrolável. Essa aptidão pode se transformar numa coisa útil para ele e para a sociedade.

Se é incontrolável, então tá! É profundamente injusto punir criminosos que têm propensões incontroláveis. Quem sabe estamos matando, no menor reincidente, um futuro ministro dos Transportes.

Longa vida à psicanálise. Os criminosos, penhorados, agradecem.

“Com tantos porcos a engordar não tem como a nossa gasolina ser barata. E olha que essa turminha não come arroz com feijão.” (Eriatlov)

“Fosse viva Carmem Miranda cantaria na frente da Petrobras: Yes, nós temos sacanas.” (Mim)

“Incrível! O partido político que na oposição pregava punição severa para políticos corruptos fala agora em paz, amor e esquecimento. Que abjeto é você PT!” (Mim)

Reynaldo Rocha: Se há um campeonato de manifestantes, goleamos de novo

REYNALDO ROCHA
Era previsível que a manifestação deste domingo fosse menor que a de 15 de março. Era previsível. Mas que importância tem isso? Para quem festeja números menores, lembro dois fatos: 1) Dilma não governa mais, nem mesmo como um poste de Lula. Joaquim Levy determina a política econômica e se esforça para que o Brasil não seja classificado como junk nas agências de risco; 2) Michel Temer está onde nunca imaginou que estaria. Um vice-presidente, que não é demissível, tenta garantir a dita governabilidade que Dilma e o PT perderam e jamais conseguirão recuperar.
Os desaparecidos lulopetistas e seus asseclas, como o exército do Stédile e o black blocs, continuam nos esgotos, olhando pelas frestas do bueiro a marcha de brasileiros decentes. E Lula, mais calado que nunca, passou de espectador a peça central das manifestações. “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão!” foi uma das frases gritadas a plenos pulmões na nossa Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Se as manifestações não tivessem acontecido, haveria essa rendição incondici0onal de Dilma ao cargo que ainda finge ocupar? Os coxinhas estão espalhados em 400 cidades do Brasil. São Paulo exportou coxinhas para todo o território nacional, incluídos o Nordeste lulista e o interior do país? Está em curso algum campeonato de manifestantes? Se sim, goleamos de novo! Afinal, em BH a última manifestação convocada por Lula reuniu 100 pessoas. Hoje éramos no mínimo 10.000.
Em São Paulo, os próprios organizadores afirmam que o ato da CUT reuniu 2.000 simpatizantes do governo. Vejamos quanto serão os manifestantes reunidos na Avenida Paulista. Em 15 de março, o PT entendeu que p Brasil decente se tornara majoritário. E que eles foram confinados na porção de 12% infestada de meliantes. De lá para cá, o governo não encolheu. Acabou.
Hoje, o recado foi de novo muito claro. Eles se fazem de surdos. Não vamos parar. (Neste mesmo domingo, por sinal, o estranhíssimo Datafolha insiste em manter Dilma com 12% de aprovação! Sabemos que é menos…).
É improvável que haja outro panelaço, porque ninguém do governo deverá convocar entrevistas coletivas. Talvez Siba O Sábio, diga que a CIA estava ocupada no Panamá, vigiando os perigos de uma reunião de governantes do calibre de Dilma, Nicolás Maduro, Evo Morales, Cristina Kirchner, Raúl Castro et caterva.
Em 15 de março acabamos com o governo Dilma. Não basta. Queremos o fim do (des) governo. Para cada grito de “Fora Dilma” ouvi outros 10 de “Fora PT”. As ruas são nossas. A oposição oficial que se junte à oposição real, que somos nós. Se acha que o poder vai cair-lhe no colo, que espere sentada. E assuma as consequências.
Nós sempre soubemos o que queríamos. Agora aprendemos como consegruir o que queremos.

IMB-A igualdade de oportunidade e a opressão do politicamente correto

Há aquelas perguntas que são feitas com um genuíno espírito investigativo, com o intuito de obter respostas e conhecimento. Mas há também aquelas perguntas que são feitas com o claro propósito de intimidar, de irritar ou de coagir o inquirido, com o intuito de fazê-lo concordar com um determinado ponto de vista e, com isso, estabelecer a imaculada virtude das pessoas que fazem a pergunta.

Recebi recentemente uma pergunta desse tipo via email. Quem me enviou foi o The Lancet, um dos mais importantes jornais médicos do mundo. Dirigindo-se a mim pelo meu primeiro nome (já o suficiente para me irritar), perguntou: "Você se importa com a saúde do nosso planeta?"

Francamente, a resposta é não. Ao contrário de cachorros, planetas não são o tipo de coisa pela qual consigo sentir afeição ou interesse. Minha conta bancária ocupa na minha mente um espaço muito maior do que a saúde do planeta. Aliás, nem sequer estou certo de que planetas podem ser saudáveis ou doentios, assim como não estou muito certo de que eles podem ser sarcásticos ou discretos. Rotular um planeta de saudável é incorrer naquilo que os filósofos costumavam chamar de erro de categoria.

Isso, obviamente, não significa que deseje o mal à terra. Pelo contrário. Se uma prova de múltipla escolha me for oferecida, é bem provável que eu marque as respostas que desejem bem ao mundo, e não seu mal. Eu responderia assim nem que fosse motivado pelo simples desejo de ser aprovado.

Mas há algo de hipócrita e de insincero nesse tipo de pergunta. Como é bem típico de nossa era — em que a realidade virtual é mais importante para a maioria das pessoas do que a própria realidade —, a simples expressão de sentimentos altaneiros e benevolentes é hoje avaliada por muitos como sendo a própria expressão da virtude. A pessoa mais virtuosa é aquela que consegue expressar a mais abrangente benevolência recorrendo ao mais alto nível de abstração. É isso que hoje em dia se passa por bondade e preocupação.

Senti-me impelido a responder ao editor do Lancet (mas sei que ele não iria ler) dizendo que discordava de seu "planetismo" discriminatório; que eu só passaria a me importar com a saúde do universo, ou dos universos, se as especulações feitas pelos astrofísicos sobre a existência de outros universos se comprovassem verdadeiras.

"Você se importa com a saúde do nosso planeta?" é uma pergunta que, embora não esteja na mesma classe de "Você já parou de bater na sua mulher?", está bem próxima. Como acabei descobrindo — ao ler mais atentamente o email —, a saúde do planeta na verdade se referia à saúde das pessoas deste planeta, acrescida de um pouco de misticismo sobre diversidade biológica (o novo paganismo).

"Nosso objetivo é responder às ameaças que enfrentamos: ameaças à saúde humana e ao bem-estar, ameaças à sustentabilidade de nossa civilização, e ameaças aos sistemas naturais e humanos que nos sustentam". Esse editor santarrão se autoconcedeu uma visão, embora a tenha expressado na primeira pessoa do plural: "Nossa visão é a de um planeta que fomente e sustente a diversidade da vida com a qual nós co-existimos e da qual nós dependemos". Levantem as mãos, portanto, todos aqueles pascácios que são a favor da máxima disseminação possível das ameaças ao bem-estar da humanidade e da eliminação de todas as formas de vida exceto a nossa.

Deve ser horrível levar uma vida tendo pensamentos tão enfadonhos — e não apenas ocasionalmente, mas sim corriqueiramente, se não constantemente — e se sentindo obrigado a expressá-los.

Mas estou divagando. Voltemos ao problema das perguntas intimidadoras e coercivas, às quais se espera que respondamos. Dentre estas perguntas, uma das mais onipresentes é aquela que emprega o slogan da nossa era: "Você é contra a igualdade de oportunidades?"

Como todos já devem saber, quem se diz contra a noção de igualdade de oportunidades é imediatamente classificado como sendo algum tipo de reacionário monstruoso e ultramontano, um Metternich ou um Nicolau I, alguém que quer, por meio de repressões, preservar o status quo no formol.

Sempre que profiro palestras, os membros mais jovens da plateia quase desmaiam de horror quando digo que não apenas não acredito em igualdade de oportunidades, como ainda considero tal ideia sinistra ao extremo, muito pior do que a mera igualdade de resultados. Atualmente, dizer a uma jovem plateia que igualdade de oportunidades é uma ideia completamente maléfica e depravada é o equivalente a gritar "Deus não existe e Maomé não foi seu profeta" a plenos pulmões em Meca.

O problema é sempre o mesmo: os defensores de determinadas ideias simplesmente não se dão ao trabalho intelectual de analisar as consequências práticas de sua implantação. Se a ideia da igualdade de oportunidades for realmente levada a sério, então seus proponentes terão de alterar toda a estrutura humana do planeta.

Para começar, as pessoas não nascem iguais. Essa é a premissa mais básica de toda a humanidade. As pessoas são intrinsecamente distintas uma das outras. Algumas pessoas são naturalmente mais inteligentes que outras. Algumas têm mais destrezas do que outras. Algumas têm mais aptidões físicas do que outras.

Adicionalmente, mesmo que duas crianças nascessem com exatamente o mesmo grau de preparo e inteligência (algo improvável), o próprio ambiente familiar em que cada uma crescer será essencial na sua formação. Algumas crianças nascem em famílias unidas e amorosas; outras nascem em famílias desestruturadas, com pais alcoólatras, drogados ou divorciados. Há crianças que nascem inteligentes e dotadas de várias aptidões naturais, e há crianças que nascem com baixo QI. Toda a diferença já começa no berço e, lamento informar, não há nenhum tipo de engenharia social que possa corrigir isso.

As influências genética e familiar sobre o destino das pessoas teriam de ser eliminadas à força, pois elas indubitavelmente afetam as oportunidades e fazem com que elas sejam desiguais.

No cruel mundo atual, pessoas feias não podem ser modelos; deformados não podem ser astros de futebol; retardados mentais não podem ser astrofísicos; baixinhos não podem ser boxeadores pesos-pesados. Não creio ser necessário prolongar a lista; qualquer um é capaz de pensar em milhares de exemplos.

É claro que pode ser possível nivelar um pouco a disputa criando leis que imponham a igualdade de resultado: por exemplo, insistindo que pessoas feias sejam empregadas como modelo de acordo com a proporção de seu predomínio na população. O novelista inglês L.P. Hartley, autor de The Go-Between, satirizou esta invejosa supressão da beleza (e, por consequência, todo e qualquer igualitarismo que não fosse restrito à igualdade perante a lei) em uma novela chamada Justiça Facial. Neste livro, Hartley contempla uma sociedade em que todos aspiram a uma face "mediana", gerada por cirurgias plásticas que são feitas tanto nos anormalmente feios quanto nos anormalmente belos. Somente desta maneira pode a suposta injustiça da loteria genética ser corrigida.

Gracejos à parte, o mais curioso sobre essa questão da desigualdade de oportunidades é que os arranjos políticos necessários para reduzi-la ao máximo possível já existem na maioria dos países ocidentais. Há saúde gratuita, há educação gratuita, há creches gratuitas, há escolas técnicas gratuitas, e há programas gratuitos de curas de vícios. Ainda assim, todos continuam infelizes ou descontentes. Consequentemente, continuamos atribuindo nossa infelicidade à falta de igualdade de oportunidades simplesmente por medo de olharmos para outras direções à procura de explicações verdadeiras, inclusive para nós mesmos.

Políticos adoram idealizar a ideia de igualdade de oportunidade exatamente porque se trata de algo impossível de ser alcançado plenamente — exceto se forem implantados arranjos que fariam a Coréia do Norte parecer um paraíso libertário. E justamente por ser impossível, a igualdade de oportunidades se torna uma permanente garantia de emprego para esses políticos, à medida que eles seguem prometendo a quadratura do círculo ou a criação do moto-perpétuo. Tais promessas garantem a importância deles perante o eleitorado. E conseguir importância é provavelmente a mais poderosa motivação de todo político.

"Você é contra a igualdade de oportunidades?" Eu sou. Sou plenamente a favor da oportunidade, mas totalmente contra a igualdade. E não adianta tentar me oprimir com perguntas politicamente corretas e maliciosamente formuladas.

E você, já parou de bater na sua mulher? Responda apenas sim ou não.



Theodore Dalrymple é médico psiquiatra e escritor. Aproveitando a experiência de anos de trabalho em países como o Zimbábue e a Tanzânia, bem como na cidade de Birmingham, na Inglaterra, onde trabalhou como médico em uma prisão, Dalrymple escreve sobre cultura, arte, política, educação e medicina. Além de seu trabalho em medicina nos países já citados, ele já viajou extensivamente pela África, Leste Europeu, América Latina e outras regiões.

“Trabalhando muito sobra pouco tempo para queixumes.” (Pócrates)

Rodrigo Constantino-Em defesa do empreendedor


Em defesa do empreendedor

Visconde de Mauá
Entre os textos que li para o colóquio do Liberty Fund em Petrópolis este fim de semana estava um trecho do livroHistória do Brasil com Empreendedores, de Jorge Caldeira. Já tinha lido o livro todo e achado muito interessante. Caldeira é autor também da melhor biografia que li, sobre Mauá, o maior empreendedor que o Brasil já teve.
Claro que seu nome veio à tona nos debates. Até porque estava presente o professor Nelson Fossatti, que é um dos organizadores do livro Mauá: paradoxos de um visionário, obra comemorativa dos 200 anos do nascimento do Visconde e que ganhei de presente. O que poderia ter sido do Brasil se figuras como Mauá fossem mais valorizadas? Eis uma questão que desperta profundos suspiros de lamentações nos mais esclarecidos.
Isso me veio à mente após ler hoje o excelente artigo de Luiz Roberto Nascimento Silva no GLOBO. O autor usa o caso de Jorge Paulo Lehman tendo de buscar investimentos fora do Brasil para manter o crescimento do grupo, e constata que a figura do empreendedor ainda é pouco valorizada em nosso país. Diz ele:
Temos uma mentalidade de ódio ao empreendedorismo. Os séculos de uma formação patrimonialista estatal ancorada na escravidão e no latifúndio deixaram estruturas poderosas no inconsciente coletivo da nossa sociedade. A dádiva das Capitanias Hereditárias. O lucro é visto como algo indesejável, pecaminoso, como se a pobreza derivasse da ganância dos empresários. Mauá foi perseguido por Dom Pedro II como um verdadeiro inimigo.
Abraham Lincoln, o mais icônico presidente americano, apesar de sua origem humilde, tem uma famosa passagem quando adverte: “Não criarás prosperidade se desestimulares a poupança. Não ajudarás o assalariado se arruinares aquele que o paga. Não ajudarás o pobre se eliminares os ricos”. No Brasil atual, seria taxado (sic) de reacionário.
E seria mesmo! O lucro ainda é sinônimo de exploração para muitos brasileiros. O ranço marxista é persistente. E isso emperra nosso progresso, pois são os empreendedores, em busca do lucro, que produzem inovações e ganhos de produtividade que possibilitam o avanço da nação. Mas esses empreendedores são maltratados demais no Brasil. É o tema do editorial do GLOBO também, que diz, focando no aspecto da burocracia:
Com preocupante contumácia, o Brasil frequenta com imagem negativa as estatísticas internacionais que medem o custo social e econômico da burocracia. Ano passado, num ranking de 144 economias relacionadas no Relatório de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, a brasileira desceu um degrau, caindo do 56º para o 57º lugar, atrás, por exemplo, de Bulgária, Costa Rica e Panamá.
O país não se sai melhor na radiografia deste ano do ambiente de negócios feita pelo Banco Mundial, o “Doing Business”. Em quesitos que resumem, entre outras, dificuldades para a abertura de empresas e pagamento de impostos, o Brasil caiu, no primeiro caso, da 160ª para a 167ª posição, e, no segundo, da 175ª para a 177ª colocação entre 189 economias estudadas. Acima do país estão “potências” econômicas como Belize, Quirguistão, Barbados e outras.
Outras fragilidades se somam no baixo poder de competição do Brasil. Mas nele é considerável o peso da burocracia, um entulho que obstrui as vias do empreendedorismo e anuvia o ambiente de negócios do país.
A quantidade de obstáculos que o governo cria na trajetória do empreendedor é o principal motivo de nosso atraso e pobreza. Caldeira, como alguns apontaram no colóquio, pode ter forçado um pouco a barra ao retratar indivíduos que tentavam sobreviver a todo custo, ainda que na informalidade, como empreendedores naquela época antes da vinda da família Real. Mas seu livro tem um enorme mérito ao voltar o foco para essa fundamental figura no motor do progresso.
O empreendedor, na definição de Israel Kirzner, é aquele alerta às oportunidades de arbitragem, disposto a arriscar até o que não tem para atender de forma mais eficiente a demanda dos consumidores. Nesse sentido, poderia-se dizer que o Brasil até tem muitos empreendedores, mas tantas vezes jogados para a informalidade pelo excesso de burocracia e impostos. O custo da legalidade pode ser proibitivo.
A informalidade é o ar rarefeito que indivíduos e empresas respiram para fugir da asfixia causada pelo excesso de governo. Os burocratas do governo criam dificuldades legais para vender facilidades ilegais em seguida. Nesse ambiente, a revolta popular com os empresários que buscam mecanismos informais para sobreviver, ou mesmo com aqueles que pagam propinas para fugir do achaque de fiscais corruptos, mostra como falta ao povo compreender melhor qual é o verdadeiro vilão.
O grande mérito de Caldeira, portanto, é tentar mudar a narrativa predominante no Brasil, mostrando que havia “empreendedores” que garantiam o avanço da nossa economia antes da chegada de D. João VI, e que eles encontraram inúmeras barreiras justamente pela maior presença estatal em seguida. O “jeitinho” acabou sendo fomentado pelo excesso de leis e regras, o que é péssimo para o país, pois enfraquece o conceito de “império das leis”.
Se o Brasil deseja sair do Terceiro Mundo e finalmente entrar no Primeiro Mundo, dos países desenvolvidos, então é crucial abandonar a mentalidade preconceituosa contra os empreendedores e o lucro, e focar no verdadeiro obstáculo a este progresso: o excesso de burocracia, de impostos, de governo.
Rodrigo Constantino

“Tenho uma vida sexual muito intensa, a tal ASM (Atividade Sexual Manual).” (Climério)

12 de abril e a Lei da Ordem Espontânea

12 de abril e a Lei da Ordem Espontânea

Hayek IL
O socialismo erra em tudo, mas talvez todos os seus erros possam ser resumidos na crença de que a ordem pode e deve ser planejada. Como já disse David Hume, “Todos os planos de governo que pressupõem uma grande reforma na conduta humana são fantasiosos” − uma fantasia que sai muito cara quando experimentada.
A Teoria da Ordem Espontânea, primeiramente descrita pelo filósofo taoista Zhuangzi (século IV a.C ) e posteriormente explorada por tantos outros pensadores como Proudhon, Hayek e Rothbard, diz que a ordem é resultado da ação de incontáveis indivíduos agindo por si mesmos, dispersos e movidos por interesses e sob condições particulares, o que direciona o desenvolvimento de uma sociedade; ou simplesmente que a ordem é resultado da liberdade, não o contrário, como prega o socialismo.
Um bom exercício de raciocínio para se entender isso é analisarmos o desenvolvimento das línguas. Novas palavras surgem, desaparecem ou se estabelecem a despeito de toda e qualquer decisão acadêmica ou governamental. A academia tenta impor normas, dicionários e estilos enquanto, nas ruas, pessoas criam e consolidam expressões, novos significados e novas linguagens. Um governo pode proibir que empresas adotem nomes estrangeiros para si mesmas ou para seus produtos, mas nunca conseguiria impor uma forma pela qual as pessoas devem se comunicar no dia a dia. A língua portuguesa é um ótimo exemplo do quanto a Teoria da Ordem Espontânea – que se apresenta como Lei − está acima de qualquer controle central.
“ Sñor
Posto que o capitam moor desta frota a asy os outros capitaães screpuam a vossa alteza a noua do achamento desta vossa terra noua que se ora nesta nauegaçam achou. nom leixarey também de dar disso minha comta a vossa alteza asy como eu milhor poder ajmda que pera o bem contar e falar o sabia pior que todos fazer./ pero tome vossa alteza minha jnoramcia por boa vomtade.”; são as duas primeiras frases da Carta de Pero Vaz de Caminha sobre a descoberta desse rebolante paraíso tropical.
A transformação da língua portuguesa se deu por meio de incontáveis interações voluntárias entre indivíduos, o que remete a TODAS as inovações tecnológicas que tornaram a vida humana melhor. Nada do que nos cerca foi obra de algum governo. O único papel do Estado no desenvolvimento humano foi o de regulador das liberdades,  tendo se desenvolvido mais as sociedades que usufruíram de mais liberdade.