quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

PELANCAS

A beleza sofre a ação do tempo
E é saudável aceitar esta verdade
Pois apesar dos esforços da medicina estética
Um dia as pelancas vencem.

JUSTO

Mentes estranhas que navegam no nada
Braços abertos para o firmamento
Esperando cair manjares de sultões
E tesouros intocados pelo suor
Do azul dia do céu
Dos confins das galáxias na noite
Minha mente se recusa
A participar desta torpeza
Pois o que tomo sem esforço para mim
Amanhã fará falta a outrem.

ESPERTEZA

A esperteza saiu a passear pelo mundo
Dando tombos nos incautos
Enganando homens de bem
Porém o tempo
Que é senhor da verdade
Avançou sobre ela
Tirando suas vestes
E mostrando para o mundo
Seu espírito imoral.

SENHOR DE TUDO

O tempo é senhor de tudo
De tirar a vestimenta da mentira
De expor a face da verdade.
Porém o que o tempo não faz
É trazer de volta os mortos
E desfazer as dores sentidas.

NA ARCA

Papagaio ao entrar na Arca perguntou  para Noé:
-E aí velho, temos coletes ou vai ser na sorte?

“Esporão calcâneo: o duro de matar.” (Climério)

“Eu gosto de pimenta, muito. O problema é o dia seguinte.” (Climério)

“Meu cheques, o retorno.” (Climério)

“Em algum lugar do passado ficaram os meus trocados.” (Climério)

O OUTRO LADO DO INDEPENDENCE DAY

Embriagado ele foi para fora do bar dar um tempo
Nisso olhou para o céu e viu uma espaçonave enorme
Voltou para dentro da balbúrdia  e disse para o barman:
Estou tendo alucinações, parei de beber agora!

PEDIDO

Hawkshead, Inglaterra, 1945. A pequena Carol (6) olha pela janela observando o poço. Ouviu dizer que se jogar uma moeda no poço e fazer um pedido ele se realiza. Carol não tem moeda. Será que um botão serve? Ela caminha até a borda do poço e joga o botão pego nas costuras da mãe na abertura do buraco, fecha os olhos e faz um pedido. Ao abrir os olhos vê seu amado pai descendo a colina voltando da guerra.
“Tenho aura e carinha de santa, mas o fogo está nas partes baixas.” (Eulália)
“Para o povo voltar a acreditar em quem está no poder é preciso trocar negociatas por negociação. Tomem vergonha partidos!” (Eriatlov)
“O mundo político nacional é o mundo dos urubus: carniça!” (Eriatlov)