sexta-feira, 24 de abril de 2015

“Não há felicidade no mundo que contente um olho grande.” (Mim)

“Eu também gostaria de jamais morrer. Mas reclamar para quem?” (Pócrates)

“Vida após a morte? Acredito sim! Eu mesmo já morri várias vezes!” (Pócrates)

“Conheço muitos diabos de carne e osso. Alguns até carregam bíblias.” (Pócrates)

“Governo deve ser igual árbitro de futebol: Quanto menos aparecer, melhor.” (Mim)

“Se Deus é brasileiro e estamos nesta merda é bom ficarmos preocupados com o nosso futuro. Quem poderá nos salvar?” (Mim)

“Se Deus é brasileiro imagine então o diabo. É verde-amarelo de cruz na testa!” (Mim)

“Quem nunca comeu petróleo quando come se lambuza.” (Limão)

IMB-No socialismo venezuelano, agora há o risco de acabar a comida e os remédios

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O que é mais impressionante quando se considera todo o surrealismo da atual situação da Venezuela é que tudo já está virando rotina.  As pessoas parecem não mais ter a capacidade de se indignar.
A furiosa hiperinflação que assola o país desde 2013, combinada com uma política de racionamento e de controle de preços implantada pelo governo, esvaziou as prateleiras dos supermercados do país.  Itens básicos e rotineiros como xampu, farinha, açúcar, detergente, óleo de cozinhar e o já famoso papel higiênico se tornaram tão escassos no país, que os venezuelanos hoje têm de pedir permissão para faltar ao trabalho e assim poder ficar o dia inteiro em longas filasnas portas dos poucos supermercados que ainda têm tais produtos à venda. 
Além daqueles que se ausentam do trabalho, também há aqueles que acordam de madrugada para ir para as filas.  E há aqueles que vão para as filas no horário do almoço.  Os venezuelanos estão o tempo todo enviando mensagens de texto no celular para dar informações sobre filas.
Com uma moeda inconversível e que ninguém quer portar, com uma inflação de preços estimada em 327% ao ano, e com rígidos controles de preços, toda a distribuição de alimentos na Venezuela foi colocada sob supervisão militar desde o início de fevereiro.
Segundo essa matéria de capa do Times, enquanto os venezuelanos se aglomeram em filas que normalmente acumulam mais de mil pessoas apenas para conseguir comprar comida, "soldados armados pedem as carteiras de identidade para se certificarem de que ninguém está comprando itens básicos mais de uma vez na mesma semana". 
E prossegue:
Todas as compras feitas pelos venezuelanos são computadas em um sistema de dados para garantir que cada consumidor não tente comprar os mesmos produtos racionados em um período menor do que sete dias.
Soldados patrulham as filas fora dos supermercados, policiais da guarda bolivariana ficam dentro dos supermercados, e funcionários públicos conferem as carteiras de identidade à procura de falsificações que poderiam ser utilizadas para driblar o sistema de racionamento.  Procuram também por imigrantes com visto expirado.  Um funcionário público da imigração grita alertando que transgressores serão presos. 
[...]
O governo enviou tropas para patrulhar as enormes filas que se estendem por várias quadras.  Alguns estados proibiram as pessoas de esperaram fora dos supermercados ao longo das madrugadas, e funcionários do governo estão de prontidão perto das portas de entrada e saída, prontos para prender qualquer um que tenta driblar o sistema de racionamento.
O curioso, no entanto, é que, bem ao estilo da tradição socialista, tudo isso é visto como um exemplo de "boa organização".  Além dessa exigência de pedir documentos para evitar que as pessoas comprem mais de uma vez por semana, as autoridades estão ordenando os supermercados a permitirem que os clientes formem filas nos estacionamentos subterrâneos, pois assim eles não correriam o risco de sofrer queimaduras de sol. 
Jornalistas são proibidos de filmar ou tirar fotos das prateleiras vazias.  Já os consumidores também estão sob instruções rígidas.  Você só pode comprar bens escassos em dias específicos da semana, dependendo do número final na sua carteira de identidade.  Sendo assim, se, por exemplo, a sua carteira de identidade termina em zero ou em um, você só pode ficar em uma fila às segundas-feiras.  E, ainda assim, isso não significa que o sabonete e o leite que você quer comprar estarão necessariamente disponíveis naquele dia.
[…]
É comum ver pessoas entrando em filas sem nem sequer saber o que está à venda.  Elas simplesmente veem a fila, entram nela e então perguntam a quem está imediatamente à frente para o que é aquela fila.  E é extremamente provável que essa pessoa à frente também tenha feito exatamente o mesmo com a pessoa que está à frente dela.
Testemunhamos uma fila que só se movia quando algumas pessoas que já estavam lá na frente desistiam de esperar e iam tentar a sorte em outro lugar.  Isso significa que as pessoas que estavam lá no fim da fila, dobrando a esquina, não viam isso, e acreditavam enganosamente que estava havendo algum progresso e que a fila de fato estava se movendo.  E isso as estimulava a permanecer na fila por mais tempo. 
Só que, para tragédia geral, essa fila não era para absolutamente nada.  Simplesmente ouviu-se um rumor de que o supermercado em questão havia recebido uma remessa de algo — ninguém sabia o quê —, e isso bastou para que se formasse uma fila.  No final, não havia nada.  Apenas mais um dia perdido.
Leia mais...http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2081


NOTÍCIAS DO MISTER SIMPATIA- José Dirceu fechou o seu escritório de consultoria. O Antagonista não pode imaginar uma admissão de culpa maior do que essa.

Caio Blinder- O genocídio armênio e o crime da mentira

O vilarejo armênio de Sheyxalan em 1915


Raphael Lemkin, o advogado judeu e polonês que inventou a palavra genocídio para se referir ao extermínio dos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, se inspirou no esforço de eliminação do povo armênio nos estertores do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial para realizar a sua investigação sobre o Holocausto e definir um novo crime.
Negar o Holocausto é crime em muitos países. Admitir o genocídio dos cristãos armênios é crime na Turquia, o país que forjou sua identidade nacional com o desmantelamento do Império Otomano. Esta sexta-feira, 24 de abril, é o centenário da deliberada campanha otomana para aniquilar um povo para que ele não empreendesse sua luta de independência.
Em 24 de abril de 1915, centenas de intelectuais armênios foram presos em Istambul e em seguida executados. Não foi o primeiro massacre de armênios, mas se definiu que o 24 de abril fora o começo do genocídio que se estendeu até 1917. De acordo com o Centro de Estudos para o Holocausto e o Genocídio da Universidade de Minnesota, nos EUA, havia 2.133.190 armênios no Império Otomano em 1914. Restavam 387.800 com a fundação da Turquia em 1923. Foi a pior atrocidade da Primeira Guerra Mundial e seu ponto mais significativo foi a deportação da população armênia do que é hoje o leste da Turquia para a Síria, em marchas da morte.
A Turquia nega os números (cerca de 1.5 milhão de mortos) e a letra G. Diz que morreram bem menos armênios (cerca de 300 mil) e que a tragédia foi resultado do caos da guerra e não de um plano deliberado para aniquilar os armênios. Apesar de suas divisões internas entre religiosos e seculares; liberais e conservadores e ricos e pobres, apenas 9% dos turcos dizem que o governo deveria cunhar as atrocidades de  genocídio e pedir desculpas para os armênios. A postura ofiicial e popular contrasta com  as investigações históricas, muitas empreendidas por corajosos acadêmicos turcos, como Taner Akçam, que recentemente descobriram documentos associando o governo da época ao genocídio. São documentos com ordens de extermínio.
A petulância turca é um entrave para encarar honestamente sua própria história, como fizeram tantos países com um passado atroz. Para ficar num caso recente, está aí a Àfrica do Sul que acertou as contas com o apartheid. Akçam diz que existem quatro motivos para a Turquia negar de forma tão veemente o genocídio. Antes de mais nada, é o medo de que admiti-lo abra as comportas para processos por indenização. No entanto, ainda mais crucial é colocar em risco a identidade nacional turca. Admitir a verdade seria assumir que os pais fundadores do país foram assassinos e ladrões.
Existe ainda o medo de que se começar com os armênios vai terminar com outras minorias étnicas e religiosas que também foram vítimas de atrocidades  E Akçam finalmente diz que aceitar a verdade é assumir que um país construiu sua história e glória nacional com base em mentiras e negações.
O governo turco, em um gesto indecente para ofuscar o centenário do genocídio armênio, transferiu para este mesmo dia 24 a cerimônia para registrar o centenário da batalha de Gallipoli, um fiasco para as tropas britânicas, australianas, neozelandesas e francesas na Primeira Guerra Mundial. A batalha, na verdade, começou em 25 de abril. A ideia é uma cerimônia de concórdia entre ex-adversários. Algo válido, mas por que mais esta desfeita com os armênios?  Alguns líderes ocidentais estarão presentes no evento turco, mas parabéns ao presidente francês François Hollande, que decidiu prestigiar a cerimônia do genocídio em Erevan, capital da Armênia.
Em todas as partes do mundo, os armênios estão celebrando neste 24 de abril o centenários do genocídio. Na quinta-feira à noite, houve uma cerimônia com a presença de um grupo corajoso de turcos e armênios, congregados na praça Taksim, em Istambul. Ali perto da praça, começou formalmente o genocídio com a prisão de centenas de intelectuais armênios em suas casas.Apenas 24 países reconhecem oficialmente que o genocídio foi genocídio. A preferência é por não atiçar a Turquia. Da imensa e vexaminosa lista dos ausentes, eu quero destacar EUA, Israel e Brasil.
PS- E parabéns para a Alemanha que está dando os passos para reconhecer o genocídio armênio nesta data fatídica.

Fernando Gabeira: ‘Um governo para esquecer’

Publicado no Estadão
FERNANDO GABEIRA
Recebi dois livros interessantes: Submissão, de Michael Houellebecq, eOrdem Mundial, de Henry Kissinger. Aproveito uns dias de resfriado para lê-los, mas só vou comentá-los adiante. Não sei se o resfriado turvou minhas expectativas, mas vejo o mundo caindo ao redor: empresas fechando, gente perdendo emprego e, como se não bastasse, estúpidos feriados.
Mas será que estar envolvido numa situação tão pantanosa me obriga a fazer as mesmas perguntas, tratar dos mesmos personagens, dona Dilma e seus dois amigos, Joaquim e Temer?
Nas últimas semanas deixei de perguntar apenas sobre o ajuste econômico, que nos promete uma retomada do crescimento. Começou enriquecendo os partidos e apertando as pessoas. Disso já suspeitava. Cheguei a indagar se não era possível superar o voo da galinha, achar um caminho seguro e sustentável. Constatei que lá fora também se faz a mesma pergunta, não a respeito do Brasil, mas do próprio capitalismo. O sistema tem um futuro, deságua em outra via de expansão?
Quanto à minha expectativa de um crescimento equilibrado, encontrei respostas desconcertantes. Como a do economista australiano Steve Keen, para quem o equilíbrio é uma ilusão e a economia tende a viver num desequilíbrio constante, sem jamais afundar.
Existem muitas previsões sobre o que vai acontecer mais adiante. A de Jeremy Rifkin pelo menos me agrada mais porque é a que mais se aproxima das minhas toscas expectativas. E de uma ponta de otimismo que nunca me deixa, mesmo no resfriado. Rifkin fala da internet dos objetos, da produção descentralizada de energia alternativa, das impressoras 3D e dos cursos online. Tudo pode fazer de cada um de nós um proconsumidor. Da produção em massa haveria um trânsito para a produção das massas, descentralizada e cooperativa.
Aqui acompanhei, por exemplo, a prisão de Vaccari, o tesoureiro do PT. Cheguei à conclusão de que foi motivada pela decisão do partido de mantê-lo no cargo. Quando foi depor na CPI, todas as acusações já estavam postas, incluídas as que revelam nexo entre propinas e doações. O despacho do juiz Sergio Moro fala em quebrar a continuidade dos crimes, evitando que o acusado mantenha uma posição em que, desde o caso da cooperativa dos bancários (Bancoop), desvia dinheiro para os cofres do partido.
Bastava ao PT afastá-lo enquanto durassem as investigações. Falou mais alto a fraternidade partidária. Tanto que os intérpretes oficiais diziam com orgulho que o partido não abandonaria Vaccari na estrada.
Citado por Kissinger, o cardeal Richelieu, comparando a sorte da pessoa com a de uma entidade política secular, afirma que o homem é imortal, sua salvação está no outro mundo. Já o Estado não dispõe de imortalidade, sua salvação se dá aqui ou nunca.
A maior interrogação ao ver o mundo desabando é esta: como chegaremos a 2018, com um governo exaurido, crise aguda e um abismo entre as aspirações populares e o sistema político?
A primeira pergunta é esta: com ou sem Dilma? O ministro José Eduardo Cardozo diz que a oposição é obcecada pelo impeachment. Disse isso ao defendê-la das pedaladas fiscais. Com a maioria dos eleitores desejando que Dilma se afaste, sempre haverá um motivo. Hoje é pedalada, amanhã é pênalti e depois de amanhã, escanteio, lateral, impedimento – enfim, é uma constante no jogo.
Os 12 anos de governo do PT foram marcados por uma extensa ocupação partidária da máquina pública. O Estado foi visto não só como o grande empregador, mas também como o espaço onde os talentos individuais iriam florescer.
Ao lado disso se construiu também a expectativa de que grande parte dos problemas dependia da interferência estatal. Da Bolsa Família aos empréstimos do BNDES, do patrocínio às artes à salvação do Haiti, da construção de uma imprensa “alternativa” ao soerguimento econômico de Cuba – tudo conduzido pelo Estado.
Com a ruína desse modelo, a oposição popular ao governo tem a corrupção como alvo, mas revela também uma profunda desconfiança do papel econômico do Estado, a ponto de alguns analistas a verem como réplica do movimento Tea Party, uma ala radical do Partido Republicano nos EUA. Se olhamos um pouco mais longe, para o colapso do socialismo, vamos encontrar algo mais parecido com a realidade nacional. Foi muito bem expresso por um ministro húngaro na aurora da reconstrução pela via capitalista: no passado havia uns fanáticos que diziam que o Estado resolve tudo, agora aparecem outros dizendo que o mercado resolve tudo.
Além da corrupção, sobrevive ainda uma expectativa num Estado bálsamo, que cura todas as dores, resolve todos os problemas, traz de volta as pessoas amadas. É compreensível que surja uma resistência apontando para um Estado mínimo e que as esperanças se reagrupem em torno do mercado.
O que resultará disso tudo ainda é muito nebuloso. Tenho consciência de escrever sentado numa cadeira ejetável. Mas, e daí? Quando você mostra que a experiência do governo petista se esgotou, muitos protestam. Com que ideias vão dinamizar a nova fase? Com que grana vão inventar um novo ciclo de bondades balsâmicas?
Se Dilma sobrevive como um fósforo frio, isso é só um problema imediato. É hora de começar a desvendar o futuro. Não tenho dúvida de que todos os exageros, os erros patéticos, a arrogância, a desmesura, tudo será cobrado até que se restabeleça um certo equilíbrio
Viveremos o teatro fúnebre de um governo que não é mais governo, de uma esquerda oficial petrificada, de jornalistas de estimação analisando minúsculos movimentos mentais de um poder lobotomizado. Como diz um personagem de Beckett, acabou, acabamos. Resta ao governo sonhar com um domingo ideal em que, finalmente, voltadas para suas atividades normais, as pessoas o esqueçam. Imagino a discreta festa palaciana: mais um domingo, ninguém se lembrou de nós, viva!

“Pensar cansa. Talvez por isso tantos declinem disso para serem vistos usando cabrestos.” (Eriatlov)

“Para Dilma nada é fácil. Pensar então!” (Eriatlov)

“A Venezuela está há anos nas mãos de gente que pensa como Stédile e Boff. Que resultado!” (Eriatlov)

“O povo precisa observar o quanto paga e o retorno que recebe. Precisamos sim da revolta dos pagadores.” (Mim)

A PRÓXIMA ENRABADA- Governo quer usar dinheiro do FGTS para financiar o BNDES

EU JÁ ESTIVE NESTE BURACO- Juro do cheque especial atinge 220% ao ano, maior taxa desde 1995

“Por mim Dilma poderia pegar o boné e o sapato 44 e ir para casa. Numa boa. O governo não atrapalhando o Brasil escapa.” (Mim)

Classificado- Consulte o Mestre Warte, O Iluminado. Faz leitura das mãos, coxas, pés, inclusive pés de galinha. É o único que realiza mapa astral pelo método das ‘reentrâncias e curvaturas das nádegas’.Sala 1, Edifício Dinheiro Fácil.

“Tem muito velho sacana. Na fila do banco entra torto e rengo, mas nos bailões de terça e quinta é um pé de valsa.” (Josefina Prestes)

“Sou muito emotivo. Quando uma mulher bonita me joga um beijo eu desmaio.” (Assombração)

“A paixão tem seu lado perigoso. A paixão provoca cegueira.” (Filosofeno)

“O PT completou 35 anos de fundação. Pois é, mas pela competência na arte da mão grande parece ter séculos de experiência.” (Eriatlov)

“A diferença entre Nicolas Maduro e Dilma? Você enxerga algo além do bigode?” (Eriatlov)

“A confirmação que o comunismo é uma aberração está na Correia do Norte, confirmadíssima como o cú do mundo.” (Eriatlov)

Haddad recorre à Justiça contra o governo Dilma. A boa notícia: é o PT se desmanchando

Pois é… Até petista já está tentando tirar uma casquinha da impopularidade da presidente Dilma Rousseff. É o caso, por exemplo, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Não que ele esteja, digamos, de bem com o povo, mas sabem como é… Brigar com a governanta, hoje em dia, pode render alguns pontinhos de admiração. Por que digo isso?
Haddad — petista como Dilma, prefeito da maior cidade do país e eleito com o apoio da presidente — decidiu recorrer à Justiça contra o governo federal para obrigá-lo a cumprir lei aprovada pelo Congresso no ano passado que renegocia — e reduz drasticamente — a dívida de Estados e municípios. A ação foi protocolada nesta quinta na Justiça Federal de Brasília.
Muito bem! O imbróglio é dos bons. O PLC (Projeto de Lei Complementar) 99/2013, que muda o indexador, é, originalmente, de inciativa do Executivo. O relator da proposta na Câmara foi o então líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), hoje presidente da Casa. Depois de sólido entendimento celebrado com o governo, ficou estabelecido que a indexação da dívida seria feita pelo IPCA ou pela taxa Selic (o que for menor) mais 4% ao ano, não pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) mais juros de 6%, 7,5% ou 9% ao ano (a depender do caso), como se faz desde 1997, quando as dívidas foram renegociadas pelo governo federal. Dilma sancionou a lei em novembro do ano passado.
Sancionou, mas não pôs em prática. Há exatamente um mês, a Câmara aprovou um projeto que dava 30 dias para o governo regulamentar e executar a nova lei. O texto seguiu para o Senado. Joaquim Levy entrou na parada e convenceu boa parte dos senadores de que o prudente seria pôr em prática a lei só a partir de 2016. A matéria continua parada na Casa.
Muito bem! Haddad vai disputar a reeleição no ano que vem. Precisa de dinheiro. Já percebeu que as generosidades com que Dilma acenou para a cidade de São Paulo não se cumprirão. Então fez o quê? Seguiu os passos do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e também recorreu aos tribunais.
Se for bem-sucedido, o prefeito espera economizar R$ 1,3 bilhão neste ano. O estoque da dívida da cidade também seria drasticamente reduzido: de R$ 62 bilhões para R$ 36 bilhões. A Prefeitura vinha negociando com Levy alguma forma de diminuir o impacto da dívida, mas as conversas não prosperaram.
É evidente que, em outros tempos, um petista que administra a maior cidade do país não recorreria à Justiça contra o governo federal, estando lá um “companheiro” — no caso, companheira. O petismo, no entanto, está se desconstituindo. Se, a exemplo do Rio, a cidade de São Paulo também for bem-sucedida, outros entes baterão às portas dos tribunais.
Haddad está pensando na disputa eleitoral do ano que vem. Sua popularidade não é muito melhor do que a de Dilma, e ele não tem tempo para pensar nela. Sabe, ademais, que os cofres do governo federal estão vazios. Decidiu apelar à Justiça em busca de dinheiro.
Isso que vocês estão vendo é o PT se desmanchando. Essa é a boa notícia.
Por Reinaldo Azevedo

A DESGRAÇA NUNCA VEM SÓ- Primeira-dama da Venezuela ganha do 'maridão' um programa de TV

O POVO AGRADECE- Consumidores esperam inflação de 8,8% nos próximos 12 meses

Editorial do Estadão: ‘A guerra do PT’


Editorial do Estadão: ‘A guerra do PT’

O PT julga que está em guerra. É o que está escrito, com todas as letras, nas “teses” apresentadas pelas diversas facções que compõem o partido e que serão debatidas no 5.º Congresso Nacional petista, em junho.
De que guerra falam os petistas? Contra quem eles acreditam travar batalhas de vida ou morte, em plena democracia? Qual seria o terrívelcasus belli a invocar, posto que todos os direitos políticos estão em vigor e as instituições funcionam perfeitamente?
As respostas a essas perguntas vêm sendo dadas quase todos os dias por dirigentes do PT interessados, antes de tudo, em confundir uma opinião pública crescentemente hostil ao “jeito petista” de administrar o País. O que as “teses” belicosas do partido fazem é revelar, em termos cristalinos, o tamanho da disposição petista em não largar o osso.
“Precisamos de um partido para os tempos de guerra”, conclama a Articulação de Esquerda em sua contribuição para o congresso do partido. Pode-se argumentar que essa facção está entre as mais radicais do PT, mas o mesmo tom, inclusive com terminologia própria dos campos de batalha, é usado em todas as outras “teses”. Tida como “moderada”, a chapa majoritária O Partido que Muda o Brasil avisa que “é chegado o momento de desencadear uma contraofensiva política e ideológica que nos permita retomar a iniciativa”.
A tendência Diálogo e Ação Petista conclama os petistas a fazer a “defesa dos trabalhadores e da nação”, como se o Brasil estivesse sob ameaça de invasão, e diz que as “trincheiras” estão definidas: de um lado, a “direita reacionária”; de outro, os “oprimidos”. A chapa Mensagem ao Partido quer nada menos que “refundar o Estado brasileiro”, por meio de uma “revolução democrática” – pois o “modelo formal de democracia”, este que vigora hoje no Brasil, com plena liberdade política e de organização, “não enfrenta radicalmente as desigualdades de renda e de poder”.
Da leitura das “teses” conclui-se que o principal inimigo dos petistas é o Congresso, pois é lá que, segundo eles dizem, se aglutinam as tais forças reacionárias. O problema – convenhamos – é que o Congresso representa a Nação, o povo. Se o Congresso resiste a aceitar a agenda do PT, então a solução é uma “Constituinte soberana e exclusiva”, cuja tarefa é atropelar a vontade popular manifestada pelo voto e mudar as regras do jogo para consolidar o poder das “forças progressistas” – isto é, o próprio PT.
Uma vez tendo decidido que vivem um estado de guerra e estabelecidos quem são os inimigos, os petistas criam a justificativa para apelar a recursos de exceção – o chamado “vale-tudo”. O principal armamento do arsenal petista, como já ficou claro, é o embuste. O partido que apenas nos últimos dez anos teve dois tesoureiros presos sob acusação de corrupção, que teve importantes dirigentes condenados em razão do escândalo da compra de apoio político no Congresso e que é apontado como um dos principais beneficiários da pilhagem da Petrobrás é o mesmo que diz ter dado ao País “instrumentos inéditos” para punir corruptos. Há alguns dias, o ex-presidente Lula chegou ao cúmulo de afirmar que os brasileiros deveriam “agradecer” ao PT por “ter tirado o tapete que escondia a corrupção”.
É essa impostura que transforma criminosos em “guerreiros do povo brasileiro”, como foram tratados os mensaleiros encarcerados. Foi essa inversão moral que levou o governador petista de Minas, Fernando Pimentel, a condecorar o líder do MST, João Pedro Stédile, um notório fora da lei, com a Medalha da Inconfidência, que celebra a saga libertária de Tiradentes. A ofensiva dos petistas é também contra a memória nacional.
Ao explorar a imagem da guerra para impor sua vontade aos adversários – inclusive o povo –, o PT reafirma seu espírito totalitário. A democracia, segundo essa visão, só é válida enquanto o partido não vê seu poder ameaçado. No momento em que forças de oposição conseguem um mínimo de organização e em que a maioria dos eleitores condena seu modo de governar, então é hora de “aperfeiçoar” a democracia – senha para a substituição do regime representativo, com alternância no poder, por um sistema de governo que possa ser totalmente controlado pelo PT, agora e sempre.

E agora José?- Governo da Itália autoriza extradição de mensaleiro Henrique Pizzolato

O desabafo desesperado de uma professora indignada com a indisciplina escolar


O desabafo desesperado de uma professora indignada com a indisciplina escolar

We don’t need no education
We dont need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave them kids alone! – Pink Floyd
O “pós-modernismo” veio com toda a sua rebeldia contra o “sistema”, contra aqueles valores “burgueses” rígidos da era vitoriana ou do que restara dela. Era chegada a hora de acabar com essa rigidez, com a “palmatória”, com aqueles professores autoritários, com qualquer hierarquia.
Como quase todo movimento, havia alguma legitimidade em suas críticas, pois apontavam para excessos realmente existentes. E como quase todo movimento bem-sucedido, o pêndulo extrapolou para o outro lado. O pós-modernismo virou sinônimo de bagunça, indisciplina, e quem mais sofre com isso são os próprios alunos.
É o que argumenta a professora Kátia Simone Benedetti em seu livro A Dignidade Ultrajada: Ser professor do ensino público nos dias atuais (Barra Livros). Ganhei o livro de presente da própria autora, que escreveu uma longa dedicatória já denotando sua angústia. Em um trecho, ela diz: “Depois de 15 anos na educação, tornei-me uma pessoa absolutamente desesperada em relação ao futuro de nosso país”.
No decorrer da leitura, o motivo fica claro: Kátia defende, com base em sua formação em psicopedagogia com viés darwinista*, que a ciência foi abandonada em sala de aula em troca de algum idealismo confortante qualquer, tal como o conceito de “bom selvagem”. Passou-se a ignorar que crianças precisam de limites, de disciplina, e que o professor representa justamente essa função em classe.
A perda de respeito pelos professores tem deixado muitos deles deprimidos, sem falar que os bons docentes acabam abandonando a profissão e o espaço é ocupado pelos desqualificados e despreparados. Kátia não pouca de críticas os “profissionais de fora de sala de aula”, ou os “educadores de gabinete”, aqueles que vivem nas torres de marfim do mundo acadêmico das ideias, sem contato no dia a dia com os alunos em sala de aula. Muitos desses também alimentam uma visão romântica do ensino, prejudicando os alunos.
A premissa por trás do manifesto está na existência de uma “natureza humana”, ou seja, nós seres humanos não somos totalmente maleáveis, não somos uma “tabula rasa” como pensam alguns. E isso leva à necessidade de se impor limites e regras de conduta desde cedo, reconhecendo-se inclusive as hierarquias sociais. Ao tentar rasgar isso tudo, os pós-modernos subverteram importantes valores, e o resultado foi o caos.
Exercer a autoridade necessária não é o mesmo que autoritarismo. Claro que alguns vão abusar desse direito, mas o abuso de alguns não deve tolher o uso dos demais. Para combater os excessos, as falhas de alguns por conta inclusive da natureza humana, os pós-modernos acabaram jogando o bebê junto com a água suja do banho, e destruíram a autoridade legítima. O caminho ficou livre para a baderna.
Não são poucos os casos em que a hierarquia se encontra invertida, com os protagonistas trocados: a autoridade dentro das salas de aula deixou de ser exercida pelo professor e passou a ser exercida pelos alunos. Como apostar em uma boa instrução assim? Como achar que esses jovens sairão das escolas não só com boa formação, mas com respeito aos outros? Essa horizontalização passou dos limites. Como diz a autora:
Essa inversão de valores está inviabilizando ou, no mínimo, comprometendo drasticamente a qualidade das situações de ensino-aprendizagem porque é endossada pela sociedade (principalmente pela figura dos pais) e imposta pelas autoridades educacionais e pelo discurso acadêmico vigente e pela legislação educacional do país.
Não creio que alguém vá defender a volta da palmatória, nem mesmo o mais reacionário dos conservadores. Mas tampouco é preciso ser careta ou “antiquado” para notar que algo está fora do lugar, que as salas de aula viraram “terra de ninguém”, e que os professores decentes simplesmente não suportam mais ensinar em um ambiente desorganizado desses. É urgente restaurar a disciplina hierárquica dentro da sala de aula!
* A autora usa muito como base o livro O animal moral, de Robert Wright, que já li há muito tempo, mas lembro de ter gostado e absorvido importantes insights sobre o “bicho” homem.
Rodrigo Constantino

A raposa e a anta- Putin e Cristina Kirchner trocam afagos em Moscou

Governo se prepara para desfazer bloqueios de caminhoneiros

Seria assim se fosse o MST?