segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

"Amor eu tenho demais. Meu problema mais urgente é dinheiro." (Climério)

"Para fazer economia vale de tudo. Estamos escovando os dentes com cinzas." (Climério)

“Ser corno da mulher ainda vá lá. Mas levar chifre da amante é coisa pra suicídio.” (Climério)

“Se você não puder ser o primeiro, que seja o último. Mas esteja na fila.” (Climério)

NOVILÍNGUA, EUFEMISMOS E ... TESTOSTERONA por Percival Puggina. Artigo publicado em 13.02.2017



O famigerado "politicamente correto" parece nascido nas páginas de 1984, o profético livro de George Orwell sobre o totalitarismo em expressão máxima. É a própria "novilíngua", que manipula, suprime ou recompõe vocábulos para dominar a linguagem e o pensamento. O "politicamente correto" já fez muito disso e já foi longe demais. Vocábulos triviais foram carimbados como impróprios e se converteram no que Orwell talvez chamasse de "impalavras", ou "despalavras". Ao sumirem, por supressões e patrulhamento, some a ideia que expressam e é restringido o que podemos pensar.

No "politicamente correto", usa-se e abusa-se dos eufemismos, trocando-se palavras fortes por palavras fracas para tornar palatável o que deveria ser rejeitado. Neste último fim de semana, por exemplo, a edição de ZH estampou matéria cujo título mencionava o possível fim da "paralisação" dos policiais militares no Espírito Santo. Paralisação? Mas aquilo não foi um motim? Na Globo News, uma locutora referia as "eventuais ações" sobre "possíveis crimes" praticados pelos "grevistas". O próprio presidente da República, em nota sobre aqueles episódios, pediu o fim da "paralisação". Não fazem diferente aqueles que falam em "ocupação" sempre que manipulados baderneiros de esquerda metem o pé e entram porta ou vidraça adentro em alguma propriedade pública ou privada. Ora, só se pode ocupar o que está vago, devoluto, ou não tem proprietário, inquilino ou comodatário. Tudo mais é invasão, seja um parlamento, uma estância ou uma escola.

O que acabo de escrever evidencia a crescente fragilidade nas nossas estruturas de comunicação. Se formos desatentos a esses e outros processos em curso na vida social, corremos o risco de ser tragados por eles, imperceptivelmente submissos a um insinuante ideal totalitário, tornando-se a sociedade vulnerável ao domínio de quem controla as palavras que ela usa.

Por isso, chamam a atenção de todos, com aprovação de muitos e rejeição de outros tantos, a conduta e o vocabulário utilizado por agentes políticos como Trump e Bolsonaro. Do primeiro, escreveu outro dia o prof. Neemias Félix que, perto dele, o segundo parece um poeta. O que os faz notórios, principalmente, é a ruptura com a novilíngua, com os eufemismos e com o déficit de testosterona, hormônio produzido pelos testículos, que já habituou a sociedade a conviver com falas molengas e discursos pasteurizados, nos quais só os adjetivos lânguidos e as imprecisões cuidadosamente estudadas têm assento às mesas onde a comunicação se estabelece.
Caem juntas, a cultura e a civilização. Caem a golpes de dissimulação, covardia e melindres, vulgarmente conhecidos como mimimis.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

BOM PRA RODEIO

“Meu último patrão era o tipo certo para rodeio. O funcionário precisava entrar na empresa de capacete e colete de proteção para se defender dos coices do animal.” (Climério)

OS SÁBIOS E O SEXO

“A tal sabedoria chinesa não os ajudou no controle da natalidade. Mais de um bilhão e duzentos milhões de seres. Olhando tal número deduzo que os sábios fazem mais sexo que os comuns.” (Climério)

SATANÁS FERREIRA


“Ou mudamos ou falimos. Não estamos mais  aceitando petistas, comunistas e sindicalistas aqui no inferno. Não querem cortar lenha, não cuidam da caldeira, é reunião em cima de reunião, boquinhas e viagens para simpósios toda semana. E todo dia tem um desgraçado me pedindo que nomeie um parente. Deus que os carregue!” (Satanás Ferreira)

“Não sou mau. Só queimo o que Deus me manda.” (Satanás Ferreira)

“Inquisição? Nada sei, era com o povo de Deus, eu não estava lá.” (Satanás Ferreira)

“O inferno está cheio de gente bem-intencionada. Aí temos um problema: não há lugar para os sujeitos mal intencionados!” (Satanás Ferreira)

UMA FAMÍLIA DE NEGÓCIOS


-Pai, meu namorado pode vir aqui no domingo?
-Filha, mas por que não hoje que tenho tempo?
-É que ele só sairá da cadeia no sábado!
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- E aí mãe? Será que o pai vai dançar com esta investigação Lava-Jato?
- Duvido! Os amigos do seu pai são poderosos!
- Isso é verdade mãe, mas é tanta treta com dinheiro público que até eu estou ficando constrangido.

-Santíssimo! Corra lá no tanque e lave sua boca com sabão e água sanitária! Onde já se viu filho de ladrão ficar constrangido?

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-Mãe, posso matar aula hoje?
-Pode filho, mas esconde o corpo.
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- Mãe, a capelinha virá amanhã para nossa casa?
-Sim. Por quê?
-Soube que Dona Romilda colocou cem reais. Irei fazer um vale.

-Tudo bem, mas metade quero para mim.

MESTRE YOKI, O BREVE

“Mestre, quem cunhou a expressão:  O BRASIL É O PAÍS DO FUTURO?”
“Pedro Cabral.”

-Mestre, como encontrar minhocas facilmente?
- Numa loja de artigos para pesca.


-Mestre, qual o melhor alívio para cólicas?
- Sentar no vaso.

-Mestre, qual é o maior inimigo da mulher?
-O espelho.

-Mestre, o que deixe um homem aborrecido?
- Comparações sobre o tamanho do pinto.


“Mestre, por que a pipoca estoura?”
 “Para não viver uma vida inteira como milho.”

BEN E O CAVALO DE SÃO JORGE

Ben era um produtor rural que plantava tomates. Não contente em plantar tomates desmontou uma velha bicicleta, comprou fios e pilhas novas, construiu um nave espacial e foi à Lua para entrevistar o cavalo de São Jorge que segundo diziam falava doze idiomas e rezava o pai nosso em oitenta e duas línguas. Na lua não encontrou o cavalo e nem sinal de São Jorge, na verdade não viu e nem conversou com ninguém, uma solidão que só. Decepcionado voltou à terra, voltou a plantar tomates e se tornou um cético até o fim dos seus dias.

ACONTECEU NA MISSA

Domingo, igreja lotada. No meio do sermão do padre a estátua de Santo Antônio que estava sobre o pedestal ganha vida e grita: ”Tirem-me daqui! Tirem-me daqui!” Um fiel diz: “O senhor tem poder, o senhor é santo, saia daí!” Retruca o santo: “Não posso, não posso, tenho os pés de barro!”

AMARO, O CERTINHO

Amaro era um homem correto, nunca havia saído da linha, nunquinha. Num sábado ficou só, a esposa Amália foi visitar a mãe. Ele então foi dominado nos encantos de uma vizinha separada, linda que só; corpão daqueles de derreter sorvete no copinho. Caiu em tentação e foi ao motel com ela, todo feliz com o material que levava. Primeira vez fora da estrada, mas com carrão top de linha. Pega aqui, pega lá, os dois peladinhos quando um terrorista filho da puta explodiu o motel. Pois azar do Amaro que morreu foi que ele rodou nos comentários como hipócrita e safado, como se tranqueira fosse. E saber que nem deu tempo para molhar o biscoito.

FOLHA VERDE

O vento tirou da árvore encorpada uma folha verdinha
Que ficou voando pra lá e pra cá ao seu sabor
Não sabia o vento
Que no canto da calçada do colégio municipal
Um grupo de formigas aguardava por ela
Fazendo  coro no nham nham nham!

MINHA CABEÇA

Perdi a minha cabeça
Infelizmente não para uma louca paixão
Nem por insanidade
Ainda fosse numa discussão na taverna
Porém nada disso aconteceu
Perdi a minha cabeça
No fio de uma guilhotina fria
Numa tarde de sombras
E agora parto
Dentro de um cesto
Solitária sem meu corpo.

DEGENERADOS

Explorados aos olhos dos vermelhos
Os torpes não desejam esperar pelos frutos do trabalho
Assim atacam de surpresa
Quem estiver no seu caminho
São vermes que anseiam pela colheita sem nada ter plantado
Reaplicando a violência contra inocentes em sua rotina
São degenerados com crachás de vítimas da sociedade.

SEM MISTÉRIO

Se sua casa tem fantasmas escondidos
Não existe mistério
Basta agir     
Casas abertas
Cores não agressivas
Muita luz e ventilação
Atraem bons fluidos
E colocam para correr assombrações.

O TEMPO

Se eu pudesse voltar no tempo
Teria menos pressa para tudo
Para decisões e resoluções
Para respostas positivas ou negativas
Teria o tempo como um químico benéfico
Que tornaria mais doce o fruto das minhas decisões.

ANTES GATO

Quando jovens temos a ilusão
De que  o tempo não passará
E que a juventude não fugirá como as corredeiras de um rio
Porém a realidade bate
Quando as garotas que antes te chamavam de gato
Agora te chamam de tio.

Golpistas fazem vítimas no Whatsapp

Um novo golpe tem como meio o aplicativo de mensagens Whatsapp. Com a ajuda de funcionários de empresas de telefonia, criminosos estão clonando contas de telefones celulares e enviando mensagens aos familiares e amigos das vítimas se dizendo em situação de perigo e pedindo ajuda em dinheiro.

Já foram registradas queixas em delegacias de polícia de todo o país de perdas acima de R$ 100 mil.

Advogados especializados em Direito do Consumidor asseguram que os fraudados têm o direito de buscar reparação financeira junto às operadoras envolvidas.

TERRITÓRIO LIVRE

Li agora que nenhuma livraria foi saqueada no Espírito Santos. É óbvio que os marginais preferem celular, som e cachaça.

Nas três casas poderosas de um certo país do futuro quem domina é a canalha. Você duvida disso?

Artigo, Marcelo Aiquel - O faroeste capixaba e o Exército

  Os brasileiros tem assistido, completamente incrédulos, o caos da segurança pública no Estado do Espírito Santo.

Ao contrário de outras “ondas de violência” ocorridas no país, esta não teve origem nos presídios, mas sim – pasmem – na atitude irresponsável dos sindicatos patronais e familiares dos policiais que, contrariando a regra constitucional e o bom senso, resolveram decretaruma greve na PM capixaba.
Ao impedirem o policiamento de sair às ruas, estes irresponsáveis – JUNTAMENTE COM A TROPA, QUE “ACEITOU” ESTE PRECARÍSSIMO IMPEDIMENTO – praticamente conclamaram a bandidagem em geral a “passar o rodo” nas cidades e liberar os saques e crimes, praticados no modo de atacado.
Ninguém – nem o mais radical dos “coxinhas da zelite” – de sã consciência pode se opor às reivindicações justas, como a atualização ou o pagamento em dia do soldo dos policiais. Porém, existem maneiras civilizadas, legais, e organizadas, de fazê-lo, e nunca causando o completo descontrole da criminalidade.
Porém, quem se aproveitou da ausência de policiamento não foram somente os bandidos, mas uma boa parte dos “civilizados cidadãos” capixabas que, sem controle, desnudaram ao país seu lado marginal, saqueando lojas e mercados em busca de bens e mostrando a falta de educação do povo brasileiro em geral.
E quem chegou para tentar colocar ordem na bagunça foram as mal faladas (e sempre criticadas) Forças Armadas.
Ah, depois de saudados pela populaçãoindefesa e assustada, os militares são benvindos? Onde ficou aquele velho desprezo ideológico pelo exército nacional?
O próprio PT, quando governo, esqueceu-se que considera os chefes militares torturadores e simpatizantes da “ditadura”, e se socorreu deles e das FA para “auxiliar” na tragédia do Haiti; combater o narcotráfico nas comunidades cariocas; e atuar nas catáfrofes naturais; entre outras tantas atribuições determinadas aos nossos militares.
Aí então o exército serve?Para rebelar tumultos, combater a dengue e enfrentar enchentes?Aí serve?
Tá na hora desta hipocrisia coletiva, manipulada por uma imprensa parcial, ter fim.
Afinal, os militares são torturadores, ou salvadores?
Agora, no Espírito Santo, os “ditadores”entram em cena para salvar (mais uma vez) a população.
E são recebidos – assim como em 1964 – com festa e alegria por um povo de memória curta, afetada principalmente por mentiras difundidas agranel através de pessoas com terceiros interesses que não restabelecer a verdade da história.
Outro dia escutava uma entrevista do recém-empossado prefeito de São Paulo, João Dória, numa rádio (Jovem Pan), onde ele foi duramente cobrado pelas entrevistadoras. Saiu-se muito bem, demonstrou farto conhecimento de causa, calou as duas jornalistas entrevistadoras (uma do time da Globonews), e deixou claro que existe luz no fim do túnel.
Esta luz aponta no sentido da primeira medida para a reconstrução do país:um programa severo de tolerância zero, que deve ser implantado paradesmascarar os interesses obscuros existentes na mídia e acabar de vez com este assassinato de reputações criado pela esquerda brasileira.
Chega de dissimulação, queremos a verdade verdadeira, não aquela parcial e dirigida que alguns tentam nos empurrar.
Não é possível – nem aceitável – que pessoas ativas na época de 1964 continuem a execrar as FORÇAS ARMADAS, com a balela de que os militares deram um golpe de Estado.
Quem vivia naquele tempo sabe perfeitamente que as FA apenas atenderam ao pedido de socorro da população, em vias de ser remetida ao autoritarismo de uma ditadura de esquerda por um bando de jovens (muitos hoje arrependidos) inconsequentes que recebera profunda lavagem cerebral para tornar-se simpatizante da ideologia comunista.
A mesma ideologia que fez naufragar Cuba e a Venezuela, por exemplo.
Aplaudam e apoiem o Far West capixaba e logo teremos aqui uma verdadeira ditadura. A do proletariado. Que só deu certo para seus comandantes, bem ao contrário da tal “ditadura militar” brasileira.





Marcelo Aiquel – advogado (11/02/2017

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- O MILAGRE DAS TETAS CHEIAS

Me conta um leitor, Vinícius Ramon:

Janer,

andei escutando umas histórias que me fizeram lembrar o celibato paraguaio.

Acontecia, com considerável frequência, em cidades minúsculas, onde ninguém havia visto nenhuma mulher grávida, aparecerem bebês nas portas dos conventos. As freiras, caridosamente, adotavam o rebento. Para alimentá-lo, faziam uma novena pedindo a qualquer santo que algumas das freiras fosse agraciada com leite. E não é que sempre dava certo! Depois da novena uma das freiras, nunca duas, aparecia com as tetas estufadas de leite!

Dizem que muitas delas iam parar no convento, pois não queriam se casar com o par sugerido pelo pai, e o convento era a única saída. Sem vocação, vinham os rebentos. Essa história é antiga, vide Soror Mariana Alcoforado.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- terça-feira, abril 28, 2009 BISPO EMÉRITO BRASILEIRO CUMPRIMENTA BISPO EMÉRITO PARAGUAIO POR SEUS DOTES DE EMÉRITO REPRODUTOR

Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes, como ovelhas que não têm pastor. (Mateus 9:36)


Baita bispo, Don Fernando Lugo, el semental de la Pátria! Onde boleia a perna vai deixando filho feito, como se diz lá no Sul. Caudilho como Sua Eminência não foi jamais sonhado nem mesmo pela imaginação fértil de Roa Bastos, Garcia Márquez, Alejo Carpentier ou Andrés Rivera. Nem mesmo pelo esperpêntico Don Ramón del Valle-Inclán. Príncipe da Igreja, bispo emérito de San Pedro, presidente do Paraguai e pai de três filhos, segundo as primeiras notícias. De seis ou nove, segundo outras fontes. De dezessete, segundo a oposição. Um bispo-presidente com dezessete filhos ficção alguma concebeu. Só mesmo a realidade da América Latina. Ou talvez só mesmo o Paraguai. Difícil imaginar que em algum outro país do continente um prelado conseguisse eleger-se presidente.

O bispo emérito de San Pedro, ao manter relações com uma menina de 16 anos, transgrediu o Código Penal, ao cometer estupro segundo a legislação de seu país. (Hoje ainda, talvez para salvar o que pode ser salvo, a moça declara que a relação ocorreu aos 26 anos. Melhor não arriscar a mandar para o cárcere quem lhe provê seu sustento). Como religioso, transgrediu o Código Canônico, ao desobedecer a seu voto de castidade, professado não ante os homens, mas ante seu Deus, se é que Don Fernando nele acredita, o que muito me espantaria. Como cidadão, só reconhece – ou reconhecerá – sua prole, ainda indeterminada, sob a ameaça de exames de DNA. Curiosamente, tem recebido a solidariedade até mesmo de seus colegas de cetro. Assim como um dia o cardeal Evaristo Arns escreveu uma terna missiva ao ditador Fidel Castro, Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás, saiu em defesa do emérito prevaricador.

Caro Amigo Presidente Fernando Lugo,

(...) E minha manifestação, depois ter ponderado com alguns irmãos e irmãs, é em primeiro lugar para dar-lhe os parabéns, fazendo eco à declaração do meu amigo e bispo Mons. Mário Melano Medina, seu compatriota, pelo seu ato de "valentia e sinceridade" ao reconhecer a criança. Uno-me também ao bispo metodista emérito Federico Pagura ao expressar-lhe, também em carta aberta, sua solidariedade: "ante tu decisión de hacer públicas tus relaciones com tu compañera, y tu compromisso de assumir plenamente tu responsabilidad de padre". Continue assim, caro Irmão, coerente com a inspiração evangélica, ao testemunhar, com clarividência e humanidade, o inestimável valor do relacionamento entre o homem e a mulher.

Pelo jeito, o bispo de San Pedro terá de multiplicar por três, ou seis – ou talvez dezessete – seu ato de valentia e sinceridade. E os senhores bispos terão de
manifestar solidariedade, tantas outras vezes quantas forem as conquistas de Don Fernando, ante sua decisão de tornar públicas suas relações com suas companheiras, assim no plural. Não sei se os digníssimos prelados notaram, mas ao manifestar solidariedade ao colega em apuros estão fazendo a apologia da poligamia. O que não deixa de ser um progresso, numa instituição que até hoje não aceita o casamento de sacerdotes.

Se Don Fernando pretendeu “testemunhar, com clarividência e humanidade, o inestimável valor do relacionamento entre o homem e a mulher”, que o fizesse como défroqué, e não antes de largar a batina, como de fato ocorreu. Que me conste, nada tem de coerente com a inspiração evangélica o gesto de um pastor que sai emprenhando a torto e a direito suas ovelhas desgarradas e errantes. Ó tempora, ó mores! Morro e não vejo tudo. Religiosos fornicando urbi et orbi existem às pampas. Mas jamais imaginei, em minhas seis décadas de existência, ver um bispo cumprimentando outro por sua paternidade.

Não bastasse um prelado fazer salamaleques ao reprodutor paraguaio, um ex-vice governador de São Paulo, homem que por ofício deveria zelar pelo cumprimento da lei, que mais não fosse do Código Penal, saiu ontem em defesa da lascívia episcopal. Falo de Cláudio Lembo, aquele mesmo senhor que cunhou a expressão “elite branca”, a responsável pelos males de São Paulo. Terá sido o inspirador do Sumo Apedeuta, quando este culpou os “brancos de olhos azuis” pela mazelas do mundo. Hoje, o ex-vice parece dedicar seu ócio a proferir as mesmas sandices que o bispo emérito de Goiás.

O debate é intenso. Os meios de comunicação preenchem expandem espaços para noticiar o inusitado: um bispo pai. A análise do episódio permite inúmeros ângulos de observação.

Certamente, o mais sensível sob o ponto de vista das pessoas é aquele da intimidade. Pode a vida privada das pessoas - mesmo que ocupem altos cargos - ser esmiuçada sem qualquer constrangimento?

É pergunta que se impõe. Na contemporaneidade, como doença endêmica, surgiu o deplorável vício de violação da privacidade das pessoas, tornando-as passíveis de uma exibição danosa.

Ora, por ocasião do artigo de Lembo, a mãe do filho do bispo ainda não havia alegado ter 23 anos quando do início da relação. Lembo raciocina a partir da primeira informação, a de que tinha 16. Pretende então o ilustre detrator das elites que construíram este país que estupro pertença à vida privada das pessoas, que não pode ser esmiuçada? Pretenderá que não se possa comentar a vida sexual de um sacerdote? Assim sendo, todo estuprador e todo padre pedófilo estaria ipso facto protegido por um escudo de privacidade. Belo argumento para um advogado brandir em defesa de seu constituinte: “A promotoria está invadindo a privacidade de meu cliente".

Tanto um dirigente de um país quanto um padre – ainda mais se tratando de um bispo – não podem abrigar-se no direito à privacidade para sair espalhando filhos impunemente pelo mundo. Se até a mulher de César tem de parecer honesta, com mais razões César tem de ser e parecer honesto. Que mais não seja, para que tais filhos sejam protegidos pela legislação, eles terão de vir a público para reclamar seus direitos.

“Há uma procura diabólica de novos filhos para o presidente – escreve Lembo –. Uma caça a mais um membro para a prole em franco crescimento. Nada moralista. Simplesmente, a presença de um manifesto sadismo. Sadismo coletivo”. Ora, não há caça nem sadismo. Os filhos estão surgindo por iniciativa das mães. Mas obviamente a imprensa – e muito menos a opinião pública – não manteria a fleugma ante escândalo de tal porte. Pela primeira vez no Ocidente se tem um bispo como presidente. Além de bispo, pai de muitos filhos. Não pretende Lembo que os jornalistas renunciem a trinchar tal prato.

Lembo lança a pergunta: “a imposição do celibato, em pleno século XXI, condiz com os atuais costumes e com as novas exigências da nova cultura do corpo?” Claro que não condiz. Mas isto é idiossincrasia do Vaticano, teimosia dos papas. Enquanto a Igreja de Roma não aceitar o casamento de seus padres, proibido está. Convivi com muitos padres em minha juventude, e dos mais excitadinhos. Não conseguiram suportar o jugo do celibato e tomaram a decisão correta. Largaram a batina e o sacerdócio.

Se alguém acha que tenho algo contra a poligamia, em muito se engana. Sempre fui polígamo e sempre me senti bem assim sendo. Acontece que não sou religioso, nunca fiz voto de castidade e não participo dos valores cristãos ou católicos que vêem na monogomia o modelo familiar eleito pelo Eterno para comportamento de suas criaturas.

Cada um escolhe sua cruz. Quem escolheu batina que a honre.

MEU PEDAÇO ESPANHOL/PORTUGUÊS

Meu avô  Pedro Pedra. Minha avó Miguelina Gonçalves. Meu pai Pedro Gonçalves Pedra.

“Ser um imbecil não é muito fácil. É preciso ter muitas certezas.” (Mim)

“Quem mais mente na sua cidade? O padre ou o prefeito? ” (Mim)

“O dízimo é o pagamento da ilusão.” (Filosofeno, o filósofo que dorme sobre o capim)

MESTRE YOKI, O BREVE

“Mestre, onde fica o inferno?”
“Sobre o teu pescoço.”

“Mestre, por que os homens dormem?”
“Acredito que seja porque fecham os olhos.” 

“Mestre, para que servem os políticos brasileiros?”
“Para nos irritar.”

“Mestre, algo de bom nos sonhos”?
“Sim, os recheios.”

FRASES DO LIMÃO

“Só se inspira quem transpira.” (Limão)

“ Após o desastre descobri que alguns dos  meus melhores amigos eram na verdade mais amigos do meu bolso.” (Limão)

“Pelo que vejo o meu lugar no mundo é na privada.” (Limão)

“Para tudo há limites, até mesmo para gabolices.” (Limão)

“Meu azar foi sempre ser o homem errado para mulheres certas.” (Limão)