terça-feira, 7 de novembro de 2017

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO-domingo, abril 27, 2008 O PARADOXO DE EASTERLIN

De repente, surgem teorias exóticas na imprensa. A última, a encontrei no Invertia, do portal Terra. É que dinheiro traz felicidade. Aparentemente, foram necessários alguns milênios para que os pensadores chegassem a esta brilhante descoberta. Segundo a notícia, depois da Segunda Guerra Mundial, a economia japonesa passou por uma das maiores expansões que o mundo já viu. Entre 1950 e 1970, a produção econômica per capita cresceu em mais de 700%. O Japão, em apenas algumas décadas, se transformou de nação devastada pela guerra em um dos mais ricos países do planeta. No entanto, estranhamente, os cidadãos japoneses não pareciam estar mais satisfeitos com as suas vidas. Uma pesquisa apontava que a porcentagem de pessoas que respondeu da maneira mais positiva possível quanto ao seu grau de satisfação pessoal caiu, no país, entre o final dos anos 50 e o começo dos 70. Os japoneses enriqueceram, mas aparentemente não se tornaram mais felizes. 

Daí surgiu o chamado Paradoxo de Easterlin. Em 1974, Richard Easterlin, economista que então lecionava na Universidade da Pensilvânia, publicou um estudo no qual argumentava que o crescimento econômico não necessariamente propiciava mais satisfação. As pessoas de países pobres, e isso não deve causar surpresa, se tornavam mais felizes quando passavam a ser capazes de arcar com o custo dos produtos cotidianos. Mas ganhos adicionais pareciam simplesmente redefinir os parâmetros. Para expressar a questão em termos cotidianos, ter um iPod não torna uma pessoa mais feliz, porque, quando ela o tem, passa a desejar um iPod Touch. A renda relativa - os ganhos de uma pessoa em comparação com os de pessoas que a cercam - importa bem mais que a renda absoluta, escreveu Easterlin.

Este paradoxo apontava para um instinto quase espiritual dos seres humanos de acreditar que o dinheiro não pode comprar felicidade. Na semana passada, na Brookings Institution, em Washington, dois jovens economistas, Betsey Stevenson e Justin Wolfers, concluíram - ó gênio! - que dinheiro tende a trazer felicidade, mesmo que não a garanta. A renda faria diferença. Após pesquisas conduzidas em todo o mundo, o instituto Gallup descobriu que o índice de satisfação é mais elevado nos países mais ricos. Os residentes desses países parecem compreender que vivem bastante bem, mesmo que não tenham um iPod Touch.

Essa agora! Pesquisar no mundo todo para concluir que ter dinheiro é bom. Em meus dias de jovem, a última coisa que me preocupava em minha vida era dinheiro. Sem conhecer mundo, minhas necessidades eram poucas. Tendo o de comer e o de beber, mais o carinho de uma mulher, a vida estava plena. Nos anos de universidade, vivi em pequenas kitchenetes e entre aquelas estreitas quatro paredes fazia minha vida. Não me queixo. Foi bom.

Mas a vida avança e o mundo se mostra maior do que imaginamos. Se você quer ficar em sua aldeia, tudo bem. O dinheiro não faz muita falta. Começa a fazer falta quando você sai da aldeia e descobre como é bom sair da aldeia. Em minha primeira viagem, no início dos 70, fiz a Europa de sul a norte e de leste a oeste. Sempre me hospedando precariamente, comendo sanduíches, levando queijos, patês e vinho para o hotel. O que é muito bom. Daqueles dias também não me queixo. Mas cedo descobri que melhor ainda era comer melhor em um bom restaurante, beber um vinho de melhor qualidade, hospedar-se melhor. Não falo em cinco estrelas. Três já está bom.

Uma coisa é você comer um merguez numa tendinha de árabes em Paris. Não é ruim, e sempre que vou a Paris dedico um almoço ao merguez. Mas há um surplus em jantar no Procope ou no Julien. Comer tapas em Madri é muito bom. Mas bom mesmo é um cochinillo ou cordero lechal no Sobrino de Botín. E isso exige alguma grana. Não que seja necessário ser milionário para curtir tais venturas. Mas algo se há de ter.

Que o dinheiro em si não traz satisfação, de acordo. Conheço pessoas muito ricas que não ousam sair da aldeia. Talvez por medo do anecúmeno, suponho. Em minha cidadezinha, Dom Pedrito, tive como amigo um fazendeiro de grandes posses. Era pessoa generosa, houve vezes em que, só por sentir-se contente, me enfiava no bolso um pacote de dinheiro. Fazia isso com muita gente. Bastava fazer um bom negócio, saía a distribuir dinheiro na rua. “Que é isso, Davi, não estou precisando de dinheiro”. “Então repassa para tuas mulheres”. Bom, já que era para fazer obra social, eu aceitava.

Nunca saiu da aldeia. Convidei-o certa vez para ir a Paris. Vende uns trinta ou quarenta bois, Davi, e serei teu guia. Ora, ele tinha mais de mil bois. Mas não concebia vender bois para ver o mundo. Dom Pedrito lhe bastava. Não deixa de existir uma certa razão na afirmativa de que dinheiro não traz felicidade. Há milhares, senão milhões de pessoas, que não sabem bem utilizar seus patrimônios. Mas sem um certo mínimo – que não precisa ser muito – não é fácil ser feliz. Pelo menos para quem viu um dia o mundo e seus encantos e neles se viciou. Em meus dias de Estocolmo, contraí uma grave doença nórdica, que consta que não tem cura, a resfeber. Febre de viagens. Fiquei contaminado até a alma, e até hoje não consegui ficar parado por muito tempo.

Nasci na fronteira seca entre Brasil e Uruguai. Coincidia que o Uruguai começava justo no horizonte, onde ficava a Linha Divisória. Nesta linha, de três em três quilômetros há um marco de concreto. De seis em seis, há um marco maior. Em frente a nosso rancho, ficava o Marco Grande dos Moreiras. Meu pai me erguia até o topo do marco, me fazia virar para o nascente e dizia: “Fala para os homens do Uruguai, meu filho”. Depois, me virava para o poente: “Fala agora com os homens do Brasil”. Nasci entre dois países, sempre olhando para um e outro. Daí a querer ir mais adiante foi só um passo.

Quando jovem, sempre considerei dinheiro uma bobagem. Minhas necessidades eram mínimas. Certo dia, em um livro de Bernard Shaw, li uma frase que me chocou. Cito de memória, sem muita precisão: dinheiro é saúde, cultura, educação, requinte. Talvez não fosse exatamente esta a frase, mas seu sentido era este. Naqueles anos, eu era católico e a pobreza me encantava.

Sem ser rico, tenho hoje condições de viver e viajar com conforto. Adoraria ser rico. Faria como o Davi, sairia a distribuir dinheiro às gentes. Minha primeira providência seria oferecer viagens a amigas que nunca viajaram. Adoro apresentar cidades às pessoas que quero bem. Já sonhei em viajar com uma amiga, de olhos vendados, e largá-la direto nos canais de Amsterdã. Para chocar. Em verdade, já fiz isto, só que a moça foi sem olhos vendados. Daqui a duas semanas, vou fazer de novo.

Mas falava da brilhante tese dos jovens economistas. Só o que faltava fazer profundas pesquisas para provar que dinheiro é bom! Segundo Daniel Kahneman, psicólogo da Universidade de Princeton, laureado com o Nobel de Economia em 2002, "há um vasto e crescente volume de indícios de que o paradoxo de Easterlin talvez não exista". Só espero que não tenha recebido o Nobel por ter chegado a esta genial conclusão.

ESQUELETOS


Meia-noite. Uma lua de prata brilhava no céu estrelado. Pisava eu com meus sapatos quarenta e dois por uma estradinha deserta, rumando para casa. O vento soprava manso, mas mesmo assim mexia com pequenos arbustos. Tudo calmo na noite, nem um pio da coruja se ouvia. Nisso pensava quando percebi passos atrás de mim, só ouvidos por causa do silêncio absoluto, tão leves eram. Parei para ver quem caminhava junto comigo naquele lugar ermo, ainda mais por aquelas altas horas. E vi: cinco esqueletos completos estavam lá e caminhavam em fila indiana na minha direção. Usavam chapéus, riam e batiam seus dentinhos. Como nunca acreditei em fantasmas, segui o meu caminho sem pressa. Não parei mais, mas podia ouvi-los dizendo: espera, espera aí! Chegando em casa soltei da coleira os meus quatro cachorros. Saíram como loucos. Olhei pra estradinha e ainda consegui ver no clarão da lua um dos esqueletos correndo com uma perna só.

O DESTEMIDO ANTENOR


Nada temia Antenor, nem o capeta em carne e osso. Fazia questão de passar sob escadas, adentrar cemitérios em plena madrugada, frequentar puteiro em ambiente violento e até namorar filha de traficante ou delegado. E não parava por aí; atravessava rio em enchente, entrava em casa pegando fogo, matava cobra no dente. Pois é, esse homem valente sem igual veio a morrer tal qual um comum de infarto fulminante. Foi agorinha, de raiva, quando ouviu Lula dizer cheio de amargura que não compensa ser honesto no Brasil.

CONTRABALANÇANDO


A cachorrinha da dona Cleusa saía todo dia de sua casa e ia elegantemente fazer seu cocô matinal na grama limpa e verde do vizinho. Reclamar ele reclamou, mas seus apelos foram em vão. Era um homem gentil, detestava discussões e intrigas. Digamos que era um cavalheiro. Com o tempo achou que o negócio tinha passado dos limites. Resolveu ele também comprar um animalzinho de estimação para contrabalançar. Não foi fácil, mas conseguiu. E assim toda manhã ele saía de casa com seu elefante de estimação para fazer cocô no belo gramado do vizinho.

MONTEIRO


Monteiro está sentado à beira do abismo. Suas pernas balançam no ar chutando bolas invisíveis. Não se encontra mais consigo mesmo, é o dia de maior desespero. Olha para suas mãos calejadas, suas unhas sujas de terra e grita silenciosamente se tudo que fez valeu a pena. Retira do bolso da camisa e relê o telegrama que trouxe a notícia da morte de seu filho único. O punhal é cravado de novo, mais fundo. Não suporta. Basta. Deixa seu corpo pesado cair no abismo em busca da leveza da vida sem dor.

O TRABALHO DA MORTE


A morte saiu a trabalhar naquela tarde para escolher suas vítimas como sempre fez. Brancos ou negros, mulheres ou homens, crianças ou velhos. A morte escolhe, a morte executa. Não existe alerta à vítima, não diretamente. Numa esquina movimentada parou e ficou observando com atenção um homem de meia-idade que comia um churros. Apontou para seu coração e o homem sofreu um infarto fulminante. Apanhou um ônibus e foi para o outro lado da cidade. Desceu e entrou num velório. “É daqui que levarei o próximo, disse para si.” Mirou num jovem franzino amigo do defunto que ora se velava. Observou que o fígado do rapaz já estava em estado lastimável. Mexeu seus pauzinhos e o pobre caiu sobre o caixão; o quase morto e o defunto foram ao piso. Saiu da funerária e foi ao cinema. Sentou-se ao lado de um velhinho, soprou seu hálito funesto e o octogenário caiu sem dizer ai. A morte olhou para o relógio que marcava 18 horas. Não estava a fim de fazer horas extras. Ajeitou-se na poltrona e ficou no aguardo da próxima sessão.

BEN E O CAVALO DE SÃO JORGE


Ben era um produtor rural que plantava tomates. Não contente em plantar tomates desmontou uma velha bicicleta, comprou fios e pilhas novas, construiu um nave espacial e foi à Lua para entrevistar o cavalo de São Jorge que segundo diziam falava doze idiomas e rezava o pai nosso em oitenta e duas línguas. Na lua não encontrou o cavalo e nem sinal de São Jorge, na verdade não viu e nem conversou com ninguém, uma solidão que só. Decepcionado voltou à terra, voltou a plantar tomates e se tornou um cético até o fim dos seus dias.
“Não temo o amanhã, já me basta o hoje para tirar o sossego. ” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

Trabalhar dá trabalho. Coluna Carlos Brickmann

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse o que todos que não estão implicados gostariam de dizer: o crime não teria tomado as proporções que tomou, no Rio, sem muita cumplicidade oficial e policial. Jardim sabe de coisas que muita gente deve saber, mas: a) tem informações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, ou seja, do general Sérgio Etchegoyen; 2) como ministro, tem obrigação legal de agir. Portanto...


Portanto, não se sabe. O caro leitor deve lembrar-se de que vive sob o auriverde pendão de nossa terra. O presidente Temer já pediu ao ministro que aja com discrição, o máximo de discrição (se não agir, melhor ainda). Jardim é velho amigo, Temer espera dele que compreenda seus problemas.


O fato é que PMDB e PT tentam rearticular a velha aliança, só rompida pela inabilidade da presidente Dilma. Lula já mandou um recado: é hora de parar com o “fora Temer”. O PMDB de Temer (e de Sérgio Cabral, e do governador Pezão) enfrenta as mesmas dificuldades do PT do Mensalão, do Petrolão e do Quadrilhão; ambos ficariam felizes com medidas legislativas como a proibição da delação de réus presos, condução coercitiva só em caso de recusa ao depoimento e fim de prisões temporárias que, pela longa duração, funcionam sem julgamento como antecipação de pena.


Juntos, PT e PMDB, calcula a repórter Lydia Medeiros, de O Globo, ficam com ¼ do dinheiro de campanha. Esta linguagem ambos entendem.


O trabalho eleitoral


É cada vez menos lógico, portanto, imaginar a eleição polarizada entre Lula e Bolsonaro. Lula dificilmente será candidato, Bolsonaro dificilmente terá fôlego para ir muito longe. Há outros nomes possíveis, na perspectiva de uma chapa PT/PMDB: Luiz Felipe d’Ávila, por exemplo; ou, no caso de a economia crescer bem, Henrique Meirelles. Meirelles tem boa entrada na área empresarial, foi presidente do Banco Central com Lula, ministro da Fazenda com Temer (e Lula cansou de indicá-lo a Dilma, que o rejeitou). D’Ávila, professor respeitado, é genro do empresário Abílio Diniz (que há tempos mantém boas relações com o PT). Do outro lado, o nome provável é o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Caso algo semelhante ocorra de fato, a campanha será muito mais tranquila do que se espera hoje.


O trabalho cansa


Todas as articulações estão ocorrendo nos níveis mais altos de cada sigla e provavelmente provocarão algumas exclamações de horror se, e quando, se confirmarem. E estão ocorrendo longe do Legislativo – até porque quem deveria trabalhar contra o acordo ou a seu favor optou pelo repouso. Não, nada a ver com as férias disfarçadas de diplomacia parlamentar oferecidas, com dinheiro público, às Excelências que viajaram à Europa e ao Oriente Médio; é coisa mais bem distribuída. A Câmara prepara um recesso branco de dez dias – agora, quando pouco mais de um mês nos separa do recesso oficial do fim do ano. Funciona assim: há sessões marcadas para a próxima semana, de segunda a sexta. Mas não é para valer: é só para que o número de sessões atinja o mínimo e seja possível folgar de 13 a 21, sem que haja qualquer tipo de desconto. O Senado deve seguir o exemplo da folga.


O trabalho pacífico


Um acerto entre PT e PMDB deverá provocar a queda de muita gente do PSDB instalada no Governo. O ministro Antônio Imbassahy, bom político, por isso mesmo caiu em desgraça junto à bancada franciscana (a que segue a oração de São Francisco, “é dando que se recebe”). Aloysio Nunes e Bruno Araújo não despertam grande emoção no partido; Luislinda Valois, no Governo, mais retira prestígio do PSDB do que lhe acrescenta. Mas o desembarque do PSDB deve ser ameno, com garantia de apoio às reformas econômicas, sem brigas – até porque, embora em menor escala, os tucanos enfrentem os mesmos problemas que PT e PMDB tentam resolver.


O trabalho escravo


Livrar-se de Luislinda Valois, a inacreditável ministra que escreveu 207 páginas para dizer que ganhar pouco mais de R$ 33 mil por mês, como ela, se assemelha a trabalho escravo, é tarefa urgente para o Governo e o PSDB. Justificar-se alegando que é preciso vestir-se com dignidade, alimentar-se e usar maquiagem já é escárnio. Se a ministra acha baixos seus vencimentos, ninguém a obriga a ficar no Governo: pode ir embora. E será aplaudida.


O trabalho necessário


Mesmo que o ministro Torquato Jardim se aquiete, atendendo aos apelos de Temer, a acusação ao Governo e à PM fluminenses deve gerar efeitos. O secretário da Justiça e da Segurança do Mato Grosso do Sul cobra também o Governo Federal, pelo frágil combate ao tráfico nas fronteiras. “O crime no Rio é diretamente ligado ao tráfico de drogas”, diz, em ótima entrevista ao repórter Paulo Renato Coelho Netto, do UOL. E que faz a União para combater o narcotráfico? O Ministério da Justiça não respondeu à pergunta.

Finados? Imagine! Todos Santos. Coluna Carlos Brickmann

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, mudou o jogo: no país em que bois voadores fizeram a fortuna de Eduardo Cunha, em que fazendas de muitos andares abrigaram os bois de apartamento de Renan Calheiros, no país dos bois anônimos e de hábitos pouco comuns, Jardim deu nomes aos bois e apontou seu papel na insegurança pública do Rio. Em notável entrevista a Josias de Souza (https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/), Jardim disse que o governador Pezão e seu secretário da Segurança perderam o controle das forças de segurança e que o que define o comando da PM é um acerto com deputados estaduais e o crime organizado. Disse mais: “Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio”.


Há o que fazer? O ministro acredita que ações com tropa federal podem ajudar um pouco, mas que só haverá condições para um combate efetivo ao crime organizado a partir de 2019, com outro governador, outro secretário. Com os atuais dirigentes, não há jeito: disse Jardim que ele, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o secretário do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Sérgio Etchegoyen, já tiveram duras conversas com Pezão, sem êxito. Antes que a situação melhore, ainda deve piorar: na opinião do ministro, os atuais bandidos estão cedendo espaço às milícias, quadrilhas que envolvem policiais. Cada milícia tem seu espaço, dificultando ainda mais o restabelecimento da segurança pública no Estado.


Nós, não


O ministro Torquato Jardim diz estar convencido de que o assassínio do tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, comandante do 3º Batalhão da PM carioca, que emocionou o país, não está bem contado. Não foi, acredita, a consequência de reação a um assalto. “Ninguém me convence de que não foi acerto de contas”. O governador Pezão e o secretário da Segurança, Roberto Sá, garantiram que o Governo do Rio não negocia com criminosos.


O rigor da lei


O ministro da Justiça é uma autoridade e se responsabiliza pelo que diz. Fez acusações pesadas ao governador do Rio, incluindo opiniões sobre um assassínio que a Polícia fluminense diz estar empenhada em esclarecer. Neste momento, está reunida na Câmara dos Deputados a Comissão de Segurança Pública, que convidou o ministro Torquato Jardim a depor. Hoje? Amanhã, embora seja feriado? Não, nada disso: imagina-se que ele vá falar no dia 8, quarta-feira que vem. Morre mais gente no Rio, nas mãos das quadrilhas, do que em países onde há guerra civil. Para que pressa?


Poderes unidos


E não é só o Legislativo – inclusive as Excelências da oposição ao governador, que deveriam estar interessados em desdobrar rapidamente o caso – que se recusam a qualquer esforço extraordinário. O alto comando da Câmara, sob a chefia do presidente Rodrigo Maia, está no Oriente Médio, diz-se que a serviço – embora nada esteja acontecendo de diferente por lá, embora Maia seja o substituto legal do presidente Michel Temer, que acaba de deixar o hospital. O Poder Judiciário, no momento em que o governador de um dos principais Estados do país sofre pesadas acusações de um ministro, entrou de folga (e, ainda por cima, legalizou-a)


O Direito em repouso


O Dia do Servidor Público, 28 de outubro, caiu num sábado. Como não dá para repousar duas vezes no mesmo dia, o Supremo transferiu o feriado para esta sexta, dia 3, em que supostamente haveria trabalho normal. Com isso, a folga do STF já começa hoje, porque 1º de novembro é feriado para o Judiciário; o dia 2, amanhã, é Finados; e o dia 3, que não era feriado, agora é um supremo feriadão. E não vale só para o Supremo: o STJ aderiu. Não é por ter 60 dias anuais de férias e cinco feriados além dos válidos para o restante da população que as togas devam sofrer a perda de um feriado.


Bico fechado, tá?


O caro leitor não deve reclamar da nova folga dos togados. Se tivesse se dedicado mais aos estudos, em vez de ficar reclamando do pouco empenho dos supremos escolhidos, poderia ter alcançado o conhecimento jurídico de um Dias Toffoli; ou, versando-se em comunicação, talvez pudesse igualar-se à esfuziante oratória de um Marco Aurélio. Esforçando-se na arte do bom relacionamento, emularia, é possível, um Gilmar Mendes, E, caso tivesse mergulhado na leitura do clássico de autoajuda Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie, ficaria em melhores condições para pleitear um lugar de destaque, como o de Ricardo Lewandowski. Não conseguiu tão boa posição? Quem mandou não estudar o que deveria?


É coisa deles


Um fato da maior importância para o Brasil ocorreu no Exterior: dois dirigentes da campanha de Trump são investigados pelo FBI por permitir interferência de outros países na eleição. Um já está preso, outro ainda não.

“Falando sério, não acredito em nada sobrenatural. Mas saliento que satanistas não pagam dízimo.” (Pócrates)
“Vida após a morte? Acredito. Eu mesmo já morri várias vezes.” (Pócrates)


“É entre um pataço e outro que os jumentos se conhecem.” (Pócrates)
“A podridão neste país troca de embalagem, mas o cheiro não muda.” (Pócrates)          

“Criança com liberdade incondicional acaba como um adulto cumprindo cadeia.” (Pócrates)



“Não sonho em ser gente. São muitos compromissos e problemas psicológicos.” (Leão Bob)
“Não gostamos de hienas. Elas gostam de se apoderar do trabalho dos outros. Os socialistas da savana são as próprias.” (Leão Bob)
“Sim, aqui na savana existem leões gays. Mas eles são discretos, não andam de agarramentos em público.” (Leão Bob)


“Antes me tornar um animal empalhado que um vegetariano.” (Leão Bob)
“Li ontem como agem as turbas em diferentes lugares do mundo. E pensar que os humanos se acham o máximo.” (Leão Bob)
“Meus donos fizeram algazarra nesta madrugada. Acho que tinha gente no cio.” (Bilu Cão)
“Estive pensando: já imaginou se minha mãe fosse uma traça?  (Bilu Cão)


“Caso o meu dono não leve a sacolinha eu não faço cocô fora de casa. Fico constrangido.” (Bilu Cão)


“No futuro a humanidade será comandada pelos cães. Ou não.” (Bilu Cão)
“Nós cães não votamos, mas acredito que faríamos melhor.” (Bilu Cão)

PODER E SABER

Não há porque ser arrogante
No poder e no saber
Pois mesmo todo o poder nem tudo pode
A morte que o diga
E quanto ao saber
Por mais que o ser o tenha em abundância
Ele é um pomar que não para de dar frutos.

O BRASIL NÃO ERA ASSIM por Percival Puggina. Artigo publicado em 06.11.2017



Se você ainda não está naquela fase da vida em que a gente começa a ser chamado de tio ou de tia, talvez não saiba o que vou lhe contar: o Brasil não era assim. É muito possível que professores lhe tenham dito que o Brasil é uma zona desde que os portugueses fizeram um loteamento no litoral brasileiro. Mas isso é falso. Nossa tragédia federal, estadual, municipal, fiscal, educacional, judicial, eleitoral, familial e moral não a herdamos de Portugal.

O que você vê e denuncia é deliberada construção da corrente política que se assenhoreou da consciência do povo brasileiro. Para alcançar esse objetivo incutiu-lhe o que de pior se pode coletar na filosofia e no pensamento político contemporâneo. Não, não se chega ao ponto em que estamos sem que isso seja produto de deliberadas ações políticas e culturais.

Senão, vejamos. Estímulo a toda possibilidade de conflito entre classes sociais, entre masculino e feminino, entre brancos e negros, entre homossexuais e heterossexuais, entre filhos e pais. Deliberada confusão entre autoritarismo e exercício da autoridade. Contenção da polícia e proteção ao bandido; vitimização deste e culpabilização de sua vítima. Redução da autoridade paterna, demasias do ECA, diluição do sentido de família num caleidoscópio de variantes afetivas. Laicismo e interdição à religiosidade e à moral cristã. Incentivo político e jurídico a ações violentas contra a propriedade privada. Desumanização do humano e "humanização" dos animais. Justa proteção à flora e à fauna, às reservas naturais, aos santuários de procriação e desova, em berrante paradoxo com o estímulo ao aborto. Recursos públicos para a marcha das vadias, parada gay e marcha pela maconha. Hipertrofia do Estado, corporativismo e aparelhamento da máquina pública. Escola com partido, kit gay, ideologia de gênero. Desvio de recursos das atividades essenciais do Estado para abastecer os fazedores de cabeças no ambiente cultural, tendo como resultado a degradação da arte e do senso estético. Combate sistemático ao bem e ao belo.

O consequente crescimento da criminalidade, da insegurança e das muitas formas de lesão à vida e ao patrimônio das pessoas é respondido com desencarceramento, abrandamento das penas, abandono do sistema carcerário e desarmamento da população ordeira.

Ter posição adversa aos itens listados acima é obrigação cívica, dever moral. É uma justificada repulsa que não atinge diretamente quem quer que seja, mas atitudes e condutas que, estas sim, afetam a vida das pessoas, suas famílias e a sociedade. Portanto, são males políticos e morais e, por motivos que saltam aos olhos de todo observador, provêm da mesma banda do leque ideológico. Qualquer exceção é ponto fora da curva e como tal deve ser visto. As naturezas são diversas, mas bebem água na mesma fonte.

No entanto, se você os denunciar, se mostrar a malícia de sua natureza e a necessidade de mudar diretrizes na vida social e política, surgem os xingamentos: Discurso de ódio! Preconceito! Censura! Fascismo! Direita raivosa! Quem perambula, ainda que eventualmente, nas redes sociais, por certo se depara com esses adjetivos sendo despejados sobre quem cumpre o dever cívico de se opor ao intolerável.

A situação e os problemas descritos decorrem da sistemática destruição dos valores que a eles se opunham, quando o Brasil não era assim. Para os destruir, investiu-se contra a família como instituição fundamental da sociedade e se combateu a Igreja até a anulação de sua influência.


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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

BRASIL ADVERTE MORALES SOBRE DECLARAÇÕES HOSTIS


O presidente cocaleiro boliviano Evo Morales, que é amigo do ex-presidente Lula, foi advertido de que o governo brasileiro cancelará sua visita em caso de hostilidades na agenda ou em caso de declarações sobre política interna brasileira. Sua visita, semana passada, foi adiada de última hora em razão dos problemas de saúde que resultaram na cirurgia do presidente Michel Temer. Nova data vem sendo negociada.

NEM VEM QUE NÃO TEM 


“Soubemos de um ato político e avisamos que isso não seria bem recebido”, informou fonte altamente qualificada do Palácio do Planalto.


OLHO NO OLHO 

A advertência do Brasil à Bolívia, clara, dispensou carta ou ofício: foi tema de conversa entre diplomatas de ambos os países.


MÃO BOBA 


Morales tem afrontado o Brasil desde sua posse, desde quando invadiu com tropas a refinaria da Petrobras, de R$5 bilhões, e a “nacionalizou”.



PELANCOS DE DITADORES

 Morales é do grupo de semi-ditadores populistas “bolivarianos”, aliados do PT, que usam a democracia para destruí-la e se manter no poder.

Claudio Humberto

FOFUCHO


“O segundo melhor amigo do homem é o rocambole.” (Fofucho)

FILOSOFENO


“Um relacionamento que se expressa entre tapas e beijos tem tudo para terminar em tragédia.” (Filosofeno)

CLIMÉRIO


“Não há tesão que resista a mau-hálito.” (Climério)

ERIATLOV


“Há em nosso país um pássaro que precisa ser extinto: o chupim de sindicato.” (Eriatlov)

DEPUTADO ARNALDO COMISSÃO


“A fruta preferida dos políticos é a laranja; preciso desenhar?” (Deputado Arnaldo Comissão)