domingo, 13 de março de 2016

Protestos em Porto Alegre reuniram 140 mil manifestantes


Os protestos de hoje em Porto Alegre reuiniram 140 mil pessoas, segundo os organizadores, e 100 mil de acordo com a Brigada Militar.

Seja qual for o número, nunca, antes, na história de Porto Alegre, tanta gente reuniu-se num só lugar para pedir o impeachment de um presidente.

Todos querem Dilma fora do Palácio.

Políbio Braga

WILLIAM WAACK UMA AULA DE TRÊS MINUTOS

Sou ateu, mas contra o mal estamos juntos

Um antissemitismo de esquerda. Por Roger Cohen

Do New York Times, e publicado em O Estado de S. Paulo, edição de 9 de março de 2016


No mês passado, um copresidente do Labour Club da Universidade Oxford, Alex Chalmers, demitiu-se em protesto pelo que descreveu como "crescente antissemitismo entre os membros". Uma "grande proporção" do clube "e a esquerda estudantil de Oxford, de forma geral, têm algum tipo de problema com os judeus", disse ele num comunicado.

Chalmers referiu-se a membros do comitê executivo do clube que usam o termo "zio" - insulto comum na Ku Klux Klan. Referiu-se a expressões como "solidariedade com o Hamas" e à defesa explícita de suas "táticas de assassinar civis indiscriminadamente". E aos que consideram qualquer preocupação com antissemitismo como "apenas sionistas berrando por nada".

O espírito nas universidades nos dias de hoje, em ambos os lados do Atlântico, é de identidade e liberação política. Judeus, é claro, são uma minoria, mas por meio de um prisma cultural em voga são vistos como a minoria que não o é - minoria branca, privilegiada e identificada com um Estado "imperialista colonialista", Israel. São as antivítimas numa cultura de vitimização. Os judeus são, ao que parece, a única vítima histórica cujas queixas são dúbias.

Uma ex-aluna que deixou há pouco Oberlin, Isabel Storch Sherrell, postou no Facebook que ouviu estudantes minimizando o Holocausto como simples "crime de branco contra branco".

... Ignorância. O que choca na síndrome antissionista que resvala para o antissemitismo é sua natureza anti-histórica. Ela nega a longa presença judaica na Terra Santa e seus laços com a região. Menospreza a relação fundamental entre o antissemitismo europeu assassino...

Noa Lessof-Gendler, estudante na Universidade Cambridge, queixou-se no mês passado no Varsity, um jornal do câmpus, que sente antissemitismo "na palavra ‘zio’ flutuando em grupos de esquerda". Escreveu ela: "Sou judia, mas isso não significa que tenha sangue palestino nas mãos ou que deva ficar nervosa com as conversas ouvidas quando ocorre a visita de um palestrante israelense".

A ascensão do esquerdista Jeremy Corbin à liderança do Partido Trabalhista, na oposição na Grã-Bretanha, parece ter dado poder a uma esquerda para a qual o apoio aos palestinos não está sujeito a críticas, e para a qual, nas palavras de Alan Johnson, teórico de política britânico, "o que o demoníaco judeu um dia foi, o demoníaco Israel é hoje".

Corbyn não é antissemita. Mas chama o Hamas e o Hezbollah de "agentes da paz de longo prazo, da justiça social e da justiça política em toda a região". O britânico, certa vez, convidou ao Parlamento um islamista palestino, Raed Sallah, que sugeriu que não havia judeus no World Trade Center no 11 de Setembro. Corbyn chamou-o de "cidadão honrado".

Os "corbynistas" nas universidades britânicas vangloriam-se de sua luta "contra a colonização racista da Palestina", como disse um estudante de Oxford, James Elliot. Ele perdeu por pouco numa tentativa de se tornar o representante jovem no comitê executivo do Partido Trabalhista.

Ignorância. O que choca na síndrome antissionista que resvala para o antissemitismo é sua natureza anti-histórica. Ela nega a longa presença judaica na Terra Santa e seus laços com a região. Menospreza a relação fundamental entre o antissemitismo europeu assassino e a decisão dos judeus sobreviventes de abraçar o sionismo na convicção de que só uma pátria judaica poderia mantê-los salvos.

Ela não vê importância na base legal do moderno Estado de Israel na Resolução 181 das Nações Unidas de 1947 - que não era "colonialismo", mas a vontade do mundo pós-Holocausto. Exércitos árabes foram contra essa vontade e perderam.

Como Simon Schama, o historiador, afirmou no mês passado no Financial Times, Israel de 1948 surgiu como resultado da "desumanização dos judeus durante séculos".

O Estado de Israel era necessário. A História o demonstrou. Por isso, sou sionista - atualmente, um palavrão na Europa. Hoje, são os palestinos na Cisjordânia os desumanizados, pela dominação israelense, expansão dos assentamentos e violência. A Cisjordânia é o túmulo de Israel como Estado judeu e democrático. Os palestinos, por sua vez, incitam e recorrem à violência contra os judeus, incluindo ataques aleatórios a faca. A opressão aos palestinos deveria incomodar a consciência de cada judeu. Mas nada justifica o ódio contido no "antissionismo antissemita" (expressão de Johnson) que levou Chalmers a demitir-se e se infiltra nas universidades britânicas e americanas.

Falei com Aaron Simons, estudante de Oxford que presidiu a associação judaica da universidade. "Existe um estranho ruído mental", disse ele, "no tom e na atitude com que falam com você como judeu nesses círculos políticos de esquerda cheios de hostilidade. Essas pessoas são muito exigentes quanto ao que constitui antissemitismo".

Johnson, escrevendo no Fathom Journal, enumerou três componentes do antissionismo antissemita de esquerda. Primeiro, "a abolição da pátria judaica. Não se quer a Palestina ao lado de Israel, mas a Palestina no lugar de Israel". Segundo, "um demonizante discurso intelectual" que sustenta que "sionismo é racismo" e objetiva "a sistemática nazificação de Israel". Terceiro, um movimento social global para "excluir um Estado - e apenas um Estado - da vida econômica, cultural e educacional da humanidade".

Criticar Israel é uma coisa necessária, a ser feita com rigor. Demonizar Israel é outra, uma punição familiar repaginada pela mesma política - de identidade e liberação - que deveria englobar a milenar luta judaica contra a perseguição. 

/ TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

Roger Cohen - jornalista, colunista do New York Times

JN RESPONDE PARA ADVOGADOS DE LULA

“O melhor do socialismo fica restrito ao papel. Na prática é miséria pura, tanto material quanto intelectual.” (Eriatlov)

“Nunca esperei nada do PT. Só não sabia que fariam chover corruptos.” (Eriatlov)

Milhões nas ruas, sem tubaína e mortadela. Isso é democracia, é exercer a cidadania. Aprendem canalhas vermelhos, o vento muda de direção, a chuva da verdade chega e desmancha a maquiagem dos reis da propaganda. E só.

O que queremos



A imprensa diz que os manifestantes fazem fila para tirar foto com a polícia.

Não se trata de uma extravagância.

Na verdade, os brasileiros só querem uma coisa: a lei.

Que é perfeitamente representada por um modesto juiz do Paraná.

O Antagonista

Valeu São Paulo!- Dado da PM: 1,4 milhão de pessoas na Paulista, no horário de pico.

Minha mãe mandou um bilhete para Jesus pedindo para que eu fosse padre. Jesus já meio cego leu ‘podre’. Cá estou.

O país não suporta mais os rompantes do molusco. Que caia logo na rede da tia Justa, no mar do Paraná ou no salgado paulista.

A união também faz a forca, não apenas a força.

Firmeza e Serenidade. Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

"Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!"

(Fernando Pessoa, no Livro do Desassossego)

Imperdoável, é o que penso, foi o que Lula fez consigo mesmo e com o país: teve todas as oportunidades para transformar verdadeiramente o Brasil e limitou-se a uma maquilagem, um arremedo de mudança.

Na década de 90 do século XX ganhei de um sobrinho uma estrelinha do PT, muito tosca, que ele comprou num dos comícios que assistia na Cinelândia, aqui no Rio, por ocasião das primeiras vezes que Lula se candidatou a presidente.

Passado um bom tempo, a imagem de Lula só crescia graças ao carinho da Imprensa e, sobretudo, com a adesão de intelectuais, artistas e acadêmicos, que louvavam o Lula.

Seu entusiasmo e sua argumentação eram de tal ordem que me convenceram a votar numa pessoa sem instrução, o que, para mim, era um anátema: um presidente da República sem instrução formal.

Assim, votei no Lula em 2002, e foi com muita fé que o fiz.

Logo a seguir, começo a ver, pelas notícias que a Imprensa dava, sempre com certa complacência para com Lula, que o grande líder do PT ainda não absorvera a grande lição que nasceu nos EUA nos idos das décadas de 30 e 40 do século passado: there’s no free lunch.

É quase que o 11º Mandamento, pois está mais do que provado que não há almoço grátis.

Mas Lula e o PT não acreditaram na lição.

São muitos os exemplos do uso do que é Público como se fosse Privado. O primeiro foi a estrela vermelha do PT transformada num canteiro no Palácio da Alvorada que, vale lembrar, é tombado. Foi o sinal dado: chegamos aqui, agora o Brasil é nosso.

E foi deles até agora.

Pintaram e bordaram.

Passamos pelo Mensalão e agora estamos no Petrolão. Quer dizer, de horror em horror.

Hoje temos um Brasil em frangalhos, economicamente julgado como trash pelas agências de classificação de risco. Com a maquilagem derretendo e deixando à mostra a pobreza que ainda fere a alma e o coração de milhões de brasileiros.

Lula perdeu muito de sua popularidade. Mas ainda é idolatrado pelos fieis militantes do PT. Como, por exemplo, o Sindicato dos Bancários que, mesmo depois de ver violentado o direito de milhares de seus filiados no escândalo dos imóveis que a Bancoop administrava, ainda assim abriu suas portas para que Lula se queixasse da Justiça brasileira. Foi quando ele se declarou uma jararaca viva e prestes a dar o bote. 

Como ele se conhece muito bem, nada a contestar.

Lula hoje é um homem muito rico. Só com o que ganhou em suas soi-disant palestras pelo mundo afora, já dava para ele comprar seus imóveis e bancar suas viagens. Não precisava depender de amigos e empreiteiras. 

Um Brasil dividido entre nós e eles é tudo que menos precisamos. Mas é essa a oração do Lula e que dona Dilma, entusiasmada, adotou. A ponto da presidente abandonar Brasília, nesse momento tormentoso que atravessamos, para ir a São Paulo, no Aero-Lula, fazer uma visita de apoio ao Líder.

No meio de todas as notícias da semana passada (4 a 11 de Março) uma declaração de dona Dilma causou espécie. Ela concedeu à Oposição "o direito de divergir de modo absoluto, mas com limites". Se não doesse muito, eu até riria!

Por último, ela convidou o ex-presidente a fazer parte de seu Ministério. Isso eu não acredito que Lula aceite. Seria uma covardia com sua mulher e seu filho.

A defesa de Lula alega que não é possível impedi-lo de fazer uso de seu direito de expressão. Claro que não. Mas o mínimo que Lula pode fazer é ter a grandeza de pedir firmeza e serenidade aos seus militantes, assim como esse é o mesmo apelo que os líderes da Oposição devem fazer aos seus seguidores. .

Mostrar mais amor ao Brasil que ao Poder, isso é o mais importante.

Mas Lula é o único que pode jogar água na fogueira que acendeu. E deve começar por exigir dos petistas respeito pela Imprensa e pelos jornalistas que cumprem seu dever para conosco, cidadãos.

Só há uma coisa que nós, pessoas comuns, podemos fazer: não admitir que nossas manifestações descambem para a violência. Exigimos respeito.

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa* - Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa. 

De paz e amor a jararaca. Por Fernando Gabeira

A crise brasileira é tão asfixiante que às vezes preciso de uma pausa, ouvir música, ler algumas páginas de romance. Em síntese, recuperar o fôlego.

As crises assumem ritmos mais rápidos no seu final. A reação de Lula na entrevista coletiva, ao sair da PF, não me pareceu a de um candidato.

Em 2002 foi difícil vencer com o "Lulinha paz e amor". Em 2018 será impossível vencer como jararaca. Um candidato não se identifica com uma cobra peçonhenta. Nem se considera a alma mais honesta do Brasil. Verdade que seu marqueteiro está na cadeia. Mas onde está a intuição política que sempre lhe atribuem?

Ele perdeu a cabeça e, com ela, a chance de representar a serenidade do inocente. Seu marqueteiro representou. Não evitou a cadeia, mas, pelo menos, era um script mais elaborado.

Lula queria ser algemado. O marqueteiro e a mulher, também. Eles colocaram as mãos para trás, incomoda menos que as algemas reais, mas não tem o mesmo efeito. No fundo, um tremendo esforço para se fazer de vítima, conquistar pela emoção a simpatia que os fatos liquidaram.

Na Justiça, a decisão vai trabalhar com os fatos. Se alguém, realmente, quer contestar suas provas, precisa argumentar também com evidências.

Nem sempre as decisões na esfera do crime são bem recebidas. Em muitos pontos do Rio, prisões resultam em protestos, queima de pneus e bloqueios. Alguns líderes religiosos, quando presos, também emocionam seu rebanho.

No campo da política, há sempre o cuidado com os conflitos sociais. Para quem viu conflitos sociais, o que aconteceu na sexta passada foi apenas uma briga de torcidas e, na verdade, mais pacíficas que as de futebol.

Leio num jornal brasileiro que iriam buscar, entre outros, um gesto de solidariedade de Nicolas Sarkozy. Leio num jornal francês que Sarkozy também está às voltas com a polícia. Sujou, bro.

Apesar de seu ritmo, os últimos dias têm trazido uma ponta de otimismo, mesmo nos mercados, que são tão voláteis. Esse otimismo está baseado na queda de Dilma, mas deve ser estendido também a Eduardo Cunha. 

Os dois são rejeitados pela maioria. Não se trata apenas de festejar uma queda, desfazer-se de uma pedra no caminho. É criar uma chance de, superando o impasse político, recuperar a economia.

O que move as pessoas no domingo não é só a unânime luta contra a corrupção, mas também a clareza sobre as dificuldades cotidianas. Elas podem não ter uma noção clara do que deva ser feito. Mas sabem que algo precisa ser feito. E urgente.

Sempre que foi preciso, a sociedade brasileira manifestou-se claramente. Será assim no domingo e, para dizer a verdade, não acredito em conflitos, como algumas vozes do PT sugerem e Dilma confirma, a seu modo, pedindo paz.

As coisas vão se resolver de forma tranquila e o bicho-papão não tem como amedrontar ninguém. Escaramuças pode haver, mas seriam mais um caso de polícia: mais gente presa e neutralizada.

É ingênuo supor que as pessoas, dando-se conta de que o País está à deriva, com um governo que se elegeu com grana da Petrobrás, numa enorme crise econômica, vão ficar em casa só porque uns caras de camisa vermelha fazem cara feia ou gestos obscenos com o dedo.

Quando as pessoas denunciam a corrupção estão baseadas em fatos reais, documentados, investigados com rigor. Sabem que a Petrobrás foi saqueada, sabem dos milhões de dólares que foram repatriados. Não adianta cara feia. Se isso fosse uma saída histórica, bastava saquear o País e dizer: não me prendam porque senão vamos para as ruas gritar; não apareçam para protestar porque estou bravo, viro uma jararaca.

Outro dia, o bispo auxiliar de Aparecida recomendou aos seus fiéis pisarem na cabeça da jararaca. E um juiz condenou um adversário do PT a pagar multa de R$ 1,00 por ter criticado o partido. E ironizou que é um partido que tem a pessoa mais honesta de todas.

O bispo via a luta contra a jararaca como a luta entre o bem e o mal. Quem se colocou como cobra venenosa foi o próprio Lula. E o fez num recado para a Justiça. É uma declaração subconsciente de culpa: jararaca eu sou, acontece que vocês não atingiram minhas funções vitais, sigo sendo uma cobra venenosa.

Dilma reclamou de injustiça, mas até hoje não defendeu Lula no mérito. Colaborou na forma: protestou pelo fato de a Lava Jato tê-lo levado a depor debaixo de vara.

Inconscientemente, Lula pediu para ser destruído. O bispo levou-o ao pé da letra. A Lava Jato certamente entendeu de outra forma. E optou pela pesquisa. São os fatos que já existem e os que ainda não foram divulgados que vão definir o destino do governo e de Lula.

Tanto parlamentares como juízes precisam saber claramente o que a sociedade pensa. Não trabalham com pesquisa e, de qualquer forma, não se antecipam nunca. São viciados no único estímulo: um sopro na nuca, de preferência um vento bem forte, 100 km por hora.

Em outras palavras, a manifestação de domingo pode ser o sopro que falta para romper o impasse político. 

Mas, de qualquer maneira, a vaca já foi pro brejo. Não há horizonte com o governo Dilma, exceto empobrecer mais, enquanto ela luta por se agarrar no cargo.

No domingo há, ainda, a chance de uma aproximação maior de todos os que querem mudança. É fundamental que estejam próximos durante a travessia até 2018. Esta, sim, já me preocupa mais que as bravatas de Lula. Precisa de um mapa do caminho para recomeçar em 2018 com a economia recuperada e um grau de consciência nacional que não deixe jamais o Brasil chegar ao ponto a que chegou.

Essa é minha esperança. Por ela vou às ruas. Não para me expressar, pois isso posso fazê-lo com liberdade na imprensa. Nem para flertar com a política, interesses partidários ou eleitorais. Vou para a rua porque acho que é o lugar onde devem estar todos os que queiram tirar o Brasil do buraco e encerrar este triste episódio histórico.

Vou para a rua porque é onde devem estar todos os que queiram tirar o Brasil do buraco.

*** *Fernando Gabeira*- é escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro. Atualmente na Globo News, onde produz semanalmente reportagens sobre temas especiais, por ele próprio filmadas (no ar aos domingos, 18h30, e em reprises na programação). Foi candidato ao Governo do Rio de Janeiro nas últimas eleições. Articulista para, entre outros veículos, O Estado de S. Paulo e O Globo, onde escreve aos domingos.

Seu blog é no www.gabeira.com.br

O ex-Governo e seus ex. Coluna Carlos Brickmann

Mais uma vez, o mundo se curva ante o Brasil: nunca dantes na História universal um país teve a oportunidade de ser governado ao mesmo tempo por dois ex-presidentes. Se Lula virar ministro - de qualquer Ministério, até mesmo o da Pesca - Dilma terá deixado de ser presidente, embora continue no palácio, com mordomias, dieta Ravenna, passeios de bicicleta com seguranças e avião oficial. Lula, o ex-presidente, vira o governante de fato. Se a Bolívia não tem mar mas tem ministro da Marinha, se no Gabão há Ministério da Justiça, por que não podemos ser governados por dois ex-presidentes, ou por apenas um, ou nenhum?

Pode ser - mas só amanhã saberemos se o atual ex aceitou o convite da futura ex para assumir algum Ministério. Por que a demora? Porque, claro, a opinião pública maldosa talvez conclua que Lula terá sido nomeado ministro para ganhar foro privilegiado e assim escapar da caneta do juiz Sérgio Moro. Se a nomeação saísse nos últimos dias, a manifestação Fora Dilma, Fora PT deste domingo, que mostra potencial para ser a maior de todas, cresceria ainda mais. Melhor esperar.

Vladimir Putin governou a Rússia como presidente, ex-presidente e presidente de novo. Mas a Rússia é parlamentarista, tem primeiro-ministro, e o Brasil é presidencialista. Lula não é Putin. O preposto de Putin na Presidência, Dmitri Medvedev, não é Dilma. Aceitou bem seu papel de poste e não tentou escantear o líder. 

Claro, prepostos sempre têm algo em comum: os discursos de Medvedev também são incompreensíveis. Mas só porque são em russo. É diferente.

Lembrando

Terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a derrota das ditaduras, o ditador Getúlio Vargas balançou no poder, mas ainda tinha apoio para manter-se. Tentou reforçar sua posição: nomeou para o cargo mais importante da segurança pública, a chefia de Polícia do Rio, seu irmão, Benjamin "Beijo" Vargas. 

Os generais rejeitaram a tentativa de golpe presidencial. Getúlio foi deposto. 

Novidade

No PT, anunciou-se que Lula poderia ir para a Casa Civil, de onde comandaria o esforço para reerguer o Governo (Jaques Wagner iria para outro posto importante). Só que a Casa Civil carrega uma maldição: José Dirceu foi preso, Erenice Guerra foi demitida após acusação de favorecimento de parentes e amigos, Antônio Palocci foi demitido depois que se apurou a multiplicação de seu patrimônio. 

Lula seria uma novidade: já assumiria submetido a várias investigações.

A hora da xepa

Como está o clima em Brasília? Ricardo Kotscho, que gosta pessoalmente de Lula, que foi seu secretário de Imprensa na Presidência, eleitor fiel do PT, define a situação do Governo como "fim de feira". E tudo tende a piorar. Jornalistas políticos, como José Nêumanne, batem pesado: "Faltar à manifestação", diz Nêumanne, "será favorecer o crime organizado". Lojas se associam à convocação, como a rede de lanchonetes Habib’s. Há as delações do pessoal da Odebrecht, a homologação da delação de Delcídio, o interrogatório do marqueteiro João Santana e de sua esposa. 

Na política, Renan Calheiros se uniu a Michel Temer, reunificando o PMDB, e o comando do partido decidiu agir de acordo com o PSDB. Nem chega a ser traição: o PMDB crê que Dilma não tem como se sustentar e é preciso cuidar do futuro. Se Dilma sofrer impeachment (ou renunciar), assume Temer. Se a chapa for cassada pelo TSE, quem assume é Eduardo Cunha, para convocar eleições. Não dá (veja abaixo: Cunha tende a enfrentar novos problemas). 

Temer, num grande acordo partidário, seria a saída menos traumática.

Tiro ao Cunha

Lembra das contas na Suíça, com US$ 5 milhões, que alimentavam as despesas de Eduardo Cunha e família? São só o começo. O Supremo investiga, no total, 13 contas na Suíça e em outros países, nas quais, supõe-se, foram parar pouco mais de 50 milhões de acarajés. Quem indicou o caminho foi a Carioca Engenharia, responsável pelas obras do Porto Maravilha, no Rio. Cinco contas abastecidas com dinheiro de propina, dizem os delatores da Carioca, seriam com certeza de Cunha; sobre outras quatro não há certeza, mas a probabilidade é alta. E há as quatro já identificadas, das quais Cunha diz receber apenas os rendimentos.

Liberdade, liberdade

Mas, apesar de tudo, não há apenas más notícias para os petistas mais próximos de Lula e Dilma. A Turma do Mensalão vai sendo silenciosamente liberada das punições a que foi submetida nos velhos tempos, quase esquecidos, do ministro Joaquim Barbosa. João Paulo Cunha, que foi presidente da Câmara, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares acabam de ter a pena extinta pelo Supremo Tribunal Federal. José Genoíno, ex-presidente do PT, e Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, receberam o benefício há um ano. Os próximos condenados, com boa chance de ter a pena extinta, são os ex-deputados Valdemar Costa Neto, ex-presidente do PL, Roberto Jefferson, ex-presidente do PTB (que fez a denúncia do Mensalão), Bispo Rodrigues, Pedro Henry e Romeu Queiroz; o advogado Rogério Tolentino; e o ex-vice-presidente do Banco Rural, Vinícius Samarane.

O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu pediu o benefício, mas não foi atendido.

Chumbo Gordo - www.chumbogordo.com.br
carlos@brickmann.com.br
Twitter: @CarlosBrickmann

DÁ-LHE PARANÁ!- Curtiba: 160 mil, com frio e garoa

Lenda

“Comunista inteligente é lenda.” (Eriatlov)

Mal entendido

“Questão de interpretação. Algumas construtoras brasileiras não entenderam que era para adotar menores abandonados e não maiores corruptos.” (Eriatlov)

Nós queremos Lula presidente... do Corinthians. Brincadeira corintianos, brincadeira.

“Nós estamos falando de um ex-presidente que teve a maior aprovação da história do país e é uma das lideranças mais respeitadas do mundo”. (Edinho Silva)

Até não cair a máscara e as calças. Deu.

NEUROS EM TRANSE- Dilma defende Lula e UNE - e ignora o protesto das multidões contra ela

Deve ter comido bolinha de cinamomo quando criança. Ou não?

RENUNCIA DRAGÃO, RENUNCIA!- Dívidas devem provocar explosão de quebras e recuperações judiciais no ano

O SAPO DELIRANTE- São Bernardo: Lula fala com petistas que se reúnem em frente a sua casa

Quem sabe irá mostrar mais alguns presentes levados de Brasília de maneira ilegal? Será que teve mortadela para todos? Tratar 400 asnos com sanduíches não é tarefa fácil.

UMA MULTIDÃO PARA ENCHER SALA DE CINEMA- 400 apóiam Lula em São Bernardo do Campo

BARBARIDADE!- Apoio a Dilma reuniu 350 na Redenção em POA. Um fracasso retumbante dos liliputianas gaúchos.

Numa postagem no twitter, Rui Falcão escreveu coxinhas com ch. Se o presidente do partido é analfabeto o que se pode esperar do restante dos partidários?



Do blog O ANTAGONISTA

Não nos iludamos liberais!

Não basta Dilma cair. Não basta o PT deixar o governo. Precisamos de muitas reformas, urge modernizar o pensamento nacional, hoje voltado para fazer biquinho e sugar as tetas  da nação. Não será do dia para noite que entraremos na estrada certa, mas é fundamental dar os primeiros passos. 
Devemos buscar conhecimento nas nações que avançam, não no fundo das cavernas de regimes primitivos e cerceadores de liberdades.
Menos coletivismo, mais valorização do indivíduo!

PELO BRASIL E POR SÉRGIO MORO! por Percival Puggina. Artigo publicado em 13.03.2016

Dentro de meio século, os livros de História estudarão estes últimos 14 anos num capítulo intitulado "Início do século - A ruptura com o processo civilizador". Na perspectiva possibilitada pelo transcurso das décadas, resultará evidente que o Brasil destes tempos sombrios rompeu vínculos com referências essenciais à vida civilizada.
 A mais recente face dessa cisão ficou nítida na entrevista do ex-presidente Lula após seu depoimento à Polícia Federal. Falou ali o autor do desastre brasileiro, com todas as suas consequências sociais, políticas, econômicas, éticas e culturais. Já em 2005, um país que não estivesse cabresteado rumo à barbárie por lideranças nisso interessadas teria desembarcado o governante no primeiro porto que a Constituição permitisse. Malgrado tudo, os verbos ser, estar, permanecer e ficar vêm sendo corrosivamente conjugados por ele e pelos seus ao longo de 14 anos. A nação foi levada à barbárie e em muitos aspectos reproduzimos, no ambiente urbano, a anomia selvagem do nosso século XVI.
A operação Lava Jato demonstrou, com abundante material probatório, confissões, devoluções de quantias e discriminação de fatos e datas, que algumas das maiores empreiteiras do país envolveram-se com o governo em negócios escandalosos e multibilionários, para benefício próprio e dos partidos da base. E Lula considera perfeitamente normal que essas mesmas empresas e indivíduos atendam demandas materiais, pessoais e familiares, segundo luxuosos padrões de qualidade, porque, conforme admitiu, tem amigos e gosta do que é bom. (Leia o texto inteiro emhttp://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/percival-puggina/noticia/2016/03/pelo-brasil-e-por-sergio-moro-5096871.html

Datafolha diz que 76% dos brasileiros apóiam Moro contra Lula


Uma pesquisa Datafolha publicada neste domingo revela que o brasileiro compreendeu que o lulopetismo alojado na organização criminosa em que se transformou o PT e o governo Dilma, é verdadeira ameaça ao estado democrático de direito.

Segundo os leitores da Folha, 76% aprovaram a condução coercitiva do ex-presidente Lula.

Os resultados:

O juiz Sérgio Moro agiu corretamente - 76%
Ele agiu mal - 22%
Não souberam responder  - 2%

Políbio Braga

COM VOCÊS, O JARARARECO!

GOVERNO TEME A DEBANDADA DE PARTIDOS ALIADOS

O Palácio do Planalto percebe a deterioração crescente da sustentação do governo. Um levantamento mostra que partidos aliados preparam o desembarque do governo após as manifestações deste domingo (13). O movimento de desembarque é coordenado pelo PMDB, maior aliado da presidente Dilma. Partidos aliados aguardam o fim da janela de transferência, sexta (18), para deixar Dilma falando sozinha.

Cláudio Humberto

Parlamentarismo sim, mas com novas eleições. Sem essa de blindar Dilma. O mal que fez ao povo brasileiro não pode ficar impune.

NO PARLAMENTARISMO, DILMA FICARIA NO ALVORADA

Cresce no Congresso a proposta de saída da crise por meio do parlamentarismo como sistema de governo. A ideia é preservar Dilma, sem submetê-la a impeachment, mas ficaria quietinha no Palácio da Alvorada recebendo visitantes estrangeiros, entregando comendas e distribuindo gritos a subalternos. Governaria o País o primeiro-ministro a ser eleito pelo Congresso. Lideranças importantes do PT já aceitam.

 PRIMEIRO-MINISTRO
Já surgem os primeiros nomes para o cargo de primeiro-ministro: o atual vice Michel Temer e o senador José Serra, a caminho do PMDB.

 MATURAÇÃO
A ideia de parlamentarismo vinha sendo debatida internamente no PMDB desde o ano passado, como revelou esta coluna em setembro.

 COINCIDÊNCIA?
O Supremo Tribunal Federal deverá decidir na próxima semana sobre a constitucionalidade de projetos instituindo o parlamentarismo no País.

 HÁ PROPOSTAS
Há diferentes projetos sobre parlamentarismo no Brasil. A proposta mais comentada é de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Cláudio Humberto

Que hoje, 13 de março, seja um dia para sempre lembrado como o marco inicial de um Brasil livre da ameaça retrógrada comunista. Fora PT!