sábado, 30 de novembro de 2019



SEM PRESSA
Enquanto mente lúcida e corpo em pé
Não há pressa para entrar naquela cidade
Onde para morar entram todos deitados e quietos
Mesmo os inconformados.


Se todos os políticos desonestos do Brasil
Pulassem da Ponte Rio-Niterói
Bastava preencher de brita
E teríamos base para um aeroporto.



Amo os animais
Até mesmo os peçonhentos
Pois nenhum deles mata por dinheiro.


Hoje todos os barulhos saíram de casa
O silencio apavorado
Transformou-se em morcego
E instalou-se no escuro do fim do mundo.



Neurônios em falta
Cérebros abundantes em serragem
Ogros que vicejam pelas ruas


JUMENTOS DO BARULHO
Tua mãe está bem chifrudo?
Por que então desassossegas os que estão quietos?
Será que corre pelo racho de tuas nádegas
O tal bicho carpinteiro?



CONFINS

Casinha de sapê nos confins.
-Toc!Toc!
-Quem bate?
- Rodrigo Maia.
- Espere sentado, filho da puta!



Papa?
Qual o quê?
É um pipo mais nocivo que xixi de rato.

METAMORFOSE

De férias escolares, Gustavo há dois não dias não saía do quarto, nem para comer. A mãe preocupada chamou que chamou e nada. O pai arrombou a porta, e sobre a cama lá estava ele jogado sobre o travesseiro, iluminado e colorido. Gustavo havia se transformado num smartphone.
Tanta gente boa morre
E filho d’égua do Maduro
Não apodrece e nem desencarna.