domingo, 26 de março de 2017

NA TOCA DO TATU

Na toca do tatu tinha um toco,
tinha um toco na toca do tatu.
O tatu deu um totó no toco,
e o toco caiu no colo da toupeira.
Tatu, toco, totó e toupeira,
a turma do buraco na maior encrenqueira.

FANTASMAS

Acobertados pelo manto da noite,
saem de suas moradas os fantasmas de todos os tempos
para jogar pedras e bagunçar,
a casa mente dos tolos.

AMIGOS DORIL

Caído depois de um tranco da vida,
às vezes somos levantados por desconhecidos,
porque certos amigos sofrem alergia de problemas e somem.
Porém ressalvo que tais amigos sempre enfrentaram bravamente em nossa casa,
uma gorda costela na brasa e cerveja gelada.

DESESPERANÇA

O pote da desesperança está aberto.
O chapéu do desalento cai sobre os que pensam com clareza.
Que país,
que país de sanguessugas!

ATOLEIRO

Penso,
vejo,
ouço e concluo:
Nossa, que abandono!
O país do futuro é um atoleiro só!
Precisamos de galochas na mente para que possamos transitar pelo barro.

OS BICHOS

Na floresta disse bem o orador papagaio:
somos felizes como bichos livres,
não temos  governo,
não vivemos sob leis  absurdas,
também não somos vítimas impostos escorchantes.
Que se danem os racionais!

VEIO PARA FICAR

“O PT é um partido que veio para ficar. Ficar preso.” (Eriatlov)

SANTA MÁFIA

“Santa Máfia Igreja. Que seja eterna enquanto houver otários.” (Eriatlov)

A TAL CAIXA

“O socialismo comunismo é como uma caixa de merda que levam para lá e para cá. Dizem que não irá feder, mas não tem jeito, um dia fede.” (Eriatlov)

Brezhnev e o Papa

Brezhnev pergunta ao Papa:

-Por que as pessoas acreditam no paraíso católico, mas se negam a acreditar no paraíso comunista?

- É que o nosso paraíso nós não mostramos!

COMUNISMO EM ISRAEL

É possível construir o comunismo em Israel?

-Pode. Mas o que um país tão pequeno vai fazer com uma felicidade tão grande?

AN-POLIT
“Temos um Papa comunista... Só falta agora o capeta se dizer católico.” (Deus)
“Velho, o pessoal do Vaticano está pedindo o número do teu  WhatsApp. Estão chateados contigo, pois dizem eles que o capeta já está com o teu contato na agenda.” (São Pedro)
“Deus, o Papa é argentino, o Messi é argentino. Velho, por acaso você também é argentino?” (São Pedro)

COMO PIRILAMPOS

Religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão.
— Sebastièn Faure

INDIFERENTE

A natureza não é cruel, apenas implacavelmente indiferente. Essa é uma das lições mais duras que os humanos têm de aprender. — Richard Dawkins

INSÔNIA

Insônia. Passava da meia-noite quando Antenor foi à sacada do seu apartamento que ficava no oitavo andar para fumar. A esposa dormia. Sentou-se, acendeu um cigarro e ficou ouvindo o murmúrio noturno da cidade. Algumas frenagens, buzinas e sirenes, sons da madrugada na cidade grande. Enquanto observava a fumaça se dissipando no ar pensava na vida. Já completara 53 anos em boa forma; a vida familiar era harmoniosa, a loja de peças permitia uma vida digna, o filho Rafael de 15 anos tinha boa saúde, bom aluno e não incomodava os pais. O que estaria faltando? O que lhe tirava o sono? Dívidas e inimigos sérios não faziam parte do seu mundo. Ficou remoendo dentro do cérebro perguntas e mais perguntas tentando obter respostas. Fumou mais um cigarro, voltou para seu quarto, acordou a mulher que bem dormia e perguntou: “Amor, você também tem medo da velhice?”

HERANÇA JUVENIL

Meu nome é Antero Gomes. Fui criado no interior de Chapecó. Quando eu tinha quinze anos fomos todos morar na cidade. Completei meus estudos e fui  trabalhar em Manaus. Fiquei por muitos anos sem ver meus parentes, apenas mantendo correspondência. Já estabilizado financeiramente resolvi tirar férias e ficar com meus pais e avós que estavam novamente morando no interior. Sentia muita saudade deles, que nunca foram me visitar por detestarem longas viagens. Todo o encanto do lugar ainda estava lá; o enorme potreiro bem verdinho; frutas; rios; cascatas; porcos; vacas; cabras e ovelhas. Meus pais e avós transbordando de felicidade. Todo dia era dia de festa, de relembrar o passado e rir das minhas aprontadas de menino. Mas uma coisa me intrigava: uma ovelhinha que passava o dia todo olhando para mim. Decidi chegar mais perto dela, e bem juntinho perguntei:
- Por que me olhas tanto?
Fitou-me  com seus olhinhos brilhando de alegria e disse baixinho:
- Papai!

A FILA

A fila ultrapassava cinco quarteirões. O passante curioso perguntou para o último dos esperançosos:
-Fila para emprego?
-Não. Estamos pegando senha para no futuro entrarmos no paraíso.
O passante ficou atônito:
- É grátis?
-Não! Duzentos reais.
-Bem caro- falou o passante. - Acho que irei aguardar pela fila do purgatório.



ENGAIOLADO

O domingo era de sol. Poucas pessoas estavam na praça naquela hora. Enquanto o pipoqueiro gritava, o guarda municipal dormia num banco sombreado. Um pombo manso catava milho pela calçada. Crianças brincavam na areia com seus baldes e pás. Era um domingo normal como outro qualquer já passado. Foi quando passou por mim um pássaro enorme com um homem engaiolado. O homem preso não gritava, não cantava. Através das grades de sua prisão vi apenas duas lágrimas caindo dos seus olhos. O pássaro proprietário parecia feliz.

HOMENAGEANDO LULA E DILMA

Zeros, zeros, zeros.
Nomenclaturas do atraso,pífios rastejantes. Ele por seu asqueroso e safado oportunismo populista, ela namorada eterna do anacronismo esquerdista, sendo os dois firmes pilares da ponte por onde passa o rio da ignorância.