sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

SOU DAQUELE TEMPO

Sou do tempo das galochas
Das calças de brim Coringa
Também de veludo e cotelê
Da Conga azul com bico de borracha
Das camisas de Volta ao Mundo
Sou do tempo que chamávamos meias de carpim
Dos campinhos de terra
Da bola de borracha
Do chiclete ping-pong
Dos padres de batina
Sou do tempo se chamava motorista de chofer
Em que os rapazes tinham vergonha de pedir preservativo na farmácia
E de quem engravidava moça de família se casava por livre obrigação
Fui menino na época da novela Antônio Maria
Do avião turboélice da Sadia
Da avenida Getúlio Vargas em Chapecó coberta de macadame
Sou sim daquele tempo
E confesso que fui um dos muitos meninos
Que tinha medo de tomar vacina de pistola
E que por muito pouco não fugia da escola no dia de vacinação.


ESCURIDÃO

Há muita escuridão lá fora
Então me refugio indignado na casa da luz das mentes
É onde me assossego.

“Quem vive de amor é serviço de tele- mensagens. O resto precisa comer.” (Mim)

“O dízimo é o pagamento da ilusão.” (Filosofeno, o filósofo que dorme sobre o capim)

“São invisíveis a olho nu. Mas bilhões de cabeças vivem lá, no mundo da lua.” (Mim)

“Brasileiro é igual enteado de madrasta má que leva pau por todos os lados.” (Mim)

Serão os sapos felizes com suas línguas compridas?

E se Deus for um símio?

“Ando mais perdido que prostituta em quermesse de igreja.” (Climério)

CORREIO DO SAPO POPULISTA- Comentarista da TV Cultura é absolvido em processo movido por Lula

A juíza Eliana Cassales Tosi, da 30ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, absolveu o historiador e comentarista político Marco Antônio Villa do processo movido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2015. 

GAZETA DO MACHO DE TRÊS BOLAS- Bravateiro, Ciro Gomes ameaça: "Como presidente, farei o pau cantar !"

Já vi esse filme e não gostei!

“Eu tenho opinião sobre tudo. O que isso quer dizer? Que de todos os assuntos eu não entendo bosta nenhuma.” (Climério)

CHOREMOS- Troçamos tanto dos portugueses, mas elegemos um analfabeto presidente e ainda não contentes, uma mula arrogante.

DISSE O CÃO FALANTE DO NHOCA MANCO- O socialismo é igual Denorex; parece remédio, mas não é.

POEMA MORTO

Repleto de plágios centenários
O longo poema estava pronto
E o poeta copião
Festejado pelos bajuladores
Porém surtou o revisor
Não conformado com tamanha afronta à arte
E deu fim à festança da mentira
Matando o falso poema com cinco tiros certeiros.

SEM ESTRAGO

Não sou exagerado no consumo etílico
Tenho respeito pelo monstro
Pois já o vi dominar inteligências
Destruindo suas vidas
E dessas observações da vivência
Há outra que não me escapa
Que é bom acordar no dia seguinte
Sem ter no corpo o estrago da ressaca.

DIA APÓS DIA

Ando que ando
Trôpego cambaleante
Entusiasmado delirante
A sabedoria do viver         
É juntar saber todos os dias
E aos poucos ir preenchendo os vazios
Do notável baú cachola.

FALSO

O abraço do falso
Não vem montado numa carranca
É todo riso e amabilidade
Inspira o amigo de fé para que distenda os músculos
Para que possam os punhais do crápula
Penetrar  a carne sem muito esforço.

“Andamos nós brasileiros num caminho de muita luz. Luz de velas, pois.” (Mim)

DE QUEM É?

Sítio em Atibaia
Apartamento em Guarujá
Não é dele
Não é teu
Não é meu
Do Maluf então quiçá?

ARES BORRADOS

ARES BORRADOS

 Ricardo tinha muito medo de viajar de avião. Na verdade não podemos nem dizer que era medo, era pavor mesmo. Seu apelido entre colegas era “ares borrados.” Com o tempo seu corpo passou a reagir a esse medo e ele foi criando penas e asas, grandes asas emplumadas. Foi então que seu medo sumiu, pois estava garantido. Voava sorrindo, acalmando os nervosos. Ainda dizia orgulhoso: “Se algo acontecer com esta aeronave, te dou uma carona.”

“Meus melhores amigos sempre foram o pudim e sagu.” (Fofucho)

“O pecado e a figura do capeta atormentaram a minha infância. Foram noites e noites de insônia.” (Mim)

“Um homem com etiqueta de preço é falso.” (Filosofeno)

“A besta, quanto mais besta, mais arrogante.” (Filosofeno)

“A mãe de Hitler achava ele um anjinho. O certo é que mães também se equivocam.” (Filosofeno)

“Acendo uma vela para Deus e para garantir um maço para o diabo.” (Climério)

“Não tenho medo de adentrar em cemitérios. Durante o dia, deixo claro. Quando escurece me assusto até com calcinha no varal.” (Climério)

“Já fui tão pobre que o meu único prazer era fuçar no nariz.” (Climério)

“Bons vizinhos podem ser encontrados nos cemitérios. Respeitadores e silenciosos. Um luxo!” (Climério)

“Perguntam-me seguidamente se não tenho vergonha na cara. Respondo que já tive, mas perdi.” (Climério)

Quer saber quem “sou eu? Pois consulte o Serasa e saberá”. (Climério)

“Fui reprovado até em aula de religião. Eu não conseguia desenhar uma cruz.” (Climério)

"Quando criança não ouvi os conselhos dos meus pais. Eu tinha cera nos ouvidos." (Climério)