quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O HOMEM QUE CALCULAVA

Borol. Naquele lugar ermo e destituído de saber, apenas Sebastião Andrade sabia fazer cálculos. Calculava para todos; somava, subtraía, dividia. Cálculos pequenos, cálculos grandes. Do pedreiro ao farmacêutico todos usavam seus serviços. E disso ele vivia. Eu disse vivia, pois tudo para ele mudou quando apareceu por lá um mascate vendendo pequenas calculadoras chinesas. Uma bagatela, ninguém ficou sem, e o matemático se lascou. Sebastião até tentou comprar todas e mandar o mascate embora, mas não houve jeito: perdeu o emprego de fazer cálculos. Porém Sebastião não ficou lamentando a sorte perdida e logo aprendeu outro ofício: agora conserta calculadoras chinesas.

ÁGUA

Após anos de seca desgraçada, no ano de 2003 num canto de pedras nas terras do Brasilino Esperança brotou água abundante. Jorrava alto, vinte, trinta metros de altura. Uma maravilha! Nasceu assim, ao natural, como um presente da natureza. O povo todo das comunidades vizinhas comemoraram efusivamente. Mas Brasilino já curtido pelas decepções da vida não foi ao pote com muita sede, mandou antes examinar o presente. Pois não deu outra: a água estava contaminada pelo sapovírus e pelo parasita dilmoridium parvum.

“Minha mulher conta que sempre sonhou em ter um marido lindo. Disse para ela que pode procurar outro.” (Climério)

CONVENHAMOS: O FANIQUITO DE ARNALDO JABOR ESTÁ HILÁRIO!

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Já derrubei algumas falácias do homem aqui nesse podcast. Mas ele insiste na boçalidade. Arnaldo Jabor está em pânico, prevendo o fim do mundo, ou ao menos da América “liberal”. Atenção: o que essa turma chama de “liberalismo” é puro esquerdismo, com o estado se metendo em tudo, em nossas vidas, nosso bolso, na economia. Ou seja, é o oposto de liberalismo. Mas vamos em frente.
Em sua coluna de hoje, Jabor expõe sem vergonha do ridículo todo seu desespero irracional, sua estupidez disfarçada de sabedoria. Convenhamos: o faniquito do cineasta está engraçado. Mais: está hilário! Vejam só trechos como esse:
Os democratas fizeram o possível para defender o governo Obama, o melhor das últimas décadas nos EUA, mas isso não comove as massas que ainda sofrem com o desemprego que o Bush deixou como a herança maldita e que o Obama conseguiu consertar em grande parte. Não reconhecem isso, pois são estúpidas, desinformadas que formam um país subterrâneo que agora irrompeu, como um esgoto.
O melhor presidente das últimas décadas?! Obama foi o pior presidente desde Jimmy Carter, isso sim. Seu legado é péssimo: “apesar” de toda a intervenção na economia, de todos os estímulos artificiais, o PIB patina sem sair do lugar, e os Estados Unidos estão mais parecidos com os países latino-americanos hoje, com seu “capitalismo de compadres”; na saúde, o Obamacare é um fracasso, como previsto pelos liberais, forçando aumento de custo para os mais pobres; na geopolítica, os EUA só se aproximaram de Cuba e Irã, afastaram-se de Israel, e viram o ISIS crescer pelo Oriente Médio. Eis o “melhor” presidente para o esquerdista Jabor, que continua:
Eu já morei na Flórida e conheço bem essa estupidez. É diferente da estupidez brasileira, pois não é fruto de analfabetismo ou de cultura zero. Lá, a boçalidade tem mais chão, é mais sólida e forma uma rede ideológica que prospera na classe média do país todo. Lá, a boçalidade tem fundamentos. São monoglotas que nada sabem do mundo exterior. Consideram-se uma nação excepcional que tem de repelir diferenças — o que mais odeiam: os negros, os gays, os latinos, os muçulmanos têm de ser banidos.
Eu moro na Flórida, e posso atestar que Jabor é o verdadeiro estúpido aqui. Não conhece nada dos Estados Unidos, pois é da esquerda caviar, vive numa bolha “progressista”, frequentada apenas por outros boçais como ele. Acha que entendeu o mundo, mas chama Hillary Clinton de “sensata”, ou seja, não entendeu porra nenhuma! E pior: toma sua ignorância como sabedoria ímpar, como se fosse um “ungido”. O sinônimo perfeito de estupidez.
A ele ofereço esse texto do médico Marcelo Ribeiro, que também mora nos Estados Unidos, há anos. Eis um trecho que menciona justamente Jabor: “Caio Blinder, Arnaldo Jabor, Guga Chacra, Reinaldo Azevedo e o painel de análise política da Globo News inteiro, juntos, não entendem de política americana mais que uma freira aposentada entende de Kama Sutra”. Ouch!
Mas é isso mesmo: somada à ignorância do homem, temos a arrogância, de quem quer ensinar os “pais fundadores” a fazer uma democracia sólida! Isso mesmo: vejam só a falta de noção do sujeito:
Depois de um ano de inferno eleitoral, vemos também que a democracia americana tem um método de votação que denota uma desconfiança básica no voto universal. Em casos extremos como esse, a democracia virou uma “capa” para legitimar a vitória desse crápula. Tudo desaguou no arcaico Colégio Eleitoral, onde Hillary perdeu, mesmo tendo a maioria dos votos populares.
Se o leitor quiser entender melhor o colégio eleitoral, para evitar a vergonha que Arnaldo Jabor passa agora, recomendo esse vídeo excelente da Prager U. Mas eis que, sem tomar conhecimento de sua pequenez, de sua insignificância, Arnaldo Jabor quer ensinar o padre a rezar a missa, quer dar aulas de política para os americanos!
Sinceramente: como não rir desse faniquito todo?
Rodrigo Constantino

ENCHICLETADO

Naquele tempo os clientes de banco ficavam em pé nas filas.
Parado na fila do banco e vestindo um casaco amarelo surrado, um homem ruivo aguardava com impaciência para ser atendido pelo caixa. Apertava suas mãos e fazia ritmo com o pé direito.
O primeiro na frente voltou-se silenciosamente e olhou para ele severamente, como que pedindo "tenha paciência". Mas ruivo mastigava um palito de fósforo e bufava como um touro bravo. Será que iria perder o trem?
 Assim como o vento que sopra de repente, sem mais nem menos, tirou do bolso um cotonete usado e o cravou nas costas da primeira pessoa que estava na sua frente.

O homem atacado gritou desesperado e caiu desmaiado. O guarda do banco presenciou o ataque e reagiu prontamente. Tirou da boca um chiclete que mascava e o arremessou contra o bandido com força, arrancando parte do crânio. O assassino tombou, disse algumas palavras sem nexo e morreu assim, cercado de pessoas silenciosas e devidamente enchicletado.

A COR DA GELADEIRA

Manuel trabalha num frigorífico como magarefe. Faz extra e bicos também, mas o grande desejo da mulher ele não consegue realizar. Todo santo pagamento ele chega em casa e sua mulher ainda na porta berra:
-Comprou a geladeira nova, Manuel?
E lá vai o Manuel todos os meses dar explicações sobre a impossibilidade momentânea da aquisição por ela pretendida. E tome xingamentos e menosprezo!
Porém no mês passado Manuel saiu do sério. Atacado que estava da dor ciática, chegou em casa e a mulher estrilando:
“Comprou minha geladeira, Manuel, comprou?”
“Comprei mulher, comprei!...
“De que cor você comprou a minha geladeira meu bem?”
“Comprei da cor do teu rabo!”
“Mas meu amor, você bem sabe que eu detesto roxinho claro!”

A FILA

A fila ultrapassava cinco quarteirões. O passante curioso perguntou para o último dos esperançosos:
-Fila para emprego?
-Não. Estamos pegando senha para no futuro entrarmos no paraíso.
O passante ficou atônito:
- É grátis?
-Não! Duzentos reais.
-Bem caro- falou o passante. - Acho que irei aguardar pela fila do purgatório.

AH, O TESTAMENTO

O defunto no caixão sendo velado. Estavam ao lado do esquife a viúva e outras seis ex-amantes chorosas. Foi corno de todas, inclusive da viúva, e bem corno, mas todas estavam ali derramando lágrimas e demonstrando sentimento, esperando constar no graúdo testamento do Elmerenciano, certas do bom coração do falecido e de que chifres não guardam memórias.

A TURMA É GRANDE

No Brasil, temos dentro do estado ladrões e chupins novos e velhos. E a fila para entrar na roda dobra quarteirões.

FILHO DE BOLIVARIANO,BAH!

-Papá, onde está Chávez?
-No céu, junto de Jesus.
-Mas o que foi que Jesus fez?

“Midas metia a mão, ouro. Socialista mete a mão, merda.” (Eriatlov)

A CHAMA DO RECALQUE

Cada um mostra o que tem de melhor. A chama do recalque de alguns não se extingue, é alimentada todos os dias pelo álcool e também pela insuficiência intelectual causada pelo horror aos livros.

“Após a terceira dose de Bourbon caem todas as barreiras e limites. O animal fica nu.” (Limão)

“Não tenho tido tempo para ser outro. Só me resta ser eu mesmo.” (Limão)

MEDO


Vislumbra-se no horizonte
O juntar das correntes vermelhas
Prontas para encarcerar corpos e ideias
Dentro da maligna utopia socialista
Diante da incerteza da liberdade
E de um porvir de esperança
Açoita-nos o medo
De um futuro que é passado
De horror e miséria.


EU SABIA

Nada disse me espanta
Tudo o que está acontecendo eu já esperava
Pois disso tudo eu falava há alguns anos
Mas ninguém me ouvia
O errado agora é o certo
O vácuo é o preenchido
O covarde é o destemido
Quando essa pulha encampou o estado
Temo pelos nossos filhos
Vivendo num país de valores trocados
Onde o pífio é homenageado
E o homem de bem  desprezado.

DEUS E SÃO PEDRO

DEUS- “Pedro, papa argentino? Fui eu mesmo que criei essa racinha?”
SÃO PEDRO- “Pois é velho, fazer com pressa dá nisso!” 

DEUS LIGA PARA O PAPA

Deus liga para o Papa:
-Francisco,  acho bom você parar de malhar o capitalismo!
-Não entendo o porquê senhor!
-Então irei explicar. Os capitalistas trabalham e pagam dízimos, dízimos que sustentam a igreja. Caso os capitalistas abandonem a igreja, vai acabar a moleza. Você, os cardeais, bispos e padres terão que trabalhar. É isso que vocês querem?

MUDANDO O MUNDO

O profeta saiu do interior e chegou ao poder supremo. Seu primeiro grito foi: “Agora vamos mudar o mundo!” E começou a mudar mesmo já nos primeiros dias; não bem o mundo que todos esperavam, mas o mundo de alguns. Comprou mansão, iate e carros de luxo. Arrumou algumas amantes e empregos bem remunerados no estado para compadres e parentes. O povo, esse ficou chupando o dedo e às vezes um pirulito. E mais não conto que a história é velha e todos a conhecem.

OS JOVENS DE HOJE SÃO MAIS “CONSCIENTES” E EVOLUÍDOS?

Em artigo publicado hoje na Folha, Maria Alice Setubal, cujo sobrenome já revela suas origens abastadas, investe a favor da maior participação dos jovens no debate político nacional, uma forma meio disfarçada de apoiar as tais “ocupações” criminosas das escolas e universidades. Cita como (bom) exemplo aquela garota do Paraná, Ana Júlia Ribeiro, que fez discurso em defesa das “ocupações”. Enaltece, enfim, a “sabedoria” dos jovens de hoje, concluindo:
Apesar de nossos baixos indicadores educacionais, há muitas Anas Júlias pelo Brasil afora. Por isso, vale destacar outras iniciativas que contribuem para ampliar o repertório argumentativo de nossas crianças e jovens e comprovam que a escola pública é, sim, capaz de promover a aprendizagem.
É o caso da Olimpíada de Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro, que reuniu estudantes do ensino médio finalistas da etapa regional no gênero artigo de opinião, todos da rede pública.
[…]
Sem uma população com níveis adequados de educação, não conseguiremos ser um país desenvolvido em nenhuma das métricas internacionais. É preciso encontrar novos caminhos e cabe a nós, sociedade brasileira, traçar esse rumo.
Os jovens podem e devem ser incluídos nesse debate. Será que mais uma vez cometeremos um erro histórico que poderá nos levar a sair da crise fiscal, mas deixará o país novamente na rabeira do desenvolvimento, por comprometermos o futuro de crianças e jovens? 
A opção está em nossas mãos.
Ou nas mãos dos jovens, como quer a doutora em psicologia da educação. Mas esse discurso, que pretende “empoderar” os jovens, não é de hoje. Basta pensar na Revolução Cultural de Mao, o tirano chinês, que tinha no jovem o grande ícone da “sabedoria”. Claro, na prática eram todos massa de manobra do próprio ditador, e foram usados contra seus pais, contra seus inimigos políticos, como peões em sua revolução sangrenta.
Já a coluna de Luiz Felipe Pondé no mesmo jornal oferece um contraponto, uma visão bem menos idealista e mais pé no chão da juventude, que precisa ser formada, de preferência com limites, com a transmissão de conhecimento por parte dos mais velhos. Com a afluência do mundo capitalista moderno, isso é ainda mais importante, para não criarmos um bando de mimados “rebeldes”. Diz Pondé:
Se olharmos de perto, veremos que o fenômeno Y não passa de uma geração de jovens que nasceu num mundo mais rico, seja porque os pais pagam, seja porque o Estado de bem-estar social europeu paga, seja porque o mercado americano é riquíssimo e gera trabalho “ad infinitum” para todos (esses porcos capitalistas americanos são uns malvados mesmo…).
Todas as características elencadas acima para os Y dependem de grana. Quem é pobre aceita tudo e não recusa nada. A radicalidade das posições ideológicas dos Y vai muito bem de business class e bolsa Prada. Isso nada tem a ver com dizer que não seja de fato essencial buscar sentido no trabalho ou ter concepções de mundo, quer dizer apenas que, para isso, se precisa de alguma grana.
Mas quais são as mentiras sobre os Y que o marketing de comportamento propaga? A primeira mentira é sua pretensa evolução afetiva. Quando o jovem Y para de repetir essa mentira sobre si mesmo (a mentira alimenta sua vaidade, claro), o Y revela seu medo diante do mundo contemporâneo e da vida complicada que é obrigado e enfrentar. Muita competição, muita cobrança. Sentem-se “oprimidos” pela demanda de afetos corretos. Pensam que no mundo de seus pais era mais fácil construir uma vida profissional e que as pessoas eram mais confiáveis. E aí chegamos à segunda mentira de hoje sobre os jovens Y.
A segunda mentira está ligada a esse tema da confiança. Apesar de todo o discurso sobre o coletivo, nunca houve uma geração mais solitária, individualista e narcisista como esta. A confiança é um “artigo” em extinção. Não há frase mais idiota do que “os jovens de hoje são mais evoluídos”. Não passa de chantagem emocional com esses coitados.
Tendo a concordar com Pondé. Como pai de uma adolescente, que completa 15 anos exatamente hoje, posso atestar que essa geração tem muitas qualidades, tem mais acesso à informação, mas que isso, de forma alguma, a torna mais “sábia” ou preparada. São jovens, e precisam de pais e professores que saibam exercer sua função, em vez de aliciar a garotada em nome de uma ideologia, ou por covardia.
A mensagem que escrevi em homenagem à minha filha no Facebook vai nessa linha, e contra essa ideia de que toda a geração atual deve assumir as rédeas do nosso destino, pois são incrivelmente sábios e preparados, evoluídos:
E lá se vão 15 anos…
Pausa na política, na economia, na cultura, para falar do que é mais importante em nossas vidas, mais elevado. Não costumo entrar muito em assuntos pessoais aqui, pois sou figura pública, e porque critico a “sociedade da transparência” em que vivemos. Ser um pouco mais reservado e valorizar a privacidade são atitudes saudáveis, ainda mais no mundo de hoje, excessivo em tudo, principalmente na exposição voluntária de coisas íntimas.
Mas abro uma exceção hoje. Meu bebê completa 15 anos de vida! Quinze anos! Caramba…
Seu nascimento foi, sem dúvida, um dos dias mais emocionantes da minha vida. Fiquei sem palavras. Era um moleque, com apenas 25 anos. E a responsabilidade logo pesou: agora tinha um ser, aquela criatura linda, fofa, que dependia de mim, não só financeiramente, mas principalmente na transmissão de valores, princípios, na educação, que eu jamais iria delegar a terceiros.
Não foi – e não é – fácil. Demanda esforços contínuos, sacrifícios, dizer “não” quando isso parte nosso coração, impor limites, dedicar tempo escasso, conversar, discutir. Mas como isso tudo compensa! Basta ver a linda menina que ela é hoje, essa figura capaz de bancar suas próprias opiniões mesmo contra a pressão do grupo. É a melhor coisa de existe. E como é bom poder dizer: filha, você é o orgulho do papai! Continue sempre assim, uma pessoa maravilhosa.
Te amo muito, aproveite bastante seu dia.
Beijão.
Que os mais velhos tenham a coragem de educar! Que tenhamos a coragem de dizer a verdade, de assumir o fardo da responsabilidade de educar, ou seja, de dizer “não”, de “tocar a real”, como dizem os próprios jovens (ou diziam no meu tempo). Acreditar que uma menina como a Ana Júlia, filha de militante petista e cujo discurso era repleto de slogans vazios os quais sequer tem condições de compreender na íntegra, representa a nova geração mais sábia, consciente e evoluída, que irá decidir por nós os rumos de nosso destino, é uma ilusão, uma perigosa ilusão.
Além, claro, de um atentado contra a própria juventude, daqueles que se recusam a amadurecer e, de fato, educar os mais jovens.
Rodrigo Constantino

A VERDADE QUE POUCOS REVELAM SOBRE AS OCUPAÇÕES DAS ESCOLAS

Por Thiago Kistenmacher, publicado pelo Instituto Liberal
Há algo que incomoda muito nessa conversa a respeito da ocupação de escolas e universidades, e costuma ser um dado que raramente os analistas levam em consideração. Refiro-me ao fato de que a maioria das abordagens sobre o tema é puramente superficial, como se a participação do jovem na política resultasse única e exclusivamente de uma “consciência social” – expressão que me causa arrepios – e não porque ele precise se identificar com algum grupo ou externar suas energias de qualquer modo. Ademais, como disse Nelson Rodrigues, o jovem “tem todos os defeitos do adulto e mais um, o da imaturidade”. E isso deve ser considerado quando falamos de jovens na política, não é mesmo?
É evidente que considero a participação da juventude na política importante. O problema é o fator “imaturidade” ser peremptoriamente ignorado e o jovem ativista ser concebido unicamente em termos políticos, como se suas paixões não fossem personagens elementares na formação do seu comportamento. Não são somente os jovens, claro, como já escrevi aqui , mas não há dúvida que eles sejam os mais vulneráveis às ideologias.
O pensador Russell Kirk, no livro A Política da Prudência, chama atenção para esse ponto. Ele afirma que a ideologia pode “encantar os jovens, parcamente educados, que, em sua solidão, se mostram prontos a projetar um entusiasmo latente em qualquer causa excitante e violenta”. Não é por menos que às vezes autores como Russell Kirk, Roger Scruton, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek, etc., sejam considerados “sem graça” pelos jovens, – embora isso esteja mudando graças ao papel importante que instituições como o Instituto Liberal – que não prega a violência como metodologia política como o faz os escritos de Marx, Lênin, Trotsky ou Bakunin. Por isso não nos deparamos com movimentos liberais cujos militantes com os rostos cobertos atacam quem quer que seja.
Apesar da mudança significativa, infelizmente ainda é mais fácil encantar um jovem de quinze anos falando de Che Guevara do que de Jorge Luis Borges.
Aristóteles, na Retórica, já tinha escrito sobre essa imprudência que pode acometer a juventude. O pensador grego disse: “Em termos de caráter, os jovens são propensos aos desejos passionais e inclinados a fazer o que desejam.” Além disso, ele também aponta que  “em tudo pecam por excesso e violência”, visto que “a juventude é a embriaguez sem vinho”, como advertiu o romântico Goethe.
Repito: não é por isso que o jovem não deva entrar no universo político, todavia, se assim decidir, o ideal seria não tomar parte em seitas políticas como PSTU, na esquerda, ou movimentos moralistas da direita. Por mais que os jovens liberais sejam criticados pelas abordagens majoritariamente voltadas ao campo econômico, dificilmente nos deparamos com liberais acreditando ser o suprassumo da moralidade e nunca os vimos preparando coquetéis molotov.
Por isso mesmo, para citar novamente Nelson Rodrigues, o problema não é “a juventude como tal”. O incômodo “é o jovem idiota, o jovem inepto, que escreve nas paredes ‘É proibido proibir’ e carrega cartazes de Lênin, Mao, Guevara e Fidel, autores de proibições mais brutais”. E não observamos isso até hoje?
O que será que Nelson diria da juventude escrevendo “Fora Temer” por aí, pichando igrejas em favor do aborto ou se organizando para ocupar escolas? O que Nelson diria da menina Ana Júlia chorando enquanto discursava em favor das ocupações das escolas? Não posso responder por ele, mas sei que o dramaturgo, quando incitado a dar um conselho para o público jovem, disse: “Envelheçam depressa, com toda a urgência, envelheçam!” Acho que isso já diz muito.
Se conforme o mesmo Nelson Rodrigues, não há nada de “mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política” por ela ser “a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem”, imagine, leitor, as fatalidades que podem ocorrer a partir do momento em que a imaturidade se casa com a paixão política.

TED THOMPSON- Pedido de socorro

Naquela noite Ted caminhava pelo centro de São Paulo observando os notívagos de longas passadas, os baixotes de passos curtos, homens e mulheres de todas as cores, quando ouviu gritos de socorro de uma mulher que era agredida dentro de um automóvel. Ela berrava em desespero, como uma desvairada em fogo. Ele abriu a porta e puxou o agressor para fora o mandando parar. O homem reagiu tentando soqueá-lo; não conseguindo apelou para uma faca. Ted deu-lhe primeiramente umas bordoadas e atirou nele duas vezes, um tiro em cada perna. A raiva do agressor foi transformada em gemidos. A mulher que pedia por socorro passou a agredir verbalmente seu socorrista por ter atirado no seu namorado; Corno! Filho da puta! Bandido! Logo ela também passou dos impropérios aos gemidos após levar dois tiros, um em cada braço, para segundo Ted, “deixar de ser mulher de malandro.” Os passantes observavam atônito o acontecimento, a chegada do Samu fazendo barulho, também viaturas da polícia enquanto Ted dobrava a esquina e seguia sem caminho.

DISTRAÍDO

“Ando tão distraído que estou lendo até obituário para ver se morri e ainda não sei.” (Nono Ambrósio)

O CAPETA TAMBÉM QUER

“O Papa Chico anda visitando tudo o que não presta. Sendo assim o capeta sentiu-se no direito de também pedir uma visita do pontífice ao seu caloroso território.” (Mim)

ENERGIA

Que venha mais um dia!
Com sol ou chuva
Encontrando arrogantes ou assoberbados
Pensantes e desmiolados
Que nada consiga apagar
O sorriso do nosso rosto.

DAS TETAS

“Quase 80% dos brasileiros gostaria de mamar no estado. O percentual restante já está mamando.” (Eriatlov)

INTERESSES

“O mal do Brasil é ter homens públicos com sobrecarga de interesses particulares. “ (Eriatlov)

FEDOR

“Os urubus quando leem sobre o poder no Brasil usam máscaras. Nem eles suportam o fedor.” (Eriatlov)

VIRTUDE BESTA

“O PT quer através da repetição tornar a hipocrisia uma virtude.” (Mim)

PRAZER ÚNICO

“Já fui tão pobre que o meu único prazer era coçar bicho de pé nas patas.” (Climério)

TERCEIRA IDADE

“Terceira idade é o cão. Escondi uns trocados e agora não consigo lembrar onde.” (Nono Ambrósio)