terça-feira, 28 de junho de 2016

Do Baú do Janer Cristaldo- segunda-feira, março 01, 2004 MEMÓRIAS DE UM EX-ESCRITOR (VI)

O choque anafilático ocorreu na primeira reunião que participei no Departamento de Língua e Literatura Vernáculas. Duas alunas, quartanistas de Letras, pediam ao Departamento um professor para explicar-lhes o que era sujeito e predicado, que até então elas desconheciam o que fosse. Perplexo, eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo, nem como elas haviam sido admitidas na universidade. Pior ainda, estavam se formando e já praticamente habilitadas a exercer o magistério. 

Nestas ocasiões, sempre costumo evocar o professor Hugo Brenner de Macedo, dos dias de ginásio em Dom Pedrito. Certa vez cortou dois pontos numa prova de geografia, só porque um aluno escreveu feichão. Fizesse isto em Florianópolis, talvez nem dez por cento de meus alunos da universidade chegassem ao final de um semestre. Ainda em geografia, lembro do professor Hugo: "isso aí de rios, lagos, montanhas e cidades, vocês olham nos livros, está tudo lá. Nós vamos falar do que realmente importa, a geografia econômica, o empenho das nações pelo seu abastecimento, as trocas e lutas geradas pela necessidade de comer". Acabou cassado pelos militares. 

Apesar do dogma e do catecismo, impostos a martelo, o Patrocínio forneceu a seus alunos uma educação de elite. Sempre me sinto um pouco dividido ao falar dos padres que foram nossos mestres. Por um lado, eram europeus arrogantes, déspotas esclarecidos. Sentiam-se como seres de uma civilização superior trazendo luzes aos silvícolas. (Luzes de uma galáxia extinta, medieval, não as luzes da Europa moderna). Por outro, com eles aprendi línguas, tive janelas abertas para o mundo. Os livros que nos proibiam sempre constituíram indicações bibliográficas excelentes, garantia de boas leituras. Em Santa Catarina, tentei usar este recurso, por vezes desaconselhava vivamente um livro, com certa indignação, para ver se os alunos o liam. Lá na ilha, nem assim deu certo. 

Ao defender tese em Paris, não pude deixar de evocar Maria Veiga Miranda, que me introduziu com carinho quase materno nas guturais do francês. Não terá sido por acaso que este clima pedritense produziu um dos mais ágeis poliglotas brasileiros, o Carlos Freire. Na penúltima vez que falei com o Freire, ele já dominava cerca de quarenta línguas, que iam do ioruba ao swahili, passando pelo russo e árabe, chinês e ucraniano. Nestes últimos anos, o professor gaúcho se dedicou a um empreendimento insólito em língua portuguesa e mesmo nas demais línguas, a tradução de sessenta poemas de sessenta idiomas diferentes. A antologia está pronta e espera editor. 

Falava da Bíblia. Em umas férias no Upamaruty, me encerrei por uns três dias no quarto de nosso rancho, Bertrand Russel de um lado, a Bíblia de outro. Teria uns quinze anos. Meus pais achando que eu havia "treslido", como ocorreu com Don Alonso Quijana. Comia no próprio quarto. Só saía forçado por necessidades fisiológicas ou para cavalgar na madrugada, sob um céu crivado de estrelas, que ao homem urbano não é dado ver. Naquelas plagas, tal comportamento não era exatamente sinônimo de higidez mental. Cavalo é instrumento de trabalho, meio de transporte, não pretexto para desvarios metafísicos. 

Ao final dos três dias, estava livre de Deus e de todo pacotaço ético que os padres carregam sob o sovaco. A Bíblia era um livro muito maior do que pretendiam os catecismos do Vaticano, sempre preocupados em controlar a vida sexual dos católicos, perversão papista que até hoje, às portas do novo milênio, continua sendo a pedra de toque de João Paulo II. Foi doloroso no início, naqueles dias havia morrido em mim qualquer esperança de paraíso, vida eterna, transcendência. A vida perdeu todo e qualquer sentido e andou me rondando a idéia de suicídio. O que também era absurdo. Se a vida não tinha sentido, a morte muito menos. Algo assim como uma nevralgia prolongada. Como toda dor de dente, acabou passando. 

A libertação do cristianismo deveu-se em boa parte à sexualidade submetida a uma camisa de força. Os catequistas nos haviam instalado na cabeça uma maquininha de tortura, a noção de pecado, fundamentalmente ligada ao prazer sexual. Mal cometíamos um "pecado contra a carne", a maricota começava a girar: ofensa ao Cristo, transgressão da lei divina, medo da morte e dos tormentos do inferno, arrependimento e contrição, votos de não mais pecar. Dia seguinte, pecado de novo. Já que havia pecado uma vez, aproveitava para pecar outras, que a absolvição valia para todas. Autoflagelação imediata: a cada masturbação ou relação sexual, um sentimento de medo e desespero me levavam correndo ao confessionário. Particularmente após uma noite de tempestade. Pode parecer megalomania, mas os raios, evidentemente, só podiam ser dirigidos a mim, pecador. 

Os padres queriam detalhes, o interrogatório era basicamente obsceno. Hoje, entendo melhor a psicologia dos confessores. Adulto, me descobri um dia falando baixinho com uma parceira, em um momento de muita excitação, sem ter razão alguma para falar baixinho. Por algum mecanismo qualquer da mente do bicho-homem, naquela hora em que a pele do peito começa a avermelhar, a tendência é sussurrar. Hoje, entendo aqueles sussurros em meio à luz macia das igrejas. Eles eram os precursores do sexo por telefone, os castos oblatos. 

A tensão insuportável daquela sucessão de gozo e medo, transgressão e arrependimento, humilhação ante o confessor e alegria da absolvição, é tortura que não desejo a ninguém, como tampouco dela absolvo meus algozes. Nestes dias em que tanto se fala de direitos humanos, algum dispositivo qualquer deveria punir como crime contra a humanidade este vício inquisitorial de sacerdote, o de instalar o sentimento de culpa no cérebro de uma pessoa, para que esta se torture a partir de qualquer transgressão a uma ética doentia, inimiga do prazer. Ocorreram dois suicídios inexplicáveis de ginasianos do Patrocínio naquela época, e hoje me pergunto se atrás deles não estariam estes instrumentos de tortura mental. 

Tudo o que ainda permanece vivo dentro do folclore é anterior ao cristianismo. O mesmo para tudo o que ainda está vivo em nós. — E. M. Cioran

Deus é o asilo da ignorância. — Baruch Spinoza

A maioria das pessoas preferiria morrer a pensar. Na verdade, muitas o fazem. — Bertrand Russell

Gentilmente

Não parece doença
Mas é das brabas
Que toma o sujeito pela mente
E o conduz gentilmente
A ser um contribuinte compulsório
Dos procuradores do tal senhor onipotente
Que ninguém vê
Que  ninguém sente
Salvo o sentir no bolso mensalmente.

“Amante perfeita para sovina é mulher-inflável.” (Climério)

“A minha mulher disse que se cansou da minha cara. Fui nas Americanas e comprei outra.” (Climério)

PODER SEM PUDOR

ATEU, GRAÇAS A DEUS
Certa vez, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) mostrou sua falta de intimidade com religião, quando tentou explicar por que os deputados não acreditavam na promessa do governo de liberar emendas parlamentares. Ele disse que os deputados agiam “que nem São José”.
– O senhor quer dizer São Tomé... – corrigiu um jornalista.
– ...é, aquele que só acredita vendo.

Diário do Poder

ROMBO, A MISSÃO- DÉFICIT PRIMÁRIO FOI A R$15,5 BILHÕES NO ÚLTIMO MÊS DE DILMA

O conhecimento é um buraco que quanto mais você cavouca mais tem vontade de se jogar dentro.

A esquerda ama a liberdade de imprensa, mas só a favor.

HRX

“Os sujeitos desse planetinha ficam de joelhos para um ser nunca viram e nem sabem se existe. Há promessa de pós morte morarem eternamente num paraíso regido por esse tal criador. Ainda bem que os mortos não se decepcionam.” (HRX, o ET viajante)

Tiro certo

O nosso direito se entorta todo pelo voto. E depois de nada adianta berrar feito cabrito. O leitor precisa de muitas informações sobre os candidatos, observar atentamente o que ele defende e bem ciente daquilo que faz dar o tiro certeiro.

Os governos brasileiros não copiam os bons governos mundo afora. Há uma doença crônica em copiar os falidos.

Margaret Thatcher - Sobre o Socialismo - Legenda PT-Br

Milton Friedman - O mito do almoço grátis

Chifres

Levar chifres serve muitas vezes para fazer o ingênuo abrir os olhos à realidade. Mas nem sempre. Tem muita gente boa que navega na escuridão, enroscando as guampas em fios de alta tensão e tentando se convencer que é apenas um “choquinho”.

Hiena- Lembra-me sogra ou madrasta má.

Onça- Bicho bonito, mas não para carregar no colo.

RATOS- Dependesse do meu voto os ratos poderiam nascer mortos.

LESMA- Bicho ruim de olhar, comer ou tocar. Afinal, pra que serve um diabo desses?

GAZETA DO TROQUINHO- Palocci pediu R$ 15 milhões de propina por Belo Monte, diz ex-presidente da Andrade

GAZETA DO VAI PICAR O DIABO, EU NÃO!- Melhor golfista do mundo (também) desiste da Rio-2016 por medo de zika

NÃO VIRÃO- O australiano Jason Day, atual líder do ranking mundial do golfe, o irlandês Rory McIlroy, quarto do ranking mundial e ganhador de quatro títulos de majors do golfe e mais alguns do primeiro time.

NOTÍCIAS DA MOCRÉIA- Campanha de Dilma recebeu R$ 2 milhões de investigada na Boca Livre

Laboratório Cristália doou R$ 5,2 milhões nas eleições de 2010 e 2014.

O BOQUIRROTO FATAL- Ciro defende 'sequestrar' Lula em caso de pedido de prisão

NO PARAÍSO DOS SALAFRÁRIOS- Janot agora admite perdão da pena de Dirceu no mensalão

Tantos maus exemplos idolatrados. Com estas mentes no comando da justiça, o que nos resta?

ENQUANTO ISSO, NO REINO DOS CHUPINS- Ministério da Cultura fazia fiscalização 'pífia', diz MP sobre grupo que desviou R$ 180 milhões

Ciúmes

Quem se casa com uma mulher muita bela deve ter controle sobre os próprios ciúmes. Caso contrário viverá num inferno de desconfianças.

Gente besta não pode beber na mesma mesa. Com o álcool o cérebro desce pra bunda e qualquer coisinha vira encrenca.

Não faz mal para uma mosca porque é ruim de mira.

Dor de cabeça é o melhor anticoncepcional.

O tempo é o pai dos relógios.

PENSANDO BEM... ...ao prometer “governo de transição”, caso volte, a descompensada Dilma mostra não haver percebido que a transição já está em curso. (CH)

GAZETA DO BOCUDO- INSULTOS RENDEM A CIRO 90 AÇÕES POR DANO MORAL

Conhecido pelo estilo agressivo de fazer política, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, hoje filiado ao PDT, responde a pelo menos 90 processos movidos por adversários e até por cidadãos comuns. No Ceará, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), move contra ele 24 ações por dano moral, e o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena, cinco. Exigem reparação pelos insultos do destemperado Ciro. Procurado por meio da assessoria, o político não comentou o assunto. 

CONDENAÇÕES

Ciro também coleciona condenações até expressivas, como os R$ 266 mil concedidos à família do ex-senador Henrique Santillo (GO).

 INDENIZADOS

 Senadores José Serra e Fernando Collor terão de Ciro 100 salários mínimos e R$100 mil, respectivamente, nas ações que moveram.

 ARRAIA MIÚDA

Oficial de justiça não escapou de ser xingado por Ciro, que o mandou “à merda” ao ser notificado de uma ação. Foi denunciado por desacato.

O Antagonista

Senadora da boa. Putz!

Senadora da boa esta Gleisi. Dilmista, marido enrolado, ex-assessor condenado por estupro. Dize-me com quem andas que sabereis quem tu és!

A tal doença da cara-de-pau que acomete os nossos políticos é transmissível. Gleise já está com a sua maior que a carantonha da Dilma.

Deus e o diabo falando de Dilma

Deus e o Diabo se encontram na noite. Encostados no balão tomando um 14 anos, observando o mulherio em volta. Deus diz para o diabo:
-Mandei tirar a tua preposta do governo brasileiro. Você está de parabéns, ela é dos infernos mesmo! Só que quando as orações são muitas não posso deixar de atender. Você me entende, né?

O diabo ri e assente com a cabeça.