O pajé da grande tribo

Foi corrido da aldeia

Quando descobriram que tratava seus pacientes com Olina.

MEDO

Conheço alguns seres

Que passam os dias fechados em suas casas

Na escuridão

São humanos com medo

Medo do convívio

Medo da alegria

Medo de se entregar ao amor e confiar no próximo.

A lua e as estrelas brilham no céu

Os gatos e cães vasculham lixeiras

E os idiotas saem de casa para se embriagar até morrer.

SEM PRESSA

Enquanto mente lúcida e corpo em pé

Não há pressa para entrar naquela cidade

Onde para morar entram todos deitados e quietos

Mesmo os inconformados.

APRENDI

Amo os animais

Até mesmo os peçonhentos

Pois nenhum deles mata por dinheiro.

Fosse eu transformado num passarinho

Passaria os meus dias chilreando

E abrindo gaiolas.

O trabalho dignifica o homem

Do outro lado temos a propina

Que enriquece e também encarcera.

Inseto esperto não aceita sapo como compadre

O mesmo vale para um regime democrático

Que não deve ter comunistas por perto.

COMPROVADAMENTE

Meu melhor amigo

Creio ser o sono

Companheiro inseparável de todas as horas.

ASSIM É

Quem muito de quatro fica

Acaba com a palma das mãos sujas

E o rabo ardido.