terça-feira, 25 de abril de 2017

FILA DUPLA

Parado em fila dupla e piscando ali fica
Tendo nos seus miolinhos que é dono da rua
E quando cobrado da safadeza por outros cidadãos
Tem ainda a petulância de ficar exasperado
Como se certo estivesse.
Perto de tal jumento é melhor guardar distância
Pois além de receber algum pataço,
Existe o risco de ser contaminado pela ignorância.

MEDIEVAIS

Muitos são os estúpidos
Inocentes quase sempre os escolhidos
O trânsito está repleto de medievais
Urrando e prontos para machucar.

DEMAIS

Serpentes nas paredes
Esquilos saindo da televisão
Um jacaré na banheira
Baratas fritas e salgadas postas mesa
Um canguru consertando o encanamento
Um urso e um tigre jogando baralho na varanda
Macarrão de minhocas em molho branco
Carne em alho e óleo diesel
Bichos da goiaba em duelo de espadas
Minha sogra dando um elogio
Meu cunhado indo trabalhar
O vizinho carrancudo dizendo bom dia
Um político de um partido político honesto na porta
Mulher pode dobrar a dose do remédio
Senão enlouqueço
São muitas alucinações para um homem só.

“Resultado do meu exame de coração: Bacon 10 x Artérias 1.” (Fofucho)

“A tutela do estado só serve para seres menores. Passarinho sabido gosta mesmo é de voar.” (Filosofeno)
“O pior inimigo é aquele que bem te conheces.” (Filosofeno)
“É necessário filtrar informações para preservar o próprio bem-estar. Notícias de sangue são irrelevantes.” (Filosofeno)
“Há homens bons e homens maus. Os bons são fáceis de identificar, já os maus dão mais trabalho, pois andam sempre maquiados.” (Filosofeno)
“Um relacionamento que se expressa entre tapas e beijos tem tudo para terminar em tragédia.” (Filosofeno)
“O melhor amigo do homem é a ocupação.” (Filosofeno)
“Os defeitos são mais notados que as virtudes. O lado ruim sempre leva vantagem.” (Filosofeno)

Perdoa-me por me traíres. Coluna Carlos Brickmann

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 23 DE ABRIL DE 2017
Se quiser conhecer o caráter de um amigo, perca o poder. Lula, que manteve os maiores empreiteiros do país como companheiros nos quase 14 anos de governo do PT, sofre agora em suas mãos. Emílio Odebrecht já colocou em toda a sua gestão a suspeita de só agir pensando em propinas. E Léo Pinheiro, da OAS, com quem, já fora da Presidência, mas com Dilma em seu lugar, conversava nos fins de tarde, em caprichadas happy-hours, entregou-o impiedosamente: não só disse que Lula era o dono oculto do famoso apartamento no Guarujá, mas também que o ex-presidente lhe pediu que destruísse provas das propinas entregues ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. É uma acusação que, se comprovada, configura obstrução de Justiça, e pode justificar uma ordem de prisão (foi por algo assim, embora menos específico, que Marcelo Odebrecht parou na cadeia).

Vaccari - ele e José Dirceu, reconheçamos, ficaram fiéis ao chefe, mesmo tendo ele perdido o poder, mesmo presos. Não aceitaram virar delatores para livrar-se de sentenças duríssimas. Já Antônio Palocci teve outro comportamento: disse muito, sem delação premiada, e se ofereceu em público para contar ao juiz Sérgio Moro "muito mais coisas" de interesse da Lava Jato, cuja investigação "levará um ano de trabalho".

Michel Temer acaba de sancionar a lei que cria o Dia Nacional do Perdão. Perdão? Difícil: aproveita-se a delação, mas despreza-se o delator.

Tudo em público

É importante conhecer as condições em que Palocci depôs e as palavras exatas de sua proposta ao juiz Sergio Moro. Ele não fez delação premiada. É processado por lavagem de dinheiro e corrupção ocorridas na entrega, à Odebrecht, de contratos com a Petrobras de afretamento de 29 sondas; e por pagamentos em caixa 2 para João Santana e Mônica Moura, o casal de marqueteiros do PT (e de candidatos de esquerda em vários países latino-americanas, apoiados pelo partido, com financiamento da empreiteira).

O alvo oculto

Palocci começou seu depoimento surpreendendo o partido com fartos elogios à Lava Jato - abominada pelo PT. Respondeu tranquilamente às perguntas de Moro, e terminou oferecendo ao juiz "nomes e operações do interesse da Lava Jato."

Segue-se a frase completa: "Todos os nomes e situações que optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o senhor quiser".

Siga o dinheiro

Por que é importante saber exatamente o que Palocci disse?

Por dois motivos: primeiro, as delações premiadas de 78 dirigentes da Odebrecht, organizadíssimas, já trazem nomes e informações de interesse da Lava Jato, e foram completadas pelo devastador depoimento de Léo Pinheiro, da OAS. Que restaria acrescentar ao dossiê empreiteiras? Segundo, Palocci sempre foi, desde a primeira campanha presidencial de Lula, o encarregado do relacionamento do PT com os meios financeiros.

Estaria Palocci, com seu pedido público de delação premiada, advertindo os bancos de que abandoná-lo quando perdeu o poder talvez não seja uma boa ideia? O poder passou, mas a memória continua.

Talvez Palocci nem pense nisso. Mas a possibilidade de que possa pensar nisso é suficiente para deixar preocupados os donos do dinheiro.

Um dia de problemas

O depoimento de Palocci, caso seja aceita sua proposta, não assusta só os donos do dinheiro. Para o PT, o risco é alto: até agora, o partido foi atacado na Lava Jato e operações conexas por "companheiros de viagem", aliados eventuais mas não gente de dentro. Palocci é do núcleo duro.

Mas o que mais irritou os petistas foi o depoimento de Léo Pinheiro. Primeiro, por reforçar a tese de que o apartamento no Guarujá e o sítio de Atibaia são de Lula, enquanto Lula sustenta que nem o apartamento nem o sítio são seus. Segundo, por oferecer um motivo novo para que Lula seja preso, a obstrução das investigações. O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, acusou Léo Pinheiro de ter contado uma versão, criada de acordo com os promotores, para sustentar a tese de que Lula é o dono do apartamento do Guarujá. "A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-presidente", diz Zanin em nota oficial.

Lula, o verdadeiro

Lula, façamos justiça, falou a verdade, embora muitos duvidassem dele. Sempre disse que o apartamento triplex no Guarujá era do Amigo e que o sítio de Atibaia era do Amigo. Agora, com as delações da Odebrecht, ficamos sabendo qual o apelido de Lula na empreiteira: Amigo.

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Twitter: @CarlosBrickmann

Viramos voyeurs. Por Marli Gonçalves



Abrimos a janela. Agora estamos espicaçados. Queremos ver mais, saber mais; já que começou que siga, se revele por completo, sem limites, se desnude à nossa frente - e se mostre exatamente assim, já quase sem pudor, escancarado. Queremos ver, ouvir os sussurros, quantos dólares, euros, joias, o luxo, os presentes e como se chamavam na intimidade de seus encontros entre quatro paredes de lugares nobres. As senhas que os excitavam, as cenas que criavam para as suas estripulias.




Sentados em nossas salas de estar prestamos atenção neles, os atores dos filmetes legendados; a sala, o ambiente, as roupas que usam, os gestos que fazem, os olhares, como se distraem os advogados que os acompanham nas entrevistas que lembram as do antigo programa Ensaios do saudoso Fernando Faro, a voz que falava ao ouvido do artista central orientando o roteiro. Nestes casos, os delatores têm bom português, falam bem, se expressam e seguem uma linha de raciocínio. E falam, falam. Vemos até que falaram mais até do que lhes foi perguntado, se soltaram, aliviados, até excitados, como se tudo aquilo estivesse guardado tanto tempo em suas gargantas que já machucava.




Nós, daqui, assistimos. Homens que ganharam muito, alguns já bem senhores, quase uma centena de empregados da grande empresa que dominava e dirigia o Brasil, cada um em uma área, um canto, com uma missão. Hábeis manipuladores dos fantoches políticos nesse imenso teatro da vida pública de eleitos e autoridades no cenário de grandes obras a céu aberto.




(Como estarão as suas famílias? O que suas abastadas senhoras estão explicando às amigas, como estarão lidando com os bens apreendidos? Com quanto sairão disso?)




Não podemos nos culpar de ter virado voyeurs. É um prazer que nos restou, já que Justiça-justiça mesmo é coisa que vai longe - se é que vai. Foi sacanagem o que fizeram, o que levou o país a uma derrapada brochante. Nada como apreciar os detalhes saborosos, os termos, os traídos, seus amorosos diálogos de sedução, a prostituição escancarada.




Ok, se acha que voyeur é forte demais. Viramos brecheiros, na popular linguagem do Nordeste e outras regiões brasileiras. Observamos pelo buraco da brecha, da greta ou da fechadura. Da tevê, do rádio, da internet. Bisbilhotamos o que disseram. Fofocamos sobre isso nas redes sociais. Ainda tiramos um sarrinho, para completar.




Eles não usaram preservativos em suas relações achando que jamais seriam descobertos ou vistos, e nem nós em nossos sonhos mais loucos imaginaríamos que poderíamos vir a assistir cenas tão fortes, tão quentes, tão ousadas.




E que tudo isso nos deixasse assim, com tanta vontade de... esganá-los. De prendê-los com algemas que não são bem as de pelúcia.




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Marli Gonçalves, jornalista - Vendo filmes sobre como previsões orçamentárias eram montadas. Como se patrocinou tanta libertinagem no escurinho do cinema.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- sexta-feira, julho 31, 2009 FOLHA CONTINUA DANDO ESPAÇO A IMORTAL IMORAL

Sexta-feira é o dia em que a Folha de São Paulo dá espaço a três cronistas canalhas: um senador corrupto, um deputado corrupto e um jornalista contemplado com a bolsa-ditadura. Espanta constatar como a Folha envelheceu tão rapidamente. De jornal jovem e corajoso, que denunciou e ainda denuncia os desmandos da ditadura e a corrupção do Congresso, transformou-se em casa que dá abrigo ao que de pior existe no país.

Não há dia em que não se descubra uma maracutaia de José Sarney e sua família. Os setores de artes dos jornais têm de atualizar a cada semana os infográficos dos Sarney com os tentáculos que controlam roubos, evasões fiscais, nepotismo, tráfico de influência e crimes outros. O empresário Fernando Sarney já foi indiciado por formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica – diz a própria Folha de São Paulo. Pela investigação, o órgão mais beneficiado pelos crimes foi o Ministério de Minas e Energia – controlado politicamente por seu pai.

A folha corrida do filho do presidente do Senado é tamanha que já fez esquecer a folha corrida de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho mais velho do homônimo. Suas negociatas com a Telemar, maior operadora de telefones do país, lhe renderam apenas R$ 5 milhões, concedidos no amor a uma produtora de programas de TV sobre games da qual Lulinha é um dos sócios, a Gamecorp. Qual a diferença entre as corrupções do filho de Sarney e as do filho de Lula? Uma só: um é filho do presidente do Senado e o outro é filho do presidente da República.

Estadão de ontem revelava o acúmulo de salários com aposentadoria do qual se beneficia José Sarney, superando o limite constitucional de R$ 24,5 mil. E superando muito além do imaginável. Segundo o jornal, o senador imortal – e bota imortal nisso! – tem aposentadoria como ex-presidente da República, como ex-governador do Maranhão e ainda uma aposentadoria do Tribunal de Justiça do Maranhão, que poderiam somar algo em torno de R$ 45.000, além de receber mensalmente seu salário como senador, de R$ 16.512. O que dá um simpático salariozinho de 61.512 reais. Por mês. Não é de espantar que o senador sequer tenha notado os 3.800 reais que o Senado lhe pagava a título de auxílio-moradia, apesar de Sarney ter residência em Brasília.

Sessenta mil reais só de salários. Aqui não está computado o que o ilustre acadêmico recebe por fora, em decorrência de suas roubalheiras. Interrogado sobre porque político tão corrupto continua assinando coluna na Folha, o secretário de Redação sempre responde cinicamente que o jornal abriga toda gama de opiniões e que Sarney ainda não foi condenado em juízo por crime algum. Precisa?

Em poucas décadas de existência, a Folha adquiriu uma craca que a desmoraliza perante seus leitores. Hoje, olimpicamente, o imoral imortal disserta sobre Aristóteles e a arte da política. Escreve que a ojeriza à política é coisa de tiranos. “Hitler tinha horror à política. Na tentativa de evitar a Guerra Mundial, um seu general disse que era chegada a hora da política e ele respondeu: "abomino a política". O ser autoritário é sempre amargurado com a política: o move a força como solução e, para alcançá-la, veste-se do ressentimento, da inveja, do puritanismo, como uma máscara para esconder a hipocrisia”.

Está passando um recado a seus eventuais leitores. Este asco que hoje todo cidadão honesto nutre pelos políticos seria comportamento de ditadores amargurados com a política e movidos pelo ressentimento, pela inveja, pelo puritanismo, como uma máscara para esconder a própria hipocrisia. 

Queixa-se da imprensa, abstratamente, mas jamais da Folha que publica seus tijolos: “Hoje, com a sociedade de comunicação, os princípios da guerra aplicados à política são mais devastadores do que a guilhotina da praça da Concorde. O adversário deve ser morto pela tortura moral disseminada numa máquina de repetição e propagação, qualquer que seja o método do vale-tudo, desde o insulto, a calúnia, até a invenção falsificada de provas”. 

Coitadinho do senador, morto pela tortura moral, pelo insulto, pela calúnia, até mesmo pela invenção falsificada de provas! Sarney mente descaradamente para justificar seus desmandos e ainda ousa alegar invenção falsificada de provas. “Como julgar uma democracia em que não se tem lei de responsabilidade da mídia nem direito de resposta, diante desse tsunami avassalador da internet e enquanto a Justiça anda a passos de cágado? Como ficam os direitos individuais, a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa humana?”

Como se na legislação brasileira não houvesse lei que responsabilizasse a mídia nem direito de resposta. Curiosamente, nestes dias, o tiranete Hugo Chávez, através de um mandalete, apresentou à Assembléia Nacional da Venezuela um projeto de lei que prevê a prisão de jornalistas e outros profissionais da imprensa que cometam o que chamou de "crimes midiáticos", que poderão ser punidos com até quatro anos de prisão. O projeto prevê que a pessoa que divulgar informação considerada "falsa", "manipulada", que cause "prejuízo aos interesses do Estado" ou atente contra a "moral pública" ou a "saúde mental" estará incorrendo em "crime midiático". 

O que o imortal imoral está pedindo é censura à imprensa que denuncia seus crimes e que contesta o que ele chama de direitos individuais, proteção à privacidade e respeito pela pessoa humana. Isto é, o direito de roubar, para si e para os seus, o direito de não responder por tais crimes e o respeito à sagrada instituição da corrupção familiar.

É espantoso ver um jornal que se considera honesto e combativo dando acolhida a tal pústula.

O Antiprofeta- Emil M. Cioran

Em todo homem dorme um profeta, e quando ele acorda há um pouco mais de mal no mundo… A loucura de pregar está tão enraizada em nós que emerge de profundidades desconhecidas ao instinto de conservação. Cada um espera seu momento para propor algo: não importa o quê. Tem uma voz: isto basta. Pagamos caro não ser surdos nem mudos… Dos esfarrapados aos esnobes, todos gastam sua generosidade criminosa, todos distribuem receitas de felicidade, todos querem dirigir os passos de todos: a vida em comum torna-se intolerável e a vida consigo mesmo mais intolerável ainda: quando não se intervém nos assuntos dos outros, se está tão inquieto com os próprios que se converte o “eu” em religião ou, apóstolo às avessas, se o nega: somos vítimas do jogo universal… A abundância de soluções para os aspectos da existência só é igualada por sua futilidade. A História: manufatura de ideais…, mitologia lunática, frenesi de hordas e de solitários…, recusa de aceitar a realidade tal qual é, sede mortal de ficções… A fonte de nossos atos reside em uma propensão inconsciente a nos considerar o centro, a razão e o resultado do tempo. Nossos reflexos e nosso orgulho transformam em planeta a parcela de carne e de consciência que somos. Se tivéssemos o justo sentido de nossa posição no mundo, se comparar fosse inseparável de viver, a revelação de nossa ínfima presença nos esmagaria. Mas viver é estar cego em relação às suas próprias dimensões… Se todos os nossos atos — desde a respiração até a fundação de impérios ou de sistemas metafísicos — derivam de uma ilusão sobre nossa importância, com maior razão ainda o instinto profético. Quem, com a visão exata de sua nulidade, tentaria ser eficaz e erigir-se em salvador? Nostalgia de um mundo sem “ideal”, de uma agonia sem doutrina, de uma eternidade sem vida… O Paraíso… Mas não poderíamos existir um instante sem enganar-nos: o profeta em cada um de nós é o grão de loucura que nos faz prosperar em nosso vazio. O homem idealmente lúcido, logo idealmente normal, não deveria ter nenhum recurso além do nada que está nele… Parece que o ouço: “Livre do fim, de todos os fins, de meus desejos e de minhas amarguras só conservo as fórmulas. Tendo resistido à tentação de concluir, venci o espírito, como venci a vida pelo horror, a buscar-lhe uma solução. O espetáculo do homem — que vomitivo! O amor — um encontro de duas salivas… Todos os sentimentos extraem seu absoluto da miséria das glândulas. Não há nobreza senão na negação da existência, em um sorriso que domina paisagens aniquiladas. (Outrora tive um “eu”; agora sou apenas um objeto… Empanturro-me de todas as drogas da solidão; as do mundo foram fracas demais para me fazer esquecê-lo. Tendo matado o profeta em mim, como terei ainda um lugar entre os homens?)

A GAMA DO VAZIO- Emil M. Cioran



Vi este perseguir tal meta e aquele tal outra; vi os homens fascinados por objetos díspares, sob o encanto de projetos e de sonhos ao mesmo tempo vis e indefiníveis. Analisando cada caso isoladamente para descobrir as razões de tanto fervor desperdiçado, compreendi o sem-sentido de todo gesto e de todo esforço.

Existe uma só vida que não esteja impregnada dos erros que fazem viver? Existe uma só vida clara, transparente, sem raízes humilhantes, sem motivos inventados, sem os mitos surgidos dos desejos? Onde está o ato puro de toda utilidade: sol que abomine a incandescência, anjo em um universo sem fé, ou verme ocioso em um mundo abandonado à imortalidade?

Quis defender-me contra todos os homens, reagir contra sua loucura, descobrir sua origem; escutei, vi e tive medo: medo de agir pelos mesmos motivos ou por qualquer outro motivo, de crer nos mesmos fantasmas ou em qualquer outro fantasma, de deixar-me afogar pelas mesmas embriaguezes ou por qualquer outra embriaguez; medo, enfim, de delirar em comum e de expirar em uma multidão de êxtases. Eu sabia que ao separar-me de uma pessoa despojara-me de um erro, que estava pobre da ilusão que lhe deixava…

Suas palavras febris a revelavam prisioneira de uma evidência absoluta para ela e irrisória para mim; ao contato de seu absurdo, despojava-me do meu… A quem aderir sem o sentimento de enganar-se e sem enrubescer? Só pode justificar-se aquele que pratica, com plena consciência, o disparate necessário para qualquer ato, e que não embeleza com nenhum sonho a ficção a que se entrega, do mesmo modo que só se pode admirar um herói que morre sem convicção, tanto mais disposto ao sacrifício quanto entreviu seu fundo.

Quanto aos amantes, seriam odiosos se no meio de suas caretas o pressentimento da morte não os roçasse. É perturbador pensar que levamos para o túmulo nosso segredo — nossa ilusão —, que não sobrevivemos ao erro misterioso que vivificava nosso alento, que excetuando as prostitutas e os céticos todos se perdem na mentira, por que não adivinham a equivalência, na nulidade, das volúpias e das verdades.

Quis suprimir em mim as razões que os homens invocam para existir e para agir. Quis tornar-me indizivelmente normal — e eis-me aqui, no embrutecimento, no mesmo plano que os idiotas e tão vazio como eles.

autor: Emil M. Cioran
tradução: José Thomaz Brum
fonte: Breviário de Decomposição

Karl Popper

Penso que só há um caminho para a ciência ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe — a não ser que encontrem outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente, a não ser que obtenham uma solução. Mas, mesmo que obtenham uma solução, poderão então descobrir, para vosso deleite, a existência de toda uma família de problemas-filhos, encantadores ainda que talvez difíceis, para cujo bem-estar poderão trabalhar, com um sentido, até ao fim dos vossos dias. — Karl Popper

HUMOR ATEU- JESUS OLÍMPICO

ATHEUS -NET

HUMOR ATEU

ATHEUS- NET
“Antes morrer de indigestão que de fome.” (Fofucho)

DETERMINADO

“Determinação não é o meu forte. Meu último regime durou duas horas.” (Fofucho)

FAMÍLIA

“Sou o homem das massas, dos molhos e de toda família que engorda e satisfaz.” (Fofucho)

MUDOU

“Não se fazem mais mulheres como antigamente. Nem lasanhas.” (Fofucho)

EM DEZEMBRO

“Ganhei muitas coisas em dezembro último. Peso então, nem se fala!” (Fofucho)

GAZETA DA MARIA LOUCA- Requião ameaça "dar um tapa no focinho" de repórter da Rádio Gaúcha

O senador Roberto Requião, mais conhecido no Paraná e no RS como Maria Louca, relator da proposta de Lei do Abuso de Autoridade, também identificada como lei da Mela Jato, concedeu uma entrevista à rádio Gaúcha e ameaçou bater no entrevistador.

Quando Luciano Potter perguntou-lhe se ele estava comprando carnes no Uruguai, Requião reagiu dizendo que daria "um tapa no focinho" do repórter e desligou o telefone.

A pergunta não era sobre a JBS.

PB

Ladrão de direita é bandido. De esquerda apenas um equivocado. Haja saco!

SEU TUPI

Seu Tupi era um cão muito fino que diariamente levava seu homem chamado Lúcio para passear. Muito belo o homem, de roupinha colorida, coleira de prata e tudo mais. Porém senhor Tupi nunca levava o kit cocô e o seu homem de estimação era pródigo em defecar nos gramados e calçadas. Faz alguns meses seu Tupi andava só por uma dessas calçadas de sua rua quando resvalou num cocô, bateu a cabeça e morreu. Que lástima! Lúcio triste e com sentimento de culpa entrou em depressão. Deixou de comer e até de mostrar a língua. No momento o pobre Lúcio mora num Homil para homens loucos.

MANUEL

Manuel sempre adorou fabricar brinquedos de madeira, era sua vida e alegria. Homem magro e pequeno, quando morreu aos oitenta anos foi enterrado dentro de um bilboquê.

FORA!!!!

A Venezuela não é um exemplo da podridão dos socialistas ? Tudo e sangue pelo poder! Fico pasmo de gente que ainda defende Lula e Dilma, símbolos maiores do fracasso e da hipocrisia política.

OS ROEDORES

Os ratos atacam a família. Os ratos atacam o bolso dos cidadãos. Os ratos atacam o ensino de qualidade. Os ratos bloqueiam a porta que leva ao futuro e à modernidade. Os ratos roem as bases das instituições democráticas. Os ratos urinam e defecam sobra a Constituição. Os ratos têm muito espaço na mídia, não deveriam ter, pois já sabemos e estamos cansados de tanto rói e rói. Ou destruímos os ratos ou eles destruirão o pouco que nos resta.

EMPORCALHANDO

Copos plásticos saltam pelas janelas
Papéis esvoaçantes os seguem
Junto de sacolas sem pai nem mãe
Estou na estrada
Acabou de passar por mim
Um autolixo com rodas
Lotado de ratazanas humanas.

A CONSTRUÇÃO

Sob o sol da esperança o povo apoiou a construção prometida,
Acreditando que seria uma fortaleza.
Mas seus tijolos velhos e podres,
Dia após dia desmoronaram,
Mostrando quão fraco e enganoso
Era o material dessa obra calamitosa de monumental propaganda.

MEDIOCRIDADE COLETIVA

Foice e martelo
A ignomínia da tutela
A história já desnudou o seu fracasso
Mas mesmo assim
Entre jumentos diplomados
E alguns da plebe rude
É salvação da raça
Então é matar o ser pensante criativo
Em nome da mediocridade coletiva.


DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- quinta-feira, maio 31, 2007 SUPREMO APEDEUTA HUMILHA CATEDRÁTICO DE HARVARD

Leio num despacho da Reuters que Lula já avalia a hipótese de retirar o convite ao professor Mangabeira Unger para a exótica Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, o que será decidido na volta de sua viagem de dez dias a Inglaterra, Índia e Alemanha, que começa nesta quinta-feira.

Seria a humilhação definitiva do catedrático arrivista. Tendo denunciado a corrupção do governo Lula em um bombástico artigo escrito há menos de dois anos, Mangabeira, tentado pela mosca azul do poder, vendeu a alma por uma prebenda e desdisse tudo que disse. Hoje, por ter entrado com uma ação contra a Brasil Telecom, arrisca perder o ministério pelo qual se pôs de quatro. Ou retira a ação ou desiste do cargo.

Nunca neste país um intelectual de Harvard foi tão escrachadamente humilhado. O pau-de-arara que reside na alminha de Lula deve estar exultante.

Jornalista Vitor Vieira emplaca abaixo assinado para exigir cassação do título de Doutor Honoris Causa concedido a Lula pela Universidade de Coimbra

O jornalista gaúcho mandou carta ao reitor João Gabriel Silva e postou abaixo assinado no CitizenGo, exigindo que a Universidade de Coimbra trate de cassar o título de Doutor Honoris Causa que concedeu a Luiz Inácio Lula da Silva.

E justifica:


Hoje, por tudo que é revelado diariamente por todos os meios de comunicação, alcançando diariamente os mais de 205 milhões de habitantes de nosso País, ficamos cientes dos imensos crimes praticados pelo partido que esse senhor construiu, e pelo regime bandido e criminoso que ele instituiu na na nossa pátria, criando e estimulando o maior estado de corrupção jamais visto em toda a nossa história e na história do mundo inteiro.

CLIQUE AQUI para ler todo o apelo e assinar também.

Do blog Políbio Braga

NOTÍCIAS DO ATRASO

Nesta sexta-feira, as oito centrais que organizam a greve geral contra a terceirização e as reformas trabalhista e da Previdência, contam com a adesão de segmentos de metroviários, motoristas de ônibus, metalúrgicos, aeronautas e professores das redes pública e privada. A greve será política e defenderá interesses corporativistas da vanguarda do atraso. A greve também é apoiada pelo PT e seus satélites, tipo PCdoB, que aproveitam os protestos para defender o chefe da organização criminosa da Lava Jato.

Políbio Braga

CEM ANOS

“O problema não é completar cem anos. O difícil é completar cem anos sem dores e um caminhão de comprimidos.” (Climério)

FERRADO

“Quando você começa fazer dívidas para pagar dívidas é porque está indo para o buraco.” (Climério)

O PRÍNCIPE

Sonhei que era um príncipe, e pela manhã ordenei que me fosse servido café na cama. Minha mulher não gostou e me deu uma bolacha no pé do ouvido que até os pés de alface saltaram para fora. (Climério)

SOMBRA E ÁGUA

“Quem não gosta de sombra e água fresca? Mas para isso é preciso empurrar os outros para o sol?” (Climério)

OS MELHORES DE CAMA

“Minha prima Lurdes diz que os melhores homens de cama são os ricos e generosos. Antes de se deitar eles fazem o cheque ou liberam o cartão.” (Climério)