sábado, 6 de setembro de 2014

PETROLÃO

Paulo Roberto conta como funcionava o propinoduto que atuava na Petrobras e dá os nomes
Paulo Roberto conta como funcionava o propinoduto que atuava na Petrobras e dá os nomes
Entre 2004 e 2012, Paulo Roberto Costa foi diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras. Ocupou, portanto, esse cargo, em sete dos oito anos do governo Lula e em quase dois do governo Dilma. Ao longo desse tempo, comandou o que pode ser chamado de “Petrolão” — ou o mensalão da Petrobras. As empreiteiras que faziam negócio com a estatal pagavam propina ao esquema e o dinheiro era repassado a políticos. A quais? Paulo Roberto já entregou à Polícia Federal e ao Ministério Público, num acordo de delação premiada, os nomes de três governadores, de um ministro de estado, de um ex-ministro, de seis senadores, de 25 deputados e de um secretário de finanças de um partido. Segundo o engenheiro, Lula sempre soube de tudo. E, até onde se pode perceber por seu depoimento, talvez a presidente Dilma — que era a chefona da área de energia do governo Lula e presidente do Conselho da Petrobras — não vivesse na ignorância. Paulo Roberto diz que a compra da refinaria de Pasadena foi, sim, fraudulenta e serviu para alimentar o esquema.
Paulo Roberto começou a prestar seu depoimento no dia 29 de agosto. Já gravou 42 horas de conversa. E, tudo indica, está apenas no começo. O Ministério Público Federal e o STF acompanham a operação, já que a denúncia envolve uma penca de autoridades com direito a foro especial. O esquema que ele denuncia é gigantesco. Ainda voltaremos muitas vezes a esse tema. Mas notem como é ridícula toda aquela conversa sobre financiamento público de campanha. Ainda que isso existisse, o mecanismo não serviria para impedir que máquinas criminosas se instalassem em estatais. Se o Brasil quer acabar com boa parte da roubalheira, deve começar privatizando as empresas públicas. Quais? Todas!
VEJA teve acesso a parte do depoimento de Paulo Roberto e traz reportagens exclusivas na edição desta semana, com a lista dos nomes citados por Paulo Roberto. Entre eles, estão cabeças coroadas da política brasileira, como o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (PMDB). Paulo Roberto acusa ainda Edison Lobão, atual ministro das Minas e Energia, e atinge o coração do Congresso: estão em sua lista os presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
PT, PMDB e PP seriam os três beneficiários do esquema, que teria também como contemplados os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR), e os deputados João Pizzolatti (PP-SC) e Candido Vaccarezza (PT-SP), que já havia aparecido como um dos políticos envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, que era quem viabilizava as operações de distribuição de dinheiro. Mas há muitos outros, como vocês poderão constatar nas reportagens de VEJA, como Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades, do PP da Bahia.
O esquema começou no governo dele, que, segundo Paulo Roberto, sabia de tudo...
O esquema começou no governo dele, que, segundo Paulo Roberto, sabia de tudo…
...e continuou no governo dela. Será que não sabia? O engenheiro está magoado a presidente...
…e continuou no governo dela. Será que não sabia? O engenheiro está magoado com a presidente…
Lula e Dilma não quiseram se pronunciar a respeito. Os demais negam envolvimento com Paulo Roberto. Alves, o presidente da Câmara, chega a dizer ao repudiar a acusação: “A Petrobras é petista”. Que o PT estivesse no centro do esquema, isso parece inegável. Um dos nomes da lista feita pelo engenheiro é João Vaccari Neto, o homem que cuida do dinheiro do PT. É secretário de Finanças do partido. Ele é, vejam a ironia da coisa, o substituto de Delúbio Soares. Não é a primeira vez que seu nome frequenta o rol de envolvidos em escândalos.
Paulo Roberto tem noção da gravidade de suas acusações. Tanto é que, quando ainda hesitava em fazer a delação premiada, cravou a frase: “Se eu falar, não vai ter eleição”.
E por que falou? A interlocutores, ele diz que não quer acabar como Marcos Valério, que ficará por muitos anos na cadeia, enquanto os chefões políticos do mensalão já se preparam para viver dias felizes fora do xadrez. O homem também está muito magoado com a presidente Dilma. Até agora, ele não fez nenhuma acusação direta à candidata do PT à reeleição — Lula não escapou —, mas deixa claro que ela foi, sim, politicamente beneficiada pelo propinoduto, que mantinha feliz a base aliada.
Qual vai ser o desdobramento político disso? Vamos ver. Uma coisa é certa: as revelações de Paulo Roberto atingem em cheio as duas candidatas que lideram a disputa pela Presidência da República: Dilma, por razões óbvias, e Marina, por razões menos óbvias, mas ainda assim evidentes. Ela é a atual candidata do PSB à Presidência. Confirmadas as acusações de Paulo Roberto, é de se supor que o esquema ajudou a financiar as ambições políticas de Campos, de que ela se tornou a herdeira.
A situação de Dilma, obviamente, é mais grave: afinal, ela era a czarina do setor energético, ao qual pertence a Petrobras. Presidia também o seu conselho. Deu um empregão para Nestor Cerveró, o homem que ajudou a viabilizar a compra de Pasadena, que Paulo Roberto agora diz ter sido fraudulenta. O chefão das finanças de seu partido é um dos implicados no esquema.
Paulo Roberto ainda está preso. Ele se comprometeu a abrir mão dos bens que acumulou em razão do esquema fraudulento e a pagar uma multa. As pessoas que atuam na investigação têm agora de confrontar suas informações com outras provas colhidas, com o objetivo de verificar se suas informações são procedentes. Se forem e se ele realmente ajudar a desbaratar um esquema de falcatruas bilionárias, pode até ganhar a liberdade.
A República treme.
Por Reinaldo Azevedo

Encrenca na certa

Avião usado por Campos
O avião usado por Campos
Um problema adicional, entre tantos outros, que a queda do jato de campanha de Eduardo Campos está causando: como o jato não estava devidamente regularizado para funcionar como táxi-aéreo, a seguradora está colocando obstáculos para pagar indenizações.
Por Lauro Jardim

Na era PT até o petróleo fede.

Jornalistas são obrigados a usar crachás de Dilma 13 para cobrir atividades oficiais da presidente Dilma na Expointer

Políbio Braga

Jornalistas que cobriram a cerimônia de abertura da Expointer em Esteio, RS, esta manhã, foram surpreendidos pela exigência de portarem no peito crachás de propaganda da candidata do PT.

. A foto ao lado é de uma repórter da Rádio Guaíba, Rede Record.

. A jornalista foi fotografada pelo editor durante a coletiva concedida pelo senador Aécio Neves na Casa da Assembléia, 13h10min.

. Logo abaixo, outra foto parecida, esta de Zero Hora, que registrou o ilícito no seu Twitter.

. Como ela, outros jornalistas também portavam crachás da campanha de Dilma, mesmo os que não são do PT, o que provocou muita indignação em Esteio.
. É um caso típico de crime eleitoral.

. Todos alegaram que precisaram usar os crachás para cobrir as atividades de Dilma, que fez visita oficial á Expointer, um local pertencente ao governo estadual. A presidente abriu oficialmente a feira.

. O caso causou constrangimento ao pessoal da coordenação da campanha de Aécio, que não fez comentários.

. Dilma Roussef chegou a passar na frente da Casa da Assembléia poucos minutos antes da chegada do seu adversário.


. O cerimonial da presidência não comentou o caso, alegando que a distribuição das credenciais para os jornalistas foram as de sempre, no caso as de cobertura das atividades da chefe do Governo.

Outro ex-diretor da Petrobrás, Ildo Sauer, diz que Lula corrompeu a estatal e Dilma mente sobre Pasadena

Não é só de petróleo que as mãos da dupla Lula/Dilma estão sujas.

Outro ex-diretor da Petrobrás nomeado pela dupla Lula/Dilma, Nestor Cerveró, também é capa de Veja que começou a circular. A revista conta a escabrosa história da compra de um apartamento dfe R$ 7,5 milhões por parte de Cerveró. Na entrevista a seguir, outro diretor, Ildo Sauer, conta como Lula corrompeu a Petrobrás e de que modo Dilma mente no caso Pasadena.


Ildo Sauer, diretor de Gás e Energia da Petrobras entre 2003 e 2007, afirmou esta semana que o governo de Luis Inácio Lula da Silva intensificou o expediente de nomeações de “despachantes de interesses” na estatal.


. A nomenclatura, explicou Sauer, é relativa aos indicados por partidos da coalizão do governo. “O governo de coalizão do Lula passou a permitir que grupos de parlamentares e partidos se reunissem para indicar dirigentes. Não sei por que eles estavam lá, para fazer gestão eficaz não precisa ter apoio de partido. Acabei demitido porque não ajudava. O que seria ‘ajudar’ até hoje não sei”.


. O ex-diretor é investigado pelo Tribunal de Contas da União no caso dos prejuízos causados pela compra da refinaria de Pasadena. De acordo com Sauer, “os conselheiros e mais ainda o presidente têm acesso a toda a documentação. O estatuto permite pedir qualquer dado adicional ou contratar consultoria externa. Ninguém decide com base em resumo. É uma piada”. A declaração se deve ao fato de Dilma Rousseff ter declarado que foi induzida ao erro por conta de um resumo falho enviado para apreciação do conselho por Nestor Cerveró.

Políbio Braga

Delação de "Paulinho" já envolve em novo escândalo a campanha de Dilma

O artigo a seguir é do jornalista Josias de Souza, Folha:


Como previsto, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor preso da Petrobras, moveu a língua. Em troca de redução da pena, ele revela à Justiça segredos que estavam armazenados abaixo da camada pré-moral da maior estatal brasileira. O repórter Mario Cesar Carvalho conta que pingaram dos lábios do delator os nomes de 62políticos que morderam propinas. São 12 senadores, 49 deputados e um governador. Gente filiada a três partidos: PT, PMDB e PP.
Na cadeia, Paulinho, como o depoente é chamado na intimidade, vinha dizendo que não haveria eleições em 2014 se ele contasse tudo o que sabe. Enquanto espera pelas novidades, resta à plateia raciocinar com hipóteses, desde as mais amplas —na pior das hipóteses, a sucessão presidencial será engolfada pelo óleo queimado, na melhor das hipóteses ficará com óleo pelo nariz— até as mais específicas.


No caso do que o país pode esperar com uma delação à vera de Paulinho, o leque das hipóteses é enorme, já que todo mundo tem uma noção do que foi feito da Petrobras depois que os partidos tomaram a estatal de assalto. A melhor das hipóteses é que o ex-diretor confirme que o dinheiro saía mesmo pelo ladrão nos contratos da Petrobras. A pior das hipóteses é que ele informe que os ladrões entraram nos contratos da Petrobras com autorização superior.
Dependendo do que está por vir, é possível que os protagonistas do governo tenham que se reposicionar na cena eleitoral. Talvez precisem fazer pose de administradores ingênuos ou políticos distraídos sendo usados por salteadores. Este é um governo dos patrimonialistas do PT, do PMDB e congêneres. Mas quem bota a cara na tevê por eles é a Dilma, quem fica com a má fama é a esquerda guerrilheira, que combateu a ditadura para acabar como marionete.



Por sorte, João Santana dispõe de um bom tempo de propaganda. Na pior das hipóteses, o marqueteiro de Dilma disfarçará os interesses escusos que se escondem atrás da boa biografia. Na melhor das hipóteses, ele ajudará a manter a ilusão de que há em Brasília alguém que comanda.


Do Blog do Políbio Braga

Até a VEJA entrando na manchete de boteco - Neymar apanha, se vinga com golaço e dá vitória ao Brasil

Neymar sofre dura marcação, reage e faz um golaço que dá  vitória ao Brasil.