quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

“O socialismo nada mais é que a preguiça patrocinada pelo estado.” (Mim)

Como dizia Roberto Campos “O PT é o partido de estudantes que não estudam, trabalhadores que não trabalham e intelectuais que não pensam…”

“Ninguém deve formar opinião sobre nada por ouvir dizer. É preciso ir mais fundo.” (Mim)

CAIO BLINDER- DESALENTO EM CARACAS

Esta semana, eu já trouxe a lanterninha de Francisco Toro, em um esforço para iluminar o caminho das trevas na Venezuela. Toro fundou o site Caracas Chronicles (a rigor, uma coleção de blogs). O projeto agora tem à frente Juan Cristóbal Nagel, que publicou suas reflexões no site da revista americana Foreign Policy.
Para ele, a prisão na semana passada do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, marca um “novo e perigoso divisor de águas” na Venezuela. A polarização no país causada pelo tratamento truculento infligido pelo chavismo à oposição torna praticamente impossível que os próprios venezuelanos enfrentem sozinhos os desafios nacionais.
Nagel, porém, constata que não parecem existir mais “intermediários honestos” para conduzir a crise rumo a uma solução pacífica.
Com a deterioração econômica e a escalada da violência e da repressão, não dá para vislumbrar uma saída. Nagel escreve que a conversa em Caracas não é se haverá um golpe, mas quando. E neste caso, seria um tremor interno do chavismo.
O ideal para conter a espiral de violência seria o diálogo, um com resultados tangíveis. O chavismo precisa conseguir algum tipo de arranjo de partilha de poder com a oposição. Isto implica a reformulação de instituições aparelhadas como os sistemas judicial e eleitoral.
Este cenário de diálogo se mostra cada vez mais distante. Alguns setores moderados do chavismo acenaram com a ideia, mas é tarde, é pouco. Tal caminho exige árbitros independentes e de confiança. Aqui estamos falando de governos estrangeiros, estamos falando do Brasil.
No entanto, como lembra Nagel, a reação internacional à recente onda de repressão doméstica tem sido frouxa ou de mera cumplicidade com o chavismo. A oposição não confia em governos estrangeiros, em particular os latino-americanos.
Uma nova espiral de violência ganha força desde a morte de um adolescente de 14 anos durante protestos na terça-feira na cidade de San Cristóbal, no Estado de Táchira. Uma solução pacífica para a crise da Venezuela é uma perspectiva cada mais exígua.
Os venezuelanos, é claro, vão pagar por isso e por extensão uma vizinhança de postura frouxa e míope.

ABRACADABRA JURÍDICO por Enio Meneghetti. Artigo publicado em 26.02.2015

O pavor do governo com as consequências que poderão vir através dos acordos de delação premiada, no âmbito da operação Lava Jato, produziu um monstro inacreditável.
Para tentar livrar alguns companheiros dos horrores revelados nos acordos que vem sendo celebrados, foi baixada dia 11 de fevereiro pelo Tribunal de Contas da União – TCU - a “Instrução Normativa 74”.
Pretende essa norma - tirada de algum cérebro mágico - que todos os "Acordos de Leniência" ou “Delação Premiada”, só possam ser firmados com a anuência do TCU.
O TCU não faz parte do judiciário. É um órgão auxiliar do Poder Legislativo. O TCU tem conselheiros vitalícios, nomeados e muitas vezes indicados pelo poder executivo.
Estamos saindo de uma semana onde o Ministro da Justiça em pessoa é acusado publicamente de aconselhar indevidamente advogados de um réu preso a NÃO firmar um acordo de Delação Premiada com o MP. Pior ainda, segundo revela a revista Veja, o próprio Ministro é que teria chamado os defensores do réu para fazer a solicitação.
Quando se toma conhecimento da norma baixada pelo TCU e da gravidade do conteúdo que esse réu preso oferece revelar, a situação ganha contornos inacreditáveis.
Essa é a “listinha” do que o réu Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia e mentor do chamado “cartel das empreiteiras”, oferece detalhar, conforme revelado pela revista:
1) O esquema de cobrança de propina na Petrobras, funciona desde 2003, no governo de Lula - ex amigo do empreiteiro. O primeiro operador era o tesoureiro do PT Delúbio Soares, réu do mensalão;
2) A empresa de Ricardo Pessoa, a UTC, teria financiado clandestinamente as campanhas do hoje ministro da Defesa, Jaques Wagner, ao governo da Bahia em 2006 e 2010 e a campanha de Rui Costa, em 2014, também financiada com dinheiro desviado da Petrobras;
3) A empreiteira teria ajudado o então réu José Dirceu a pagar despesas pessoais a partir de simulação de contratos de consultoria. Dirceu recebeu 2,3 milhões de reais da UTC somente porque o PT pediu;.
4) O presidente petista da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sempre soube de tudo;
5) Em 2014, a campanha de Dilma Rousseff e o PT receberam da empreiteira 30 milhões de reais desviados da Petrobras. Ricardo Pessoa pode demonstrar como esse dinheiro saiu ilegalmente da estatal, através de contratos superfaturados, e testemunhar que o partido conhecia a origem ilícita. Também pode contar como o esquema de propinas foi montado pelo PT com o objetivo claro de financiar suas campanhas eleitorais. O presidente do BNDES avisou Pessoa que o tesoureiro de Dilma, Edinho Silva, o procuraria para pedir dinheiro. Pessoa confirma que deu mais 3,5 milhões de reais à campanha presidencial petista após ser procurado por Edinho. A conversa entre eles teria duas testemunhas;
6) O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao tomar conhecimento de que Pessoa estava prestes a denunciar Lula, Dilma e Dirceu, procurou os advogados do empreiteiro, e o acordo de delação premiada que ele negociava com os procuradores da Operação Lava Jato foi suspenso.
Foi então que algum mágico achou uma brecha legal para conceder a prerrogativa ao TCU. Diz a Instrução 74:"Considerando que, por não afastar a reparação de dano ao erário, (...) a celebração de acordos de leniência por órgãos e entidades da administração pública federal é ato administrativo sujeito à jurisdição do Tribunal de Contas da União quanto a sua legalidade, legitimidade e economicidade, nos termos do art. 70 da Constituição Federal. (...) termos do art. 71, inciso II, da Constituição Federal; etc. "
Assim, os ministros do TCU resolveram: "Art. 1º A fiscalização dos processos de celebração de acordos de leniência inseridos na competência do Tribunal de Contas da União, inclusive suas alterações, será realizada com a análise de documentos e informações, por meio do acompanhamento das seguintes etapas: I – manifestação da pessoa jurídica interessada em cooperar (...); II – as condições e os termos negociados entre a administração pública e a pessoa jurídica envolvida, (...); III – (...); IV – relatórios de acompanhamento do cumprimento dos termos e condições do acordo de leniência; V – relatório conclusivo contendo avaliação dos resultados obtidos com a celebração do acordo de leniência".
E por aí vai. A medida, na prática, acaba com o sigilo e a eficácia dos acordos de delação premiada. No mínimo, pela burocracia que sugere e envolve, a morosidade dos processos que já é grande, tornaria-os ainda mais demorados. A medida pretende bloquear tudo mesmo.
Fica a impressão de que há nos bastidores pessoas desesperadas e dispostas a qualquer coisa.
E tem motivos de sobra para isso.

“Deus criou só mundo em seis dias porque não era funcionário público comissionado.” (Climério)

OLIVER- AS PRIVADAS DE BÉRGAMO

Acho que este episódio épico e bisonho da nossa realidade rasteira vai passar para a história com o humilde título que estou sugerindo acima. No lugar dos Lusíadas de Camões ou das Cruzadas Bizantinas, teremos para estudos acadêmicos “As Privadas de Bérgamo”, que será como ficarão conhecidas as louças a que foram submetidos os denunciados do Petrolão, segundo a colunista oficiosa daquele jornal cheio de moscas, com muita vergonha no traseiro alheio e sem nenhuma na própria cara parva. 

As varejeiras que por ali voejam são bastante oportunas para denunciar as malfeitorias em andamento e suas facetas mais exóticas e escatológicas. Para quem sempre me pede maiores explicações dos detalhes sórdidos, os antagonistas Diogo e Sabino deram informações primorosas sobre o episódio em moldura. Conta a lenda que a colunista a serviço dos advogados engrossou uma campanha na imprensa para denunciar “as condições terríveis” a que são submetidos os presos preventivos do grande escândalo, entre elas as tais latrinas sem divisórias, que permitiriam que todos os presentes observem um infeliz fazendo suas necessidades fisiológicas em bando. 

Eles gostam mesmo é de evacuar dinheiro público, em solene sigilo. É demais para esses “dragões da independência financeira” ficarem evacuando ao relento e os bate paus da imprensa de sempre tiveram que ser acionados para fazerem uma campanhinha básica pelos direitos humanos desses borrões. O juíz dureza, no entanto, foi mais rápido na descarga e intimou os advogados dos bandidos a dizerem se estes preferem um presídio estadual, no lugar evacuar na louça pública. Que tal o de Pedrinhas? Acho que rapidamente a “espinha amoral” destes crápulas seria dizimada e eles teriam de comer mesmo o que vai nas quentinhas, sem chiar. 

Que presos mais elegantes. O STF parece ter inaugurado uma nova categoria de presidiários, não é mesmo? São os bandidos com foro acima do privilegiado, só para quem se mete em escândalos da ordem dos bilhões, com um partido político no cangote. Essa gente tem direito a morrer do coração várias vezes por mês, ao contrário de um paciente do SUS, ser preso enfiado em camisas rosinhas e com o bracinho em riste, provocando nossa democracia bamba, ter sua prisão revertida em cuequinhas vermelhas floridas e finalmente conspurcar a ordem pública toda, exigindo melhores condições de vida só para os presidiários amigos da garotada. Lulão já confirmou presença, com farta distribuição de balas Juquinha. Pretende dar “um abraço” nos escandalosos, mas só de longe, que não é bobo. E vai levar seu próprio rolo de papel higiênico, no caso da necessidade de uma reunião de emergência com os colegas da preventiva. Esse país definitivamente está precisando de varas de marmelo e joelhos no milho. E privadas novas, com tampas. Cretinos.

Oliver- Ótimo comentarista do blog do Augusto Nunes

‘Este país não era assim’: crônica de uma fila na Venezuela



Publicado no Estadão
Pessoas fazem fila para comprar comida em um supermercado de San Cristobal, sudoeste de Caracas (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Pessoas fazem fila para comprar comida em um supermercado de San Cristóbal, sudoeste de Caracas (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
VALENTINA OROPEZA
Sentado em uma cadeira dobrável para suportar a espera na fila na frente de uma farmácia em Caracas, Hernando lamenta a escassez. “Esse país não era assim. Antes tínhamos liberdade para comprar, investir e crescer”, afirmou. Há meses, filas longas, lentas e tensas antecedem a compra de produtos escassos como leite, café, fraldas, sabão em pó ou xampu.
O governo de Nicolás Maduro diz que o desabastecimento é consequência de uma “guerra econômica” dos empresários contra a sua gestão, por meio da especulação.
O setor privado, no entanto, afirma que a escassez é resultado do controle cambial vigente desde 2003, que não garante divisas para pagamento das empresas importadoras e fomenta a corrupção e o contrabando. A queda dos preços do petróleo também contribui para o desabastecimento.
“Agora comemos o que o governo decide colocar nas prateleiras”, comentou Hernando, depois de contar que um vendedor ambulante lhe ofereceu um pacote com 32 fraldas por 950 bolívares. Ao preço de tabela, custaria 150 bolívares.
Logo que amanheceu, a professora Lorena saiu de casa para encarar a fila da mesma farmácia, uma filial da Farmatodo – cadeia particular acusada por Maduro de promover filas para “irritar a população”.
Às 7h30 (horário local), as portas do estabelecimento foram abertas. Os empregados disseram que estava para chegar um caminhão com mercadorias. Uma hora depois, dois empregados escoltados por dois guardas saíram com três caixas de sabonete, duas de xampu e uma instrução clara: dois exemplares de cada produto por pessoa.
“Dois xampus e dois sabonetes, ganhamos na loteria”, disse Lorena, enquanto arregaçava as mangas pronta para se apoderar da sua parte de bens regulamentados pelo governo.
Após um minuto acabou o xampu, mas ainda restava uma caixa de sabonetes. Surgiram dois agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e pediram para o empregado da farmácia lhes entregar a caixa. O alvoroço transformou-se em silêncio, interrompido por uma compradora. “Isso é um abuso, levamos só dois sabonetes e vocês ficam com tudo!”
Os agentes, com suas armas na cintura e algemas presas no cinturão abriram caminho em meio aos compradores e desapareceram por uma porta com o aviso “somente pessoas autorizadas”.
O governo de Maduro ordenou às unidades de segurança para protegerem os estabelecimentos, enquanto funcionários impedem os repórteres fotográficos de retratarem as filas ou as prateleiras vazias.
Na mesma fila, Sofía contou que há três meses está à caça de um nebulizador contra asma. “Coloquei toda minha família e meus amigos na procura de um inalador. Estou pedindo até pelo Twitter”, disse ela.
Diante da escassez, a estudante universitária de 23 anos pensa em viajar até a fronteira com a Colômbia. “Vou trazer inaladores para o ano todo.”
Nos mercados controlados pelo Estado, as filas são organizadas com base em números marcados no braço dos compradores ou no documento de identidade: as pessoas cujos números nas cédulas terminam em 0 e 1 podem comprar às segundas-feiras; 2 e 3, às terças e assim sucessivamente.
Alguns consumidores tentam fazer negócio com a situação. Vender o lugar na fila ou fazer o mercado e cobrar uma remuneração diária por isso são soluções encontradas para enfrentar a crise econômica no país que fechou 2014 com a inflação em 68,5%.

COMO ASSIM, POR CONTA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS? por Percival Puggina. Artigo publicado em 26.02.2015

Registre-se que a iniciativa não foi dos parlamentares. A demanda foi apresentada pelas esposas dos membros da Casa, durante a campanha para eleição de Eduardo Cunha. Elas pleitearam ao então candidato o retorno de seu suposto direito a obter passagens aéreas dentro da cota parlamentar dos maridos (benefício que fora anteriormente suspenso em decorrência de abusos como os caracterizados pelo uso de tais passagens para viagens de férias).
Eleito, Eduardo Cunha cumpriu o que prometera. Foi restabelecido o privilégio. Segundo o noticiário de hoje, a decisão foi tomada por maioria de votos na Mesa da Câmara e a Casa assumirá os ônus decorrentes. Ah! Agora entendi. Quem vai pagar essa conta é a Câmara dos Deputados. Eu pensei que a despesa fosse assumida por nós, pagadores de impostos. Ora que tolice a minha!
Sarcasmo à parte, é muita desfaçatez de quem declara isso e muita ignorância de quem o noticia sem esclarecer que a Câmara dos Deputados não gera um único centavo de receita. Tudo que ela consome, do grampo para papeis às passagens aéreas das esposas dos deputados é custeado com o dinheiro dos impostos que pagamos. A Casa não produz nada que tenha valor econômico. Atribuir à pagadoria da Câmara o dever de honrar um benefício descabido corresponde, em escala agigantada, à atitude do moleque que pleiteia o direito de "viajar de graça" no transporte coletivo. Não há passagem grátis. Todo bilhete que alguém deixa de custear por meios próprios será pago com meios alheios, seja no ônibus, no metrô, seja num voo nacional ou internacional.
A ignorância sobre noções tão elementares favorece a cultura do abuso e contribui para a deformação do caráter não apenas de quem se julga no direito de pleitear ou de conceder privilégios. Deforma, também, o caráter de quem fica sabendo e deduz que, quando tiver a oportunidade, deve fazer a mesma coisa. Isso para não falar nos que transformam o ingresso no círculo dos privilegiados em objetivo da própria vida. Quando enfermidades morais dessa natureza infectam os espaços de poder, eles se vão afastando, gradualmente, de sua finalidade essencial que é o serviço ao bem comum. E aí, acontecem coisas como um magistrado dar-se o direito de usar viaturas apreendidas de um réu.

INFERNO OU CUBA?

Perguntaram para um cubano:
-Inferno ou Cuba?
-Inferno.
-Por quê?
-O capeta não discursa!

CHICO MELANCIA

QUANDO CHICO MELANCIA FOI BUSCAR UM DINHEIRINHO

No telefone: Mãe é o Chico. Estou na cadeia. Como? Por quê? É o seguinte, um amigo me convidou para buscar um dinheirinho. Eu não sabia onde, aí fui, era para assaltar um banco. Já que tava lá entrei.  Os homens deram um pega na gente. Devo ficar uns 15 anos no xilindró. Faz favor, bota minha janta na geladeira e avisa a Norminha que pode arrumar outro, porque irei demorar. Mas se ela quiser esperar, um dia eu saio. 

“Dirigentes comunistas são como cupins: instalam-se no governo por todos os cantos e fazem tudo virar pó, menos os seus bens camuflados.” (Cubaninho

“Às vezes nem se casando com mulher feia a gente escapa dos chifres. Depende do fogo, dela.” (Limão)

“Lá em casa a única coisa que minha mulher doaria com prazer seria eu.” (Climério)

No Brasil há mais farmácias, corruptos ou automóveis?

“Se você passa o domingo todo pensando na segunda-feira é bom trocar de emprego.” (Filosofeno)

“Alma é igual político honesto: pode até existir, mas ninguém vê.” (Limão)

“Adoro a paz dos cemitérios. Mas para visitas ocasionais.” (Mim)

“O PT é igual àquele namorado canalha que só após o casamento mostra quem realmente é.” (Eriatlov)

“Você era belo quando criança? Sorte sua, pois eu já era feio. “ (Assombração)

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- segunda-feira, abril 28, 2014 A UNIVERSIDADE É UM GALINHEIRO, ONDE RAPOSAS VELHAS VÃO CAÇAR

Há pessoas com admirável poder de síntese. Frei Betto é um deles. Conseguiu resumir um amontoado de besteiras em uma curta frase, ao afirmar em um evento na UFRGS: “Não sei por que se fala do fracasso do socialismo na Europa e não se fala do fracasso do capitalismo no ocidente”. Em duas linhas, o frei consegue vários milagres:

1 – confunde social-democracia com comunismo;
2 – identifica Rússia e Leste europeu com Europa;
3 – exclui a Europa do Ocidente;
4 – equipara uma teoria utópica, totalitária e imposta por um Estado ditatorial com um sistema econômico que emerge espontaneamente em uma sociedade como resposta às suas necessidades.

Amontoado de besteiras, dizia eu. Melhor diria amontoado de safadezas. Frei Betto não é um jovenzinho imberbe de cabeça em cujo oco se joga qualquer lixo, mas raposa peluda, autor de mais de meia centena de livros, que sabe como seduzir galinhas.

Fracasso do capitalismo? Onde? A economia capitalista — ou neoliberal, como agora se convencionou chamar — vai bem, obrigado. Ou alguém pretende que a Europa seja socialista? Houve época em que, para enganar a clientela, os jornalistas de esquerda identificavam as sociais-democracias européias com o socialismo soviético. “A Europa caminha para o socialismo, é para lá que o mundo desenvolvido vai”, era o que pretendiam dizer. Mas antes que o jogo de palavras fizesse fortuna, a URSS afundou.

Depois da queda do Muro de Berlim, o Leste europeu virou Europa. Há mais de dez anos, um leitor de Estocolmo contestava uma de minhas crônicas, com veemência. Que na Europa há miséria, sim senhor: “a Romênia tem muitos meninos de rua, sem contar a Rússia, Albânia. Vi muita pobreza em Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda, Bélgica, Inglaterra. Até aqui em Estocolmo tem mendigo”.

Vamos por partes. Há mais de vinte anos, havia uma Europa e um Leste europeu perfeitamente distintos. No Leste, universo socialista – ou seja, comunista – estavam os países da União Soviética onde, por definição, não havia desemprego nem greves ou conflitos trabalhistas. Muito menos miséria, mendigos, meninos de rua, estas mazelas decorrentes dos regimes capitalistas da velha Europa. Com a queda do Muro e o desmantelamento da URSS, a miséria oculta dos regimes socialistas veio à tona.

De repente, a Rússia, Albânia ou Romênia passaram a fazer parte da Europa. Há mendigos morrendo de frio em Moscou? FRIO MATA MENDIGOS NA EUROPA — dizem as manchetes. Quem só costuma ler as primeiras páginas nos quiosques ou zapear TV já passa a imaginar mendigos morrendo nas ruas de Paris, Londres, Berlim. Os jornalistas são hábeis em matéria de trocar sinais. As misérias herdadas de sete décadas de tirania socialista passam agora a ser debitadas à Europa. O mesmo faz frei Betto. O leitor menos avisado, que desconhece a arte de manipular conceitos, acaba caindo nos sofismas diariamente repetidos pela grande imprensa. Nesta época televisiva, ninguém mais lembra que Dostoievski passou a vida toda bradando, ao falar dos russos: não somos Europa.

O que é Europa? À primeira vista, a resposta é fácil. É aquele continente que de sul a norte vai da Grécia até a Escandinávia e de leste a oeste vai de Portugal à Áustria. É o que um dia chamamos de a Europa dos Quinze: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia , Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido e Suécia. Há uns bons vinte anos, tive acirrada discussão com um desses jornalistas que quando vão ao Uruguai acham que já estão no estrangeiro. Ele, como bom comunista, defendia a tese de que a Rússia era Europa.

Ora, nada mais anti-europeu que a Rússia. Em um discurso em homenagem a Pushkin, Dostoievski já se perguntava: “O que tem feito a Rússia durante dois séculos senão servir mais à Europa do que a si mesma?” Durante toda sua vida, o escritor católico russo sustentou que “nós, russos, não somos europeus”. Mas e a plataforma continental européia? – insistia o jornalista. Ora, plataforma pertence à área da geografia. E a definição de Europa não é geográfica, mas política e cultural.

Antes de ser acidente geográfico, Europa é um conceito político, até hoje em construção. Juridicamente, a Europa era configurada pelo Acordo de Maastricht, que criou a União Européia, por sua vez baseada na Comunidade Européia. Neste espaço não se incluíam nem a finada União Soviética, nem os países do Leste Europeu, assim denominados justamente por não pertenceram ao que, politicamente, se considerava Europa. Isto é, a Europa dos Quinze. Que pressupunha democracia, sistema que a coitada da Rússia até hoje, mesmo após o desmoronamento da URSS, não conhece. Do tzarismo caiu no comunismo. Morto o comunismo, caiu nas mãos das máfias e de Putin.

Que mais não seja, diz-nos a Enciclopédia Britânica: “Geógrafos modernos tratam a antiga União Soviética como uma unidade territorial distinta, comparável a um continente, separada da Europa ao oeste e do resto da Ásia ao sul e ao leste. Esta distinção indubitavelmente deve ser mantida para a Rússia, que ocupa três quartos da União Soviética”.

Propus ao jornalista minha definição de Europa. No final dos 70, voltando de uma viagem da ex-Iugoslávia para a França, reservei um assento em uma cabina no trem Skopje/Belgrado. Escolhi uma cabina vazia e peguei assento na janela: se não dormisse, poderia praticar esse esporte que tanto me apraz, ver florestas, montanhas e neves desfilando ante meus olhos. Mal sentei, entrou o cobrador, seguido de uma prolífica família de iugoslavos. Junto com o cobrador, vinha um policial - acompanhado de um cão da mesma raça - com uma submetralhadora em punho. O cobrador mandou-me sair da cabina.

Ingênuo e indefeso, eu exibia meu bilhete, mostrava o número nele e no assento, tentava explicar em todas as línguas que conhecia que tinha direito àquele lugar. Lacônico, o homem da submetralhadora me indicou a porta com o cano da arma. Que fazer ante tão sólida argumentação? Evidentemente, eu não estava mais na Europa. Iugoslávia, já em seu étimo, quer dizer eslavos do Sul.

Ao falar de fracasso do socialismo na Europa e fracasso do capitalismo no ocidente, o frei exclui a Europa do Ocidente. Onde ficará então o Ocidente? Na Sibéria? Na Mongólia? É espantoso que um público universitário ouça uma sandice destas sem vaiar o palestrante. Se bem que quase nenhum universitário hoje, seja professor ou aluno, saiba dizer o que ocorreu em 9 de novembro de 1989.

Concluindo: o orgânico não precisa ser organizado. Não é permissível comparar um sistema artificial, distanciado do real, nascido de uma teoria utópica, com uma economia que surge espontaneamente, decorre da própria natureza humana e hoje é almejada por todos os países que um dia foram comunistas. Capitalismo não tem profeta, não tem livro nem é imposto, manu militari, por Estados ditatoriais. Há teorias sobre o capitaliso? Há. São teorias que tentam explicá-lo, não teorias que surgem do nada para criar um modelo de organização social. 

La universidad es un acuário, donde las nenas ván pescar – dizem os espanhóis. Chez nous, é um galinheiro onde raposas velhas vão caçar.


SEM SAÍDA, EMPREITEIROS DA CAMARGO CORRÊA CEDEM E ACEITAM FAZER DELAÇÃO PREMIADA GERAL, SEGURA E IRRESTRITA CONTRA OS GOVERNOS LULA E DILMA

O juiz Sergio Moro, do Paraná, venceu a Camargo Corrêa pelo cansaço. Com seus executivos presos há mais de três meses, a empreiteira aceitou fazer um acordo de delação premiada e irá revelar esquemas de corrupção em outras áreas do governo federal, como o setor elétrico e rodoviário. 

Ao que tudo indica, nada será questionado sobre a atuação da Camargo nos governos estaduais. 

O furo é do jornalista Kennedy Alencar. Leia abaixo:

A Camargo Corrêa decidiu fechar um acordo de delação premiada com o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato. A expectativa dos investigadores é que a empresa dê informações sobre seus negócios com a Petrobras, mas também a respeito de outros setores da economia, como obras nas áreas de energia e estradas.

Na segunda-feira, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido de liberdade feito pela defesa de dois executivos da empresa. Foi a gota d’água para a companhia optar pela delação, caminho que já vinha analisando.
POLÍBIO BRAGA

LÍDER DO PSDB TRAI OPOSIÇÃO, VOTA COM O GOVERNO E AJUDA A ELEGER COMANDO QUE FARÁ NOVA PIZZA NA CPI DA PETROBRÁS

Reunião de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito que irá investigar a corrupção na Petrobras elegeu nesta quinta-feira, os nomes dos deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ) na presidência e relatoria do colegiado.

Houve tentativa de eleger um nome da oposição para a presidência, mas o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, traiu seus companheiros e ficou com o candidato do governo, Hugo Motta, selando uma aliança destinada a promover nova pizza na Câmara, já que a primeira CPI não deu em nada. 

O próprio deputado Onyx Lorenzoni, DEM, único gaúcho na CPI, chegou a ser aventado para a presidência, teria chance de vencer, mas o caso não foi adiante.

O candidato do PSOL, Ivan Valente, fez 4 votos.

. A CPI terá o prazo de 120 dias para concluir seus trabalhos e deverá ser investigado também as denúncias de pagamento de propina na estatal durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi presidente da República (1995-2003).

Não foi aceito o pedido do PSOl para a impugnação dos deputados indicados para a CPI e que receberam dinheiro sujo do Petrolão.
Segundo o líder do Psol, Chico Alencar (RJ), o partido questionou as indicações para a CPI dos deputados que receberam doações das empreiteiras OAS, Camargo Corrêa, Sanko, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Junior, UTC e Toyo Setal. Para defender a questão de ordem, Alencar invocou o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, segundo o qual não pode relatar matéria parlamentar que tenha sido financiado por empresa que tem interesse naquela matéria.
Do blog do Plíbio Braga

RENÚNCIA TUCANA


Renúncia tucana

PSDB: rejeição ao benefício
PSDB: rejeição ao benefício
Interpretem como quiserem, mas os tucanos vão anunciar logo mais que não querem facilidades para seus maridos e esposas viajarem a Brasília. A bancada do PSDB anunciará que vai renunciar ao benefício ressuscitado por Eduardo Cunha ontem – a Câmara aprovou projeto que a obriga a pagar as passagens dos cônjuges até a capital.
Por Lauro Jardim

ESTAMOS SENTINDO NA PELE- 'The Economist': Brasil está em atoleiro e Dilma é fraca

Pela terceira vez em menos de dois anos, a revista britânica The Economist volta a dedicar sua capa ao Brasil — e, novamente, não é por razões animadoras. Na edição latino-americana que chega às bancas, uma passista de escola de samba está em um pântano coberta de gosma verde com o título 'O atoleiro do Brasil'. A reportagem que foi veiculada nesta quinta-feira foi produzida por uma equipe de editores e jornalistas da publicação que passou uma temporada no Brasil para tomar pé da situação econômica. Os jornalistas estiveram em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Reprodução
The Economist: Brasil em atoleiro
Nas duas últimas capas que a Economist havia feito sobre o país (uma em setembro de 2013 e outra em outubro de 2014), a principal crítica até então recaía sobre a equipe econômica e a presidente Dilma Rousseff, que juntas haviam conseguido minar a credibilidade das contas públicas. Outra crítica recorrente era a política protecionista. Na edição recente, a revista poupa o novo ministro Joaquim Levy — mas não Dilma: "Escapar desse atoleiro seria difícil mesmo para uma grande liderança política. Dilma, no entanto, é fraca. Ela ganhou a eleição por pequena margem e sua base política está se desintegrando", diz a revista.
Em editorial, a revista se refere ao Brasil como "antiga estrela da América Latina" e afirma que o país vive seu pior momento desde o início da década de 1990, período de instabilidade política, com o impeachment de Fernando Collor, e derrocada econômica, com a hiperinflação. "A economia do Brasil está uma bagunça, com problemas muito maiores do que o governo admite ou investidores parecem perceber". Além da ameaça de recessão e da alta inflação, a revista cita como grandes problemas o fraco investimento, o escândalo de corrupção na Petrobras e a desvalorização cambial que aumenta a dívida externa em real das empresas brasileiras.
Reprodução/VEJACapas da revista 'Economist' em 2009 e quatro anos depois em 2013
Capas da revista 'Economist' em 2009 e 2013
Segundo a publicação, Dilma Rousseff "pintou um quadro cor-de-rosa" sobre o Brasil durante a campanha eleitoral. A revista critica o fato de a presidente ter usado o discurso de que a oposição iria retirar as conquistas adquiridas nos últimos anos, como o aumento da renda e os benefícios sociais. "Apenas dois meses do novo mandato e os brasileiros estão percebendo que foi vendida uma falsa promessa".
Economist nota que boa parte dos problemas brasileiros foi gerada pelo próprio governo que adotou uma estratégia de "capitalismo de Estado" no primeiro mandato. Isso gerou fracos resultados nas contas públicas e minou a política industrial e a competitividade, diz. A revista destaca que Dilma Rousseff reconheceu parte desses erros ao convidar Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. "No entanto, o fracasso do Brasil em lidar rapidamente com distorções macroeconômicas deixou o senhor Levy com uma armadilha de recessão".
Entre as medidas para que o Brasil retome o caminho do crescimento sustentado, a revista diz que "pode ser muito esperar uma reforma das arcaicas leis trabalhistas". "Mas ela deve pelo menos tentar simplificar os impostos e reduzir a burocracia sem sentido", diz o texto, ao citar que há sinais de que o Brasil pode se abrir mais ao comércio exterior.


O editorial termina lembrando que o Brasil não é o único dos Brics em apuros. A Rússia está em situação pior ainda. A publicação ainda sugere que ainda é tempo para agir: "Mesmo com todos os seus problemas, o Brasil não está em uma confusão tão grande como a Rússia. O Brasil tem um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas robustas. Mas seus problemas podem ir mais fundo do que muitos imaginam. O tempo para reagir é agora".

50 TONS DE CINZA- OPINIÃO DA PSIQUIATRA MIRIAM GROSSMAN

CARTA DE UMA PSIQUIATRA AOS JOVENS SOBRE O FILME 50 TONS DE CINZA

por Miriam Grossman. Artigo publicado em 
Não há nada de cinza em '50 Tons de Cinza'. É tudo preto.
Deixe-me explicar.
Eu ajudo pessoas que estão destruídas interiormente. Ao contrário de médicos que utilizam radiografias ou exames de sangue para determinar porque alguém está com dor, as feridas que me interessam estão ocultas. Faço perguntas e ouço atentamente as respostas. É assim que eu descubro como o paciente à minha frente está "sangrando".
Anos de escuta atenta me ensinaram muito. Uma coisa que eu aprendi é que os jovens são totalmente confusos sobre o amor - na busca e na manutenção do mesmo. Eles fazem escolhas erradas, e acabam com muita dor.
Eu não quero que você sofra como as pessoas que vejo em meu escritório, por isso estou avisando sobre um novo filme chamado '50 Tons de Cinza'. Mesmo que você não assista o filme, sua mensagem tóxica está se infiltrando na nossa cultura, e poderia plantar ideias perigosas na sua cabeça.
'50 Tons de Cinza' está em cartaz no Dia dos Namorados (Valentine's Day americano, que é celebrado em 14 de fevereiro), então você vai achar que é um romance, mas não caia nessa. O filme é na verdade sobre uma relação doentia e perigosa, cheia de abuso físico e emocional. Parece glamouroso, porque os atores são lindos, têm carros caros e aviões, e Beyoncé está cantando. Você pode concluir que Christian e Ana são legais, e que seu relacionamento é aceitável.
Esteja alerta para não ser manipulado(a)! A equipe do filme só quer o seu dinheiro; eles não têm nenhuma preocupação sobre você e seus sonhos.
Abuso não é glamouroso ou legal. Nunca é aceitável, sob nenhuma circunstância.
Eis o que você precisa saber sobre "50 Tons de Cinza": quando criança, o protagonista Christian Grey foi terrivelmente negligenciado. Ele está confuso sobre o amor, porque nunca o experimentou de fato. Em sua mente, o amor está entrelaçado com maus sentimentos como dor e constrangimento. Christian gosta de machucar mulheres de formas bizarras. Anastasia é uma menina imatura que se apaixona pelo visual e pela riqueza de Christian, e como uma tola decide satisfazer seus desejos.
No mundo real, essa história teria um final trágico, com Christian na cadeia e Ana em um abrigo (para mulheres com histórico de violência) ou em um necrotério. Ou Christian continuaria batendo na Ana, e ela ficaria e sofreria. De qualquer maneira, as suas vidas definitivamente não seria um conto de fadas. Creia-me.
Como médica, eu estou pedindo: NÃO assista "50 Tons de Cinza". Cheque, apure os fatos e explique aos seus amigos porque eles também não deveriam assistir esse filme.
Aqui estão algumas das ideias perigosas promovidas por essa obra cinematográfica:
1. As meninas querem caras como o Christian, que se apoderam delas e se tornam violentos.
Não! Uma mulher psicologicamente saudável evita o sofrimento. Ela quer se sentir segura, respeitada e cuidada por um homem que ela pode confiar. Ela sonha com vestidos de casamento, não com algemas.
2. Os caras querem uma garota como Anastasia, que é fraca e insegura.
Errado. Um homem psicologicamente saudável quer uma mulher que saiba impor respeito. Se ele está fora de linha, ele quer que ela o corrija.
3. Anastasia é livre para consentir que a machuquem, então ninguém pode julgar sua decisão.
Lógica fraca. Claro, Anastasia tinha livre escolha - e ela escolheu mal. A decisão auto-destrutiva é uma decisão ruim.
4. Anastasia toma decisões relacionadas a Christian de forma consciente e imparcial.
Duvidoso. Christian constantemente supre Anastasia de álcool, prejudicando seu juízo. Além disso, Anastasia se torna sexualmente ativa com Christian - sua primeira experiência sempre - logo após conhecê-lo. A Neurociência sugere que, em razão disso, a intimidade deles daria o gatilho para os sentimentos de apego e confiança dela, antes mesma que ela esteja segura que ele faça jus a essa situação. O sexo é uma experiência poderosa - principalmente pela primeira vez. Enfim, Christian induz Anastasia a assinar um acordo que a proíbe de contar a alguém que ele é um abusador de longa data. Álcool, sexo, manipulação - dificilmente os ingredientes de uma decisão individual imparcial.
5. Os problemas emocionais de Christian são curados pelo amor de Anastasia.
Só em filme. No mundo real, Christian não mudaria para nenhum patamar realmente expressivo. Se Anastasia se sente realizada por ajudar pessoas emocionalmente perturbadas, ela deveria se tornar uma psiquiatra ou assistente social.
A questão de fundo: as idéias de "50 Tons de Cinza" são perigosas, e induzem à confusão e a más decisões sobre o amor. Há uma grande distância entre relacionamentos saudáveis e doentios, mas o filme borra essas diferenças, de modo que você começa a se perguntar: o que é saudável em um relacionamento? O que está doentio? Há tantos tons de cinza ... Eu não tenho certeza.
Escute: é a sua segurança e o seu futuro que estão em jogo. Não há margem para dúvidas: uma relação íntima que inclui violência - consensual ou não - é completamente inaceitável.
Isso é preto e branco. Não existem tons de cinza aqui. Nem mesmo um.
* A autora tem formação em pediatria, com especialidade em psiquiatria infantil, adolescente e adulta.
Traduzido do site Meg Meeker, M.D. por Karen Rachel.

“A diferença entre Nicolas Maduro e Dilma? O sexo, pois a ignorância é a mesma.” (Mim)

O ANTAGONISTA- As Forças Armadas e "o exército de Lula"

Quando O Antagonista publicou o post "O que dizem os militares", muitos leitores deixaram de atentar para um ponto: o de que as Forças Armadas cumpririam o seu papel constitucional de preservar a ordem e a segurança também no caso do impeachment da atual presidente da República.
Essa declaração ouvida pelo Antagonista ganha ainda mais relevância depois da frase irresponsável de Lula, que ameaçou colocar "o exército de Stédile" , chefão do MST, nas ruas, no caso de o PT perder o poder.
Não passarão.

O ANTAGONISTA-O PT votou contra

Os deputados ainda não votaram o projeto de lei de Raul Jungmann suspendendo a Venezuela do Mercosul, mas ontem à tarde eles aprovaram uma moção de repúdio contra a escalada autoritária de Nicolás Maduro.
O PT votou contra.
O deputado petista Padre João disse que "não nos cabe ingerência em relação ao governo da Venezuela". Ele também associou o ditador venezuelano a Dilma Rousseff, com o argumento de que "estes que estão apoiando a moção vêm querendo ferir a nossa democracia em um terceiro turno, falando em impeachment".
Para tentar se manter no poder, Nicolás Maduro convocou o ministro da Defesa e colocou os militares venezuelanos em estado de alerta máximo, dizendo que "a ordem para se destruir a pátria de Simón Bolívar partiu dos Estados Unidos".
Como disse Padre João, ele não quer "ferir a democracia". Prefere matá-la.
Padre João defende a democracia bolivariana

“O governo diz que não teremos apagão, mas o preço das velas está subindo.” (Mim)

ORDEM LIVRE- Liberalismo: uma filosofia para os excluídos

Carlos Góes-Carlos Góes é mestre em Economia Internacional pela Universidade Johns Hopkins, bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, membro fundador da Aliança pela Liberdade 

Isso pode parecer estranho pra você, mas o liberalismo é uma filosofia que surgiu para amparar os excluídos. Sua lógica fundamental é a de que o indivíduo não se define pela estrutura na qual ele se insere, por seus genes ou pela profissão de seus pais, mas por sua humanidade.

Não é por acaso que a maior conquista do liberalismo seja o fim da escravidão.

Essa lógica é a ideia de que somos tão diferentes que precisamos ser iguais em dignidade e direitos pra vida funcionar. E esses direitos existem não por causa da natureza, mas por causa da evolução social e porque esses são mecanismos alegóricos necessários à prosperidade e à continuidade da vida em sociedade.

A divisão do trabalho, para além da prosperidade que torna possível que as massas tenham hoje uma qualidade de vida muito superior a de reis há alguns séculos, tem seu mais importante aspecto em nos tornar (inter)dependentes de outros. Ao contrário de ser algo que nos distancia, é algo que nos aproxima.

É algo que implica a necessidade de cooperação de esforços e conhecimento entre milhares de indivíduos que muitas vezes nem se conhecem.

Indivíduos que podem se odiar, mas cooperam - muitas vezes inconscientemente. Com isso, quebram as estruturas sociais irracionais que solapam diversas sociedades. Afinal de contas, por causa da divisão do trabalho você não sabe se quem colheu o trigo do pão que você come é da sua nacionalidade ou da mesma cor de pele que você. E a demanda por eficiência econômica trabalha como válvula de pressão para que as pessoas abandonem as irracionalidades dos preconceitos - exemplo das multinacionais na Índia que funcionam como mecanismo de ascensão social dos que nasceram em castas desfavorecidas.

Sim, existem diversos problemas com nossa sociedade. Eles devem sempre nos incomodar. Em última instância, nossas interações econômicas só podem ser tão boas quanto a própria sociedade. Mas uma das coisas que o estudo da nossa história econômica nos ensina é que a condição natural da humanidade é a pobreza e a falta de mobilidade social. Foi assim que a gente permaneceu por cerca de 5000 anos.

Alguma coisa muito especial começou a acontecer 250 anos atrás que permitiu com que a pobreza caísse de 98% a 15% da humanidade enquanto a população global aumentou mais de sete vezes. Alguma coisa muito especial aconteceu pra impedir que, caso fosse você o filho de um ferreiro ou de um servo, você estivesse condenado a viver com o mesmo nível de renda que seus pais sem possibilidade de mudança. A gente se acostumou tanto com o aumento exponencial do bem estar que a gente nem percebe o quão extraordinário isso é.

Parece-me sempre preferível um modelo que se baseie na constante ampliação de bem estar dos mais pobres, por meio da redução de custos e na produção para as massas, do que um que atenda somente as necessidades dos ricos. Afinal, a Rainha da Inglaterra sempre teve dinheiro suficiente pra comprar velas e iluminar seus salões. Já os pobres só conseguiram atingir esse nível de bem estar com a produção em massa da lâmpada elétrica.

Não, não é perfeito. Nós somos imperfeitos. Mas a realidade da economia de mercado é essa descontinuidade na história. Um salto da pobreza à prosperidade. Temos tudo para testemunhar o virtual fim da pobreza no mundo no curso de nossas vidas. E isso, pra mim, é o mais importante: ajudar os mais pobres.

Ao contrário do que se apreende da fama disseminada por seus críticos, a história dessa imperfeita filosofia é uma de inclusão dos excluídos e de enriquecimento dos mais pobres.

* Publicado originalmente em 14/05/2013.


“Político em alta está sempre rodeado de bajuladores. Fica com a bunda mais doce do que burro no canavial.” (Mim)

“Minha vizinha passa o dia sentada em frente à televisão com as mãos entre as pernas. Depois quando acende um cigarro reclama do cheiro de peixe.” (Climério)

“A primeira peste que a França legou à América Latina foi a sífilis. Depois passou a exportar marxismo, estruturalismo, sartrismo, lacanismo e outras moléstias gálicas.”(Janer Cristaldo)

“Pode-se mentir para o mundo, mas ninguém enrola a si mesmo.” (Pócrates)

“Além de feia, burra e mentirosa. Quem? Quem? Quem?” (Mim)

CLASSIFICADO - Procuro para compromisso sério uma viúva que tenha filhos. Ando com uma preguiça!

CLASSIFICADO- Troco dois vizinhos crentes barulhentos por um pai-de-santo comportado.

FISIOLÓGICO DA SILVA LEVA TRANCO DO CUNHA- Cunha derrota governo e dificulta projeto de Kassab de criar partido

Em uma nova ação que contraria os interesses do governo, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o projeto que atinge em cheio os planos do ministro Gilberto Kassab (Cidades) de criar um novo partido e formar uma das maiores bancadas da Casa, se apresentando como uma alternativa para o Palácio do Planalto ao rebelde PMDB. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), agiu pessoalmente para que o texto contra os planos de Kassab fosse aprovado em menos de um mês de tramitação. A proposta ainda depende do aval do Senado para entrar em vigor.