quarta-feira, 17 de maio de 2017

H.L. MENCKEN- TIPOS DE HOMENS- O ETERNO MACHO

O ETERNO MACHO 

Tente ouvir dois ou três rapazes conversando numa rodinha; seus bate-papos serão quase inteiramente compostos de bazófias – sobre suas façanhas no esporte, seu sucesso na escola, a riqueza e o vigor animal de seus pais, a elegância de suas casas. Acima de todos os quadrúpedes, o homem é o mais frívolo e idiota. Um belo papagaio não passa de um mero papagaio em comparação a ele. O homem não consegue se imaginar fora do centro das situações. Nunca abre a boca a não ser para falar de si mesmo. Nunca realiza a mais trivial das atividades sem pavoneá-la e aumentar-lhe a importância. Por mais banal que seja a situação em que se encontre, tenta transforma-la na mais inédita e gloriosa possível. Se, num daqueles sórdidos e obscuros combates contra outros imbecis, ele, por acaso, leva a melhor, estufa o peito de tal jeito que parece a ponto de explodir. Mas se, ao invés de levar a melhor, é obrigado a beijar a lona por um golpe desferido com luvas de pelica, extrai disso quase o mesmo êxtase por sua derrota e ignomínia. Então temos, de um lado, o herói; do outro, o mártir. Ambos estão sujeitos a grotescos e pueris. Ambos são de araque. 

1918

O LIVRO DOS INSULTOS

H.L. MENCKEN- TIPOS DE HOMENS- O HOMEM PERFEITO

O HOMEM PERFEITO

O homem, na melhor das hipóteses, continua uma espécie de animal cambeta, incapaz de tornar-se redondo e perfeito como, digamos, uma barata é perfeita. Se ele demonstra uma qualidade merecedora de aplausos, ninguém sabe de outra que ele possua. Dê-lhe uma cabeça, e lhe faltará um coração. Dê-lhe um coração com capacidade para dez litros, e sua cabeça mal servirá para acomodar uma dose. O artista, em 90% dos casos, é uma mosca morta, dado à corrupção de virgens, assim chamadas. O patriota é um fanático e, muito freqüentemente, um farsante e um covarde. O homem de grande bravura física, no máximo, empata intelectualmente com um pastor protestante. O gigante intelectual sofre do fígado e não consegue saltar sobre uma agulha. Em todos os meus anos de pesquisa por este mundo, da Golden Gate, no oeste, até Vístula, no leste, e das ilhas Orkney, no norte, até o Spanish Main, no sul, nunca conheci um homem completamente honrado que merecesse a honra de ser chamado deste nome. 

1923

O LIVRO DOS INSULTOS

A SOGRA, O GENRO E O CACHORRO

O cachorro Beni pastor alemão do Arnaldo mordeu a sogra no calcanhar e ela acabou morrendo.  O cachorro foi fechado no canil para futura avaliação. No velório mais de mil pessoas estavam presentes. Um conhecido comentou com Arnaldo como ela era amada pelo povo da cidade. A resposta do genro: “ Pois eu conto que dessas mil pessoas aqui presentes, cem vieram pela minha sogra, oitocentas e noventa e oito estão aqui com propostas para comprar o cachorro; os outros dois são do Butantã e estão querendo levar o corpo da velha.”

O QUE É O ESTUDO

Cléber ordenhava vacas, elas não gostavam, pois ele tinha mãos ásperas. Quando ele chegava perto elas ficavam inquietas. Suas mãos duras machucavam os mamilos das amigas. O patrão observou a situação e então comprou luvas para ele e o problema foi resolvido.
Cléber também tinha seguidamente arranhados no pênis. Nunca mais os teve. Olhava para a caixa de luvas sobre o armário e dizia para si: “Veja só o que é o estudo.”

LÃ E CARNE

Genara era uma ovelha descontente que resolveu fugir dos campos e ir à cidade para cortar sua lã, pois sofria com o calor e principalmente queria ver como era o mundo longe da verde relva. Após muito andar chegou à terra do cimento e aço. Obteve informações e correu até o primeiro barbeiro. Lá chegando perguntou:
-O senhor corta lã de ovelha?
Respondeu o barbeiro um pouco espantado:
-Não só corto a lã como também degusto a carne.  
E dito isso deu uma paulada na ovelha Genara que morreu no ato. O barbeiro foi para casa feliz levando nas costas o futuro assado da noite do seu aniversário.

INQUIETUDE

Das agruras do dia
Do corpo cansado e dolorido
Tudo o sono repara
Mas para uma mente inquieta
Que se agira no pensar repensar
Não há cama ou clima suave
Que traga descanso ao espírito.

DAQUELES QUE BRINCARAM COM FOGO

As mães deles por certo avisaram
Que quem brinca com fogo urina na cama
Pois os nossos políticos brincaram com fogo
 E infelizmente não urinaram em suas camas
Mas não param de urinar sobre o povo brasileiro.

PARDAL

Há um pardal na minha janela
Que não é o Professor Pardal.
Divirto-me com esse bichinho manso
Que me ensina coisas.
Mostrando-me, por exemplo,
O quanto pode ser belo na sua rotina
Esse animalzinho tão comum e singelo,
Que fica a ciscar aqui e ali
Para saciar seu estomagozinho.

A HORA

Sentado na sua cadeira de palha absorto está o ancião Demétrio.
Dentro do seu cérebro colidem lembranças de lágrimas, dores, emoções, alegrias e pássaros azuis.
Navegar foi preciso, e nem sempre esse navegar foi em águas calmas, mas Demétrio navegou.
Encarou os desafios, lutou.
Então nesse final de tarde seus olhos brilham pelos mares da vida percorridos, enquanto o porto descanso espera por ele.

DEMAIS

Serpentes nas paredes
Esquilos saindo da televisão
Um jacaré na banheira
Baratas fritas e salgadas postas mesa
Um canguru consertando o encanamento
Um urso e um tigre jogando baralho na varanda
Macarrão de minhocas em molho branco
Carne em alho e óleo diesel
Bichos da goiaba em duelo de espadas
Minha sogra dando um elogio
Meu cunhado indo trabalhar
O vizinho carrancudo dizendo bom dia
Um político de um partido político honesto na porta
Mulher pode dobrar a dose do remédio
Senão enlouqueço
São muitas alucinações para um homem só.
“O PT é igual àquele namorado canalha que só após o casamento mostra quem realmente é.” (Eriatlov)
“A vida não é feita só de merengue. Às vezes é preciso limpar um cascudo.” (Eriatlov)


“O povo é de amargar. Para fazer filhos não querem ajuda, mas para dar de comer aos barrigudos fazem um enorme drama e querem contribuição.” (Eriatlov)
“Somente um homem livre pode escolher entre o abismo ou o azul do céu. No comunismo a única opção é conformar-se com a mediocridade dos iguais.” (Eriatlov)


“Governo bom, sério e equilibrado o Brasil nunca teve. Sempre houve um rodízio dos mais ou menos. Mas o PT resolveu esculhambar.” (Eriatlov)   
“Eu não quero ir para o céu. Eu quero é ser governado pela Ângela Merkel.” (Eriatlov)

“Grande parte da Católica Apostólica Romana é constituída de ogros vermelhos. E eles atacam quem a sustenta. Está na hora de reagir. Cortar o financiamento via dízimo e outras contribuições.” (Eriatlov)


A MASSA, ESSA INIMIGA DA DEMOCRACIA, E A REFORMA DA PREVIDÊNCIA por Percival Puggina. Artigo publicado em 16.05.2017



Quando, no Natal de 1944, nazismo e fascismo eram derrotados nos campos de batalha, o papa Pio XII, em rádio mensagem na qual discorreu sobre Democracia, mencionou a diferença entre povo e massa. Disse ele:

Nº 15 - Povo e multidão amorfa ou, como se costuma dizer, "massa", são dois conceitos diversos. O povo vive e move-se por vida própria; a massa é de si inerte, e não pode mover-se senão por um agente externo. O povo vive da plenitude da vida dos homens que o compõem, cada um dos quais - no próprio lugar e do próprio modo - é uma pessoa consciente das próprias responsabilidades e das próprias convicções. A massa, pelo contrário, espera uma influência externa, brinquedo fácil nas mãos de quem quer que jogue com seus instintos ou impressões, pronta a seguir, vez por vez, hoje esta, amanhã aquela brincadeira.

Mais adiante, no mesmo documento, afirmará que a massa, assim definida, é a principal inimiga da democracia. Lembrei-me dessas definições, lidas há bom tempo, ao observar a reação popular à reforma da Previdência. Estamos diante de um caso típico daquela manipulação que transforma parcela expressiva da população em joguete de quem lhe infunde impressões e explora seus instintos.

A conta não fecha. A Previdência Social precisa ou de novos impostos, ou de novos empréstimos, ou de uma verdadeira multidão de novos contribuintes, ou de novas regras. Novos impostos ninguém quer pagar, novos empréstimos serão impossíveis e novos contribuintes, nas proporções necessárias, estão longe de qualquer cogitação razoável. Um milhão de aposentados no setor público, consomem tantos recursos do sistema quanto 34 milhões de aposentados do setor privado.

A massa, porém, é contra a reforma. Manipulada pela turma dos privilégios, dos proventos maiores e das aposentadorias precoces, rejeita solução que lhe pode assegurar, no tempo, a continuidade de seu sustento. Atira no próprio pé e chuta contra o próprio gol.

O ministro Roberto Barroso, do STF, foi levado àquela corte pela mão do governo petista. Havia dito que as condenações do mensalão eram como um ponto fora da curva nos julgamentos do Supremo. Tinha a missão de aliviar, e de fato aliviou, as penas dos réus políticos do mensalão, trazendo-os para "dentro da curva" almejada pelo PT. É ideologicamente um homem de esquerda, ateu, materialista e abortista. No entanto, falando em Londres sobre a reforma da Previdência, disse que ela "não surge como uma escolha política, filosófica ou ideológica, mas como "uma questão de aritmética e de justiça intergeracional". E aduziu que se ela não ocorrer, "vamos entregar um país devastado aos nossos filhos".

A interrogação que coloco ao leitor destas linhas é a seguinte: não deveria a massa, por todas as razões da razão, estar nas ruas clamando contra as injustiças desse sistema que tira do pobres para dar aos ricos, cobrando o fim dos escandalosos privilégios e das aposentadorias precoces e nababescas? Sim, deveria. Mas cumpre seu papel de massa e serve aos piores desígnios. Valem-se dela: 1) a malta de políticos que, sob o mais rasteiro egoísmo, só tendo olhos para a próxima eleição, deseja semear insatisfações para colher votos; e 2) as lideranças corporativas, instaladas numa zona de grande conforto e que, por isso, desejam a permanência dos atuais privilégios. A massa se afeiçoa a seus algozes...

________________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.


Compartilhar
“A CNBB é um clube marxista. Clube dos sem-serventia, pois adeptos de uma causa que é contrária à natureza do ser que é coletivismo forçado. Deveriam ser postos a trabalhar de verdade e pagar impostos.” (Eriatlov)
“O socialismo só é bom para inertes e dirigentes.” (Eriatlov)
“Questão de interpretação. Algumas construtoras brasileiras não entenderam que era para adotar menores abandonados e não maiores corruptos.” (Eriatlov)
“Para Dilma nada é fácil. Pensar então!” (Eriatlov)
“Jamais capitular diante do mal vermelho. Sou um pássaro livre, pelo céu azul eu navego.” (Eriatlov)
“Muitos quiseram implantar no planeta um paraíso segundo sua ótica, mas no fim acabaram se tornando monstros sem limites.” (Mim)
“O socialismo comunismo é como uma caixa de merda que levam para lá e para cá. Dizem que não irá feder, mas não tem jeito, um dia fede.” (Eriatlov)
“Todo estatista é um parasita.” (Eriatlov)
“O mal dos socialistas é ter um bico enorme para mamar e pouca vontade para sacrifícios e trabalhar.” (Eriatlov)

Saldo positivo dos empregos em abril confirma retomada do crescimento da economia

Saldo positivo dos empregos em abril confirma retomada do crescimento da economia

Os dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo MTE apontaram a criação líquida de 59,9 mil postos de trabalho formais. O resultado ficou em linha com as expectativas do mercado (criação de cerca de 45 mil vagas). O saldo positivo foi puxado principalmente pela expansão dos segmentos da indústria de transformação e de serviços, com criação de 13,7 mil e 24,7 mil vagas, respectivamente. 

Descontada a sazonalidade, o resultado passou de uma queda de 68 mil vagas em março para outra de 27 mil vagas em abril, voltando ao patamar observado em fevereiro. 

Com isso, mercado e governo sustentam a visão de que o mercado de trabalho se recuperará lentamente ao longo do ano, de forma defasada à retomada da atividade econômica.

PB
“Deus é solteiro, caso contrário jamais estaria em todos os lugares.” (Mim)


“Não sou de abraçar vizinhos. Nem de jogar pedras neles.” (Mim)
“Gosto de caminhar só. Assim só encho o meu próprio saco.” (Mim)

Noite. Uma rua solitária na periferia. Um gato malhado salta entre os telhados enquanto cães ladram ao vento. O excesso de lixo saltou para fora das latas e escorreu pelo chão de terra. Baratas passeiam fugindo dos pés dos meninos que brincam de bola na via. Mães e irmãs mais velhas chamam para dentro os garotos de pés encardidos. É hora do banho e do jantar. Crianças recolhidas, já é tarde, agora chegam automóveis com ocupantes que procuram nas esquinas pelos empresários do pó. A lua e as estrelas observam o movimento. Dinheiro para cá, pó para lá. Negócio feito lá e vão os loucos em busca de alucinações, enquanto os empresários da farinha perigosa contam as notas. O inferno para ambos os lados é logo ali.

PERDIDA NA NOITE

Num canto escuro de uma esquina malcheirosa, agarrada nos tijolos de um prédio sujo, ela vomitava. Suas pernas manchadas de bexigas roxas demonstravam a falta de cuidado que tinha para consigo. Um homem bêbado passou perto e disse alguns gracejos enquanto ela jogava fora sua existência, encharcada de álcool nas noites da vida. Após o pior passar ela levantou os olhos para o céu e viu a lua olhando para sua carcaça desalinhada. Por um breve momento pensou nos sonhos de menina que o diabólico tempo tratou de pulverizar. Tinha perdido o juízo; a juventude tão gostosa de ser vivida; os amigos verdadeiros; a família que ela mesma deixara para trás. Caminhou alguns quarteirões até seu quartinho acanhado no hotelzinho de quinta categoria. Abriu a porta e sentiu no rosto o cheiro de mofo que dominava o cubículo. Sentou-se na cama e acendeu mais um cigarro, talvez o trigésimo da noite. Tudo à sua volta rodava, os olhos de peixe morto, pálpebras caídas. Após fumar, apagou o venenoso e se deitou sobre o cobertor que ansiava por limpeza. Apagou... Mais uma noite de trabalho encerrada, mais um dia vivido sem ter alegria no coração.

NICE

Esta é a curta história de Nice, uma doce bombinha, faceira e formosa que apressadamente marcou um encontro com um pombo galã após conhecê-lo pelo facebook. Embora avisada pelos familiares dos perigos de encontros assim, não deu bola e foi. Usou seu melhor perfume e carregou na maquiagem. O local combinado para o encontro foi um casarão abandonado na Vila Dores. Chegaram ao local e foram para o sobrado. Já nas primeiras carícias o tal pombo mostrou a sua verdadeira face. Ela ficou apavorada quando o dito mostrou suas garras. Na verdade não era um pombo, mas sim um gavião disfarçado. Azar da pobre pombinha que foi literalmente comida no primeiro encontro. Restaram da Nice somente penas e sua nécessaire.

GINA

Gina, dezoito anos, bela e frágil, meiga e prestativa. O pai Ernesto era um cavalheiro. A mãe Andradina uma caninana. Certa amanhã Gina acordou tossindo e vomitando pétalas de rosas. A mãe não se aguentou- “Ainda vomitasse dólares ou euros.” Gina morreu no outro dia, seu corpo exalava um maravilhoso perfume. Foi o velório mais cheiroso do mundo. Até hoje a ciência ainda não conseguiu uma explicação. Os pais de Gina ainda vivem. Ele, culto e aberto ao mundo; ela; caminhando pra lá e pra cá matando grama com cuspe.

LENTO

Anacleto é lento. Há vinte anos gritou no Vale do Eco ‘otorrinolaringologista’. Até o momento o eco não retornou.

SEU TUPI

Seu Tupi era um cão muito fino que diariamente levava seu homem chamado Lúcio para passear. Muito belo o homem, de roupinha colorida, coleira de prata e tudo mais. Porém senhor Tupi nunca levava o kit cocô e o seu homem de estimação era pródigo em defecar nos gramados e calçadas. Faz alguns meses seu Tupi andava só por uma dessas calçadas de sua rua quando resvalou num cocô, bateu a cabeça e morreu. Que lástima! Lúcio triste e com sentimento de culpa entrou em depressão. Deixou de comer e até de mostrar a língua. No momento o pobre Lúcio mora num Homil para homens loucos.