domingo, 28 de abril de 2019


O VENDEDOR

A verdade é esta: ninguém é mais vendedor que Hermógenes, nem Sílvio Santos.  Já vendeu máquina para ensacar fumaça, calcinha furada da Cristina Kirchner, automóvel voador, jacaré ventríloquo, mulher com um furinho na cabeça para guardar moedas, passarinho que toca violão, cachorro que come usando garfo e faca e até dentadura para recém-nascido. Sua última proeza foi vender milhares de ingressos para entrar no céu sem precisar verificar os pecados, esquema dele com o porteiro. Vendeu tanto que até o dono da gráfica ficou rico.  Para que se tenha uma ideia de quanto o homem é bom, até Satanás comprou doze ingressos e deixou seis reservados. Preciso dizer mais?




O DIVINO IMPERADOR

O Divino Imperador, cheio de pompa e cercado por duas centenas de guardas caminhava pela Avenida Imperial próximo do povo. Nas esquinas e praças, estátuas e fotos do ungido celestial. Sorria e acenava para seus súditos, adornado de diamantes e ouro; era adorado como um deus, todos se curvavam diante da sua presença. Naquele dia quando pisou nos primeiros degraus que o levariam ao palácio real o inusitado aconteceu: o Divino Imperador soltou gases e não foi só isso: cagou-se todo! No meio da multidão um republicano não se conteve e gritou: “Divino que nada! Cagou-se! Humano, demasiado humano! ” Foi enforcado.


O NOME QUE SALVA
Já madrugada, estava eu parado numa esquina central esperando por um táxi. O céu todo forrado de estrelas, noite fria e bela. Nisso dois sujeitos se aproximaram e anunciaram: É um assalto! Não reagi, entreguei a carteira com documentos e dinheiro. Eles conferiram por cima o montante e pernas em ação. Logo depois eles regressaram, devolveram tudo e ainda por cima pediram desculpas. Um deles disse: “Desculpe o malfeito seu Evandro, pois para nós o senhor é uma autoridade. Boa noite! ”
Sem demora surgiu um táxi e fui para casa aliviado.
Em tempo, meu nome é Evandro Capeta.


O BURACO 

 Havia um buraco. No local não havia nenhuma placa. Um enorme perigo para os transeuntes que não tinham o hábito de olhar para o chão. Um cidadão distraído com seus pensamentos caiu então no buraco. Gritou ele por socorro durante muitas horas. Após alguns dias vieram os funcionários da prefeitura e encheram o buraco de pedras e terra. O cidadão distraído então não gritou mais.

VIDA CURTA

Foi determinado pelo criador de tudo e MM nasceu paraquedas. Mas durou pouco, teve vida curta.  Estava no seu DNA, não se abria com ninguém.