sexta-feira, 31 de julho de 2020

O EREMITA DO VALE DO URUGUAI

O EREMITA DO VALE DO URUGUAI

O velho eremita Herodes vive na mata, não por desilusão ou coisa assim, mas porque gosta de solidão, dos animais e do cheiro das folhas verdes. Já viúvo, tem no cão Batmann seu amigo companheiro. Tem verdadeira devoção pelo cãozinho branco/caramelo, há nove anos na sua companhia. Mora num pequeno barraco trançado de cipós, arbustos bem folheados e uma velha lona sobre tudo, impedindo que entre água da chuva. Do seu lugar se vê o Rio Uruguai serpenteando, dividindo os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Uma vez por mês desce ao Porto para pegar algumas provisões e receber sua aposentadoria. Pouco tem: um velho colchão; dois lençóis; um travesseiro; uma lata de dois quilos de arroz; banha de porco; açucar; café; charque;uma barra de sabão. De utensílios,um isqueiro grande,  uma panela, uma frigideira, um copo de lata. duas facas, e duas colheres.Tem creme dental e escova,algumas bermudas e camisetas. Duas toalhas de banho e um grosso cobertor. Alguns livros guarda com carinho: D. Quixote- O Vermelho e o Negro-Cândido-Crime e Castigo- O Castelo de Vidro e uma coleção de Mario Vargas Llosa.  Fala rindo:" velho e pobre sim, inculto não!" Não muito longe há uma pequena cascata, onde toma banho e apanha água potável. Entre suas tralhas guarda algumas linhas de pesca. Vez ou outra o arroz é acompanhado de peixe frito. Fez um banquinho de madeira e cipós para quando se cansa de ficar em pé. Tem papel higiênico também. Faz suas necessidades a trezentos metros do barraco, e sempre enterra. Alguns dizem que é louco, porque fala com os animais, mas o conheço bem, louco ele não é. Se fala com os bichos é por amor, e para impor desafios à sua mente, evitando que se torne preguiçosa. Debate com o  lagarto Sebastião questões universais, como se vamos para algum lugar depois da morte, ou se existe vida inteligente no universo além da nossa. Herodes acredita que não somos únicos no universo, mas acredita que pós-morte existe o nada. Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?-  também assunto dele com a coruja Lucrécia. Tanto ele quanto ela acreditam que foi a galinha, mas o assunto é polêmico e divide até os homens da ciência. Dos políticos não generaliza, a maioria não vale um centavo, mas há os bons em pequeno número. Com o tucano Antenor debate assuntos econômicos, e os dois concordam que governos devem ser austeros, valorizar a poupança interna, para ter dinheiro barato para investimentos necessários à população. Dias atrás passou para um papo a  garça viajante Dinorá, chegada em assuntos gramaticais, que observou que o nome Cordilheira Alta se trata de uma grande redundância, mas vá lá, disse bem humorada,que o povo decida. Então se alguém topar com Herodes, não se assuste, apesar de excêntrico se trata de um grande coração. Mal não faz, só pensa o bem, é um anjo que vive na mata.









CAÇANDO PATOS

CAÇANDO PATOS
Ano 2550 DC. Romualdo e Peter saíram no domingo para caçar patos. Os bichinhos faceiros se deliciavam na grande lagoa, quando os caçadores chegaram. Os bichos alçaram voo e eles meterem bala. Aí foi que aconteceu um fato novo que mudou a história de todas as caçadas de patos. Chegaram por detrás deles, dois patos de terno e gravata, que se apresentaram como advogados. Os eles largavam as armas ou seriam denunciados e presos. E ainda ameaçaram: E saibam vocês, o juiz do condado também é um pato! Acho que dá perpétua! Os dois caçadores partiram cabisbaixos para suas casas. Dali em diante aposentaram suas armas,  e dedicaram-se a nobre arte do jogo de dominó. 

NÃO TENHO VERGONHA

“Nunca demonstrei vergonha para almoçar ou jantar em casa de estranhos. Já trabalhar me deixa traumatizado mesmo em casa de amigos.” (Climério)

“Eu não julgo ninguém, apenas cuido da guilhotina.” (Aido Pescoço)

“Se eu acreditasse em destino não me levantaria da cama pela manhã.” (Pócrates)

“Adoro um evento, comer salgadinhos e bebericar de graça. Participo de todos, até mesmo de inauguração de funerária.” (Chico Melancia)

“O bicho bravo mais difícil de domar é a ignorância.” (Mim)

“Grandes homens nascem em todos os países. E podemos afirmar que belas porcarias também.” (Shal Amoníaco)

quinta-feira, 30 de julho de 2020

“O dízimo é o pagamento da ilusão.”

"Quem não me conhece não perde nada."(Limão)

NAMORADA


Estava eu namorando a mulher mais linda da cidade
Quando ela soube
Largou-me.

BOCHECHUDO

Existe vantagem em ser bochechudo
Pois sobra espaço no bocão
Para sete dias de merenda.

CRIAR

Criar é dor de parto
E o filho nascido
Quase sempre é um monstrinho.

QUEM SE IMPORTA

QUEM SE IMPORTA
Gente que se importa
Com as dores de outrem
Nunca foi e nunca será
Completamente feliz
Mas é com esse grande amor que se completa
Pois o sentimento que traz no coração
Deixa marcado
Que não só passou pela vida
Mas que intensamente viveu.

“Nossa família jamais gostou de fogo. É uma questão de sobrevivência.” (Will Verme)

"A crise me pegou. De tanto comer ovo já estou me sentindo um lagarto." (Climério)

“Tive um irmão que viveu pouco. Ele tinha horror a sangue.” (Lurdes Pulga)

“Não posso mais viver num canil. Agora peguei gosto pelo ar-condicionado.” (Bilu Cão)

"Hoje vi um balão murcho no banheiro dos meus donos. Se teve festa na casa eu não fui convidado." (Bilu Cão)

"Se não fosse pulga gostaria de ser um pernilongo.Piolho não, tenho nojo de piolho." (Lurdes Pulga)

“A fama não é um paraíso. O inferno está atrás da porta.”

SINCERONILDO


Andando pelo cemitério Sinceronildo topou com um enterro. Foi ver quem era. Conhecia o defunto; sujeito bruto, violento e ladrão. Batia muito na mulher e nos filhos, um grande canalha. Ao ver a viúva foi ter com ela. Abraçou-a dizendo:
-Meus parabéns! Vai ter bolo?

CHICO

O tal Chico petista
Que carrega também Buarque
Sempre foi um sugador assíduo
Das tetas de Lei Rounet
E não fica rubro
Em apoiar vermelho ladrão
Do povo brasileiro.

CHUPIM

Casinha de sapê nos confins.
-Toc!Toc!
-Quem bate?
- Greta.
- Vai dormir chupim.

BRASÍLIA

Brasília que não me encanta
Não tanto pela arquitetura
Mas pela abundância de Felis catus.

CRACK

CRACK

É sua escolha comprá-la
A pedra
O fogo
A fumaça inalada
O êxtase
A passagem então comprada
A porta se abre
O inferno real se apresenta
Quando deixa o seu cérebro a desgraça.


Então você procura pela chave
Da porta para sair do inferno
Porém ela se encontra perdida
Você não consegue encontrá-la
Então sem perceber
Você procura novamente pela pedra
E o ciclo de dor e desespero recomeça.


quarta-feira, 29 de julho de 2020

LINDONÇA

O baile estava animado. Ela toda linda, deslumbrante, num vestido branco maravilhoso. Porém durante todo o baile, ninguém foi tirá-la para dançar. Um dos músicos ficou intrigado, serão todos cegos? Ficou interessado em tal formosura. Chamou o garçom e pediu o motivo de tamanha afronta. O garçom foi direto:
- Caro amigo, é o bafo. O bafo dela é de amargar. Tanto que o apelido da menina é Lindonça; lindona com bafo de onça. Até urubu passa de costas! 
Mas o bom homem não se desanimou. Encheu as narinas de algodão e se atracou. Deu como desculpa um problema de hemorragia no nariz.  Ela acreditou e o namoro engrenou.
Deu certo, estão casados faz quinze anos .E naquela casa nunca falta algodão.

“ Para alguns vivente o melhor amigo é o álcool. Para outros, o pudim. “

“O conhecimento é um buraco que quanto mais você cavouca, mais tem vontade de se jogar dentro. ”

“ O melhor amigo do mau cozinheiro é o ovo cozido. “

“As sogras boas são maioria. Uma ou outra é que carrega veneno. ”

“Todo jogo é de azar. Sorte somente para o banqueiro. ”

“ Não se iluda com a Mega-Sena. Mais fácil que ganhá-la é a Scarlett Johansson dar em cima de você. “

segunda-feira, 27 de julho de 2020


NÃO SE CRESCE SEM DOR

O tempo nos marca a ferro
E descobrimos que convicções são inegociáveis
Renego toda tutela
Antes morrer que ficar dependente
Do estado ou ser físico
Sei que nada consistente é feito sem sacrifício
A experiência ensina
Que não se faz omelete sem quebrar  ovos.


Lula morreu e no inferno de cara encontrou um fofoqueiro. Ele confidenciou para Lula:
- Tem um engenheiro aqui que só te chama de Sapo Barbudo!

DUELO À BRASILEIRA

Diplomata competente e cavalheiro fino, Orlando Leite Ribeiro era respeitável pé-de-valsa, por isso não resistiu ao bolero da orquestra num clube social de Lima (Peru), onde foi embaixador do Brasil, nos anos 1950: localizou a mais bela mulher do salão e a convidou para dançar. O marido enciumado não gostou e o desafiou para um “duelo de honra”: “Escolha as armas! Pistola? Espada?” Calmo, o embaixador definiu: “Granada a doze passos!” O desafiante tremeu: “Como assim? Essa arma não é normal...” O diplomata explicou o exercício da prerrogativa de escolher as armas do duelo: “É a única que sei usar, minha especialidade no Exército.” O maridão intolerante foi embora, desistindo do duelo.

Díário do Poder

sexta-feira, 24 de julho de 2020

“O socialismo é como um sonho lindo. Neste sonho o sujeito é namorado da modelo Gisele, quando acorda à realidade está de pijaminha ao lado da Graça Foster.” (Mim)

“O bem anda por aí de cara limpa. O mal se maquia para parecer com tudo, menos com ele mesmo.” (Filosofeno)

“O tempo é um grande apagador. Um dia seremos todos esquecidos. ”

DO BAÚ DE JANER CRISTALDO- 2014 - FILA DÁ STATUS

Entre as coisas que evito na vida, estão as filas, e já perdi muita coisa boa por causa disso. Durante meus anos de Paris, jamais subi na torre Eiffel. Por duas razões. Primeiro, considerava ser um lugar comum, típico de turista deslumbrado. Segundo, pelas filas. Quando superei o primeiro obstáculo, restou o segundo. Em uma das últimas tentativas, ainda com a Baixinha, havia filas de quatro ou cinco horas. Em uma das patas da torre, a fila era menor, previa-se duas horas. Era aquela pata por onde se sobe a pé. 

Merci bien! Verdade que, anos depois, acabei subindo. Passava por lá, e sei lá por que estranho fenômeno, havia filas de 15 minutos. Então tá. Cá entre nós: a visão do alto do Arco do Triunfo, que é bem mais baixo, é mais esplendorosa.

Há, é claro, as filas das quais jamais escapamos. Na era pré-internet, as de banco eram uma delas. Antes do real, naqueles dias em que uma mercadoria tinha o preço aumentado três vezes por dia, a fila era um inferno inevitável. No dia seguinte à vigência da nova moeda, sumiram como que por encanto.

Sempre vi fila como estigma de país pobre e subdesenvolvido. Ou praga de país socialista. Na época do comunismo, os países soviéticos eram os campeões do triste esporte. Se um russo via um fila, nela entrava sem pensar. Porque na outra ponta certamente havia algo que faltava a todos. Mas existem também as filas do supérfluo. Uma das raras filas que vi em Paris foi na Champs Elysées. Eram centenas de turistas, na maioria japonesas, numa loja de bolsas Vuiton. Todos os dias.

Em Nomade, a escritora somali se defronta com misteriosas instituição do Ocidente, o tíquete para filas. 

“Eu estava cativada pela engenhosidade do sistema. As pessoas não tinham de fazer a fila como éramos obrigados na África; eles não tinham que se enfiar, empurrar os outros ou se comportar de maneira agressiva para defender seu lugar na fila de espera. Podia-se sentar, e durante este tempo seu tíquete de alguma maneira fazia a fila por você”.

É observação de quem vive em um mundo que depende de filas. Fila é perda de tempo, ou seja de vida. Quando tenho de enfrentar alguma da qual não posso escapar, me refugio na leitura. Em suma, fila não é coisa de se gostar. Exceto talvez em São Paulo.

Desde que cheguei aqui, há 23 anos, notei um certo apreço, quase orgulho, em curtir uma boa fila, seja em exposições, shows ou restaurantes. Sem falar no trànsito. É quase com um sentimento de heroísmo que um paulistano se gaba de ir até Santos em três ou quatro horas, distância que normalmente tomaria menos de hora. Um estrangeiro se horroriza com 100 ou mais quilômetros de engarrafamento. Para o paulistano, faz parte da vida.

Minha primeira constatação desta sensação de bem-estar em uma fila ocorreu no Famiglia Mancini, restaurante na rua Avanhandava, no centro da cidade. Nos almoços de fins de semana, espera-se no mínimo duas horas para entrar. Ninguém faz cara feia. A fila é uma oportunidade de conversar, confraternizar, fazer novos amigos. Lembro de um Dia das Mães, em que 400 delas esperavam para comer, sem pressa alguma, sob um sol de rachar. Confesso ter entrado em uma dessas filas, não exatamente por vontade própria, mas para mostrar a um amigo francês nossas instituições.

Chegamos a um ponto tal de apreço pelas filas, que as pessoas as buscam como sinal de status. Leio no Estadão de hoje, em reportagem de Mônica Reolom:

Em SP, filas já são evento cultural 

Segundo a repórter, a concorrência por atrações não só faz com que paulistanos incorporem a espera como parte do passeio, como também buscam filas para postar foto na internet.

Embora fosse o meio da tarde de uma sexta-feira fria e nublada, Alexandra Sene, química de 41 anos, e o filho Mateus, de 10, já estavam há duas horas e meia em pé na calçada, esperando para ingressar no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. "Viemos de Cotia", disse ela, ansiosa para finalmente entrar na mostra Obsessão Infinita (conhecida por exibir milhares de bolinhas), da artista Yayoi Kusama. "Só peguei uma fila parecida com essa quando Ayrton Senna morreu", lembrou Mara Marques, dentista de 42 anos que também estava com o filho, de 10.

Alexandra, Mara e as duas crianças, no entanto, já haviam feito amizade na fila e comprado pipoca e refrigerante das barraquinhas ao redor. Além disso, viraram atração: quem passava de carro ou a pé tirava foto da aglomeração que virava o quarteirão. A nutricionista Thaís Furlani, de 24 anos, brincava: "Vim para tirar foto e postar no Instagram".

Na Barra Funda, o casal Bruno Novaes, de 24 anos, e Aline Alves, de 26, atribuía às redes sociais um dos motivos por estarem há mais de 40 minutos na fila da exposição da dupla osgemeos, na Galeria Fortes Villaça. "Os amigos postam e estimulam que a gente venha. Nós também pretendemos tirar foto lá dentro", disse ele.
 

Por coincidência - ou talvez nem tanto - a Vejinha São Paulo de hoje tem como reportagem de capa "as filas que valem a pena. A revista dedica nada menos que sete páginas às melhores filas da cidade. 

Para o paulistano, pouco importa o espetáculo ou evento. O que interessa é o “eu vi, eu estive lá”. O filme pode ser um solene abacaxi. Mas é preciso vê-lo. Principalmente se for um blockbuster. Como participar de uma conversa com pessoas que já o viram sem tê-lo visto? O que mede a procura de um espetáculo já não é a qualidade do espetáculo em si, mas o tamanho da fila dos assistentes.

Sempre vi São Paulo como uma metrópole um tanto provinciana, e este apreço pelas filas confirma minha opinião. Enquanto fila é maldição em todos os países do mundo, Brasil inclusive, em São Paulo a carneirada vibra com boas horas de espera. O evento já nem é o evento, mas a fila para o evento. 

Mais um pouco, e as filas serão anunciadas como atrativo turístico da cidade. Venha entrar nas maiores filas do mundo. Que tem na outra ponta? Não interessa. O que importa é curtir a fila em si.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

"Bacon não passa de torresmo com grife."

"Os infinitamente pequenos têm um orgulho infinitamente grande." Voltaire

E NÃO É ASSIM?

“Antigamente os religiosos faziam voto de pobreza. Hoje os procuradores de Cristo possuem fazendas, mansões e um sem fim de bens. Faz-se necessário acordar os patrocinadores.” (Filosofeno)

“O que mais incomoda os puxa-sacos é ter que trabalhar. O trabalho atrapalha o serviço bajulatório.” (Limão)

“Dependendo de quem é corpo os vermes também vomitam.” (Mim)

Preciso mesmo perder uns quilos. Já tenho mais peitos que a minha mulher. (Fofucho)

“A minha mulher batizou um bastão de beisebol de ‘Tolerância Zero’. Ando pisando em ovos.” (Climério)

A IMPORTÂNCIA DE TER ESPELHOS EM CASA

“Se você não tem nada de bom para fazer, pense como é importante não ficar enchendo o saco dos outros. Não seja um sarnão!"

quarta-feira, 22 de julho de 2020

“Pedro, precisamos animar este paraíso. Peça emprestado ao diabo alguns libertinos.” (Deus)

“Antes de tudo socializem o sexo. Que as boazudas se entreguem de graça para pobres e feios como eu.” (Climério)

“Impostos abusivos sustentam ladrões do suor alheio.” (Eriatlov)

“Fossem os construtores das pirâmides comunistas, ainda estariam fazendo reuniões para definir o tamanho das pedras.” (Eriatlov)

“Meu coração é de Jesus e o resto é do Banco Itaú.” (Mim)

“Comer bosta de cabrito é melhor que se drogar. Não cria dependência, basta lavar a boca.” (Pócrates)

“De barriga vazia também se faz filhos.” (Eriatlov)

BASTA OBSERVAR


“Tem muito velho sacana. Na fila do banco entra torto e rengo, mas nos bailões de terça e quinta é um pé de valsa.” (Josefina Prestes)

terça-feira, 21 de julho de 2020

DO BAÚ DE JANER CRISTALDO-segunda-feira, fevereiro 27, 2006 O DIREITO DE OFENDER

Já citei algumas vezes Ayaan Hirsi Ali, deputada do Parlamento holandês, de origem somáli, roteirista do filme Submissão, em função do qual o cineasta Theo Van Gogh foi assassinado por um muçulmano em novembro de 2004. Ao lado de Oriana Fallaci, é um dos raros intelectuais europeus com coragem de enfrentar a agressão muçulmana ao velho continente. Ela vive sob proteção policial. Convidada a Berlim dia 9 de fevereiro passado, Ayaan Hirsi Ali pronunciou um discurso sobre a affaire das caricaturas de Maomé, contra o islamismo e pela defesa da liberdade. Como a imprensa brasileira observou um silêncio obsequioso em torno ao pronunciamento da deputada holandesa, segue a tradução do mesmo.

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Estou aqui para defender o direito de ofender. Tenho a convicção que esta empresa vulnerável que se chama democracia não pode existir sem livre expressão, em particular nas mídias. Os jornalistas não devem renunciar à obrigação de falar livremente, da qual são privados os homens de outros continentes.

Minha opinião é que o Jyllands Posten teve razão ao publicar as caricaturas de Maomé e que outros jornais na Europa fizeram bem em republicá-las.

Permita-me retomar o histórico desta affaire. O autor de um livro infantil sobre o profeta Maomé não conseguia encontrar ilustrador. Ele declarou que os desenhistas se censuravam por medo de sofrer violências da parte dos muçulmanos, para os quais é proibido a qualquer um, onde quer que seja, representar o Profeta. O Jyllands Posten decidiu investigar a esse respeito, estimando - a justo título - que uma tal autocensura era portadora de graves conseqüências para a democracia. Era seu dever de jornalistas solicitar e publicar os desenhos do profeta Maomé.

Vergonha aos jornalistas e às cadeias de televisão que não tiveram a coragem de mostrar a seu público o que estava em causa na affaire das caricaturas! Estes intelectuais que vivem graças à liberdade de expressão, mas aceitam a censura, escondem sua mediocridade de espírito sob termos grandiloqüentes como responsabilidade ou sensibilidade.

Vergonha a estes homens políticos que declararam que ter publicado e republicado aqueles desenhos era "inútil", era um "mal", era "uma falta de respeito" ou "sensibilidade"! Minha opinião é que o primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, agiu bem quando se recusou a encontrar os representantes de regimes tirânicos que exigiam dele que limitasse os poderes da imprensa. Hoje, nos deveríamos apoiá-lo moral e materialmente. Eu gostaria que meu primeiro-ministro tivesse tanto peito quanto Rasmussen.

Vergonha a estas empresas européias do Oriente Médio que puseram cartazes dizendo Nós não somos dinamarquesesAqui não vendemos produtos dinamarqueses! É covardia. Os chocolates Nestlé não terão o mesmo gosto depois disso, vocês não acham? Os Estados membros da União Européia deveriam indenizar as sociedades dinamarquesas pelas perdas sofridas pelo boicote.

A liberdade se paga caro. Pode-se muito bem despender alguns milhões de euros para defendê-la. Se nossos governos não vêm em ajuda a nossos amigos escandinavos, eu espero então que os cidadãos organizem coletas de doações em favor das empresas dinamarquesas.

Nós fomos submergidos em uma onda de opiniões nos explicando que as caricaturas eram ruins e de mau gosto. Disso resulta que estes desenhos não tinham trazido senão violência e discórdia. Muitos se perguntaram qual vantagem havia em publicá-los.

Bem, sua publicação permitiu confirmar que existe um sentimento de medo entre os escritores, cineastas, desenhistas e jornalistas que quisessem descrever, analisar ou criticar os aspectos intolerantes do Islã na Europa.

Esta publicação também revelou a presença de uma importante minoria na Europa que não compreende ou não está disposta a aceitar as regras da democracia liberal. Estas pessoas - cuja maior parte são cidadãos europeus - fizeram campanha em favor da censura, dos boicotes, da violência e de novas leis proibindo a "islamofobia".

Estes desenhos mostraram com evidência que há países que não hesitam em violar a imunidade diplomática por razões de oportunismo político. Vimos governos maléficos como o da Arábia Saudita organizar movimentos populares de boicote ao leite e iogurte dinamarqueses, enquanto esmagariam sem piedade todo movimento popular que reclamasse o direito de voto.

Estou aqui hoje para reclamar o direito de ofender nos limites da lei. Vocês talvez se perguntem: por que em Berlim? E por que eu?

Berlim é um lugar importante na história das lutas ideológicas em torno da liberdade. É a cidade onde um muro encerrava as pessoas no interior de um Estado comunista. É a cidade onde se concentrava a batalha pelos corações e mentes. Os que defendiam uma sociedade aberta mostravam os defeitos do comunismo. Mas a obra de Marx era discutida na universidade, nas rubricas de opinião dos jornais e nas escolas.Os dissidentes que tinham conseguido escapar podiam escrever, fazer filmes, desenhar, empregar toda sua criatividade para persuadir as pessoas do Oeste que o comunismo não era o paraíso na terra.

Apesar da autocensura de muitos no Ocidente, que idealizavam e defendiam o comunismo, apesar da censura brutal imposta ao Leste, esta batalha foi ganha.

Hoje, as sociedades livres estão ameaçadas pelo islamismo, que se refere a um homem chamado Muhammad Abdullah (Maomé) que viveu no século VII e é considerado como um profeta. A maioria dos muçulmanos são pessoas pacíficas, não são fanáticos. Eles têm perfeitamente o direito de serem fiéis às suas convicções. Mas, no seio do Islã, existe um movimento islâmico puro e duro que rejeita as liberdades democráticas e faz tudo para destruí-las. Estes islâmicos procuram convencer os outros muçulmanos que sua forma de viver é a melhor. Mas quando aqueles que se opõem ao islamismo denunciam os aspectos falaciosos dos ensinamentos de Maomé, eles são acusados de serem ofensivos, blasfemos, irresponsáveis - ou mesmo islamofóbos ou racistas.

Por que eu? Eu sou uma dissidente, como aqueles da parte leste desta cidade que foram para o Oeste. Eu nasci na Somália e passei minha juventude na Arábia Saudita e no Quênia. Eu fui fiel às regras editadas pelo profeta Maomé. Como os milhares de pessoas que manifestaram contra as caricaturas dinamarquesas, eu por longo tempo acreditei que Maomé era perfeito - que ele era a única fonte do bem, o único critério permitindo distinguir entre o bem e o mal. Em 1989, quando Khomeini lançou um apelo para matar Shalman Rushdie, eu pensava que ele tinha razão. Hoje, não penso mais assim.

Eu penso que o profeta Maomé errou em subordinar as mulheres aos homens.
Eu penso que o profeta Maomé errou ao decretar que é preciso assassinar os homossexuais.
Eu penso que o profeta Maomé errou ao dizer que é preciso matar os apóstatas.
Ele errou ao dizer que os adúlteros devem ser chicoteados e lapidados, e que os ladrões devem ter as mãos cortadas.
Ele errou ao dizer que os que morrem por Alá irão ao paraíso.
Ele errou ao pretender que uma sociedade justa possa ser construída sobre essas idéias.
O Profeta fazia e dizia boas coisas. Ele encorajava a caridade em relação aos outros. Mas eu sustento que ele também é irrespeitoso e insensível em relação àqueles que não concordavam com ele.

Eu penso que é bom fazer desenhos críticos e filmes sobre Maomé. É necessário escrever livros sobre ele. Tudo isto pela simples educação dos cidadãos.

Eu não procuro ofender os sentimentos religiosos, mas não posso me submeter à tirania. Exigir que os homens e as mulheres que não aceitam os ensinamentos do Profeta se abstenham de desenhar, não é um pedido de respeito, é um pedido de submissão.

Eu não sou a única dissidente do Islã, há muitos no Ocidente. E se eles não têm segurança pessoal, devem trabalhar com falsas identidades para se proteger da agressão. Mas ainda há muitos outros em Teerã, em Doha e Riad, em Amã e no Cairo, como em Cartum e Mogadiscio, Lahore e Cabul.

Os dissidentes do islamismo, como os do comunismo em outras épocas, não têm bombas atômicas nem nenhuma outra arma. Nós não temos o dinheiro do petróleo como os sauditas e não queimamos embaixadas nem bandeiras. Nós recusamos aderir a uma louca violência coletiva. Aliás, nós somos pouco numerosos e muito dispersos para tornar-se uma organização de qualquer coisa. Do ponto de vista eleitoral, aqui no Ocidente, não somos nada.

Nós temos apenas nossas idéias e não pedimos senão a oportunidade de expressá-las. Nossos inimigos utilizarão se necessário a violência para nos fazer calar; eles se dirão mortalmente ofendidos. Eles anunciarão por toda parte que nós somos seres mentalmente frágeis que não se deve levar a sério. Isto não é novo, os defensores do comunismo utilizaram à exaustão estes métodos.

Berlim é uma cidade marcada pelo otimismo. O comunismo fracassou, o Muro foi destruído. E mesmo se hoje as coisas parecem difíceis e confusas, estou certa que o muro virtual entre os amantes da liberdade e aqueles que sucumbem à sedução e ao conforto das idéias totalitárias, este muro também, um dia, desaparecerá.

Fui convidado pra ser modelo, mas não aceitei, meu foco é música. Obrigado Ultragaz pelo convite. (Cesar Menotti)

“Os comunistas deveriam deixar de lado o ódio aos bem sucedidos. Mais Groucho Marx e menos Karl Marx.” (Eriatlov)

O VENDEDOR

A verdade é essa: ninguém é mais vendedor que Hermógenes, nem Sílvio Santos.  Já vendeu máquina para ensacar fumaça, calcinha furada da Cristina Kirchner, automóvel voador, jacaré ventríloquo, mulher com  furinho na cabeça para guardar moedas, passarinho que toca violão, cachorro que come usando garfo e faca, e até dentadura para recém-nascido. Sua última proeza foi vender milhares de ingressos para entrar no céu, isso sem precisar verificar os pecados; esquema dele com o porteiro. Vendeu tanto que até o dono da gráfica ficou rico.  Para se que se tenha uma ideia de quanto o homem é bom, até Satanás comprou doze ingressos e deixou seis  reservados. Preciso dizer mais?

“Já fui o rei dos boletos. Eu abria o chuveiro e no lugar de água caiam boletos.” (Mim)

O FORTE E VALENTE

O FORTE E VALENTE


Turíbio era muito forte e valente como nenhum outro. Na verdade não tinha mais adversários na sua região. Derrubou todos que estiveram em seu caminho. Seus amigos o convenceram de sair no braço com um leão, na porrada. Pois os tais conseguiram um leão e colocaram os dois frente a frente numa jaula enorme . O valente foi todo pintado pra batalha, uma mistura de ninja, apache e soldado em guerra na floresta. E o dito leão por ser um bicho burro e desinformado, não sabia quem era Turíbio, o forte e valente. E assim sendo um animal totalmente por fora, comeu o valente ainda no primeiro round. Sem molho.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

IMENSO BRASIL

Gervásio Raimundo era candidato a deputado estadual, em Alagoas, e foi participar de um comício em Estrela, antigo Bola. Saudou a assistência:
- Povo do Bola!...
- Eles não gostam de ser chamados assim – cochichou um aliado.
- Tá bom. Queridos amigos bolivianos!...
- Boliviano é quem nasce na Bolívia... – voltou a corrigir o amigo.
Gervásio se irritou, gritando ao microfone:
- Oxente, e não é tudo Brasil?

DP

NA MORTE

Pensando na morte

A repórter entrevista o velho ator de 96 anos.
-O senhor pensa muito na morte?
-Todos os dias. É claro, na morte dos outros. Adoro ler obituários.

Monty Python

“Ninguém é infeliz enquanto dorme.”

“Quase todos que sobem na vida, se esquecem daqueles que seguraram a escada.” (Filosofeno)


JUMENTOS COM CNH

“O mundo está repleto de jumentos que nasceram de nove meses. Freqüentam barzinhos, enchem os tubos e saem pelas estradas matando inocentes.”(Mim)

“A coisa mais fácil do mundo é reconhecer um estúpido nas ruas. Basta ver como ele dirige.” (Climério)

domingo, 19 de julho de 2020

Ontem encontrei a mulher dos meus sonhos.Era um sonho.

SIMÃO E MAIS UMA DO GERVÁSIO


Mais uma do Gervásio

O brasileiro é cordial! Mais um cartaz do Gervásio na empresa de São Bernardo: "Isso aqui é armário de guardar roupa e não uma penteadeira de quenga para ficar pendurando foto. Se eu vir alguma foto de mulher pelada, eu vou jogar óleo fervendo na mão do safado. Conto com todos. Assinado: Gervásio". O Pinochet de São Bernardo. 
José Simão-Folha 

José Simão e o gentil Gervásio

O brasileiro é cordial! A penúltima do Gervásio! Cartaz do Gervásio na empresa em São Bernardo: "Se eu ficar sabendo que algum cabrunco veio aqui no escritório com o macacão encardido, vou fazer o sujismundo lavar o chão do mictório e a privada com a boca até sair espuma pela orelha. Conto com todos. Assinado: Gervásio".

APERTAMENTOS- Alguns apartamentos são tão pequenos, que até as baratas fazem rodízio para entrar.


Trimegisto e Lula Imitando Trimegisto*: "Lula é um poder cuja circunferência está em toda parte e cujo centro não está em parte alguma." Millôr

Gente braba? Gauchada braba mesmo tinha lá na Barra da Foice. Até professor de escola primária ensinava os pequenos de fação e revólver na cinta.

Em algumas cidades da China o aperto populacional é tanto, que os habitantes já estão treinando para dormir em pé.

Se você não consegue ser feliz sóbrio, não será tomando um barril de chope que o será.

sábado, 18 de julho de 2020

FALTA DE EDUCAÇÃO

Dormem sobre gramados e calçadas
Frias defecações caninas
Enquanto os grandes merdas mesmo
Repousam em lençóis de seda.


"O ódio é um sentimento que não nutro. Do inimigo só quero distância, jamais causar mal."

"A esperteza quando é muita, come não só o dono como a família toda. "

Pedro Cabral nada tinha que fazer aqui. Oh desgraça!" (Limão)

" Penso que amar a todos é uma utopia, além de ninguém deve ser obrigado a amar quem quer que seja. Mas o respeito sim, o respeito deve ser universal."

"Deus criou a natureza e o clima do Brasil. Para o diabo sobrou criar as gentes." (Limão)

"Quem se acha o bom, o todo certinho, que passa os dias a julgar os outros, esse não vai para o céu. Deus nao gosta de presunçosos." (Limão)

“Cada um come o que lhe apetece. Um urubu que o diga.”

"O duro é saber é que político ladrão no Brasil tem até fã-clube."

"Na infância sofri demais temendo o diabo. Hoje somos parceiros, até cerveja bebemos juntos."

"Mais de 120 bilhões de pessoas já passaram pelo planeta. O outro lado deve ser bom, ninguém voltou."

"Ninguém anda mais perto da morte que motorista de funerária."

sexta-feira, 17 de julho de 2020

"Você que não tem mãe pode se sentir privilegiado. Pior é ser um governador ou prefeito flho da puta." (Limão)

" Enquanto o povo brasileiro insistir em eleger urubus para o Congresso Nacional, não irá faltar carniça."


VIDAS


Alguns gatos
Despencam dos telhados
Apenas para provar
Que possuem sete vidas.

FANTASMAS

Dos fantasmas de outrora
Críveis mesmo só restaram 
Os imorais capachos de políticos.

POVO PORCO

A ignorância se mostra
Nos cocôs dos bichinhos espalhados pelas calçadas
Povo porco que arrota petulância.

“Antes perder anéis e dedos que o pescoço junto com o colar.” (Pafúncio)

“Anônimo sim, mas com heterônimo.” (Mim)

TIRADAS DO GRUPO OBRIGADO ESPARRO



“Você que passar o fim de semana fora, sozinha, com o seu namorado?
“Não, eu queria levar vocês também. Mas o porta-malas do carro já está cheio.”

“Minha filha, você ainda é virgem?”
“Só respondo na presença do meu namorado.”

“Quem foi que tirou o dinheiro da minha carteira?”
“O governo pai. É sempre o governo.”

“Isto lá é jeito de você falar com seu pai?”
“Desculpe mãe, é que eu não sei latir.”

“Você quer apanhar, quer?”
“Não, eu quero mesmo é te bater.Por que você acha que eu faço musculação e jiu-jitsu?”

“Antes ser um burro anônimo que uma cavalgadura famosa.” (Pócrates)

EXPLORADORES

Há uma porta aberta no fim do corredor. O ambiente é convidativo, a energia do grupo contagia os novos chegados; cânticos e louvores são ouvidos e inflamam corações. A maioria dos presentes passa pela porta ciente que é dono da verdade futurista. Por livre vontade, caem então no abismo da exploração cega da qual poucos voltam. Os louvores e valores continuam dando vida aos doutrinadores e exploradores de parvos.

“Há sem dúvida uma enorme diferença entre servos de Deus, com os tais que se servem de Deus.” (Filosofeno)

“Minha mãe queria que eu fosse padre. Tornei-me um podre.” (Climério)

“Não basta ser comunista, ainda precisa ter as mãos grandes?” (Eriatlov)

quinta-feira, 16 de julho de 2020

"O melhor, o bom, sempre é raro. O comum é inço. (Filosofeno)

VIVER

Viver é ter sonhos
Quando os sonhos estiverem enterrados
Vida já não existirá
Andará pela terra apenas um espectro
Esperando o tempo da vida passar.

“Quer fazer de uma criança um adulto inútil? Então faça tudo por ela, deixei-a crescer sem desafios e sem ouvir um não.” (Mim)

RELEMBRANDO 2015-A opinião de um ator: de Kevin Spacey para Wagner Moura

Por Lucas Berlanza, para o Instituto Liberal
O hollywoodiano Kevin Spacey, ao dizer que a opinião de um ator sobre política é absolutamente irrelevante, foi mordaz e cutucou, ainda que essa possa não ter sido sua exata intenção, um problema importante. No Brasil, esse ataque seria ainda mais doloroso, escandalizando os ânimos de muitas figuras que se consideram notáveis intérpretes do Estado e da economia brasileira porque fazem sucesso nas artes cênicas, como se uma coisa estivesse ligada à outra. Em verdade, a problemática se torna maior, com músicos sendo considerados “intelectuais” porque fizeram canções de protesto (contra governos que não estão no poder há tempos), e continuam sendo paparicados pelos vultosos recursos públicos via Lei Rouanet.
Spacey expressou, no entanto, uma meia verdade. Natural que assim seja; poucas vezes uma única frase solta, sobretudo quando dita em tom de desabafo, tem o condão de sintetizar algo perfeitamente. Trata-se de uma meia verdade porque, abstração feita da qualidade de ator, alguém pode ter uma percepção interessante da realidade social, como pode ter a respeito de qualquer outro assunto. Discutir a importância de uma opinião não é tarefa simples, e a conclusão estará repleta de subjetividades. A ela, bom dizer, todos têm direito, inclusive o de expressá-la. Meia verdade, também, porque o impacto que uma figura pública – e um ator normalmente se enquadra nessa categoria – consegue ao proferir e disseminar distorções indefensáveis é coisa muito séria e, por isso mesmo, nada irrelevante. Uma opinião estúpida não é e não pode ser considerada, por isso apenas, um crime; é inegociável o direito de externá-la. No entanto, é imperioso que as vozes sensatas não percam a oportunidade de denunciá-la como sendo o que é, cientes da existência dos militantes e dos “pseudo-intelectuais” vendidos que de pronto a divulgarão como propaganda de seus ideais autoritários e intolerantes.
O ator global Wagner Moura, campeão de socialismo entre as estrelas da televisão e do cinema nacionais, em entrevista ao Jornal O Globo, em fevereiro de 2014, soltou uma dessas pérolas imperdoáveis que não podemos deixar de tornar desnudas em sua imbecilidade abjeta. Não satisfeito, resolveu republicar exatamente esse trecho infeliz em seu perfil na rede social Facebook, como um “presente” indigesto de fim de ano, em 27 de dezembro passado. Disse ele:
“É uma pena que muitos comediantes, e não só comediantes, mas muitos artistas jovens brasileiros sejam de direita. Sejam garotos fascistas. Eles fazem um trabalho que a gente ensina nossos filhos a não fazer. Apontam para os outros e dizem: “hahaha, você é preto, você é viado, você é aleijado”. Eu sou politicamente correto. O politicamente correto é uma ferramenta civilizatória que inventamos para que uma criança negra não veja um negro sendo humilhado na TV. Mas todo garotão que é artista gosta de dizer que o maneiro é ser politicamente incorreto. Isso não é engraçado, não é humor.” (MOURA, WAGNER)
Vamos examinar o terrível problema. O judicioso cientista social Wagner Moura acredita que os valores e bons princípios, reduzidos sistematicamente a nada por teóricos de esquerda como Trotsky, vêm sendo prejudicados no Brasil, isto sim, pelo surgimento de uma “direita” que, ocupando um grande espaço nas artes, vem “doutrinando” os jovens para o descaminho. Gostaria de saber em que país – ou antes, em que PLANETA ele vive. Brasil, América do Sul, Terra, certamente não é. De memória, me recordo, por exemplo, do cantor Lobão, que vem defendendo ideias mais à direita e tem participado de manifestações públicas contra o governo, e o humorista e apresentador de TV Danilo Gentilli, que vem dando louvável espaço a figuras que contrastam com o mainstream de esquerda. Talvez haja mais; talvez haja aqueles que nada falam, embora pensem assim, por receio de prejuízos na carreira. De qualquer forma, o que desponta são notórias EXCEÇÕES. Já paranoicos como Wagner Moura, que enxergam um monstruoso “direitismo” tomando de assalto o poder no Brasil do PT, esses existem aos montes.
Seduzidos pelo “politicamente correto”, que Moura desfralda como ferramenta civilizatória, esses os há mais ainda. Na “ditadura do mimimi”, as insistências panfletárias das esquerdas vão tornando a mera verbalização da verdade um crime imperdoável, exigindo-se que ela seja mascarada por uma série de camadas de etiquetas, adornos e esquisitices. Em ponto extremo, já chegamos a ter pessoas deixando de grafar palavras masculinas que, pela convenção da língua, designam os dois gêneros sexuais, substituindo letras e adulterando idiomas, supostamente para não ferir suscetibilidades. Com base nessa busca por privilégios, que abarca a reivindicação irracional por cotas em cada vez mais setores, a cultura da liberdade vai sendo desprestigiada, e a consagração pelo mérito, sendo desestimulada. Quem se cansa disso, por ter bom senso, é um “fascista”, que aprecia debochar dos outros por serem negros, homossexuais ou deficientes físicos, de acordo com Moura. São “a direita”.  Irônico que Wagner Moura tenha relembrado essa excrescência na mesma semana em que o ditador da Coreia do Norte taxou o presidente dos EUA, Barack Obama, de “macaco”. Kim Jong-un,  por certo, é de “direita”, assim como Stálin, Mao, Pol Pot…
A “direita”, ou as tradições liberais e conservadoras, constituem correntes políticas admissíveis e importantíssimas em qualquer regime democrático, com livre circulação de ideias. Assim deve ser. No entanto, o aparecimento de “direitistas”, para o senhor Wagner Moura, é um escândalo. O horror que os nossos esquerdistas sentem pelo diferente e pelo contraditório é prova cabal de como não têm a mínima legitimidade para se proclamarem os defensores únicos e impecáveis da tolerância e da pluralidade.
Possivelmente, Wagner Moura se considera uma voz de contestação muito necessária. Não é; assim como o partido nanico e barulhento cujos candidatos ele tem o hábito de apoiar, o brasileiro se situa na “pseudo-oposição” que colabora para “criminalizar” moralmente a verdadeira. Marionete fanfarrona de um jogo em que não dá as cartas, ele, em que pese sua competência como ator – que eu reconheço , está, sem nenhuma dúvida, entre os que com mais afinco procuram dar razão ao seu colega de ofício americano.

Nosso Supremo é tudo menos supremo. Tribunal de nomeados por políticos de moral duvidosa.

"Somente levarei a sério a classe política, quando renunciarem a todos os seus privilégios." (Limão)

LEMBRANDO JANER CRISTALDO - quarta-feira, setembro 22, 2004 DARCY RIBEIRO REENCARNA EM TEERÃ

TEERÃ (Reuters) - Uma iraniana, espancada todos os dias por seu marido, pediu a um tribunal que dissesse a ele para limitar as surras a uma vez por semana, afirmou um jornal na quarta-feira. Maryam, uma mulher de meia-idade, disse que não queria se divorciar porque amava o marido, segundo o jornal Aftab-eyazd.
"Apenas diga-lhe para me bater uma vez por semana... bater é parte de sua natureza e ele não pode parar com isso", disse Maryam ao tribunal.
O tribunal de Teerã declarou o homem culpado e proibiu-o de espancar a mulher.
"Se eu não espancar, ela não terá medo o bastante para me obedecer", explicou o marido.

“Sou muito emotivo. Quando uma mulher bonita me joga um beijo eu desmaio.” (Assombração)

“A tal terceira idade é o reino das pelancas.” (Josefina Prestes)

"Tenho mau humor até na raiz dos dentes." Limão)

LIVRE

LIVRE

Livre e feliz é o ser,
Desapegado de coisas fúteis,
Indiferente a status e mesquinharias.

VENTOS

Os ventos poderiam ser mais úteis,
E dando como exemplo disso,
Levar todos os maus políticos,
Para o quinto dos infernos.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

MÃOS CORTADAS

Ulysses Guimarães discursava num comício “Diretas Já”, durante o regime militar, em Manaus, quando jogaram uma corrente nos fios de alta tensão, provocando blecaute. Depois, outro gaiato (ou araponga) cortou o fio do microfone. O “Senhor Diretas” desistiu: “Vou dar a vocês o que vocês querem: a voz do governador Mestrinho.” Gilberto Mestrinho atacou: “Amazonenses! O canalha que cortou o fio que se cuide, pois a mesma coisa poderá acontecer com as suas mãos!” A plateia sabia que governador Mestrinho foi acusado de fazer a mesma coisa num comício de Jânio Quadros, nos anos 1960, e nem por isso perdeu as mãos.

Diário do Poder

SE...

Se  Zé Dirceu fosse um linguarudo...

Desconfie de homens que possuem carimbos, esses são os piores.

“Posso dizer que sou um corrupto em extinção. Eu roubo só.” (Dep. Arnaldo Comissão)

terça-feira, 14 de julho de 2020

ENTRE PONTOS E VÍRGULAS


Havia um escritor que tinha uma bela história para contar. Estavam lá letras, pontos e vírgulas, cada um deles prontos para ocupar o seu devido lugar. Mas aconteceu uma briga de ciúmes entre pontos e vírgulas, cada qual se achando  mais importante.  E assim, antes mesmo da história começar, eles colocaram, infelizmente, o ponto final em tudo. Restou então para letras e acentos, o choro, a tristeza imensa de não poder criar mais uma fábula, para entreter e iluminar mentes em formação.

INFARTO DO MIOCÁRDIO

Borda do Cafundó, três mil almas. No dia 15 de outubro de 2010 nasceu o primeiro filho de Jurema e Deodato. Ele escolheu o nome do menino, nome este que não saiu da sua cabeça deste que ouviu alguém falar no hospital da capital, quando o pai estivera internado: ‘Infarto do Miocárdio Costa de Oliveira’. 
-Como? Perguntou perplexo o
tabelião Amadeu. 
-‘Infarto do Miocárdio Costa de Oliveira’.
-‘Infarto do Miocárdio’ não pode seu Deodato! 
-Não pode, não pode por que seu Amadeu?
-Porque não é nome de gente, é um mal que acomete o coração!
-Não me interessa se é ou não é, é diferente, soa bem e eu quero!
-Mas seu Deodato, onde já se viu? Pobre do menino!
-Vai ver está com ciúme! Faça filho e meta nele o nome que quiser! O meu filho será ‘Infarto do Miocárdio Costa de Oliveira’ e o apelido dele será ‘Infartinho do Deodato’!

O tabelião andou de lá para demovê-lo da ideia e nada de conseguir. A tarde já findava e o Deodato não arredava o pé. E quando viu que o tabelião não iria mesmo registrar o Miocárdio não teve outra saída senão sacar da peixeira e do 38 que são dois tipos de muita argumentação. O menino foi registrado e seu Amadeu ganhou mais um afilhado.

BOIADA NA GENERAL OSÓRIO

Menino eu vi
Cascos batendo no chão
Poeira no ar
Vaqueiros atentos
Boiada descendo a General
Era uma multidão de chifrudos
Rumando ao Paraná
De tão perto que passavam
Dava até pra assustar
Mas para eu menino era coisa para se encantar.

DICIONÁRIO DE HUMOR INFANTIL- DE PEDRO BLOCH

CABEÇA- Todo mundo quer saber o que se passa na minha cabeça. Xampú, né?
CABELO- É uma que serve pra gente não ficar careca.
CABRAL-de chegar ao Brasil Cabral viu um monte. Um monte de índios.


INVEJA

Quando um batalhador vence na vida
Sempre haverá a língua ferina de um invejoso
Soltando tinta para manchar seu feito. 

TIRARAM A CHUPETA DA MÍDIA

A mídia que muito mamava
Agora não mama mais
Então persegue como nunca quem isolou a teta.

O SURTO DE PAULO

Antigamente acordava Paulo o chilrear dos pássaros. Abria a janela  e deixava a beleza inundar seu quarto. O dia começava com alegria e beleza. Quando saía para o trabalho, tinha ainda o cantar dos plumados na sua cabeça. Agora sofre com a poluição sonora, acorda não com pássaros, mas sim com motocicletas e automóveis acelerando diante do semáforo próximo, como se quissem levantar voo. Fora os sons em alto volume de alguns motoristas surdos. Ontem pela manhã ele surtou. Enlouqueceu completamente, estava irreconhecível. Foi à rua e explodiu três automóveis com granadas compradas no Paraguai, e arrebendou dois motociclistas com um taco de aroeira. A mãe de um deles que estava na garupa apanhou de chibata, aos gritos de: "educa esse filho da puta, educa!" Paulo foi preso logo depois, e nos seus olhos o via-se o brilho da vingança e nos seus lábios um risinho diabólico.

AS COBRAS

A cobra macho Sspy entrou na casa para curtir uma sombra, e deu de cara com uma cobra de areia colorida, que cobria o vão inferior da porta. Ainda não muito experiente nas coisas mundanas de amores e agarramentos, ficou vidrado na arenosa, e não mais saiu de perto, até ser morta a pauladas pelo dono da casa, que desejava apenas enxotá-la, porém não teve outro jeito. Morreu no piso frio da despensa, com os olhinhos cheios de paixão, sabendo da pior maneira possível que toda paixão traz seus riscos.

O TAL


Passa o dia o tal
Buscando vantagens indevidas
Mais tarde diante da TV 
Chama todo político de ladrão.

AVE NA URNA


Já votei em tucano
Mas faria melhor
Se votasse num abutre.

"Faço parte do rol dos grandes pescadores de sardinhas em latas." (Climério)

POIS

Tem gente que se caracteriza 
Por muito lamuriar
E até quando conta uma anedota
Não ficar sem chorar.

“Prazeres na mesa em demasia causam desprazeres na balança. ” (Fofucho)

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Na política
Quando campanha começa
Das palavras ditas ficar atento
Pois mentiras são noventa
E verdades quiçá dez por cento.

INSPIRAÇÃO
Em frente à folha branca
Quando o forçar não resolve
Abro todas as portas da mente
E convido a inspiração para me dar um abraço.

“Não posso mais viver num canil. Agora peguei gosto pelo ar-condicionado.” (Bilu Cão)

“Não amor, não ficaremos juntos até o fim. Alguém precisa ficar do lado de fora para fechar o caixão.” (Climério)

E AÍ ACONTECE

O pai está em fuga
A mãe dança animada no bailão
O bebê chora solitário na cama
O cão ladra pela madrugada
Enquanto a responsabilidade se ausenta.

CORREIO DO TENEBROSO DE NOVA ARAÇÁ- Até quando Gilmar Mendes, o boca murcha, ficará impune?


FOLHA DO GUAIPECA DE GUARULHOS- Por onde anda Gleisi, a petista que cheira a enxofre?

domingo, 12 de julho de 2020

Melhoremos nosso voto, pois já existem imbecis demais fazendo leis neste país.

"Político quando vai pra TV não precisa de maquiagem. Precisa é de vergonha na cara. Que é uma coisa rara."

Chapecó e eu, minhas memórias

AVENIDA GENERAL OSÓRIO

Avenida General Osório...
Quem vem do Rio Grande o Sul observa um pedaço do centro de Chapecó do alto dela. De intenso movimento de automóveis, caminhões e motos; variado comércio e indústrias. Oficinas, garagens de automóveis, escritórios, lojas e marcenarias compõem o universo estático da avenida. Paro na esquina para ouvir o burburinho que dela emana: roncos, buzinas e freadas. Grandes filas nos semáforos se formam; carretas pesadas afundam o asfalto. Fecho os olhos em busca do passado, dessa mesma avenida nos anos de 1960.

Um imenso banhado interrompia ela onde é hoje o Celeiro Itália. Do alto do barranco observava as saracuras que ali viviam, vivendo no banhado com seus filhotes. Chão batido, pó e silêncio. A gurizada unida nas estrepolias. Casas de madeira de lei na sua grande maioria. De alvenaria me lembro do Armazém Palmeiras, da família Nicknich. Mas na avenida tinha futebol.

Na metade da descida, entre a Mal. Floriano com a Barão do Rio Branco, logo depois de onde funcionava o Posto de Saúde, jogávamos futebol no meio da rua, sem perigo algum, tendo os barrancos para proteger os costados e evitar a fuga da bola. Depois mudamos nosso campo para os fundos da casa do Bernardino da Luz. Tivemos também um campo de futebol em meio às samambaias, ao lado casa do querido Welcy Canals, em frente onde se encontra hoje a Loja Quero-Quero.

Depois fomos para a esquina da Marechal Bormann, onde é hoje o Posto do Negretto. Os amigos da vizinhança todos se reuniam para pelejar. A bola que naquele tempo era de couro mesmo, rolava e fazia nossa alegria diária. Às vezes, alguns socos e tabefes rolavam também. Disputávamos jogos valendo flâmulas ou pequenas taças.

Os objetos da vitória iam para guarda na casa do capitão do time. De tempos em tempos ouvíamos o berrante tocar, o tropel do gado, poeira no ar. Vindos do RS, os tropeiros vinham tocando os bovinos rumo ao Paraná. Para ver melhor o gado passar subíamos num pequeno barranco. E a boiada cansada seguia o seu caminho respirando a poeira vermelha.

Mas o bom mesmo era quando chovia; grandes valetas se formavam e a água barrenta corria rápida. Então na baixada da hoje avenida, juntávamos os sujos, todos de calções de pano e fazíamos açude com o barro que era abundante, observados quase sempre pelos olhares atentos da família Barella, que morava na esquina numa casa no alto.

Alegria pura de quem não tinha preocupações, mas muitos sonhos.

sábado, 11 de julho de 2020

“Sempre fui muito levado. Minha mãe já usava algemas comigo quando eu tinha quatro anos.” (Chico Melancia)

MESTRE YOKI

 “Mestre, quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?”
 “Foi tua mãe.”

“Gato escaldado tem medo até de uísque com gelo.” (Mim)

BUNDA VERMELHA

Anacleto pintou a bunda com tinta vermelha, e saiu nu a caminhar pelas ruas centrais da cidade, causando alvoroço. O delegado Firmino muito gente bo, mandou pegar o homem e levá-lo à delegacia. E o sermão.
-Onde já se viu Anacleto, andar com essa bunda vermelha pelas ruas da cidade? Denegrindo o nosso lugar?  Onde já viu? Pouca vergonha! E o respeito, onde fica?
Chamou o Cabo Bruno.
-Cabo Bruno, dê duas demãos de tinta ouro na bunda desse homem, e depois pode soltá-lo. Ficará um luxo! E tire uma foto pra gente colocar aqui na minha mesa. 

O FORTE E VALENTE


Turíbio era muito forte, e valente como nenhum outro homem. Na verdade não tinha mais adversários na sua região. Derrubou todos que estiveram em seu caminho. Seus amigos o convenceram de sair no braço com um leão, na porrada mesmo. Pois os tais conseguiram um leão, e colocaram os dois frente a frente numa jaula enorme . O valente foi todo pintado pra batalha, uma mistura de ninja, apache e soldado em guerra na floresta. E o dito leão, por ser um bicho burro e desinformado, não sabia quem era Turíbio, o forte e valente. E assim sendo um animal totalmente por fora de tudo, comeu o valente ainda no primeiro round.

"Não acredito em fantasmas, salvos certos imorais colados no serviço público." (Limão)

DIPSOMANÍACO

DIPSOMANÍACO

Havia na casa de campo da família
Trinta litros de aguardente
Durante os primeiros quinze dias do mês
Ficaram todos vazios
Os funcionários ficaram apavorados
Mas a patroa os tranquilizou
Dizendo que o patrão era dipsomaníaco
Na verdade ninguém entendeu nada
Porém eles ficaram com a certeza
De que tinham um patrão pinguço.

Tem gente que faria melhor ao Brasil se não saísse de sua terra natal, ficasse pelos potreiros,comendo bosta de cabrito pensando ser amendoim...

BOLA DE GUDE OU BOLITAS

BOLA DE GUDE OU BOLITAS

Terrenos baldios, quintais, muita liberdade na saudosa infãncia.
Um círculo feito na terra e lá íamos encardir a mãos e os joelhos.  Lembro dos temos que usávamos no combate, na ânsia de aumentarmos a coleção de águidas e outras.
-Não dou chegues
-Não dou mudes
-Não dou tromps
-Epa! Não vale jogar as cumbas!
-Vamos jogar bolico?

Gentilmente

Não parece doença
Mas é das brabas
Que toma o sujeito pela mente
E o conduz gentilmente
A ser um contribuinte compulsório
Dos procuradores do tal senhor onipotente
Que ninguém vê
Que  ninguém sente
Salvo o sentir no bolso mensalmente.

ZÉ BOCHECHA

Zé Bochecha fazia jus ao nome. Antes de completar a maioridade já conseguia carregar nelas uma maçã, dois pêssegos, três bananas, três picolés no palito e um quilo de açúcar. Merreca , o grande traficante da Vila Uru viu futuro no menino, e empregou ele para fazer entregas de pó no centro da cidade. Ninguém imaginava que por dentro daquelas bochechas transitavam drogas em grande quantidade. Deu certo e tudo andou nos conformes. Depois Merreca o usou para trazer quilos de farinha da Bolívia, todos os meses. Zé melhorou de vida, comprou carro, casa e conseguiu inúmeras namoradas. Estava num vidão que só. Aí outros traficantes souberam do Bochecha e passaram a fazer propostas para ele mudar de lado. Muito dinheiro, muito mesmo. O olho cresceu uma enormidade e não demorou para pular da barca. Mas ele sabia das consequências, Merreca não iria deixar barato, e não deixou. Dentro de um mês foram três tentativas de assassinato. Escapou por pouco. Bochecha apavorou , vendeu tudo e se mandou para Manaus. Hoje é pescador no Rio Negro, e usa as enormes bochechas para carregar iscas e peixes menores de dois quilos.

JEAN ESTÁ FICANDO SEM TEMPO

Jean rapaz. Ele não estuda,  não trabalha, não projeta o futuro, vive apenas o presente, aprisionado por pesadelos e fantasmas. Caiu no poço da desgraça faz tempo, não consegue sair. Grita ”meu pai me ajude, minha mãe me ajude! ”   Porém onde eles estão não podem mais ouvi-lo e os amigos de outrora estão na mesma situação de desespero; presos ou então mortos. Encostado numa calçada imunda, fedendo a suor reciclado no próprio corpo, entre uma crise e outra compra uma pedra.  Consegue o alívio que dura pouco, o sofrimento retorna dobrado. Assim são os seus dias de vedador. Não há luz, somente escuridão-sofreguidão.  Mas ele quer não quer continuar assim.  Fácil foi entrar nesse labirinto de perdição, difícil é encontrar a porta de saída quando a força maior do vício não deixa. Algumas mãos já passaram pela sua frente oferecendo ajuda e foram enxotadas. Uma pena; a vida de Jean está ficando sem tempo.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

TÉDIO
Na rotina cansativa
A grande ameaça é assumir o tédio
Impondo ao ser o desalento
O não sonhar
A terrível amargura da desesperança.

Iluminada é a mente
Que tem o horizonte infinito como alvo
Ao contrário do parvo
Que de cabeça baixa conta as pedras encontradas no caminho.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

DONA MEIGA

Filha de Bastião Louco e Eldorina, Dona Meiga nasceu e viveu por mais setenta anos na Barra do Sarapião. Teve uma infância normal entre algumas dezenas de cadáveres de amigos do pai. Adulta, um doce era Dona Meiga. Vivia da lavoura e nas horas de folga matava alguns topetudos como manda o bom figurino. Mas era na matança muito delicada, e deveras tão gentil, que alguns até agradeciam por estar entrando para o chumbo pelas mãos da dona Meiga.

“ Não creio que estejamos sozinhos no infinito, mas espero que os obtusos do universo sejamos nós, os terráqueos. “

“ Tive um amigo na infância que dizia cauvinete, iogulte e sumana. Mas se enrolava mesmo quando dizia motocicreta. “

“Uma esposa ou marido nunca vem só. Sogra é um acessório obrigatório. ”

“Nem todas as verdades devem ser proferidas. Alguns seres inofensivos precisam de ilusões para terem um pouco de esperança. ”

“ “Minoria? Minoria é o que sempre carrego no bolso. ”

“ Fico feliz quando na festa ninguém gosta de sagu. É meu!“

PAPO NO VELÓRIO

PAPO NO VELÓRIO

-E aí, quem é o falecido?
-Olha, confesso que não sei.
-Mas por que veio?
-Pensei ser um conhecido.
-Mentira sua.
-Como?
-Mentira sua, eu disse.
- E você?
- Vim pelo café e bolachinhas.
-Confesso, eu também.
-Vamos pegar mais um café?

"LADRÃO POR LADRÃO, EM 2020 EU VOTO NO JOÃO."

DICIONÁRIO DE HUMOR INFANTIL- DE PEDRO BLOCH


Pedro Bloch, médico e escritor, coletou durante sua vida profissional centenas pérolas espontâneas da criançada.

AMOR- Só, não enche barriga? Enche sim,ela está grávida de novo.
AMIGO- É um cara que não fala mal de ninguém, só dos outros.
AMBIÇÃO- O que eu quero ser quando crescer?Filho único-
AMIGA -Mamãe, achei uma amiga formidável.Ela come toda a minha merenda.

A ORIGEM

A ORIGEM
Deus fez o planeta terra. Depois fez homem e mulher. Depois fez o burro.  O animal de alimentou. O burro  então cagou. Moscas pousaram sobre o estrume do animal quadrúpede. Depois chegaram grandes ratos  e mijaram sobre o monte. Mais tarde, antes da noite, baratas e outros vermes  rastejantes deixaram resíduos. Um dúzia de urubus vomitaram sobre ele.  Quando o sol se levantou no dia seguinte, lá estavam lado a lado, os frutos daquela imundície: um deputado federal,um senador da república e um ministro do STF.

SUPREMINHO- MINISTRINHOS PEQUENINOS


"Quantos funcionários mesmo têm mesmo cada ministo do supremo? Pois é, o STF mais de 1.700 funcionários para 11 ministros. E não é que eles se acham competentes e sérios? " (Limão)

DISSEONÁRIO PEDRA



POLÍTICO- Significa o mesmo que quenga. Faz tudo por dinheiro.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

CRIAÇÃO

Criar é dor de parto
E o filho nascido
Quase sempre é um monstrinho.

MENTE

MENTE
Tenho uma mente
Que mente
Fez-me acreditar muitas vezes
Que a morte não existe
Que sou um passageiro do infinito.

MISTURA

Ele comeu meio quilo de leite em pó
E bebeu um litro de uísque
Depois disso tudo cuspiu bolinhas embriagadas.

HAIKAI

Livre e feliz é o ser
Desapegado de coisas fúteis
Indiferente a status e mesquinharias.