domingo, 18 de agosto de 2019

Artigo, J.R. Guzzo, Veja - Pessoas e pragas


Artigo, J.R. Guzzo, Veja - Pessoas e pragas
Ou existe tomate do jeito que ele é na vida real, com defensivos agrícolas, ou não existe tomate

Todo mundo sabe o que é um tomate. Ou melhor, falando uma linguagem mais científica: grande parte dos 7 bilhões de habitantes do planeta, talvez a maioria, sabe o que é um tomate. O que bem menos gente sabe é que o tomate é também um dos vegetais que mais recebem defensivos químicos em toda a agricultura mundial — ou “agrotóxicos”, como diz o universo ecológico brasileiro. Não muitos, enfim, sabem que os melhores tomates do mundo são cultivados na área do vulcão Vesúvio, vizinha a Nápoles, na Itália (pelo menos na opinião praticamente unânime dos italianos). O tomate dali é maravilhoso, mas não é mágico. Recebe toneladas de defensivos agrícolas todos os anos, sem falar de fertilizantes, produtos para aumentar o rendimento das culturas e intervenções genéticas de última geração. Os napolitanos não fazem isso porque gostam de gastar dinheiro com “agrotóxicos”, mas porque, se não o fizerem, os seus tomates morrerão. E aí: o que seria da pizza? E do molho al sugo? E do ketchup?

O problema não seria só com a pizza de Nápoles e do resto da Itália. Sem tomate iria acabar, do mesmíssimo jeito, a pizza da Mooca, de São José dos Ausentes e da Groenlândia, porque ninguém ainda descobriu como seria possível cultivar tomates, em volume que faça algum sentido, com a ação natural das abelhas, trato de algas marinhas e outras lendas presentes no aparelho mental da população naturalista, orgânica, vegana, e por aí afora. Você decide, então: ou existe tomate do jeito que ele é na vida real, ou não existe tomate. A lógica comum diria que é melhor deixar os tomates quietos, como eles estão — mesmo porque, ao que se sabe, pouquíssima gente morre neste mundo por comer a macarronada da mamma. Mas vá você dizer isso a um combatente a favor da alimentação natural e contra “o veneno na minha comida”. Será acusado de ser um “defensor do agronegócio”, da “indústria química”, da “ganância”, do “lucro” e daí para baixo. Mais: vai ser carimbado como retrógrado, fascista e inimigo da saúde humana em geral.

Não se trata de uma questão só de tomates. O trigo e a soja, o arroz e o feijão, o milho e a batata, e todos os alimentos produzidos em massa na face da Terra têm de receber hoje montanhas de produtos químicos para sobreviver — ou é assim ou desaparecem. O problemão, nesse caso, é como alimentar na prática os 7 bilhões de cidadãos citados acima. Não apareceu até agora uma única resposta coerente para isso. O que existe mesmo, no mundo das realidades, é a seguinte opção: ou você alimenta as pessoas ou alimenta as pragas. Pior ainda, quem vai levar na cabeça são os mais pobres, pois a maioria da população global é constituída de pobres — e, por eles serem muitos, criam o incômodo de consumir mais comida que todas as classes médias, altas ou altíssimas do mundo somadas. São eles os que vão comer menos — até porque não têm dinheiro para comprar sua janta nas lojas “biô”, orgânicas ou naturalistas do Leblon.

Nunca houve tanto agronegócio no mundo. Nunca se consumiram tanta carne, frango e outras proteínas básicas. Nunca houve tanto alimento para o homem — e nunca se produziu e vendeu tanto produto artificial para o campo. Ao mesmo tempo, jamais a população do planeta foi tão grande como hoje. Nem tão bem alimentada, até por questões legais — uma Volkswagen, por exemplo, é obrigada por lei a oferecer pelo menos dois tipos de proteína em seus refeitórios, no almoço e no jantar, todos os dias. Só consegue cumprir a lei se acha frango e boi em quantidade suficiente — e para isso frangos e bois têm de engordar cada vez mais depressa, o que é impossível sem hormônios, rações com componentes químicos, vacinas. Milhares de outras empresas brasileiras precisam, por lei, fazer exatamente a mesma coisa — ou os fiscais vão lhes socar em cima uma quantidade de multas capaz de levar até o Google à falência.

Como fica, então? Se estivessem pondo “veneno” na comida, você iria ver gente caindo morta na sua frente em cada esquina, todo dia. Em vez disso, a população só aumenta. É óbvio que o uso da química, biogenética e outras tecnologias na agricultura é uma questão de doses certas, produtos de qualidade, mais segurança quanto aos seus danos potenciais à saúde, mais competência no manejo. Mas nunca, também, houve progressos tão espetaculares na melhoria científica dos adubos, pesticidas, transgênicos e tudo o mais que se põe nas lavouras. São os fatos. A alternativa é voltar à Idade da Pedra, quando a alimentação era 100% natural — e o sujeito precisava ter uma sorte do cão para chegar vivo aos 30 anos de idade.

Diante da grandeza do universo
Nossas vidas
Representam bem menos que um filme de um minuto.

JUSTO

Mentes estranhas que navegam no nada
Braços abertos para o firmamento
Esperando cair manjares de sultões
E tesouros intocados pelo suor
Do azul dia do céu
Dos confins das galáxias na noite
Minha mente se recusa
A participar desta torpeza
Pois o que tomo sem esforço para mim
Amanhã fará falta a outrem.

BEM DISTANTES DOS NOSSOS QUINTAIS

Nuvens de ignorância estão sobre o planeta
Despejando tempestades de intolerância
Que atingem minorias indefesas

Elas acuadas
Passam os seus dias no limite do desespero
Temendo por si e seus filhos

Pequenas vítimas de mentalidades cavernosas
Que ainda sobrevivem em nosso século

Desejam estes broncos a unicidade do pensar
Todos deverão crer nos seus espantalhos
Ou a morte sem piedade

Em nosso país
Ainda temos a Anta
Que defende tais bárbaros

Valha-me sabedoria
De espantar para longe essa quadrúpede
E manter esses cérebros merdinos
Bem distantes dos nossos quintais.

E diante do trabalho ao sol do sobrinho pedreiro diz minha avó noveleira:
“Fazer o quê? São os ovos do ofídio. ”
Dilma morreu é chegou ao inferno. O capeta a recebeu com demonstrações de sincera alegria: “Agora sim Dilma, com você no lugar certo vamos conseguir esculhambar de vez.”
“O que vem de cima é o que me preocupa.” (Condenado olhando pra guilhotina)

Antes só que mal acompanhado. Na dúvida, consulte venezuelanos.


RECEITA CALMANTE PARA PETISTA MAGOADINHO

Perdeu, chorou? Deu Bolsonaro, perdeu nenê. Compre um quadro do Trump e outro do Bolsonaro e coloque  na sala; pegue um pacote de batatinha da Elma Chips, abra um Coca-Cola bem gelada e curta tudo isso assistindo a um filme do Rambo.

Resultado de imagem para rambo 3
Ainda bem que todo sofrer não é eterno
Um dia chega a boa morte
E nas suas asas nos leva para o descanso.

O TEMPO


Menino Glauber estava descalço e de calção na sala assistindo televisão. Depois se levantou e foi até a janela para ver a vida passar. Chupou duas balas, voltou para dentro e aí percebeu que já estava com setenta anos. Pois é o tempo, o implacável tempo.  Voa o precioso e quase não percebemos. Sentimos o início e o fim e quase sempre perdemos o meio.

LUCRÉCIO


“Nenhuma desgraça pode atingir aquele que deixou de ser; em nada ele difere do que seria se jamais tivesse nascido, pois a sua vida mortal foi-lhe arrebatada por uma morte imortal.” (Lucrécio)

SEM SOMBRA


Ele tinha certa dificuldade em fazer amigos. Para dizer a verdade não tinha nenhuma facilidade em se aproximar de alguém. Para uns era um grande chato, para outros apenas um jovem profundamente melancólico. Algo que Joel não sabia era sorrir, sempre taciturno, vivia para si. Naquela cidade não havia por certo pessoa mais solitária e triste, sua única amiga era uma televisão de 20 polegadas que dele não podia fugir. Do trabalho no banco para casa e nada mais. Não tinha empregada em casa nem bichos para cuidar. Pensou num cachorro, mas logo desistiu, não queria ter o trabalho de limpar sua sujeira. Teve sua tragédia pessoal quando sua noiva o trocou por outra. Não reagiu, não lutou nem um pouquinho para sair da tristeza, apenas entrou no baú dos solitários. E foi assim que um dia sua própria sombra resolveu deixá-lo, abandonando um corpo quase já sem vida. E quando o sol mostrava seu brilho e calor Joel caminhava pelas ruas sem ter sequer a própria sombra por companhia.

A mídia que muito mamava
Agora não mama mais
Então persegue como nunca quem isolou a teta.

VI E GOSTEI- RECOMENDO- SÉRIE CHERNOBYL DA HBO




Shirley Maquilaine

“A minha língua é de Jesus e  o resto do corpo para servir-se da nata.” (Shirley Maquilaine)

Amo os animais
Até mesmo os peçonhentos
Pois nenhum deles mata por dinheiro.


O ASCENSORISTA


Naquele fim de tarde de sexta-feira o elevador dois do Edifício Gimenez estava lotado, inclusive com um padre e dois pastores evangélicos. Silêncio entre os presentes e ninguém notou o novo ascensorista que hora se apresentava. O elevador subia e descia e não parava em nenhum andar. Interpelaram o trabalhador que disse estar com um pequeno problema que logo seria resolvido. Por alguns minutos ninguém reclamou, mas depois... Após muitas indas e vindas reclamações, o elevador parou num andar não visualizado no painel, a porta se abriu e todos caíram diretamente no fogo do inferno. O ascensorista era o próprio Satanás Ferreira que resolvera começar o final de semana com uma brincadeirinha, digamos, bem quente.

BOLETOS


“Já fui o rei dos boletos. Eu abria o chuveiro e no lugar de água caiam boletos.” (Mim)

MESTRE YOKI

“Mestre, por que os pardais são felizes?”
“São felizes por que não cantam bosta nenhuma e sua cor é sem graça. Caso fossem coloridos e canoros seriam perseguidos e encarcerados.”

DEFEITO


“ Meu sistema nervoso veio com defeito de fábrica. “

CANIVETE,IOGURTE E SEMANA


“ Tive um amigo na infância que dizia cauvinete, iogulte e sumana. “

“ Loucos não votam na esquerda. São apenas loucos, já desinformados e burros...”