terça-feira, 24 de outubro de 2017

SÍLVIA, A LESMA


Silvia era uma lesma madura grudenta nojenta que vivia solitária num quintal minado de folhas caídas. Podemos dizer que vivia sem problemas vivendo entre outros nojentinhos. Porém um dia aconteceu de ver-se num espelho quebrado e ficou horrorizada com sua aparência. Entrou em parafuso. No ápice do desespero acabou por suicidar-se entrando num saleiro.

“Deus é solteiro, caso contrário jamais estaria em todos os lugares.” (Mim)


“Um corrupto quase sempre tem outro por dentro. Outro bolso.” (Mim)


“Para tudo há limites, até mesmo para gabolices.” (Limão)


“Quando morrer nem mesmo eu sentirei minha falta.” (Limão)


“Minha vida sempre esteve muito mais para um mar de estrume do que para mar de rosas.” (Limão)


Numa mesa de bar só há gênios. Não existe problema que o álcool não resolva.” (Limão)


“Não devemos esperar uma visão clara da vida de seres que vivem no pasto.” (Limão)


“Sou tão azarado que já tive até catarata no meu olho de vidro.” (Limão)


“Sou um poço sem virtudes.” (Limão)


“Lula é honesto e eu sou o Elvis Presley vivo.” (Limão)


ESPERANÇA


Formigas caminham despreocupadas pela varanda enquanto o cão preguiçoso boceja deitado satisfeito na cerâmica fria. Nuvens passeiam pelo céu, sem pressa. O sol vespertino é forte; o verde das árvores se destaca; o cantar dos pássaros presos é triste. Alados libertos cruzam os ares fazendo alarido e lamentando a má-sorte dos irmãos engaiolados. Não tem jeito, quem está na gaiola canta de tristeza, mas os obtusos pensam que é de alegria. Quem canta seus males espanta; eles sabem disso mais do que ninguém. Uns poucos ainda olham para cima com esperança de um dia poder novamente voar. A esperança, sempre ela, junto do ser até o derradeiro suspiro.

HERNILDA MOSCA


A família de Hernilda Mosca chegou à festa e sobrevoou a mesa repleta de delícias. Alvos escolhidos, atacaram em massa pousando nas guloseimas com suas patinhas imundas. Porém sofreram um contra-ataque rápido ...Vapt! Vapt! Vapt! Fim da jornada . Não contaram para elas que era uma festa de sapos.

AZARADO


Bernardo, trinta anos, sempre fora um sujeito azarado, maldição sofrida por seus antepassados de fama ruim. Então certo dia de sua podre existência foi dormir como homem e quando acordou estava transformado numa minúscula e feia minhoca. Resignado com sua nova forma, enterrou-se numa terra úmida para cumprir sua jornada. Pois não demorou dois dias quando arrancaram ele de onde estava para servir de isca na pesca de jundiás.

PÉ DE CEDRO


Conto para vocês que na minha outra curta vida eu fui um pé de cedro. E aí a desgraça de estar perto do tal Leonardo. O asqueroso Frei Boff falava comigo todos os dias, uma verdadeira tortura aquela barba suja roçando em mim. Preferi morrer e nascer de novo. Hoje sou cacto feliz.

ALFREDO E OFÉLIA

Alfredo bom de bico, manco e dependendo da previdência social arranjou uma amante na mesma rua em que morava. Ofélia era o seu nome.  O marido saía para o trabalho, cama ainda quente lá pousava o manco Alfredo. A mulher nada via, pois também saía para trabalhar na maior santa inocência. Idas e vindas o marido foi apresentado ao chifrado como primo mui querido de longa data não visto. Não demorou o pobre corno comprou um automóvel mesmo não tendo habilitação, então foi o Alfredo que era habilitado colocado como motorista da patroa para compras e passeios. Nos finais de semana pescava com o marido, além de levar o casal para festas e outras atividades sociais. Apresentou Ofélia para sua esposa como prima de tal; amigas ficaram para visitas semanais, anedotas, rezas e salgadinhos. Grande família.   O marido não desconfiava de nada, tinha o falso primo da esposa no maior conceito e os amantes gozavam de uma felicidade radiosa.  Mas como nada é para sempre um dia Ofélia engravidou e a casa caiu.  O marido era estéril. Foi o fim do reinado naquela casa de Alfredo, o manco. A mulher o abandonou quando soube e como o marido traído queria fazer um pandeiro do seu couro liso, fugiu para outra cidade. De Ofélia se soube que perdeu a criança e que hoje trabalha numa esquina de má fama.

AFIRMAÇÕES DO SEU ELEUTÉRIO


-Os homens das cavernas só deixaram  as mesmas porque não havia luz.
-Dependendo do protético dente de prótese também dói.
-Homem chifrudo apesar das aspas entra no paraíso sem problemas.
- Mulher fresca é paradoxalmente aquela que mais fogo tem.

BILU CÃO


“A minha dona voltou do mercado sem ração, sem biscoitinhos para o Bilu. Estou ralado, já estou vendo o meu prato de arroz com banha.” (Bilu Cão)

O RISO


Sem o riso o socialismo é mortal. O esculacho é fundamental para os mantermos no devido lugar no cantinho dos medíocres, os amantes da utopia do papai estado.

“O mais árduo trabalho realizado pelos socialistas é procurar culpados pelos insucessos do regime do fracasso.” (Mim)

Dilma Hors concours

Vil nutridora de mazelas
Observas bem a vala em que nos jogas
Atenta para o desempregado que se desespera
Ante o filho com fome
Veja os milhões que são instados a permanecer sem futuro
Como bolsista do programa miséria voto
Sem contrapartida para evoluir
Mas não te preocupes
Teu lugar no rodapé da história está garantido
Como a poderosa mais burra
Entronada na terra descoberta por Cabral.

“Bandido bom é bandido torto, que já recebeu pelo menos um tiro em cada perna.” (Climério)
“Família é família. Quando saí de casa minha mãe trocou as fechaduras.” (Climério)
“Minha mulher me ama tanto que usa outro para não me desgastar.” (Climério)
“Quem sai com mulher alheia coloca  olho até nas costas.” (Climério)

AVÓ NOVELEIRA


“Eu adoro o Magal e a música Amante Latindo.”

“A esperança é a última que morde.” (Avó Noveleira)



A GAZETA DO AVESSO-Um homem careca encontrou tantos cabelos num risoto de camarão em restaurante da capital paulista que obrigou o chef a implantá-los em sua cabeça sem cobrar nada por este trabalho, digamos, artesanal.