quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

“Num litígio religioso é bom ouvir o conselho do diabo, pois ele trabalha tanto para evangélicos quanto para católicos e protestantes.” (Limão)
“O nosso país é comandado muito mais por excrecências do que por excelências.” (Limão)
“Pergunto para digníssimos cornos e outras excelências: por que não temos prisão perpétua para latrocidas?” (Limão)
“Após a terceira dose de Bourbon caem todas as barreiras e limites. O animal fica nu.” (Limão)
“Não tenho tido tempo para ser outro. Só me resta ser eu mesmo.” (Limão)

QUEM BRINCA COM FOGO MIJA NA CAMA

As mães deles por certo avisaram
Que quem brinca com fogo mija na cama
Pois os nossos políticos brincaram com fogo
 E infelizmente não mijaram em suas camas
Mas não param de mijar sobre o povo brasileiro.

ARAMBARÉ

Costa doce
Areia e sombra das figueiras
Águas mornas e calmas
Porção de viola na beira praia
Chão firme e águas mornas na lagoa
Banho gostoso
Como a gentileza do povo
É lugar pra se voltar
É a letra A
É ARAMBA
É ARAMBARÉ.

LIMÃO

“Não sei de onde vem o meu azedume, mas desconfio; meu pai era fã do Leonel Brizola.” (Limão)

PULGA LURDES

“Atacam-nos de todos os lados; venenos, sabonetes especiais, esmagões. Somos os cachorros de antigamente. Vida dura agora é vida de pulga.” (Pulga Lurdes)

FLINTO

Flinto, 30, gostava de passar seus dias sentado na calçada e com o lombo encostado ao muro da igreja. Tinha até o lombo já impresso no reboco. Saí dali quando chovia e no mais ali contava passantes, automóveis e observava o céu, suas nuvens e pássaros. Às vezes reunia ali alguns amigos de vadiagem para fumar maconha e beber cachaça, só não me peçam como arrumava dinheiro para isso, já que trabalhar para ele era uma ofensa. Quando o cansaço era demais ele se deitava na calçada para observar a bunda das passantes, distração apenas, pois já estava mais impotente que uma Maria-Mole. Não esperava o tempo passar, o tempo é que esperava por ele. Pois um dia desses, Flinto deitado, um ventinho de nada derrubou o muro sobre ele. Pois aconteceu que Flinto se foi sem dizer um ai. Podemos dizer que apesar da sua aversão à dura labuta, morreu no trabalho de vadiar.

TENTAÇÃO

Ele e ela pegavam o mesmo ônibus pela manhã e trocavam olhares. E assim foi por alguns meses, sem troca de palavras. Ele já casado sonhava com o filezinho. Porém certo dia ao chegar em casa do trabalho deu com ela sentada na sala, de conversa com a esposa. Eram conhecidas. Deu um boa noite sem graça e saiu de fininho. Precisou de uma toalha de banho para secar o suor. Daquele dia em diante só foi trabalhar usando óculos escuros.

“Ainda bem que a Ásia fica distante. Só de pensar em virar cozido faço xixi no tapete.” (Bilu Cão)

“Eu acredito em reencarnação. Na próxima vida espero ser um poodle.” (Bilu Cão)

“Concordo que fui um pouco mimado pelos meus pais. Sou filho único.” (Bilu Cão)

“Hoje pela primeira vez comi lasanha de frango. Que maravilha! E tem gente que ainda insiste em dizer que ração é comida.” (Bilu Cão)

MORMAÇO

No mormaço da tarde
Sombra faltando
O sol derrubando as energias
O suor escorrendo
O desassossego invadindo mentes e corpos
Todo o tesouro do mundo
Fica resumido a banho de cachoeira e copos de água fresca.

“Há caminhos para todos os lugares, inclusive àqueles que levam a lugar algum.” (Filosofeno)

BABY LÂMPADA

Coisa própria da juventude, o afobamento, o medo do futuro, a falta de maturidade, não ter o apoio da família, tudo isso faz do ser inexperiente uma vítima. Pois foi o que aconteceu com Baby Lâmpada, que preferiu espatifar-se no chão ao saber que estava grávida. Tudo por medo, verdadeiro pavor de dar a luz pela primeira vez.

O ANO PROMETE

Dia 31 de dezembro de 2016, dezoito horas. Arnaldo bebia cerveja uma após outra desde a hora do almoço e já babava na gravata. Quando das badaladas do novo ano eram ouvidas ele dormia no banco traseiro do carro todo urinado e vomitado, sendo lambido por dois cães vadios. Acordou sujo, roubado e pelado, pois levaram a carteira com suas calças, já que usar cuecas não era do seu feitio. Quando tentou ir para sua casa foi preso pela polícia por atentado ao pudor. O automóvel foi guinchado. Para Arnaldo o novo ano promete.

O VELHO EREMITA

O velho eremita queria mudar os homens de sua comunidade. Subiu numa grande árvore e disse que somente desceria de lá quando os homens da sua vila fossem menos astutos e canalhas. Pois a grande árvore morreu e virou petróleo, o velho eremita também. Caso contrário ele ainda estaria lá, espertando pela mudança.

PRAIAS

“Para um imbecil pisar na areia limpa não é legal. Precisa encher ela de lixo para sentir-se em casa.” (Mim)

“O paraíso deve ser chato. Contemplação, rezas, louvores e bajulação de joelhos. O todo pavoroso adora isso. “ (Mim)

“Deus é solteiro, caso contrário jamais estaria em todos os lugares.” (Mim)

“Quando a bajulação for exagerada, cuide dos bolsos.” (Filosofeno)

“As víboras humanas passam seus venenos no chocolate.” (Filosofeno)

NO PRINCÍPIO ERA O VERBO

“No principio era o verbo, depois os substantivos, adjetivos, pronomes e toda uma ordem de normas gramaticais. Depois de tudo colocado pelo professor veio um zero, enorme e colorido zero. “ (Chico Melancia)

“Um relacionamento que se expressa entre tapas e beijos tem tudo para terminar em tragédia.” (Filosofeno)

“Diante da grandeza dos nossos mafiosos políticos Al Capone por aqui seria a mulher do cafezinho.” (Mim)

“Meu nome é dinheiro, mas nunca rasguei um louco.” (Climério)

“Um casal não pode viver de mentiras, por isso pago um primo para mentir para mim.” (Climério)

“Quando uma namorada me pede um tempo eu compro um cronômetro e uma rede.” (Chico Melancia)

O SONO DO SONSO

O sono do eleitor sonso
É um sono pesado
E quase sempre quando o sonso acorda do seu sono
A vaca já foi para o brejo.

“Meu velho marido não é um iludido. Ele sabe que o meu amor é pelo seu cartão de crédito.” (Eulália)

O OUTRO LADO

Não é arrogância e nem presunção
Apenas convicção
Que para o corpo morto
Existe sim o outro lado
Que é o lado de dentro do caixão.

O HOMEM VERDE

Paulo ouviu uns barulhos estranhos vindo quarto da sua irmã e resolveu olhar pelo buraco da fechadura. Viu lá dentro ela amassando e beijando de língua um homem verde. Correu chamar os pais para ver. Quando eles chegaram os amassos continuavam, mas agora num homem amarelo. O sujeito havia amadurecido e a família não achou nenhuma graça.

INQUIETUDE

Das agruras do dia
Do corpo cansado e dolorido
Tudo o sono repara
Mas uma mente inquieta
Que se agira no pensar repensar
Não há cama ou clima suave
Que traga descanso ao espírito.