segunda-feira, 20 de novembro de 2017
UM "NEOLIBERAL" NA REVOLUÇÃO por Percival Puggina. Artigo publicado em 19.11.2017
Penso que avançaremos mais no combate à criminalidade se examinarmos a hipótese de estarmos, simultaneamente, sob os raios e os trovões de uma posição filosófica e de uma atitude política que a estimulam. Elas penduram a criminalidade num varal que tem uma ponta no capitalismo e outra na exclusão social. Na lógica da análise marxista, que faz da vítima um malfeitor, o ladrão é um justiceiro, pararrevolucionário que ainda não compreendeu bem sua trincheira. Ou, quem sabe, um neoliberal da revolução, assumindo na iniciativa privada aquilo que deveria ser socializado pelo coletivo. Aliás, é mais fácil combater o capitalismo com discurso do que vender o socialismo com exemplos.
Pensando sobre isso, lembrei-me de um artigo que escrevi para Zero Hora em 2 de fevereiro de 2001. À época, Tarso Genro era prefeito de Porto Alegre e Olívio Dutra governava o Rio Grande do Sul. Sim, sim, já passamos por isso. O referido texto tratava de um assalto ocorrido poucos dias antes na capital gaúcha e que, em vista de suas peculiaridades, ganhara destaque no noticiário.
Por azares da vida, no momento da abordagem, a vítima estava sendo entrevistada por um veículo da RBS, tornando possível a gravação, a transcrição e a divulgação da conversa que se travou entre o assaltado e o assaltante. Esse diálogo, absolutamente incomum, levou o episódio ao noticiário de Zero Hora e motivou o artigo que releio enquanto escrevo. Pasme, leitor: durante a abordagem, o assaltado afirmou e sublinhou, de maneira insistente, sua condição de pessoa conhecida, de dirigente petista presente nos noticiários daquele mesmo dia, de amigo do governador e do prefeito. Foram, ao todo, seis tentativas de trazer política à conversa com o assaltante.
Quem, na condição de assaltado, cuidaria de se apresentar como pessoa importante? Fazê-lo seria algo arriscado pois poderia aguçar a ganância do criminoso. Havia um intuito e uma estratégia naquela atitude. O assaltado tinha convicção de que produziria efeito positivo sobre o bandido. Intuía que sua posição estabeleceria uma conexão entre ambos. O assaltante, porém, não foi sensível. “Não quero saber do teu trabalho, né meu? Minha caminhada é uma, a tua é outra.”
Com essa frase, a política saiu da pauta do assalto. E o assalto entrou na pauta da política. Afinal, nossa insegurança tem a ver com ele. A vítima, ali, sabia que para a esquerda marxista brasileira tudo se resume a uma luta pelo poder, daí porque a palavra "luta" só deixa a frase do discurso para virar cartaz de passeata. Sabia, também, que toda ruptura da ordem serve à causa, quer seja uma invasão de escola por meia dúzia de adolescentes, quer seja a revolta de um presídio. Aprendeu que permissividade com o roubo abala o valor do direito de propriedade. Soube que para Foucault, guru da New Left, “As prisões não diminuem a taxa de criminalidade: pode-se aumentá-las, multiplicá-las ou transformá-las, a quantidade de crimes e de criminosos permanece estável, ou, ainda pior, aumenta." Ou, como li outro dia num trabalho acadêmico: "O controle social institucionalizado, realizado pelo jus puniendi, com instrumentalização dada pelo Sistema Penal, carece, hodiernamente, de fundamentação teórica e filosófica que lhe dê sustentação, legitimidade."
É fácil entender o quanto essa concepção resulta aconchegante aos criminosos, desestimula a criação de vagas prisionais e tem oferecido aos fora da lei segurança e condenações sem qualquer eficácia.
_______________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
LARGUEI
Uma série completamente estragada pelo dublagem em português foi The Big Band Theory. Larguei de vez, ficou horrível.
MALDITO ATRASO
Libertários,
uni-vos!
O
estado sugador
Incrustado
de parasitas
Protege
e realimenta o ciclo
Da
servidão contribuinte
O
monstro faminto
Não
sacia a sua fome destruidora
De
empregos
De
sonhos
De um
futuro promissor
Precisam
os homens de visão
Sair
de suas poltronas
E dar
um basta definitivo
Nesta
herança maldita que nos atrasa.
NA PONTA DA LÍNGUA
O Sindicato dos Servidores do Ipea fará um debate sobre “Que serviço público queremos?”, dia 27, na Câmara. Nem precisa de debate: o País quer um serviço público menor, que funcione e custe muito menos.
Claudio Humberto
DESAPEGA, FHC
Ex-presidente há 15 anos, FHC continua dando palpites sobre política, mas poucos ainda lhe dão ouvidos. Levantamento do Paraná Pesquisas indica que, para 69,7% suas declarações “não importam”.
Claudio Humberto
ATRAVESSADOR TORNA ETANOL MAIS CARO NO BRASIL
O Brasil e o consumidor perdem muito dinheiro e desperdiçam tempo, por causa de uma resolução de 2009 proibindo o produtor de vender diretamente ao consumidor o etanol que fabrica, como se faz no mundo inteiro. No Brasil, prevalece o lobby do atravessador (distribuidora), que compra o etanol por preço baixo e o entrega aos postos de combustível a preço elevado, tornando-o bem mais caro para o consumidor final.
SITUAÇÃO ESDRÚXULA- O etanol viaja até milhares de quilômetros até voltar ao posto a 10 metros da destilaria que o produziu, custando várias vezes mais caro.
ADULTERAÇÃO NO CAMINHO- No passeio de centenas e até milhares de quilômetros até chegar ao posto, há o risco, consumado todos os dias, de o etanol ser adulterado.
MUNDO INTEIRO- O mundo todo permite a venda direta de etanol aos postos. No Brasil, influentes lobistas tornam esse negócio exclusivo de atravessadores.
RESOLUÇÃO DA VERGONHA - A resolução que beneficia o atravessador no Brasil tem o nº4 e foi adotada em 2009 pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Claudio Humberto
SITUAÇÃO ESDRÚXULA- O etanol viaja até milhares de quilômetros até voltar ao posto a 10 metros da destilaria que o produziu, custando várias vezes mais caro.
ADULTERAÇÃO NO CAMINHO- No passeio de centenas e até milhares de quilômetros até chegar ao posto, há o risco, consumado todos os dias, de o etanol ser adulterado.
MUNDO INTEIRO- O mundo todo permite a venda direta de etanol aos postos. No Brasil, influentes lobistas tornam esse negócio exclusivo de atravessadores.
RESOLUÇÃO DA VERGONHA - A resolução que beneficia o atravessador no Brasil tem o nº4 e foi adotada em 2009 pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Claudio Humberto
PODER E SABER
Não há
porque ser arrogante
No
poder e no saber
Pois
mesmo todo o poder tudo pode
A
morte que o diga
E
quanto ao saber
Por
mais que o ser o tenha em abundância
Ele é
um pomar que não para de dar frutos.
CHORAR NÃO RESOLVERÁ
O
Brasil está assim que está
E
não adianta chamar a mãe e chorar
O
melhor a fazer pelo país é abandonar certas bandeiras
E
olhar com mais atenção para o passado e à companhia dos seus preferidos.
PELANCAS
A
beleza sofre a ação do tempo
E é
saudável aceitar esta verdade
Pois
apesar dos esforços da medicina estética
Um
dia as pelancas vencem.
SONHAR É PRECISO
Acordar por acordar
Comer para viver
Isso todo animal faz
Agora pergunto
Para um racional
Com que sonhas tu?
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