quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Alexandre Garcia- A Petrobras é nossa

Sim, nós temos petróleo. Mas cadê a Petrobras que estava aqui? É a pergunta que se pode fazer depois da descoberta de tanto escândalo, precedida por tanta gritaria ideológica contra uma pseudo privatização da empresa. Impossível privatizar a Petrobras. Ela já foi privatizada por corruptos e partidos políticos. Uma vergonha do tamanho daquela que era a maior empresa nacional, agora superada em valor de mercado pelo Bradesco. Como foi que isso aconteceu? - perguntam os nacionalistas e estatistas, surpreendidos. Quando estourou o escândalo, lá por março e abril, o ex-presidente Lula ainda participou uma manifestação marqueteira, a pretexto de defender a empresa de privatização. 

Me engana que eu gosto. Vai dar em quê, o Petrolão? – perguntam nacionalistas, estatistas e patriotas. O jornalista é cético por vocação; por isso, penso que vai ter o mesmo destino do Mensalão. Vai punir alguns, em geral operadores e intermediários, e fingir que pune os mandantes e beneficiados. Talvez cumpram pena em casa, embora o Procurador-Geral Rodrigo Janot tenha expressado o desejo, na semana passada, que conheçam o cárcere. Vão ficar um tempinho, depois vão para casa. 

Afinal, leis no Brasil são feitas para estimular seu descumprimento. Ceticismo demais? Não creio. Quando mais sobrevivo neste pobre país rico, mais descreio. É muito dinheiro desviado pelos desvios de conduta, pelas omissões, pelas ações, pela crença de que o brasileiro é cordeirinho mesmo. Só na refinaria de Pernambuco, o orçamento saltou de 2 bilhões para quase 20; compraram uma refinaria no Texas com prejuízo de quase 800 milhões de dólares; pagaram 25 milhões de dólares a mais só para apressar um navio-plataforma para que estivesse pronto a tempo de entrar na campanha eleitoral; propinas com uma única indústria de navio-plataforma ultrapassam a 100 milhões; superfaturamento de 272%. 

Diretoria escolhida por suas vinculações e subordinações políticas. As irregularidades são denunciadas à diretoria da Petrobras e a diretoria não chama a polícia. Omissão e certeza de que somos cordeirinhos. Agora o preço do petróleo despenca. Está em 64 dólares o barril, enquanto escrevo estas mal-traçadas. E o pré-sal está baseado no barril a 105 dólares, para ser lucrativa para o Brasil. 

A Venezuela está despencando na mesma proporção da queda do preço do petróleo; a Petrobrás a cada dia perde valor por causa de brasileiros que a privatizaram para seus bolsos e seus interesses partidários. Tempo houve em que ninguém tinha coragem de desviar um rolo de papel higiênico sequer na empresa . Agora virou uma Geni, apanhando de todos os lados, roubada de seus acionistas, o povo brasileiro. Orgulho do povo brasileiro, tivemos o orgulho roubado, como lembrou o discurso do procurador-geral. 

FUNGANDO NO MEU CANGOTE

FUNGANDO NO MEU CANGOTE

Por anos sem parar
Andou o capeta fungando no meu cangote
Injetado pela católica
No cérebro menino de um matutinho
Causou dores sem conta
Remorsos e pecados que o tornaram insone
Porém tempo e conhecimento
Curaram os males da ignorância
E hoje livre deste mal
Penso nos homens que vivem na ilusão
Das coisas do sobrenatural
Beijando a mão  suja de manipuladores religiosos
E sustentando a vida mansa clerical.

INGLÓRIA LUTA

INGLÓRIA LUTA

Inglória luta de um velho rico
De buscar uma jovem musa dona de todos os encantos
Que faça babar os companheiros
E não cause nenhum transtorno
Que transfira ao idoso a juventude e energia
Sem o transformar na cidade
No mais renomado dos cornos.

VIDA

VIDA

A vida é mesmo um flash
E muitas vezes não nos damos conta disso
Ontem menino descalço correndo
Hoje homem vivido aos poucos morrendo
Parece que o tempo não passou
Foi ontem
Pois mesmo um centenário que é para poucos
É um trem bala japonês sem escalas.

Tive momentos ruins
Porém muito mais momentos de alegria
Que sempre causam nostalgia
Neste coração agradecido
Penso que a vida não se explica
A vida apenas é
E assim como veio também se vai
Querendo ou não querendo o teimoso
O importante é somar prós e contras
E conseguir dizer para si mesmo:
Eu dei o meu recado e fiz valer à pena.



“Meu avô dizia que não queria morrer na cama. Venderam a cama. Morreu no sofá.” (Pócrates)

“Sogra e governo quando intrometidos só fazem merda.” (Mim)

VAI UMA VASECTOMIA AÍ?- MEC reprova 27 cursos de medicina do país

O JABUTI ESTÁ PRESO NUMA CAMISA DE FORÇA- Em um ano, criação de empregos no Brasil despenca 82%

Dados do Caged mostram que país abriu 8.381 empregos formais em novembro ante 47.486 postos no mesmo mês de 2013.

“Nem tudo o que parece é. Dilma, por exemplo, aos olhos de um petista ela parece ser competente, mas não é.” (Mim)

Anarco-capitalismo vs República by andreafaggion

O anarco-capitalismo, ou regime de governos privados competindo entre si em um mesmo território, depende de uma série de pressupostos. Eu já disse neste blog que seus pressupostos são mais facilmente admissíveis para um liberal em sentido clássico ou ortodoxo. Há um pressuposto, porém, que, talvez, mesmo os liberais não aceitariam, ou, ao menos, não unanimemente. Trata-se da tese segundo a qual não há tal coisa como uma coisa pública. Isso mesmo. O anarco-capitalismo pressupõe que a república simplesmente não existe. Ele nasce de uma atitude cética que está para a filosofia política como o ateísmo está para a teologia.
A negação da república nos dias de hoje equivale à negação do direito divino séculos atrás: uma heresia. Note que os "filósofos" ocidentais do nosso tempo, no mais das vezes, em suas intervenções sobre questões políticas atuais, já assumem a república democrática como um valor absoluto, inquestionável. O que pode ou não ser admitido na vida em sociedade, no seu discurso, é simplesmente o que pode ou não ser admitido por uma república democrática. Mas por que tanta certeza de que a existência de uma coisa pública estaria garantida, podendo ser simplesmente pressuposta?
Para o anarco-capitalista, é impossível que uma instituição represente a todos, a menos que todos, sem exceção, tenham conferido uma procuração para essa instituição. Não há representação política. Cada um fala por si mesmo, a menos que seja o portador de uma procuração empírica concedida por outro. Por que seria diferente? Por que republicanos acreditam que seja tão natural a ideia de que um ser humano possa representar um outro? No mínimo, deveriam ter mais cautela ao agirem sobre esse pressuposto.
Mas, claro, também existem os republicanos que defendem a democracia participativa, no lugar da representativa, exatamente porque se dão conta dos problemas da representatividade política, problemas cuja superfície, por sinal, nem sequer arranho neste post.
Aqui, temos o princípio da maioria. Por mais que se fale em deliberações racionais, debate na esfera pública e tudo mais, a república, mais cedo ou mais tarde, precisa decidir. Dificilmente, uma decisão de Estado poderá esperar indefinidamente até que se chegue a um consenso unanime. Como resolver então? Vota-se! Mas por que a maioria teria direito sobre a minoria?
Se um outro indivíduo não tem direito de tomar determinadas decisões sobre a sua vida, por que a reunião de muitos indivíduos, todos igualmente desprovidos desse direito, criaria um novo direito para o grupo sobre você? O fato deles permitirem o seu voto muda alguma coisa? Você pode ser forçado a aceitar o princípio da maioria, desde que seu voto seja incluído no computo geral?
Suponha que seus vizinhos se reúnam e decidam por uma maioria de votos que você deve pintar sua casa de roxo com bolinhas amarelas. Se eles permitirem que você vote nessa assembleia, você fica obrigado a acatar a decisão deles e pintar sua casa de roxo com bolinhas amarelas? Nenhum dos seus vizinhos, tomado individualmente, tinha o direito de exigir que você pintasse sua casa de roxo com bolinhas amarelas. A reunião deles confere ao grupo esse direito?
E se a decisão do grupo for, supostamente, para o seu bem? Isso muda o cenário e legitima que o grupo tenha direitos sobre você? Suponha que seus vizinhos decidam que, toda vez que um morador da sua rua ficar doente, todos os demais se reunirão para pagar o seu tratamento. Isso vale para você também. Já que eles vão pagar seu tratamento se você ficar doente, eles têm o direito de exigir que você ajude a pagar pelo tratamento de qualquer um deles? E se você disser que prefere correr o risco de ficar doente sem tratamento, gastando todo seu dinheiro em bares e restaurantes? Eles têm o direito de lhe obrigar a ser mais "prudente"? Por quê? Porque eles são maioria?
E se você cair doente e eles lhe tratarem? Eles passam a ter o direito de exigir que você faça o mesmo pelos demais, sem que você tenha assinado um contrato se comprometendo a tanto como condição para receber o tratamento? Você pode beneficiar alguém voluntariamente e então simplesmente ir adiante e cobrar pelo benefício?
Enfim, são apenas algumas questões cujas respostas não me parecem tão auto-evidentes quanto parecem para meus colegas republicanos. Talvez, eles devessem se preocupar mais com essas respostas, e menos com a defesa dos sagrados valores republicanos, que sufoca as próprias perguntas, como se as respostas para elas fossem tão triviais, trivial como já foi o direito divino de um monarca para um medieval.
Mas e se não houver boas respostas para tantas perguntas? Aí não há coisa pública. Cada agente representará apenas a si mesmo e àqueles de quem tem procuração. Todo agente é privado. É nisso que insiste o anarco-capitalista.
Ora, agentes privados não têm o direito de monopolizar nada. Por isso, o anarco-capitalista pode acreditar em governos, mas nunca em Estado: o governo que detém exclusividade por direito em um dado território.
Assim, para o anarco-capitalista, em suma, a república não existe. O que existe é um grupo privado (maioria ou não) que impede violentamente que outros grupos privados vendam os mesmos serviços no mesmo território. Um grupo privado que nos obriga a todos a sermos seus clientes, desconsiderando nossa satisfação com seus serviços. Um grupo privado que eleva seus preços como bem entender, e nos obriga a pagar por eles. Um grupo privado, enfim, que se vê no direito de fazer o que bem entender de nós, só porque dá direito a um voto para cada um.

“Enquanto você se preocupa com o pós-morte, os mais vivos mexem no seu bolso.” (Climério)

“Cotas no ensino: a ruína do mérito.” (Filosofeno)

“Penso em sexo 24 horas por dia. Gostaria muito de lembrar o que é.” (Nono Ambrósio)

“Sou tão azarado que já tive até catarata no meu olho de vidro.” (Limão)

“Sou imortal. Já estou na terceira sogra.” (Climério)

"Para os canários do sistema penal eles é que são os espertos.” (Mim)

“As beldades só fogem de feio pobre.” (Assombração)

Rodrigo Constantino- A necessidade do supérfluo

“Pelo necessário, o homem é capaz de matar; pelo supérfluo, é capaz de morrer.” (Carlos Lacerda)
Um curso desenvolvido em 1933 pelo pensador espanhol Ortega y Gasset acabou virando livro, sob o títuloMeditação Sobre a Técnica. Nele, o escritor fala sobre o sentido da vida humana e o papel que a técnica exerce nesse contexto. Para Gasset, “é notório que no homem os instintos estão quase apagados, pois o homem não vive, definitivamente, por seus instintos, mas se governa mediante outras faculdades, como a reflexão e a vontade, que operam acima dos sentidos”. O instinto mesmo de sobrevivência, por exemplo, seria negado quando os homens escolhem morrer. O homem vive porque quer. A necessidade de viver não lhe é imposta à força.
O animal está sempre preso às suas necessidades vitais, e sua existência “não é mais do que o sistema dessas necessidades elementares a que chamamos orgânicas ou biológicas e o sistema de atos que as satisfazem”. Mas a vida humana é bem mais que isso. A biologia ocupa-se de uma classe de fenômenos: os orgânicos. Mas a vida humana é aquilo que fazemos e o que nos acontece; é “pensar ou sonhar e comover-se”.
Nossa vida é o que fazemos porque nos damos conta de que o fazemos. Para Gasset, “viver é um não contentar-se em ser, mas compreender e ver que se é um incessante descobrimento que fazemos de nós mesmos e do mundo que nos rodeia”. O homem não é a sua circunstância, ele apenas está submerso nela e pode ocupar-se de coisas que não sejam atender diretamente os imperativos ou necessidades de sua circunstância.
Os atos dos homens, portanto, modificam ou reformam a circunstância ou natureza. Nela passa a existir o que não existia antes. São esses os atos técnicos, e o conjunto deles é a técnica, ou seja, a “reforma que o homem impõe à natureza em vista da satisfação de suas necessidades”. A técnica é, pois, a “reação enérgica contra a natureza ou circunstância”.
A vida é imprevista, e antes de nascer, nada nos é perguntado sobre ela. Em que circunstâncias vamos viver não é sabido, e encontramo-nos tendo que nadar numa circunstância, inexoravelmente indeterminada. “Viver é como uma situação que tenha de ser enfrentada, num mundo indeterminado”. É um problema que temos que resolver, e cuja solução não se pode transferir a nenhum outro ser. A técnica é o contrário da adaptação do sujeito ao meio; é a adaptação do meio ao sujeito.
O homem não busca apenas atender às necessidades básicas da sobrevivência. O conceito de “necessidade humana” engloba, desde o homem primitivo, tanto o objetivamente necessário quanto o supérfluo. Como diz Gasset, “o empenho do homem em viver, em estar no mundo, é inseparável de seu empenho em estar bem”. O bem-estar, e não o estar é a necessidade fundamental do homem.
Como conclusão desse raciocínio, o homem é um animal para o qual só o supérfluo é necessário. A técnica, nesse sentido, é a produção do supérfluo. O animal, diferente do homem, contenta-se em viver com o mínimo necessário para o simples existir. Já o homem quer muito mais que isso. Seu bem-estar é sua meta, e se trata de um ponto de chegada sempre móvel, ilimitadamente variável.
A questão importante é que a técnica não é por si só, boa ou ruim. Ela diminui, às vezes quase elimina o esforço imposto ao homem pela circunstância, mas se o homem fica isento de tarefas impostas pela natureza, surge a pergunta de o que ele vai fazer, com que vai ocupar sua vida. A superação da vida animal libera o homem para se dedicar a vários afazeres não biológicos, que não são impostos pela natureza. O homem mesmo inventa tais afazeres. Se o homem não cuida muito de aproveitar suas horas da melhor forma possível, sua vida será a estrangulação constante de si mesmo.
Como diz o escritor, “o mais trágico do homem é o mais glorioso, pois ele tem obrigação de escolher e, portanto, queira ou não, tem que levar a efeito sua liberdade”. O mundo ao redor do homem é uma intricada rede, tanto de facilidades como de dificuldades. A existência do homem não é um estar passivo. Ele tem de lutar constantemente contra as dificuldades que o entorno lhe oferece. Viktor Fankl resumiu bem o livre-arbítrio do homem cercado pelos limites do meio: “Entre o estímulo e a resposta, o homem tem a liberdade de escolha”.
Gasset afirma: “Precisamente porque o ser do homem não lhe é dado, mas é em princípio pura possibilidade imaginária, a espécie humana é de uma instabilidade e variabilidade não comparáveis às espécies animais”. E conclui que, em suma, “os homens são enormemente desiguais, contrariamente ao que afirmavam os igualitaristas”. Cada homem tem que fazer sua própria vida, já que esta não lhe é algo dado e pronto.
“Viver é descobrir os meios para realizar o programa que se é”, explica Gasset. Logo, o sentido e a causa da técnica estão fora dela, “no emprego que o homem dá às energias que lhe sobram, energias economizadas pela técnica”. A missão inicial da técnica seria esta então: dar liberdade ao homem para ele poder entregar-se a si mesmo. As preferências são subjetivas e cada um terá que escolher o que quer para si.
Comparando Esparta com Atenas, vemos que a primeira se concentrava mais no essencial, sendo austera e igualitária, enquanto a última cultivava a beleza do espírito e das formas. Roberto Campos resume que Esparta seria a civilização do necessário, enquanto Atenas a do supérfluo. O esforço militar disciplinado dos espartanos não deixou vestígios agradáveis e marcou bem menos o ocidente que sua rival mais frívola.
De fato, há uma tendência, possível através da técnica, em tornar fim o que antes era um simples meio. Se antes comer era quase um ato somente para a sobrevivência, hoje temos a arte da culinária. Se beber era para matar a sede, hoje temos vários enólogos discursando sobre os prazeres de um bom vinho. Se as roupas visavam à proteção do clima, hoje temos o mundo da moda.
O filósofo David Hume foi um dos que notou a importância do supérfluo para a sociedade: “Quando excessivo, o luxo é fonte de muitos males; mas ele é em geral preferível à preguiça e ao ócio, que naturalmente ocorrem na sua ausência, e que são mais perniciosos tanto para os indivíduos quanto para a massa”.
O homem sempre buscou mais que atender as mínimas necessidades da vida. A técnica consciente é seu grande aliado nessa trajetória. “Contudo”, lembra Gasset, “a vida humana não é só luta com a matéria, mas também luta do homem com sua alma”. Ter isso em mente é fundamental quando vemos o grande vazio que muitos homens sentem mesmo num mundo de técnica extremamente avançada. A redução do desconforto material, possível pelo progresso da técnica, é espetacular e algo desejável. Mas não é tudo na vida humana.
Texto presente em “Uma luz na escuridão”, minha coletânea de resenhas de 2008.

O troféu AMIGO DA PETROBRAS deste ano vai para..(SUSPENSE)... o PT!!

Depois de ler isso irei tomar um coquetel de água sanitária com amaciante- TSE livra Maluf de punição e libera novo mandato para o deputado

Em Marte sim não existe justiça para políticos corruptos. Lá somente vai pra cadeia quem rouba, mas escapa quem manda ou deixa que roubem. Que coisa!

Já imaginou se não fossemos um país sério? Nossa!

GAZETA DO TUDO ANDA BEM- Congresso sobe salários de Dilma, parlamentares e ministros do STF