Mauro, menino
bom, pena que morreu jovem. Quando os médicos abriram o seu coração tinha lá
250 gentes, 82 bichos e mais uma dúzia de donzelas.
segunda-feira, 17 de julho de 2017
O QUARTO
Genivaldo
veio do interior do Ceará para morar em São Paulo. Arrumou um quarto para morar
que na verdade não era nem um terço. Para conseguir abotoar a camisa ele
precisava sair para o lado de fora ou nada feito. Dormir e sonhar nem pensar; o
sonho ficava na rua em frente. Arranjou
uma namorada, mas ele namorava dentro e ela no sereno ou na chuva. Genivaldo
ficou um mês e se cansou daquele cubículo. Aborreceu-se e foi morar dentro de
uma caixa de fósforos. De graça.
ALCEU LAGARTO
Alceu Lagarto
ainda novo, muito sossegado sobre a pedra-mor observava ao redor procurando
alimento. Lambeu os beiços e correu atrás de um pequeno besouro vermelho que
ligou seu motorzinho extra para poder fugir dele. A mãe do lagarto que
acompanhava suas traquinagens berrou da
porta da toca: “Basta Alceu, hoje não é dia de comer proteína! Se o seu pai
ficar sabendo irá ter bronca. Venha, o macarrão está na mesa!”.
NAZISTAS
Spiegel
"Göring atribuiu uma seta para a linha de medalhas
em sua túnica. Depois estava escrito: continua na parte de trás.
NAZISTAS
NAZISTAS-
Esta piada sobre campo de concentração de Dachau,
inaugurado em 1933, mostra que as pessoas sabiam desde o início que poderia ser
preso por um por expressar uma opinião:
Dois homens se encontram. "É bom ver que você está
livre de novo. Como foi o campo de concentração? "
"Ótimo! Pequeno-almoço na cama, uma escolha de café
ou chocolate, e para o almoço, sopa,
carne e sobremesa. E nós jogamos na parte
da tarde antes de chegar café e bolos. . Em seguida, uma soneca e depois nós
assistimos filmes. "
O homem ficou espantado: "Isso é ótimo! Falei
recentemente com Meyer, que também estava trancado lá. Ele me contou uma
história diferente. "
O outro homem acena com a cabeça gravemente e diz:
". Sim, bem, é por isso que eles
estão vindo buscá-lo novamente."
HUMOR ATEU
Jesus e o diabo se encontram na balada. Após uns tragos o
capeta pergunta:
-E aí cara, vai ou não vai me ensinar o truque da
ressurreição?
TED THOMPSON- SALVANDO UM TORTURADO
No
seu chalé a beira-mar Ted curtia o sossego do lugar quase deserto. Gaivotas
passeavam pegando petiscos, o mar calmo e a brisa suave fazia algo bom como o
tempo parar. Caminhar na areia pela manhã e ao final de tarde era o que
Ted apreciava muito, além dos saborosos peixes que preparava, sempre comprando
frescos dos pescadores. Naquela noite de sábado sentado na pequena varanda
completamente no escuro, deliciava-se com as ondas batendo nas pedras à direta
do seu recanto, contando estrelas na noite sem luar. Antes da meia-noite
pareceu ouvir vozes à sua esquerda e foi verificar. A cem metros de onde estava
ouviu gemidos e encontrou um grupo de homens torturando um cidadão mulato, que
ajoelhado na areia e de mãos amarradas apanhava no roso e nas costas. Queriam
os bandidos saber do pobre homem notícias do irmão, devedor de drogas do grupo.
Iriam matá-lo, pois já que o irmão criminoso havia fugido então a família
pagaria. Hoje será o irmão, amanhã suas filhas, até que ele apareça para pagar
o que deve. O chefe do bando o machucava com cigarro em brasa, mostrando fotos
das suas crianças, dizendo que seriam as próximas vítimas se ele não falasse. O
coitado chorava pedindo que não fizessem maldade com seus pequenos, todos
inocentes. O torturado parecia mesmo não saber de nada. Ted se cansou de ver e
ouvir aquilo e como um raio fulminou os cinco bandidos, cada um com um tiro na
testa. Não houve tempo para nenhum reagir, nem mesmo dizer ai mamãe. O sangue
deles tingiu de vermelho o branco da areia. Atirou os corpos dos criminosos no
mar e o levou a vítima até sua cabana para fazer alguns curativos. Deu-lhe uma
boa soma em dinheiro e aconselhou-o que na mesma noite pegasse sua família e
sumisse do mapa. Depois o levou até a cidade, deu-lhe seu telefone e desejou
boa sorte. Feito isso voltou para o sossego da beira-mar.
TED THOMPSON- BADERNA NA NOITE
Já
passava da meia-noite e o barulho infernal continuava na casa grande da rua.
Além do som alto, muita gritaria e fogos. O bebê doente da senhora Renard
chorava muito; o senhor Dalmo, octogenário, sofria dos nervos e toda aquela
bagunça fora de hora causava nele um mal terrível; dona Ivete tentava ver um
filme, mãos não conseguia ouvir o que diziam. A polícia foi chamada e apareceu
uma vez quando os abusados pararam com o barulho para recomeçar depois. Deboche
puro. As autoridades policiais não retornaram mais, mesmo após outros chamados.
Então Ted Thompson recebeu um telefonema anônimo pedindo ajuda. Como? Sempre
que passava por algum lugar e encontrava pessoas honradas deixava seu número
caso precisassem. Foi o que aconteceu. Em quinze minutos estava ele em frente
ao portão da arruaça. Como sabem Ted não iria conversar; conversar os vizinhos
e policiais já haviam tentado. A baderna rolava frouxa embalada por drogas
pesadas. Ted olhou para o ambiente, tirou suas conclusões, sacou sua pistola e
fez um auê daqueles, arrebentando as caixas de som. Fez estragos também nos
automóveis que estavam no pátio. Os malandros corriam como ratos para se
esconder. Ted recarregou e passou fogo nas grandes luminárias e fez pedaços das
caixas de bebida que estavam sobre o gramado. Dois boys revidaram atirando,
azar deles, dançaram no ato. Antes de sair Ted avisou: “Acabem com isso! Darei
um jeito em todos se tiver que voltar aqui!” Então foi caminhando à parte
escura da rua e sumiu antes da chegada dos policiais. Os ratos então saíram dos
cantos, mijados.
TED THOMPSON- PEDIDO DE SOCORRO
Naquela noite
Ted caminhava pelo centro de São Paulo observando os notívagos de longas
passadas, os baixotes de passos curtos, homens e mulheres de todas as cores,
quando ouviu gritos de socorro de uma mulher que era agredida dentro de um
automóvel. Ela berrava em desespero, como uma desvairada em fogo. Ted abriu a
porta e puxou o agressor para fora mandando ele parar com as agressões. O homem
reagiu tentando soqueá-lo; não conseguindo apelou para uma faca. Ted deu-lhe
primeiramente umas bordoadas e atirou nele duas vezes, um tiro em cada perna. A
raiva do agressor foi transformada em gemidos. A mulher que pedia por socorro
passou a agredir verbalmente seu socorrista por ter atirado no seu namorado;
Corno! Filho da puta! Bandido! Logo ela também passou dos impropérios aos
gemidos após levar dois tiros, um em cada braço, para segundo Ted, “deixar de ser mulher de malandro.” Os
passantes observavam atônito o acontecimento, a chegada do Samu fazendo
barulho, também viaturas da polícia enquanto Ted dobrava a esquina e seguia sem
caminho.
TED THOMPSON- BOCA DE FUMO
Cigarro na
boca. Ted Thompson chegou ao morro com seu Maverick 79 e foi direto na boca de
fumo do Kid Caveira. O bandido estava dando em cima da filha do amigo Manuel;
menina Rita com 15 anos. O sujeito abusado, ameaçava a família do homem
trabalhador. Ted vestia camisa quadriculada, bermuda branca e nos pés tênis
azul, 42. Olhou para os marginais, Kid Caveira a frente não falou uma palavra,
sacou seu Magnum 44 e mandou bala. Quatro cadáveres caíram e um quinto elemento
mandou cantar o fuzil; mas não sabia ele que Ted não era deste mundo. O dito
gastou sua munição e foi passear também na presuntaria do Ted. O destemido
recarregou sua arma e saiu caminhando calmamente de volta até seu automóvel.
Nisso apareceu um rapaz atirando contra ele pelas costas. Quando gastou toda a munição e nenhum
arranhão; Ted olhou nos olhos dele e falou –“volte para casa rapaz, mato você
na próxima se continuar nesse lugar.” Logo depois a bandidagem reunida queria
saber quem era esse cara, porém ninguém sabia. O Maverick sumiu pela Via
Vermelha.
TED THOMPSON- O MENINO MALTRATADO
Um menino
sozinho chorava sentado no banco da praça. Ted aproximou-se dele e pediu se
poderia sentar-se ao seu lado. O garoto de oito anos chamado André aquiesceu e
então começou a conversar com ele. Foi aos poucos ganhando a confiança do
jovenzinho que desabafou sobre o que o fazia chorar. O pai batia nele e na mãe
sem qualquer motivo. A mãe não o denunciava por medo de represálias e precisava
trazer dinheiro para casa todos os dias, sendo que fazia o trabalho de
diarista. O pai não trabalhava. Quando
o dinheiro era pouco a mãe apanhava e ele também por tentar defendê-la. Ted pediu onde morava e foi com ele até lá. A
mãe apareceu no portão toda feliz ao ver o filho, pois já estava
preocupada.Beijou e abraçou com carinho o filho amado. O marmanjo também saiu
da casa já de cinto na mão dizendo aos gritos que iria arrebentá-lo de pancadas
por sair sem avisar. Ted ergueu a mão e pediu calma, pois o menino estava
traumatizado. O pai mandou que fosse cuidar da sua vida se não quisesse
encrenca. Não sendo dos mais tolerantes, TED entrou chutando o portão sem pedir
licença e desceu a mão no malandro sem dó. O safado entrou na casa e voltou
armado com uma faca babando de ira. Ted mandou a mãe levar o menino para dentro
e quando ele passou ao lado do miserável levou um soco no rosto. O menino caiu,
sangrando pelo nariz. Ted avançou e
tomou a faca do brutamonte, deu-lhe mais uns bons socos e terminou por enforcar
ele com o próprio cinto. Tirou do bolso um adesivo e colou na testa do defunto:
“Ted Thompson, o terror dos maus esteve aqui.” Saiu do local e seguiu seu
caminho. Na mesma noite seus homens estiveram na casa para cuidar de tudo e dar
ao menino e a mãe um futuro de paz e conforto.
HERBERT
Herbert era
um grande mágico. Tão bom que por mais de uma centena de oportunidades enganou
a morte quando ela veio para buscá-lo. Foram tantas vezes que a morte desistiu
de levá-lo, cansou-se. Desde então Herbert vaga pelo mundo sem descanso. Aquilo
que poderia ao olhar superficial ser uma
dádiva, tornou-se um fardo duro de carregar. Herbert ainda vaga por aí,
saturado da vida, esperando que a morte reconsidere.
AO PÉ DO POÇO
Ao pé do poço
o Pedro Paulo pediu ao padre Primo a benção porque iria se jogar no poço. O
padre respondeu que não daria benção porra nenhuma a um suicida ainda mais numa
tarde em que também estava puto da vida com tudo e todos e que ele ainda iria
para o inferno. O padre resolveu ficar
nu no pé do poço só para mostrar que maluco por maluco ele também era. E agora? Tudo isso irritou profundamente Pedro Paulo
que por fim disse que não iria mais se matar e que se tornaria um homicida. Dito
isso jogou o padre no poço e partiu faceiro usando as calças novas do
religioso.
O CONSELHO DOS SÁBIOS
2.099. Os
homens mais sábios do planeta se reuniram em Genebra na Suíça para decidir qual
deles era o mais sábio para presidir o conselho que governaria o planeta terra
dali por diante. Todos se apresentaram como candidatos e fizeram suas
explanações dando mostras de suas ideias. Após um mês de árduos debates ainda
não haviam encontrado um nome de consenso e quando a palavra “burros” foi dita no plenário. Acendeu-se uma
chama de ira e todos se engalfinharam com sangue nos olhos usando facas e estiletes, já que armas de
fogo eram proibidas. Não sobrou um só dos sábios vivo. Dona Cleusa que cuidava
do cafezinho tomou posse da cadeira
presidencial vazia dizendo: É cum eu!
BELEZA
Bagunçada
inspiração que em meu cérebro vagueia
Divagações
sobre a beleza
Não minha
Alheia
De tal
concluo que é fundamental amar as belas
Sem
esquecer-se das feias.
DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- sexta-feira, setembro 17, 2004 MEMÓRIAS DE UM EX-ESCRITOR (XXXI)
A Bolha Assassina
Lá nos anos 70, (74 mais precisamente) uma praga havia inundado a Rua da Praia, aqueles meninos e camelôs soprando bolhas de sabão. Uma amiga gaúcha, incomodada com a coisa, pediu-me uma providência. "Deixa comigo", disse. Mandei uma carta para o Correio do Leitor do Correio do Povo, assinada pela suposta enfermeira Katia Meleu Gomes. Havia uma epidemia de meningite na época. Analisei as contradições objetivas do real, como dizia então o pessoal do Partidão, e denunciei o risco de contágio. A carta saiu na edição de 13/08/74. A Katia morava na Cavalhada e teria atendido um menino, acometido pela meningite, filho de um barbeiro do bairro. Que soprava bolhas de sabão na Rua da Praia. Para minha surpresa, no mesmo dia, às 11 da manhã, a Folha da Tarde - tablóide da Caldas Júnior - mancheteava, na primeira página, em cinco colunas:
A BOLHA QUE PODE SER ASSASSINA
A denúncia formulada pela enfermeira Kátia Meleu Gomes no "Correio do Leitor", edição de hoje do Correio do Povo, teve constastação esta manhã na rua da Praia. Diversos camelôs continuavam a assoprar bolinhas de sabão, que conduzindo saliva podem transformar-se em veículo de germes transmissores de meningite, caso os vendedores sejam portadores do mal. A enfermeira Katia Meleu Gomes atendeu a um menino portador de meningite e que dedicava-se à venda dos canudos na rua da Praia, espalhando, sem saber, a doença pelos que, passando pelo local, recebiam os balões nas bocas ou os estouravam com as mãos, que posteriormente poderiam ser levadas à boca. À Secretária da Saúde cabe a decisão imediata de proibir o trabalho dos vendedores que, além do mais, perturbam o trânsito.
Na foto, que tomava toda a página, bolhas sinistras flutuando no ar. Foi um santo remédio. À uma da tarde, o Jair Soares, então secretário da Saúde, mandou recolher camelôs e canudinhos da Rua da Praia. Uma cartinha safada, mais a irresponsabilidade jornalística, resolveu o problema em poucas horas.
A BOLHA QUE PODE SER ASSASSINA
A denúncia formulada pela enfermeira Kátia Meleu Gomes no "Correio do Leitor", edição de hoje do Correio do Povo, teve constastação esta manhã na rua da Praia. Diversos camelôs continuavam a assoprar bolinhas de sabão, que conduzindo saliva podem transformar-se em veículo de germes transmissores de meningite, caso os vendedores sejam portadores do mal. A enfermeira Katia Meleu Gomes atendeu a um menino portador de meningite e que dedicava-se à venda dos canudos na rua da Praia, espalhando, sem saber, a doença pelos que, passando pelo local, recebiam os balões nas bocas ou os estouravam com as mãos, que posteriormente poderiam ser levadas à boca. À Secretária da Saúde cabe a decisão imediata de proibir o trabalho dos vendedores que, além do mais, perturbam o trânsito.
Na foto, que tomava toda a página, bolhas sinistras flutuando no ar. Foi um santo remédio. À uma da tarde, o Jair Soares, então secretário da Saúde, mandou recolher camelôs e canudinhos da Rua da Praia. Uma cartinha safada, mais a irresponsabilidade jornalística, resolveu o problema em poucas horas.
DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- segunda-feira, janeiro 26, 2004 Na Vanguarda
Em meus dias de Estocolmo, mostrei minha carteira de identidade a uma amiga sueca. “Que é isso?” – perguntou – “estás fichado na polícia?” Seu espanto era decorrente de minhas impressões digitais na carteira. Mais tarde, ouvi o mesmo tipo de comentário em Paris. Na exigente Europa, ciosa dos direitos de seus cidadãos, a impressão digital em um documento é vista como estigma de criminalidade e invasão da privacidade.
No Brasil, desde que me conheço por gente, na hora de pedir um RG, enfiamos os dedos na tinta sem estrilar. Tenho mais de meio século de existência e jamais vi, nesses mais de cinqüenta anos, alguém protestar contra tal absurdo. Mas bastou que os Estados Unidos exigissem impressões digitais para brasileiros que entrassem no país, para que um juiz dos cafundós de Judas se erguesse em seus tamancos e retaliasse com a mesma exigência para americanos que entram no Brasil. O rato que ruge rugiu no Mato Grosso e, com uma penada, passou a ditar a política externa nacional no que tange ao intercâmbio entre países. O Itamaraty, penhorado, agradece. Não precisou sequer mover um dedo para destilar seu terceiro-mundismo primário.
Que a medida americana é discriminatória, isso não se discute. Vinte e sete países, em sua maioria europeus, estão isentos de tocar piano, como se diz por aqui. Se a preocupação dos EUA é controlar a entrada de terroristas, teria bem mais razões para identificar europeus que brasileiros ou latino-americanos. A Europa está infestada de organizações terroristas, particularmente a França, Itália, Alemanha e Inglaterra. As madrassas que nutrem o ódio ao Ocidente estão plantadas no velho continente, não no nosso. Mas seria um tanto descortês, da parte americana, exigir dos irmãos de Primeiro Mundo, rituais reservados a criminosos. Quanto a exigir digitais dos bugres que habitam o quintal, por que não? Se até mesmo o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Lafer, se humilha tirando os sapatos para entrar no grande país do Norte, por que não se submeteriam seus míseros concidadãos a um procedimento de delegacia? Afinal, neste país incrível não é preciso cometer crime algum para entregar as digitais ao Estado.
Que a retaliação brasileira é ridícula, tampouco se discute. Os EUA estão preparados com colossais bancos de dados para determinar quem pode ou não pode entrar no país. O Brasil sequer sabe quem entra ou quem sai. De um lado, a arrogância de uma potência que vê no Terceiro Mundo um celeiro de terroristas, mesmo sabendo que o terror tem suas bases no Primeiro. De outro lado, o orgulho ferido de país pobretão, que julga equiparar-se aos ricos imitando suas tolices.
Vamos brincar de hipóteses. Imagine o leitor que os EUA, não satisfeitos de pedir fotos e digitais de seus visitantes, inventem de reter o passaporte por 24 horas, para registrá-lo na polícia local. No que dependesse do juiz mato-grossense, teríamos uma declaração de guerra. Que pensam estes senhores? Que todo brasileiro é um criminoso potencial? Uma onda de indignação varreria o país todo, pais furibundos protestariam contra a arrogância de uma potência que vê como malfeitores seus rebentos que buscam aperfeiçoamento cultural na Disneylândia.
Adelante! Imaginemos que além de impor o registro de passaportes na polícia, o governo americano pretendesse monitorar os deslocamentos de todo turista no país. Antes de viajar, você precisa determinar quantos dias vai ficar em Nova York, quantos em Washington, quantos em Seattle. Por favor, determine o dia da chegada e o dia da partida de cada cidade. Não ouse descumprir prazos, sob pena de ter de entender-se com as autoridades. O Brasil todo seria tomado de um profundo ódio ao grande irmão do Norte.
Como imaginar não custa nada, imaginemos mais um pouco. Suponhamos que o governo americano, para conceder um visto ao cidadão brasileiro, exija que este reserve – e pague – antecipadamente os hotéis em que pretende parar. Nosso ódio transbordaria fronteiras. Que estão pensando esses gringos? Que somos uma nação de caloteiros?
Só mais um pouquinho de exercício. Imaginemos o cúmulo dos cúmulos: que as entradas em museus e monumentos custem um dólar para americanos e dez dólares para estrangeiros. O Brasil, em uníssono, declararia ódio eterno aos States.
Deixemos agora a imaginação de lado. Esta é a realidade com a qual se defronta todo cidadão que pretende viajar à Rússia, mesmo hoje, decorridos 14 anos da queda do Muro, 12 anos do desmoronamento da União Soviética. Ao chegar em uma cidade russa, seu passaporte é retido para registro na polícia. Seu roteiro deve ser previamente traçado. Se você pretende viajar de carro pelo país, terá pela frente longos meses de negociações com a Inturist. Ai de você se sair do roteiro ou se demorar mais do que o previsto em uma determinada cidade. Se você gostou de Moscou ou São Petersburgo e quer espichar sua estada por mais uns dias, esqueça. Isto não existe na Rússia contemporânea.
Sem hotel previamente pago, não há visto. Você faz um vôo cego. Onde aterrissar, aterrissou. E se a hospedagem já está paga, nem sonhe em trocar de hotel caso dele não goste. Na hora de visitar o Hermitage ou o palácio de verão do Czar, outra surpresa nada agradável, típica de país de moeda podre: russo paga 15 rublos. Você paga 250. Sem choro. Se quiser passear de barco pelos canais de São Petersburgo, de novo a facada. Russo paga 15. Você, conforme sua cara ou a conforme a demanda do momento, pagará de 300 a 500 ou mais rublos. Se na época anterior ao desmoronamento do comunista todo turista era um espião potencial, a ser acompanhado de perto por diligentes anjos da guarda, estes tempos são passados. Hoje o turista é um saco de dólares a ser esvaziado. Quanto mais rápido melhor.
Jamais vi ou ouvi, neste meu mais de meio século de existência, brasileiro algum protestar contra estas exigências ridículas dos antigos países soviéticos que ainda vigem na Rússia. Pelo contrário, voltavam sempre fascinados pela temporada no paraíso. Não tenho informações sobre os demais países da ex-URSS, mas não me espantaria que em algum deles ainda permanecesse em vigor a prática burra.
Articulistas eivados de antiamericanismo recorrem à metáfora simplória: o Big Brother de Orwell tornou-se uma realidade patente. Ora, o Grande Irmão queria o controle das mentes, não o de digitais. O espírito do Grande Irmão, a bem da verdade, contaminou o Leste. Mas isto esquerdista algum de boa cepa vai admitir.
O que está contaminando o Ocidente é a estupidez. Não seria o Brasil, sempre na vanguarda, que a ela ficaria imune.
No Brasil, desde que me conheço por gente, na hora de pedir um RG, enfiamos os dedos na tinta sem estrilar. Tenho mais de meio século de existência e jamais vi, nesses mais de cinqüenta anos, alguém protestar contra tal absurdo. Mas bastou que os Estados Unidos exigissem impressões digitais para brasileiros que entrassem no país, para que um juiz dos cafundós de Judas se erguesse em seus tamancos e retaliasse com a mesma exigência para americanos que entram no Brasil. O rato que ruge rugiu no Mato Grosso e, com uma penada, passou a ditar a política externa nacional no que tange ao intercâmbio entre países. O Itamaraty, penhorado, agradece. Não precisou sequer mover um dedo para destilar seu terceiro-mundismo primário.
Que a medida americana é discriminatória, isso não se discute. Vinte e sete países, em sua maioria europeus, estão isentos de tocar piano, como se diz por aqui. Se a preocupação dos EUA é controlar a entrada de terroristas, teria bem mais razões para identificar europeus que brasileiros ou latino-americanos. A Europa está infestada de organizações terroristas, particularmente a França, Itália, Alemanha e Inglaterra. As madrassas que nutrem o ódio ao Ocidente estão plantadas no velho continente, não no nosso. Mas seria um tanto descortês, da parte americana, exigir dos irmãos de Primeiro Mundo, rituais reservados a criminosos. Quanto a exigir digitais dos bugres que habitam o quintal, por que não? Se até mesmo o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Lafer, se humilha tirando os sapatos para entrar no grande país do Norte, por que não se submeteriam seus míseros concidadãos a um procedimento de delegacia? Afinal, neste país incrível não é preciso cometer crime algum para entregar as digitais ao Estado.
Que a retaliação brasileira é ridícula, tampouco se discute. Os EUA estão preparados com colossais bancos de dados para determinar quem pode ou não pode entrar no país. O Brasil sequer sabe quem entra ou quem sai. De um lado, a arrogância de uma potência que vê no Terceiro Mundo um celeiro de terroristas, mesmo sabendo que o terror tem suas bases no Primeiro. De outro lado, o orgulho ferido de país pobretão, que julga equiparar-se aos ricos imitando suas tolices.
Vamos brincar de hipóteses. Imagine o leitor que os EUA, não satisfeitos de pedir fotos e digitais de seus visitantes, inventem de reter o passaporte por 24 horas, para registrá-lo na polícia local. No que dependesse do juiz mato-grossense, teríamos uma declaração de guerra. Que pensam estes senhores? Que todo brasileiro é um criminoso potencial? Uma onda de indignação varreria o país todo, pais furibundos protestariam contra a arrogância de uma potência que vê como malfeitores seus rebentos que buscam aperfeiçoamento cultural na Disneylândia.
Adelante! Imaginemos que além de impor o registro de passaportes na polícia, o governo americano pretendesse monitorar os deslocamentos de todo turista no país. Antes de viajar, você precisa determinar quantos dias vai ficar em Nova York, quantos em Washington, quantos em Seattle. Por favor, determine o dia da chegada e o dia da partida de cada cidade. Não ouse descumprir prazos, sob pena de ter de entender-se com as autoridades. O Brasil todo seria tomado de um profundo ódio ao grande irmão do Norte.
Como imaginar não custa nada, imaginemos mais um pouco. Suponhamos que o governo americano, para conceder um visto ao cidadão brasileiro, exija que este reserve – e pague – antecipadamente os hotéis em que pretende parar. Nosso ódio transbordaria fronteiras. Que estão pensando esses gringos? Que somos uma nação de caloteiros?
Só mais um pouquinho de exercício. Imaginemos o cúmulo dos cúmulos: que as entradas em museus e monumentos custem um dólar para americanos e dez dólares para estrangeiros. O Brasil, em uníssono, declararia ódio eterno aos States.
Deixemos agora a imaginação de lado. Esta é a realidade com a qual se defronta todo cidadão que pretende viajar à Rússia, mesmo hoje, decorridos 14 anos da queda do Muro, 12 anos do desmoronamento da União Soviética. Ao chegar em uma cidade russa, seu passaporte é retido para registro na polícia. Seu roteiro deve ser previamente traçado. Se você pretende viajar de carro pelo país, terá pela frente longos meses de negociações com a Inturist. Ai de você se sair do roteiro ou se demorar mais do que o previsto em uma determinada cidade. Se você gostou de Moscou ou São Petersburgo e quer espichar sua estada por mais uns dias, esqueça. Isto não existe na Rússia contemporânea.
Sem hotel previamente pago, não há visto. Você faz um vôo cego. Onde aterrissar, aterrissou. E se a hospedagem já está paga, nem sonhe em trocar de hotel caso dele não goste. Na hora de visitar o Hermitage ou o palácio de verão do Czar, outra surpresa nada agradável, típica de país de moeda podre: russo paga 15 rublos. Você paga 250. Sem choro. Se quiser passear de barco pelos canais de São Petersburgo, de novo a facada. Russo paga 15. Você, conforme sua cara ou a conforme a demanda do momento, pagará de 300 a 500 ou mais rublos. Se na época anterior ao desmoronamento do comunista todo turista era um espião potencial, a ser acompanhado de perto por diligentes anjos da guarda, estes tempos são passados. Hoje o turista é um saco de dólares a ser esvaziado. Quanto mais rápido melhor.
Jamais vi ou ouvi, neste meu mais de meio século de existência, brasileiro algum protestar contra estas exigências ridículas dos antigos países soviéticos que ainda vigem na Rússia. Pelo contrário, voltavam sempre fascinados pela temporada no paraíso. Não tenho informações sobre os demais países da ex-URSS, mas não me espantaria que em algum deles ainda permanecesse em vigor a prática burra.
Articulistas eivados de antiamericanismo recorrem à metáfora simplória: o Big Brother de Orwell tornou-se uma realidade patente. Ora, o Grande Irmão queria o controle das mentes, não o de digitais. O espírito do Grande Irmão, a bem da verdade, contaminou o Leste. Mas isto esquerdista algum de boa cepa vai admitir.
O que está contaminando o Ocidente é a estupidez. Não seria o Brasil, sempre na vanguarda, que a ela ficaria imune.
Neto de Getúlio repete tragédia do avô e do pai, suicidando-se em Porto Alegre.
Neto de Getúlio repete tragédia do avô e do pai, suicidando-se em Porto Alegre.
O neto do ex-presidente Getúlio Vargas, Getúlio Vargas Neto, cometeu suicídio esta manhã em Porto Alegre. Ele deu um tiro na cabeça. Um rabecão do DML foi até a rua Comendador Caminha, onde ele morava, e já fez a remoção do corpo.
O corpo de Vargas Neto foi encontrado pela empregada doméstica,que ao ingressar no apartamento encontrou o patrão sentado numa poltrona do quarto, segurando um revólver em cada mão, com um ferimento do lado direito da cabeça.
A tragédia repete o que aconteceu com seu pai, Maneco Vargas, que se matou com um tiro em janeiro de 1967, e com o avô, que se suicidou no Palácio do Catete.
Vargas Neto chegou a fazer militância política no PDT e no PPS.
O corpo de Vargas Neto foi encontrado pela empregada doméstica,que ao ingressar no apartamento encontrou o patrão sentado numa poltrona do quarto, segurando um revólver em cada mão, com um ferimento do lado direito da cabeça.
A tragédia repete o que aconteceu com seu pai, Maneco Vargas, que se matou com um tiro em janeiro de 1967, e com o avô, que se suicidou no Palácio do Catete.
Vargas Neto chegou a fazer militância política no PDT e no PPS.
Do blog do Políbio Braga
POR QUE TANTOS PROFESSORES DE HISTÓRIA SÃO COMUNISTAS? por Percival Puggina. Artigo publicado em 17.07.2017
Perdi a conta do número de vezes em que participei de debates de natureza política ou ideológica tendo do outro lado da mesa professores de História que não dissimulavam suas convicções comunistas, ou marxistas, ou socialistas. Não são poucas, por outro lado, as mensagens que recebo contendo relatos de alunos sobre a doutrinação política desenvolvida nesses cursos tão importantes ao desenvolvimento intelectual e cultural dos estudantes. Por outro lado, sempre que conheço algum professor ou aluno fora desse mainstream doutrinário, sei que estou diante de um valoroso resistente.
Afinal, por que tantos professores de História são comunistas? E, numa extensão disso, por que, embora em grau menor, igual tendência ocorre em outros cursos das Ciências Humanas? Creio que se trate da convergência de dois fatores. De um lado, a prévia doutrinação dos colegiais no ensino fundamental e médio; de outro, a conveniência política dos partidos mais à esquerda do leque ideológico que sabem quanto vale o domínio da narrativa histórica para as determinações políticas do presente e para os alinhamentos do futuro.
Não se peça da ciência aquilo que ela não pode proporcionar. Os eventos da História sempre admitem várias interpretações, notadamente quando envolvem conflitos. Nestes casos, obviamente, as partes em disputa têm divergentes pontos de vista sobre os acontecimentos e farão deles relatos desiguais.
É nessa tensão que entram Marx e suas convicções sobre o futuro. Ao se assumir como profeta, o alemão fundou uma religião, e seus seguidores são convocados a um ato de fé. Como bem ensinou Olavo de Carvalho, ao ver a história desde seu ponto de chegada, os seguidores de Marx com estrado de professor, púlpito de pregador, teclado de jornalista ou escritor, microfone de comunicador passam a ver tudo que acontece entre o ponto de partida e o ponto de chegada como pá e picareta para abrir o caminho. Portanto, não há limites para a manipulação dos fatos e não há verdades que se mantenham além do tempo necessário a dar um passo adiante.
Eis o motivo pelo qual o que antes se chamava, de modo adequado "interpretações da História", passou a ser denominado pelos marxistas como "guerra de narrativas", desdobramento de sua indispensável luta de classes. Danem-se as perspectivas dos atores nos fatos narrados! Aliás, danem-se os próprios atores! O único interesse do relato é obter vantagem para o processo político do momento.
Assim fica fácil entender, também, o processo pelo qual militantes comunistas insistem em dizer que lutavam pela democracia contra o regime militar nos anos 60 e 70. Ora, eles tinham e mantêm ojeriza pela democracia que denominam burguesa e, por isso, tanto se empenham, ainda hoje, em implantar seus conselhos populares (sovietes). No entanto, com vistas aos fins, reconstroem a própria história. Lutaram para implantar uma ditadura comunista de inspiração cubana em nosso país e hoje negam haver crido no que creram, pelo que pegaram em armas, e ainda creem.
Não é possível fazer política nesses moldes sem usar e abusar da História e sem meter o dedo na jugular dos fatos.
NO BOLSO
Não parece
doença
Mas é das
bravas
Que toma o
sujeito pela mente
E o conduz
gentilmente
A ser um
contribuinte compulsório
Dos
procuradores do tal senhor onipotente
Que ninguém
vê
Que ninguém sente
Salvo o
sentir no bolso mensalmente.
CONHECIMENTO
Quando penso que estou chegando ao meu
destino
Descubro que ainda não saí
Assim é a viagem pelo conhecimento.
PARA ONDE OLHA O MAU
O mau não tem paz de espírito
Não conhece o significado de pombinhas
brancas
Simplesmente porque seus olhos e
sentimentos estão todos voltados para os urubus.
JOSEFINA PRESTES
“Estive por anos num convento e afirmo: Por debaixo do hábito tínhamos pererecas desfalecidas e outras em chamas.” (Josefina Prestes)
MIM
“No Brasil
não basta o sujeito sem um imbecil e esquerdista (redundância). Tem também ele
a necessidade de falar semanalmente uma asneira para reiterar o tamanho dessa
imbecilidade aos olhos dos seus conterrâneos.” (Mim)
NONO AMBRÓSIO
“Pórco can!
Sonhei com pedras de diamante e acordei com pedras nos rins.” (Nono Ambrósio)
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“Eu também só uso os famosos produtos de beleza da Helena Frankenstein. ” (Assombração)
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“Vó, a senhora já ouviu falar em algoritmo?” “Aldo Ritmo? Tive um vizinho que se chamado Aldo, mas o sobrenome era outro.”
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BABY LAMPADA Coisa própria da juventude; o afobamento, o medo do futuro, não ter o apoio da família; tudo isso faz do ser inexperiente ...