segunda-feira, 15 de maio de 2017

AO PÉ DO POÇO

Ao pé do poço o Pedro Paulo pediu ao padre Primo a benção porque iria se jogar no poço. O padre respondeu que não daria benção porra nenhuma a um suicida ainda mais numa tarde em que também estava puto da vida com tudo e todos. O padre resolveu ficar nu no pé do poço só para mostrar que maluco por maluco ele também era.   Tudo isso irritou profundamente Pedro Paulo que por fim desistiu de se matar não sem antes jogar o padre Primo no poço e ficar com suas cuecas.
“Eu e o vinho. Com o passar do tempo o vinho melhora, eu cada vez pior.” (Climério)
“Tenho até jeito de rico.  Mas é só. Bolso zerado e o limite do meu cartão dá para dois quilos de banana.” (Climério)

AVÓ NOVELEIRA

“Ópera? Não conheço nada de ópera. Só ouvi falar de um tal Babeiro de Sevilha, também chamado de Fígado.”


AVÓ NOVELEIRA

“Problema mental ocorre com quem usa e abusa de balas de menta?”

A GRANDE MANADA

O caldeirão de imbecis está transbordando
O real agora é o fantasioso
O certo como errado é visto
O manipulador é o grande herói
Pois as mentes estão estagnadas
No dai-me o pão e o circo
E a boa rede para descansar
Depois no momento das urnas
Ganhará o torpe pagamento em votos
Da grande manada que muge.


DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- SUPREMO APEDEUTA DIXIT- terça-feira, julho 31, 2007

"Pobre é sempre escorraçado para a periferia", declarou hoje o Supremo Apedeuta em Mato Grosso. E continuou deitando sabedoria: "O rico cresce pra cima nos grandes apartamentos e os pobres vão se espraiando nas periferias dos grandes centros".

Pelo jeito, nunca viu uma favela de perto, onde são justamente os pobres quem mais crescem para cima. Neste país incrível, ocorreu um fenômeno paradoxal na construção do Rio de Janeiro. Talvez com preguiça de subir o morro, os ricos deixaram de lado a geografia mais privilegiada da cidade e se contentaram com a beira da praia. Hoje, em boa parte são os favelados que gozam da melhor paisagem da baía da Guanabara.

O mesmo não ocorreu na Itália, por exemplo. Não vi nada de mais parecido com favelas no planetinha que a sofisticada e caríssima Costa Amalfitana. Se você, brasileiro, um dia passou por Positano, Amalfi, Ravello, certamente teve uma estranha sensação de déjà-vu. O casario subindo morro acima reproduz exatamente as favelas cariocas. Com uma diferença: quem subiu morro acima foram os ricos. As cidades da Costa Amalfitana são hoje certamente as mais caras da Itália.

O Supremo Apedeuta disse que o objetivo do PAC é igualar oportunidades no País. "Temos compromisso com nossa consciência, somos cristãos. Precisamos saber que pobres e ricos têm o direito de serem tratados nas mesmas condições". Até aí, morreu o Neves. Diante da lei, pelo menos teoricamente, pobres e ricos têm o direito de serem tratados nas mesmas condições. Mas só teoricamente. Filho de presidente pode receber cinco milhões de reais da Telemar só porque é filho do presidente. Filho de Zé Ninguém, se roubar um pãozinho num supermercado vai direto em cana. Somos cristãos, é verdade. Mas primeiro os meus.

Admitindo-se, por hipótese, que ricos e pobres fossem tratados nas mesmas condições neste país, pretenderá o Supremo Apedeuta que pobres freqüentem restaurantes de luxo ou vivam em grandes apartamentos nos grandes centros? Então pobre não seria pobre, ora bolas. Tampouco é verdade que os pobres vão se espraiando nas periferias. Onde quer que haja uma administração do PT, os sem-teto são estimulados a invadir prédios centrais. Tanto em Porto Alegre como São Paulo, hoje há miseráveis habitando em geografias onde o preço do metro quadrado é altíssimo. Não porque tenham condições de lá habitar. Mas porque são miseráveis.

Qual aquele cientista alemão do filme Dr. Strangelove, de Kubrick, Lula parece ser acometido às vezes por um levantar de braços em saudação a utopias sangrentas. No caso, à finada utopia socialista, que julgava ser possível um mundo onde todos fossem iguais.

AS DESVENTURAS DO VIÚVO por Editorial do Estadão. Artigo publicado em 13.05.2017



Sempre achamos um exagero que o senhor Lula da Silva fosse por alguns alcunhado de “o apedeuta”, por sua profissão de fé na ignorância e por sua confessa indisposição para a leitura, que ele sempre, orgulhosamente, assumiu como contraponto aos “doutores” das “elites”. O depoimento que o senhor Lula da Silva prestou, na condição de réu, ao juiz federal Sérgio Moro demonstrou que estávamos errados: o líder petista comprovou de viva voz, com o que disse na oitiva, que não é ignorante apenas a respeito das coisas da cultura e da ilustração. Pelo que declarou em juízo, Lula é um completo ignorante. Não sabe de nada. Desconhece absolutamente tudo.

Do depoimento depreende-se que o senhor Lula da Silva desconhecia tudo o que fazia sua falecida mulher Marisa Letícia. Segundo o ex-presidente, foi a ex-primeira-dama quem quis comprar o triplex no Guarujá que, diz a acusação, foi adquirido e inteiramente reformado por um empreiteiro camarada para servir como propina ao ex-presidente. Na versão do senhor Lula da Silva, nem as visitas de Marisa Letícia ao apartamento nem a negociação para a reforma eram de seu conhecimento. Quando Moro pediu que ele explicasse melhor a relação da falecida mulher com o apartamento e com o empreiteiro camarada, o senhor Lula da Silva, depois de praticamente incriminá-la, disse que para ele era “muito difícil” ouvir o juiz Moro falar sobre Marisa Letícia “sem ela poder estar aqui para se defender”.

Conclui-se, pelo depoimento, que Marisa Letícia mandava no senhor Lula da Silva em todos os planos de sua vida – pessoal, doméstico, familiar, político e administrativo. A menos, é claro, que o viúvo, além de mentiroso, seja daqueles tipos que não consideram vício de caráter atribuir a autoria de ilícitos à própria mulher, desde que ela esteja morta e, portanto, calada.

Mas a muito conveniente ignorância do viúvo é abrangente. Questionado pelo juiz Sérgio Moro se em algum momento, como grande líder do PT, pediu ao partido que investigasse o envolvimento de correligionários no esquema de corrupção detalhado posteriormente pela delação de executivos das empreiteiras e da Petrobrás, o viúvo disse que em 2014, quando vieram à tona as denúncias da Lava Jato, ele era apenas um ex-presidente, comparável a um “vaso chinês”. Moro insistiu em que, mesmo na condição de ex-presidente, o depoente tinha evidente influência no PT, ao que o chefão petista respondeu, para espanto geral: “Eu não tenho nenhuma influência no PT”.

Aquele cujos seguidores julgam ser o melhor presidente da história do País também afirmou que não tinha como saber da corrupção na Petrobrás cometida por executivos por ele nomeados e por empreiteiros com os quais tinha relações pessoais. “Quem monta cartel para roubar não conta para ninguém. O presidente da República não participa do processo de licitação da Petrobrás, de tomada de preços da Petrobrás. É um problema interno da Petrobrás”, justificou o senhor Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro.

A propósito das declarações do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, apadrinhado pelo PT, segundo as quais o senhor Lula da Silva mandou que ele destruísse provas da existência de contas secretas no exterior abastecidas com o dinheiro do petrolão, o ex-presidente teve de confirmar o encontro – mas, é claro, tem uma outra versão para os fatos. “A pergunta que eu fiz para o Duque foi simples: tem matéria nos jornais, tem denúncias de que você tem dinheiro no exterior, está pegando da Petrobrás. Eu falei: ‘Você tem conta no exterior?’ Ele falou: ‘Não tenho’. Eu falei: ‘Acabou’.” Simples assim: além de viúvo, é amigo fiel e confiante.

O senhor Lula da Silva parece apostar que todos os brasileiros são tão ingênuos e inocentes quanto ele tentou parecer diante do juiz Sérgio Moro. Mas o depoimento do petista em Curitiba teve o efeito contrário: com exceção da mirrada claque arregimentada pelos sindicatos para lhe dar apoio, o País finalmente pôde ver o senhor Lula da Silva por inteiro, exatamente como ele é. E o que se viu, não fosse repugnante, seria apenas de dar dó.

O JARDIM DAS AFLIÇÕES por Ruth de Aquino, revista Época.. Artigo publicado em 14.05.2017



Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. Boicotam um filme no Festival de Cinema de Pernambuco. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam o cineasta maldito, matam o contraditório, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho na sala escura, rouba o projetor e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.

É uma paródia do poema “No caminho com Maiakóvski” (1968), de Eduardo Alves da Costa. Ajuda a ilustrar a pataquada de diretores de sete filmes que retiraram seus curtas do festival. Começaria no dia 23 de maio para celebrar 21 anos de vida. O motivo maior do boicote foi um documentário de 81 minutos, O jardim das aflições, sobre o filósofo de direita Olavo de Carvalho. Os revoltados afirmaram, em nota, que a escolha “favorece um discurso partidário alinhado a grupos que compactuaram e financiaram o golpe ao Estado democrático de direito ocorrido no Brasil em 2016”. O festival foi adiado por causa da debandada. A seleção era de nove filmes. Não seria isso o que se chama diversidade?

“Não é possível ter debate, só entre esquerdistas”, me disse o diretor Josias Teófilo. Ele revelou que sua vida ficou “insustentável” em Brasília depois de resolver filmar Olavo de Carvalho. “Grandes festivais disseram que eu não era bem-vindo e que nunca mais eu conseguiria dirigir nada. Esse documentário foi feito com crowdfunding porque seria impossível tentar a Lei Rouanet. Vivemos a tirania da coletividade sobre o indivíduo. Quem está fora desse establishment de esquerda só encontra má vontade no campo do cinema.”

A patrulha, de esquerda ou de direita, não é só burra, primária e insuportável. É perigosa. Favorece o obscurantismo, a ignorância. Na chamada esquerda brasileira, há grupos numerosos, especialmente no PT, que fazem distinção entre “a censura do bem” e a “censura do mal”. “As ditaduras do bem”, como Cuba e Venezuela, e “as do mal”, de direita. É de uma insensatez frenética e fanática a forma como tantos intelectuais relativizam prisões, torturas, arbitrariedades, corrupção, censura, preconceito sexual, força do Estado... desde que o regime seja de esquerda.

“Esses cineastas que boicotaram o Festival de Pernambuco conseguem ser piores que Mao e Hitler, que assistiam aos filmes antes de censurar. Leonid Brejnev proibiu um filme de Tarkovski, mas assistiu antes. Esse grupo aí não viu e não gostou”, disse o diretor Josias Teófilo. “O jardim das aflições é muito mais metafísico que político. Fala de Aristóteles e Platão. O documentário traz uma mensagem a favor da individualidade. Discorre sobre a morte. Não tem motivo esse desespero todo. Mandei mensagens simpáticas aos colegas revoltados, agradecendo pela divulgação. Eu não podia pagar assessoria de imprensa.”

Olavo de Carvalho tem 70 anos, vive hoje em Petersburg, uma cidade americana de 30 mil habitantes com 80% deles negros. Dá curso on-line de filosofia para 3 mil alunos. É apontado como um dos mentores do conservador Movimento Brasil Livre (MBL), embora recuse esse título e critique “a direita emergente”. É fervoroso opositor do PT e de Dilma. E crítico do governo Temer, que considera ilegítimo. “Como vice, Temer não tem rabo preso, ele é um rabo preso”, disse ao repórter João Fellet, da BBC Brasil, em sua casa.

Militou no Partido Comunista durante a ditadura, foi amigo de José Dirceu, escondeu armas. Já se envolveu com esoterismo e astrologia. Mas se aproximou da Igreja Católica. Hoje, reza antes de dormir. Mantém uma espingarda sobre a cama para defesa pessoal e tem 30 rifles de caça. Olavo de Carvalho é um provocador, um polemista, a favor da “democracia plebiscitária”.

Uma das diretoras que se retiraram da mostra em Pernambuco, Gabi Saegesser, do curta Iluminadas, disse que “O jardim das aflições vai contra qualquer possibilidade de diálogo”, ao falar sobre “um dos maiores representantes do conservadorismo de direita”. Para a cineasta, a presença do título na programação “é como se o festival desrespeitasse a visão política e social de outros filmes”. Não é só Olavo o alvo do boicote. Há outro filme, o longa de Rodrigo Bittencourt sobre as origens do Plano Real. Entre os diretores rebelados, estão Savio Leite, Cíntia Domit Bittar, Eva Randolph, Leo Tabosa.

Na arte, como na política e na vida, o Brasil passa por um momento delicado de torcidas e patotas que urram a favor e contra, distorcem a realidade e tentam calar o outro com discurso de ódio ou de vitimização. Tapar os ouvidos e os olhos a quem discorda de você é um atestado de fraqueza e autoritarismo. Você pode ou não acreditar que Lula não tem nenhuma influência sobre o PT. A cabeça é sua ainda. A aflição também.

SUPREMA VAIDADE por Percival Puggina. Artigo publicado em 15.05.2017



Há pessoas que invertem a expressão popular. Nem sete palmos de terra lhes cobrirá a vaidade e ingressarão no além com a mesma fatuidade do aquém. Há poucos dias, votando a favor da libertação de José Dirceu, Gilmar Mendes se referiu aos procuradores federais da Lava Jato como jovens que não teriam "vivência institucional". E complementou, dirigindo-se a um colega: "Se nós cedêssemos a esse tipo de pressão, nós deixaríamos, ministro Lewandowsky, de ser supremos".

Chega a assustar! Pode um ministro de presumível sabedoria, encarapitado no cume do poder onde atua, justamente quando fala sobre o valor da vivência institucional, adjetivar-se e a seus pares dessa maneira? Não. E não concebo que Gilmar Mendes faça isso em estado de exaltação. Vejo a frase como ato tão falho quanto simbólico do patrimonialismo incrustado em nossa cultura política, a contaminar as instituições e suas práticas. Num dos desvios por onde esse mal nos conduz, o ato de posse vira uma espécie de escritura de propriedade lavrada em favor do titular. No entanto, tomar posse não equivale a ser dono do cargo; antes, significa ser formalmente possuído pelos encargos que lhe são inerentes.

Foi tudo muito paradigmático, nas concessões daqueles polêmicos habeas corpus pela 2ª Turma do STF. É impossível não perceber, nos votos vencedores, os olhos fixos nos calhamaços de papel, tendo a nação, de quem se diz ser "soberana", como estática paisagem, em cujo agravo os habeas corpus foram sendo concedidos. Jayme Eduardo Machado, com a autoridade de quem já foi Subprocurador-geral da República, em ZH do dia 5 deste mês, qualificou essa desatenção à sociedade como "autofágico desvio", capaz de minar de descrédito o poder.

Posteriormente, ao indignar-se com a atividade do colega Fachin, que deslocou para o Pleno a decisão sobre o habeas corpus de Antônio Palocci, Gilmar Mendes revelou a intenção de impor sua vontade com base na maioria de 3 x 2 que se formou na 2ª Turma do STF. Serão razões e fundamentos tão retos e jurídicos quanto os que fizeram seu colega Lewandowsky, brandindo a Constituição, fatiar a pena imposta pelo Senado à ex-presidente Dilma? É uma surpreendente indignação essa dos ministros que resolveram soltar meliantes prudentemente encarcerados pela Lava Jato. Talvez tenham pensado: "Quem esse juiz e esses garotos do MPF pensam ser para andarem por aí criminalizando criminosos tão incomuns?

Por fim, vale lembrar que o STF não é o poder supremo da República. Ele ocupa a cobertura no edifício do Direito, justaposto ao qual, mas não subordinado a ele, está o edifício da Política. Cuide o STF de ser um bom Supremo em seu condomínio e não se meta a Poder Moderador, supremo sobre os demais, como reiteradamente vem tratando de ser. Tal figura não existe em nossa Constituição. Investir-se nela é usurpação. Contudo, não era a vaidade o pecado favorito do personagem John Milton em O Advogado do Diabo?

Do jeito que as coisas vão, a vaidade acabará senhora suprema do Supremo. Sob seus influxos se dilatam as demasias, se ampliam os votos, perde-se tempo, a justiça se arrasta, se rebusca a linguagem e as frases, não raro, parecem uma bandeja de petit fours glacés. A vaidade se nutre da lisonja. A admiração se alimenta do serviço à nação. No campo da justiça, a nação se submete ao STF. Mas admiração, reverência, presta a Sérgio Moro e à Lava Jato. (A íntegra do artigo pode ser lida em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/noticia/2017/05/suprema-vaidade-9791801.html)

MEU PIRÃO, MEU PIRÃO! SAFADOS!- Bancada ruralista conseguirá perdão de dívida de R$ 10 bilhões dos empregadores rurais

COMO SER UM CHIFRUDO DE CLASSE

E como diz seu Moreira, corno inúmeras vezes na sua jornada amorosa: ”O importante para um corno é não ficar desleixado. Andar sempre limpo, cheiroso  bem vestido e com hálito bom. Só assim poderá arrumar outra bela mulher e ser corno novamente. Ser um corno elegante faz a diferença para não se tornar um chifrudo solitário e resmungão.”

REIZINHO

“Toda cidade pequena tem o seu rei. Quando sai do seu mundinho o arrogante percebe que não é nada, que de iguais a si o mundo está repleto. Não passa de um comum.” (Pócrates)

BASTA O HOJE

Não temo o amanhã, já basta o hoje para me tirar o sossego. ” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

SEM DÍZIMO

“Falando sério, não acredito em nada sobrenatural. Mas saliento que satanistas não pagam dízimo.” (Pócrates)

VIDA APÓS MORTE

“Vida após a morte? Acredito. Eu mesmo já morri várias vezes.” (Pócrates)


OLHO GRANDE

“Não há felicidade no mundo que contente um olho grande.” (Pócrates)

PATAÇOS

“É entre um pataço e outro que os jumentos se conhecem.” (Pócrates)

FILOSOFIA DE BOTECO EXPLICA

“Filosofia de boteco explica até porque os filósofos dos mesmos são cornos.” (Pócrates)
“Meus donos fizeram algazarra nesta madrugada. Acho que tinha gente no cio.” (Bilu Cão)
“Quando morrer gostaria de ser cremado. Não estou preparado mentalmente para viver-morto num cemitério para cachorros.” (Bilu Cão)
“Até completar um ano de idade eu pensei que fosse gente. Imagine o trauma que senti ao saber que era filho de uma cadela. Não foi fácil assimilar tal coisa.” (Bilu Cão)
“A menina da casa irá participar do baile de debutantes. Vai ser apresentada à sociedade. Deve ser a apresentação do umbigo pra cima, pois a região do parque já foi apresentada e precisou até de manutenção.” (Bilu Cão)
“Minha patroa anda falando em comprar um rottweiler. Já estou até planejando minha fuga, pois não nasci para ser lanchinho.” (Bilu Cão)
“Fiquei doente e coloram o dedo na minha bunda. Não gostei!.” (Bilu Cão)
“Recebi alguns pedacinhos de uma comidinha que imita o sabor da picanha. Não me enganam, prefiro a original.” (Bilu Cão)

OLAVO

Olavo sempre descontente, bufando infeliz pelos cantos, bebendo e jogando. Com trinta e cinco anos não havia ainda se encontrado; lugar algum era o seu lugar. Nada estava bom, azedume para dar e vender. Finalmente aos quarenta anos ele se encontrou, porém não deu certo, pois aí ele já era outro. Foi assim que Olavo morreu caduco.

ADEUS MUNDO CRUEL

Mauro não era propriamente um homem a quem podemos emblemar de bem com a vida. Casamentos desfeitos, bons empregos perdidos, duas sociedades em que fora passado para trás. Naquele dia saíra para procurar emprego e voltando para casa sem nenhuma novidade encontrou ela vazia. A mulher partira levando a mobília também. Ele foi então até o banheiro, levantou a tampa do vaso e se atirou dentro. Espremeu-se bem e com muito esforço conseguiu puxar a cordinha da descarga. Adeus mundo cruel!

O GUARDA-COSTAS DE DEUS

Fundamentalistas islâmicos saíram do inferno carregados de bombas e entraram sorrateiramente no paraíso para destruir o trono do Senhor. Disfarçados de anjos buscavam o melhor lugar para colocá-las quando tiveram uma surpresa desagradável e voltaram correndo para o inferno sem fazer nada; o guarda-costas de Deus era ninguém menos que John Wayne e seu revólver de duzentos tiros.

MANUEL

Manuel sempre adorou fabricar brinquedos de madeira, era sua vida e alegria. Homem magro e pequeno, quando morreu aos oitenta anos foi enterrado dentro de um bilboquê.

DONA IOLANDA

Dona Iolanda sempre foi uma mulher reservada, mulher difícil. Demorou em aceitar o sexo. Quando aos setenta anos teve o primeiro orgasmo morreu de alegria.