quarta-feira, 30 de novembro de 2016

HUMOR ATEU

ATHEUS-NET

HUMOR ATEU

Vida após a morte
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CAMELO

O homem santo disse: “É mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus. Pois o teimoso camelo Anselmo tentou, tentou e não conseguiu passar no buraco da agulha. Furioso mandou o homem santo à merda e que fizesse bom proveito da agulha costurando uma nádega na outra.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- segunda-feira, abril 28, 2008 SOBRE NEUROCIÊNCIA

De Paris, recebo:

Prezado Janer,

Há alguns meses, sou leitor assíduo do seu blog, visitando-o sempre com muito prazer e atenção. Sua cultura caudalosa, seus argumentos precisos, sua escrita elegante e bem humorada muito me cativaram. Sem dúvida, seu blog é o meu preferido. Leio-o diariamente. Aprecio, em especial, seus textos sobre religião, nos quais você mostra todo seu conhecimento sobre a Bíblia e a história da ICAR.

Como você, tive rígida educação cristã, embora nas hostes da igreja protestante. Essa formação me saturou e me encheu de deformidades existenciais. Hoje, aos 31 anos, vou tentando me libertar do peso dessa tradição, o que me é tremendamente difícil, dado a muitas amarras, principalmente familiares. Mas isso é assunto para outra conversa...

Escrevo-lhe para conversar sobre um dos seus textos recentes, em que você criticou as neurociências, qualificando-as de “charlatanismo” e associando-as a alguém como “o parlapatão Lair Ribeiro, guru do Collor”. Esse seu texto muito me surpreendeu; confesso que não esperava uma opinião tão obtusa vinda de você. Assim, permito-me lhe escrever para lhe expor porque não concordo com sua posição.

Chamo-me Leonardo, sou médico neurologista e, há dois anos e meio, moro em uma cidade na qual você mesmo habitou durante um período de sua vida: Paris. Cá estou justamente para me aprofundar nessa área do conhecimento.

Criticar as neurociências por causa de Lair Ribeiro é tão razoável quanto depreciar toda a literatura universal por causa do Paulo Coelho. As neurociências são dos mais palpitantes domínios científicos atualmente. Trata-se de uma vasta área do conhecimento, sendo um espaço de convergência de diversos saberes: a neurofisiologia, a neurofarmacologia, a neuroradiologia, a psicologia cognitiva, a psicologia experimental, a neuropsicologia, a psiquiatria, entre outros. Os objetos de estudo e as aplicações práticas das neurociências, são, evidentemente, tão amplas quanto as ciências que as compõem. Há muitas frentes de trabalho; em uma vertente mais clínica, há os neurocientistas que se dedicam ao diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas (como a doença de Alzheimer). Em uma outra linha, estão os que investigam os mecanismos neurobiológicos de diferentes processos cognitivos, envolvidos, por exemplo: na apreensão do meio que nos rodeia (processamento de estímulos visuais, por exemplo); na nossa vida relacional (o julgamento moral, o comportamento social); no fundamento da consciência (redes neurais de memória, em seus diversos tipos).

Por causa dessa última via de trabalho, as neurociências tangenciam questões filosóficas, o que foi abordado por neurocientistas de renome, como António Damásio, John Ledoux, Jean Pierre Changeux. No Brasil, o jornalista (bacharel em filosofia) Hélio Schwartsman, da Folha de São Paulo, freqüentemente usa descobertas neurocientíficas para debater questões filosóficas.

Na verdade, aproximei-me das neurociências justamente por me interessar por essa interface com as ciências humanas. A propósito, escrevi um artigo que foi publicado na revista “Arquivos de Neuropsiquiatria” (órgão da Academia Brasileira de Neurologia), em que discuto, à luz de alguns conceitos da neuropsiquiatria, alguns aspectos comportamentais do príncipe Míchkin, personagem de Dostoievski em “O Idiota”. Caso se interesse, envio-lhe o texto com o maior prazer.

Descobertas das neurociências têm lançado luz sobre o entendimento de comportamentos humanos extremamente complexos, como a religiosidade, a agressividade, as compulsões.

Não há nada de charlatanismo nisso. Há, sim, cientistas dedicados que trabalham honesta e duramente – como o brilhante brasileiro Miguel Nicolelis –, batendo-se por compreender determinadas questões, cujas respostas podem beneficiar milhões de pessoas que sofrem de distúrbios neuropsiquiátricos em todo o mundo.

Espero que esses modestos argumentos lhe sejam um estímulo para perceber as neurociências como um importante e precioso canteiro de obras da ciência moderna, e não como pretexto para gananciosos se locupletarem com um blá-blá-blá pseudo-científico.

Como vi no seu blog que, em breve, você viajará à Europa, teria o imenso prazer em convidá-lo a tomar um café em Paris, caso passe por aqui. Meu studio está bagunçado (acabei de me casar), mas, se precisar de um lugar para “pousar” (incluindo, é claro, sua pequena malinha de 20 quilos), estamos à disposição, é só avisar...

Um grande abraço, com apreço,

Leonardo de Souza


Meu caro Leonardo:

a história de uma bióloga especializada em neurociência citando Fernando Pessoa, em uma pretensa crítica a ateus, deixou-me irritado e me deixei levar pela hybris. Nada contra Pessoa. É meu poeta de cabeceira. Mas penso que não se pode misturar ciência com poesia. Ocorre que charlatães estão empunhando a neurociência com a mesma aisance com que outros empunham a física quântica, que hoje está virando uma espécie de auto-ajuda. Envie-me seu ensaio sobre o príncipe Michkin. Mais duas semanas, espero estarmos discutindo estas questões em torno a um bom Cahors em algum bistrô de Paris.

À propos: minha malinha não é de vinte quilos. Mas de oito. Estarei no Sully-Saint Germain, rue des Écoles. Celebraremos a bonne chère aux environs.

DO PESSOA

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
“Alguns dizem que não tenho humor. Errado. Eu não tenho é o bom, já o mau-humor me sobra.” (Limão)
“Às vezes a morte faz nobre aos olhos do povo muitos homens que não valem um cuspe.” (Limão)
“Grandes homens nascem em todos os países, sem distinção. E podemos afirmar que belas porcarias também.” (Eriatlov)
“Os medíocres para encontrar um caminho na vida precisam de luz alheia.” (Eriatlov)
“Meu pai já comeu muitos estrangeiros. Diz ele que os ingleses são apetitosos, porém um pouco duros. Já os franceses são macios, mas o odor da carne é forte.” (Leão Bob)
“A maioria dos leões são católicos. Já as hienas são evangélicas. Dá para perceber pelo barulho que fazem.” (Leão Bob)
“Não tenho amigos ricos. Deve ser por essa minha cara de pedinte.” (Chico Melancia)
“Rio porque gosto da vida. E só não rio mais por causa de unha encravada, das doze facadas no peito e de um furúnculo que tenho na bunda.” (Chico Melancia)
“Minha tia Bete não andava bem, falava coisas estranhas. Foram ver ela tinha outro por dentro.” (Chico Melancia)

GRANDE TALENTO

Naquele dia Paulo resolveu mudar de vida. Já estava com trinta anos, o momento era aquele. Ou agora ou nunca! Tinha que ser, não dava mais para esperar. O plano estava feito, não mudaria de ideia. Iria sem falta procurar a TV local para mostrar o seu talento excepcional. A ansiedade foi tanta que quase teve um ataque. Então foi. Entrou gritando no escritório da TV ALIANÇA: eu sou um pássaro, eu sei voar! Eu sou um pássaro, eu sei voar! Quero uma chance para mostrar! Todos pararam. Mais um louco, pensaram. Queria ele ser apresentado ao diretor artístico, sem perda de tempo. A secretária da presidência chamou os seguranças conforme determinou o diretor administrativo. Deveriam colocá-lo para fora do prédio. Ele não se deu por entregue. Antes da chegada dos brutamontes bateu os braços e saiu voando pela janela. Sorte dele que estava no térreo.

DIA RUIM

Ele acordou dentro do ataúde fechado. Acendeu o isqueiro e viu que relógio havia parado. Droga de relógio falsificado! Ninguém mandou fazer economia, ralhou consigo mesmo. Que horas serão? Dia ou noite? Apanhou uma bala de hortelã para dar um lustro no bafo, que estava horrível. Bateu o pó do smoking, fechou os botões e foi abrindo a tampa do caixão bem devagar. Percebeu que era noite e respirou aliviado. Foi à geladeira para tomar seu copo de sangue diário. Porra! Sangue azedo!Faltara energia, a geladeira estava descongelada. Cuspiu diversas vezes querendo tirar o gosto, mas por azar cuspiu em cima do sapato novo. Irado, transformou-se em morcego e saiu batendo asas rumo ao Banco de Sangue em busca do desjejum. E saiu esbravejando: 

- Está uma merda ser vampiro no Brasil!

CARO AMIGO COVEIRO

Caro amigo coveiro,
Hoje sou um esqueleto que descansa faz muito no cemitério desta Graça Maior. Não quero mais ficar aqui, cansei desta vida solitária, desejo sair correndo por aí para sentir novamente o ar puro; ouvir o murmúrio das ruas; o perfume das mulheres; o cantar dos pássaros e ver a chuva fresca caindo do céu. Antes de ser um monte de ossos dei duro na vida para conseguir minhas coisas, só eu se io quanto trabalhei. Muitos sacrifícios eu fiz para preparar meus filhos para uma vida digna e honesta. Agora fiquei sabendo que a moleza está grande aí fora, tem um tal bolsa-família que anda sustentando milhões de vadios. Já consegui liberação de São Pedro para voltar ao mundo dos vivos, mas antes preciso de uma bolsa assim, para ficar numa boa. Sou o 743 do Setor F. Meu nome é Setembrino Gomes, 17/02/1939. Peço que fale com gente do governo e dê uma força para este amigo oculto de tantos anos. Grato.

O DIVINO IMPERADOR

O Divino Imperador, cheio de pompa e cercado por duas centenas de guardas caminhava pela Avenida Imperial próximo do povo. Nas esquinas e praças, estátuas e fotos do ungido celestial. Sorria e acenava para seus súditos, adornado de diamantes e ouro; era adorado como um deus, todos se curvavam diante da sua presença. Naquele dia quando pisou nos primeiros degraus que o levariam ao palácio real o inusitado aconteceu: o Divino Imperador soltou gases e não foi só isso: cagou-se todo! No meio da multidão um republicano não se conteve e gritou: “Divino que nada! Cagou-se! Humano, demasiado humano!” Foi enforcado.

MEDO

Insônia. Passava da meia-noite quando Antenor foi à sacada do seu apartamento que ficava no oitavo andar para fumar. A esposa dormia. Sentou-se, acendeu um cigarro e ficou ouvindo o murmúrio noturno da cidade. Algumas frenagens, buzinas e sirenes, sons da madrugada na cidade grande. Enquanto observava a fumaça se dissipando no ar pensava na vida. Já completara 53 anos em boa forma, a vida familiar era harmoniosa, a loja de peças permitia uma vida digna, o filho Rafael de 15 anos tinha boa saúde, bom aluno e não incomodava os pais. O que estaria faltando? O que lhe tirava o sono? Dívidas e inimigos sérios não faziam parte do seu mundo. Ficou remoendo dentro do cérebro perguntas e mais perguntas tentando obter respostas. Fumou mais um cigarro, voltou para seu quarto, acordou a mulher que bem dormia e perguntou: “Amor, você também tem medo da velhice?”

O QUE É O ESTUDO

Cléber ordenhava vacas, elas não gostavam, pois ele tinha mãos ásperas. Quando ele chegava perto elas ficavam inquietas. Suas mãos duras machucavam os mamilos das amigas. O patrão observou a situação e então comprou luvas para ele e o problema foi resolvido. Cléber também tinha seguidamente arranhados no pênis. Nunca mais os teve. Olhava para a caixa de luvas sobre o armário e dizia para si: “Veja só o que é o estudo.”

RENOVAÇÃO

Manuel, setenta e cinco anos. Morava ele numa chácara em lugar ermo. Viúvo, um filho só e morando no estrangeiro. Não tinha telefone, TV e nem vizinhos. Gostava de viver assim, amigo da solidão. Nunca ficou doente, não ia ao médico. Naquela noite repousava ao entardecer na cama quente. Fora das cobertas o frio era intenso. Na madrugada o corpo quente foi ficando frio e finalmente gelou. O defunto ficou abandonado na cama por alguns dias, ninguém sentiu sua falta. Ou melhor, o gato Bidu sentiu, mas também morreu logo, não de frio, mas de fome. Sem visitas, quem achou o cadáver do velho e levou um grande susto foi o funcionário do banco que lá foi, triste ironia, para renovar seu seguro de vida.

SEGREDO

O fim da noite chegava e com ele o cansaço de mais uma jornada de trabalho. O dia todo um entra e sai de gente no urbano. O motorista estacionou o ônibus, ajeitou o cabelo e desceu. O cobrador que o acompanhava também desceu do coletivo. Tomaram banho e trocaram de roupa . Ficaram eles um bom tempo admirando a lua, rainha no céu estrelado. Depois saíram de mãos dadas para o merecido descanso, tendo apenas uma velha coruja como testemunha.

Noite. Uma rua solitária na periferia. Um gato malhado salta entre os telhados enquanto cães ladram ao vento. O excesso de lixo saltou para fora das latas e escorreu pelo chão de terra. Baratas passeiam fugindo dos pés dos meninos que brincam de bola na via. Mães e irmãs mais velhas chamam para dentro os garotos de pés encardidos. É hora do banho e do jantar. Crianças recolhidas, já é tarde, agora chegam automóveis com ocupantes que procuram nas esquinas pelos empresários do pó. A lua e as estrelas observam o movimento. Dinheiro para cá, pó para lá. Negócio feito lá e vão os loucos em busca de alucinações, enquanto os empresários da farinha perigosa contam as notas. O inferno para ambos os lados é logo ali.

RS- Só PT, PSDB e PDT do RS votaram em massa na proposta que ataca a Lava Jato

Estes são os deputados gaúchos que votaram a proposta que criminaliza juízes e procuradores. A proposta, na prática, é um ataque direto a operações como a Lava Jato. Não é uma anistia ao caixa 2, o que destruiria a Lava Jato, mas é um ataque direto a juizes e procuradores, intimidando-os desde agora.

Afonso Hamm PP, Não
Afonso Motta      PDT, Sim
Alceu Moreira     PMDB, Sim
Bohn Gass, PT, Sim
Cajar Nardes, PR, Não
Carlos Gomes, PRB, Sim
Covatti Filho, PP, Não
Danrlei de Deus Hinterholz, PSD, Não
Darcísio Perondi, PMDB, Sim
Giovani Cherini, PR, Sim
Heitor Schuch, PSB, Não
Henrique Fontana, PT, Sim
Jerônimo Goergen, PP, Não
João Derly, REDE, Não
Jones Martins     PMDB  PmdbPen     Sim
José Fogaça, PMDB, Não
Jose Stédile, PSB, Não
Luis Carlos Heinze, PP, Sim
Luiz Carlos Busato, PTB, Não
Marco Maia, PT, Sim
Marcon, PT, Sim
Maria do Rosário, PT, Sim
Mauro Pereira, PMDB, Sim
Nelson Marchezan Junior, PSDB, Sim
Onyx Lorenzoni, DEM, Não
Paulo Pimenta, PT, Sim
Pepe Vargas, PT, Sim
Pompeo de Mattos, PDT, Sim
Renato Molling, PP, Sim
Sérgio Moraes, PTB, Sim


Total Rio Grande do Sul: 30 votos 

Políbio Braga

LÍNGUA

Língua solta
Língua que age por conta
Língua selvagem
Urge domar a língua
Para que ela não saia da boca de maneira impulsiva
E sim somente autorizada pelo pensar.

SOLIDARIEDADE

Astronautas da Estação Espacial Internacional observaram um fenômeno. O planeta do espaço visto azul ontem estava verde e branco. E os rios e mares aumentaram de volume tal enormidade das lágrimas que chegaram. E continuam chegando.

BEM DISTANTES DOS NOSSOS QUINTAIS

Nuvens de ignorância estão sobre o planeta
Despejando tempestades de intolerância
Que atingem minorias indefesas

Elas acuadas
Passam os seus dias no limite do desespero
Temendo por si e seus filhos

Pequenas vítimas de mentalidades cavernosas
Que ainda sobrevivem em nosso século

Desejam estes broncos a unicidade do pensar
Todos deverão crer nos seus espantalhos
Ou a morte sem piedade

Em nosso país
Ainda temos a Anta
Que defende tais bárbaros

Valha-me sabedoria
De espantar para longe essa quadrúpede
E manter esses cérebros merdinos
Bem distantes dos nossos quintais.






INQUIETUDE

Mar
Campo
Serra
Floresta
Cerrado
Deserto
Cidade grande
Cidade pequena
Vila
A verdade é que nenhum lugar é bom
Quando não se está em paz.

PELANCAS

A beleza sofre a ação do tempo
E é saudável aceitar esta verdade
Pois apesar dos esforços da medicina estética
Um dia as pelancas vencem.

JUSTO

Mentes estranhas que navegam no nada
Braços abertos para o firmamento
Esperando cair manjares de sultões
E tesouros intocados pelo suor
Do azul dia do céu
Dos confins das galáxias na noite
Minha mente se recusa
A participar desta torpeza
Pois o que tomo sem esforço para mim
Amanhã fará falta a outrem.

A ESPERTEZA

A esperteza saiu a passear pelo mundo
Dando tombos nos incautos
Enganando homens de bem
Porém o tempo
Que é senhor da verdade
Avançou sobre ela
Tirando suas vestes
E mostrando para o mundo
Seu espírito imoral.

O SUICÍDIO DE UM PARLAMENTO por Percival Puggina. Artigo publicado em 30.11.2016

Na madrugada desta quarta-feira, 30 de novembro, o parlamento brasileiro suicidou-se moralmente num acesso de fúria contra tudo e contra todos. Do alto de suas gravatas, deputados federais urravam ódio nos microfones. Eles odiavam seus colegas probos, indignavam-se, numa indignação despida de dignidade, ante bons exemplos. E aplaudiam comparsas. Condutas íntegras faziam explodir sentimentos primitivos. Nada, porém, trazia mais espuma à boca e sangue aos olhos do que a atividade de policiais, promotores e magistrados. Tais funções, um dia, poderiam apontar crimes e sinalizar o rugoso caminho da cadeia.
Que país é esse - pensava o Parlamento suicida - onde não mais se pode roubar em paz? Como obter mandato para servir ao povo em nobre atividade sem tomar dinheiro desse mesmo povo? Que mal atacou nossa gente, outrora dócil e tolerante, para levá-la às praças clamar contra meus negócios? De onde saiu essa corruptofobia? Tudo isso pensava e contra tudo isso vociferava o Parlamento enquanto o elevador da arrogância ascendia ao topo das torres gêmeas. E, dali, a queda livre até o solo.
Não se diga que o finado ainda emite sinais vitais. Com efeito, coração bate, pulmões respiram, aparelho digestivo digere. Mas está morto. Morto como um peso morto. É um traste, esse suicida moral. Nós assistimos tudo! Como não atestar, então, seu óbito? O Antagonista resume assim, no rescaldo da madrugada:
• crime de responsabilidade para juízes e procuradores,
• prisão por desrespeito às prerrogativas dos advogados,
• criminosos não terão de devolver a fortuna acumulada com propinas,
• tempo de prescrição continuará com réu foragido,
• partidos não poderão ser punidos pelo roubo.
Estas medidas, que favorecem a Frente Parlamentar da Corrupção, ou Orcrim, no relato de O Antagonista, foram aprovadas pelos partidos com estas proporções:
• PCdoB 100% pró-ORCRIM.
• PT: 98% pró-ORCRIM.
• PRB: 95% pró-ORCRIM.
• PDT: 87,5% pró-ORCRIM.
• PR: 83% pró-ORCRIM.
• PMDB: 82% pró-ORCRIM.
• PP: 81% pró-ORCRIM.
• DEM: 71% pró-ORCRIM.
• PSD: 61% pró-ORCRIM.
• PSB: 57% pró-ORCRIM.
• PSDB: 24% pró-ORCRIM.
Domingo, dia 4 de dezembro, estaremos nas avenidas e praças do Brasil como testemunhas do que aconteceu e protagonistas dos princípios e valores que em algum momento, ali adiante, haverão de prevalecer. Há que cumprir o dever moral da persistência! Covardes e inúteis seremos se jogarmos a tolha ante cadáveres morais.
________________________________
* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

LEZÍRIA

A chuva amainou 
Então o rio bravo murchou 
E voltou para seu leito 
Deixando a lezíria úmida 
Aproveitando o sol da tarde.

OH, MUITO OBRIGADO!

A verdade é que tal agradecimento aconteceu
Pois Alberto era um sujeito distraído
Que vivia no mundo da lua
Fato é que ao ser apresentado à mulher de um amigo de longa data
Disse até com certo enfado
Oh, muito obrigado!

NA FILA

Estou na fila
Uma multidão comigo
Do lado de dentro do balcão
Está uma tartaruga tomando cafezinho
Em conversas  de comadre
Com a preguiça companheira.

CALDEIRÃO DE MÁGOAS

O rio segue seu curso entre calmarias e corredeiras
Intrépidos o navegam enfrentando toda sorte de obstáculos
Dores psíquicas e físicas fazem parte da jornada
Às vezes eles caem
Mas retornam para navegar
Enquanto isso na margem do rio da vida
Os abocanhadores de facilidades
Atiram pedras
E cozinham no caldeirão da inveja
Todas as mágoas possíveis
Aos vencedores.

O PORRE DA DULCE BEATA

A Dulce beata
Tomou um porre na quermesse
E ouve lá quem dissesse que era paixão por um sacerdote
Por sinal um rapazote
A Dulce com o porre foi ficando de língua solta
E jogou para cima suas ferramentas orais
Derrubou na igreja flores e castiçais
E acabou até ofendendo um compadre
E no larga e segura
Tirou sua calcinha
E foi se sentar no colo do padre.

CLIMERIANAS

"A minha primeira mulher era muito feia. Tão feia que fomos pra lua-de-mel num carro funerário." (Climério)

“Bons são os outros. Eu sou apenas mais ou menos.” (Climério)

"São tantos bandidos que já tem gente pegando senha e ficando na fila para ser assaltado." (Climério)


“Os únicos sujeitos seguros no Brasil são os bandidos em prisões de segurança máxima.” (Climério)

“Chorar em velório é fácil. Duro é doar um rim.” (Climério)


“Meu casamento mais duradouro é com as dívidas. Estou nas bodas de ouro.” (Climério)


“Antigamente quando me chacoalhavam caíam moedas dos bolsos. Agora caem invólucros de bala de banana e clipes achados na rua. .” (Climério)


“Sou muito distraído. Certa dia andei manco o dia todo. Pensei que era gota, mas na verdade tinha perdido o salto de um dos sapatos.” (Climério)

Senado aprova por ampla maioria a PEC do Teto dos Gastos Públicos

O Senado  aprovou por 61 votos contra 14 a PEC do Teto dos Gastos Públicos. A PEC ainda irá a uma segunda votação, dia 13. Depois disso, caberá a promulgação por parte do presidente Michel Temer. O Senado ignorou os criminosos protestos lulopetistas e comunistas desta noite. O presidente Michel Temer deu nova demonstração de enorme força política e parlamentar.

Do Blog Políbio Braga

William Waack explica o Brasil

RODRIGO CONSTANTINO- ANTES LIVRE DO QUE MAL GOVERNADO


blog


Há quem justifique os assassinatos, as prisões e as torturas no país do agora oficialmente morto Fidel Castro dizendo o seguinte: “A ilha tem índices de educação e saúde melhores do que os países capitalistas”. Suponhamos que tais índices não sejam apenas os dados fornecidos pelo Partido com o estrito rigor científico de costume; suponhamos, portanto, que sejam índices amparados na realidade. Isso justificaria cinco décadas de ditadura e atentado aos direitos mais elementares? Muitos acreditam que sim. Eu acredito que não.
Mesmo quem não admite o argumento liberal de que a liberdade tem valor absoluto, deveria admitir que na relação entre governantes e governados a liberdade é valor que não se pode negociar. Mais do que isso: trocar a liberdade por benesses estatais, reais ou imaginárias, é assumir – de vez – a condição de escravo.
As paixões políticas são curiosas doenças que nos fazem aceitar no atacado o que não aceitamos no varejo. Se um militante é agredido pela polícia numa democracia liberal, ele esbraveja com mil indignações. Ele vira um novo Cristo, crucificado no asfalto. O mesmo militante, tornado Judas, para quem as execuções castristas são acidentes de percurso perfeitamente razoáveis.
Justificar o governo cubano (ou qualquer outro) e desculpar seus déspotas em nome de um suspeitíssimo sucesso em alfabetização e saúde pública é tão digno de louvor quanto acreditar que manter uma mulher em cárcere privado seja atitude legítima, valorosa, desejável até, diante do fato de que, bem, o marido lhe dá comida, abrigo, calor humano, demasiado humano.
Em suma: antes livre do que mal governado.
Comentário do blog: além de questionar a fonte das estatísticas cubanas, o próprio regime ditatorial fechado, o autor poderia também ter lembrado que Cuba já tinha índices melhores antes de Fidel. Cuba tinha um dos melhores padrões de vida da América Latina na época, ao contrário do que diz a propaganda comunista. Fidel piorou e muito os indicadores sociais cubanos, que são, certamente, adulterados para melhor pelo regime.

ROSA

A vida é como uma rosa
Tem a flor bela e colorida
E tem os espinhos que machucam.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Casa Branca homenageia Chapecoense



A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Ned Price, prestou homenagem às vítimas do acidente com o avião do Chapecoense:

“Em nome dos Estados Unidos, nós estendemos as nossas mais profundas condolências aos familiares das pessoas que morreram no trágico acidente do voo 2933 nas proximidades de Medellín, na Colômbia.

Os nossos pensamentos e orações vão para os jogadores sobreviventes e para a equipe do Chapecoense, assim como para todas as pessoas que foram tocadas por essa tragédia. O povo americano se solidariza com o povo do Brasil e da Colômbia nesse momento difícil.”

PÉS SUJOS

Fazia tempo que Noar não esfregava os pés. Preparou uma enorme bacia, sabão, água quentinha e uma boa esponja vegetal. Então Noar foi esfregando, esfregando e a sujeira saindo, saindo. Mais água quentinha, mais sabão, e esfrega, esfrega, e a sujeira saindo, saindo. Sem exagero, com o barro que saiu dos pés desse vivente, a Olaria do Zé Arnaldo fez dois mil tijolos, e o homem ficou tão leve que parecia um astronauta pulando na lua.

E MAIS UM ISLÂMICO COMETE ATENTADO TERRORISTA NOS ESTADOS UNIDOS, USANDO UMA FACA DE AÇOUGUEIRO!

Para desespero da grande imprensa, um muçulmano da Somália cometeu novo atentado terrorista nos Estados Unidos, em Ohio. Os “jornalistas” falaram em tiroteio e homem branco, mas não foi tiroteio, tampouco de um homem branco. As agendas de desarmamento e ataque ao “fanatismo e racismo dos supremacistas brancos” terão de aguardar. Michael Moore não fará documentário algum. O silêncio ou o eufemismo tomam as redações. Um “homem” ou um “aluno” morre em universidade americana, eis a nova manchete, como podemos ver no GLOBO:
Pelo menos dez pessoas ficaram feridas na Universidade de Ohio (Ohio State, OSU), nos EUA, depois que um homem armado invadiu a instituição nesta segunda-feira. O suspeito foi morto a tiros por um guarda do campus. De acordo com um porta-voz da instituição, há vítimas esfaqueadas e outras que foram atropeladas. Em entrevista coletiva, autoridades policiais informaram que o suspeito se chamava Abdul Razaq Ali Artan, um estudante da instituição que, segundo a imprensa local e uma fonte do governo americano, nasceu na Somália e tinha residência legal nos Estados Unidos. Ele tinha 18 anos. Segundo os jornais, Artan deixou o país natal com a família em 2007, viveu no Paquistão e depois mudou-se para os EUA, em 2014. A OSU inclui terrorismo na lista de possíveis motivações.
Segundo os agentes, o motivo do ataque ainda está sendo investigado. Eles também afirmaram que Artan escreveu uma publicação em redes sociais pouco antes do incidente, e que a agressão foi claramente deliberada e pode ter sido planejada com antecedência.
E agora? Como culpar Trump em vez do Islã por mais esse ataque terrorismo? Como condenar as armas, quando aquela utilizada foi uma simples faca? Ficou ruim para a imprensa “progressista”, não é mesmo? Mas claro que dá para puxar a sardinha para a esquerda, e ainda tentar culpar o “racismo”, o “preconceito” dos brancos, como a própria reportagem tenta fazer logo depois:
Em entrevista a um jornal da universidade, o “The Lantern”, Ali Artan demonstra preocupação sobre como os muçulmanos são vistos no país. “Eu queria orar ao ar livre, mas estava meio assustado com tudo que a mídia publica. Sou muçulmano, e não é como a mídia me retrata”, contou ele à publicação. “Se as pessoas olham para mim, um muçulmano orando, não sei o que vão pensar, o que vai acontecer, mas não as culpo. É a mídia que apresenta este retrato a elas e faz com que se sintam desconfortáveis.”
Culpa do Trump! Bene Barbosa, do Movimento Viva Brasil, foi atacando a imprensa à medida que mais informações eram disponibilizadas:
Ao que parece o “atirador” na faculdade de Ohio usava um facão! Os tiros disparados foram pela polícia. O ataque guarda semelhanças com outros feitos por terroristas muçulmanos. Aguardemos!
O alerta oficial da universidade estadual de Ohio foi: fuja, proteja-se, lute. A verdade é que sem ninguém armado não era possível fugir, nem se proteger e muito menos lutar. Me lembrou exatamente o caso da Universidade da Califórnia que comentei nesse artigo aqui: http://www.cadaminuto.com.br/…/universidade-da-california-l…
Globonews, aquela que não acerta uma, disse de cara que era um atirador supremacista branco… Bom, vamos lá. O ataque: primeiramente ele atropelou estudantes e depois saiu com uma faca de açougueiro e começou a deferir golpes contra os mesmo. De acordo com informações PRELIMINARES da ABC News ele era um estudante da Somália…
Comentaristas da Globonews decepcionados… Não usou armas de fogo, não era americano, não era branco, não era cristão e não votava no Trump… Ano difícil…
E depois partiu para a ironia:
Enquanto isso em uma redação qualquer…
– Rápido! Coloca ai a chamada: Supremacista cristão branco abre fogo em universidade americana. Discurso racista de Trump e fácil acesso às armas podem explicar mais esse caso de violência.
– Mas chefe… O cara era um estudante somali…
– Ok, tire o supremacista branco
– Mas ele também não deveria ser cristão, afinal há grandes chances de ser muçulmano…
– Tá, mantenha o resto.
– Mas ele usou um carro e uma faca de açougueiro…
– Porra! Assim não dá! Sei lá, requente uma matéria sobre o sucesso do desarmamento no Brasil!
– Mas chefe, o Brasil teve quase 60 mil homicídios e…
– Tá demitido! Fora daqui!
Mas um leitor veio com a solução mágica para a manchete:
“ALUNO SOMALI TRAUMATIZADO POR BULLYING DE SUPREMACISTAS BRANCOS CONTRA-ATACA”
Brincava, claro, mas não é que estamos quase chegando a esse ponto mesmo? Bene Barbosa conclui: “Hoje aprendemos que a lei de controle de armas nos EUA é tão liberal que até facas causam tiroteios”. Leandro Ruschel foi outro que desabafou:
Então mais um muçulmano produz um atentado nos EUA, jogando um carro contra estudantes da Universidade de Ohio, e atacando com uma faca ao sair do carro, ferindo nove pessoas, duas em estado crítico.
É a religião da paz em seu esplendor.
Esperem para ver a imprensa dizendo que é culpa do Trump que incitou o ódio!
Para sorte dos EUA, ele ganhou as eleições e vai finalmente impor a lei aos bárbaros.
Nos últimos 30 dias, foram cometidos 221 ataques islâmicos em 26 países resultando em 2028 mortos e 3024 feridos. #religiaodapaz.
Os esquerdistas americanos já sabem como resolver o problema de ataques com facas: proibir o uso de facas!
Quem se informa através das redes sociais ou da mídia alternativa sabe que um muçulmano somali refugiado atacou estudantes da Universidade de Ohio, deixando 9 feridos.
Já aqueles que utilizam a mídia tradicional ainda não sabem e talvez nem venham a saber.
A imprensa tradicional virou simplesmente uma extensão dos partidos de esquerda. Por isso está morrendo.
Ninguém mais leva a sério.
Pois é: está cada vez pior a credibilidade da grande imprensa, quando se mostra tão parcial, tão manipuladora, tão “progressista”, na torcida ideológica em vez de relatar fatos.
Rodrigo Constantino

RODRIGO CONSTANTINO- EMBARCAR NO “FORA, TEMER” AGORA É DAR MUNIÇÃO À EXTREMA-ESQUERDA

Um protesto contra o governo e contra projetos do presidente Michel Temer terminou em confusão no final da tarde desta terça-feira (29).
Após mais de 12 mil pessoas se reunirem em frente ao gramado do Congresso Nacional (segundo estimativa da Polícia Legislativa), alguns manifestantes viraram um carro da TV Record que estava estacionado na rampa de acesso e depredaram outros.
A Polícia Militar e a Polícia Legislativa, que faziam um cordão de isolamento, atiraram então bombas de efeito moral para dispersar o ato.
Um grupo chegou a virar banheiros químicos que estavam na região e um outro montou uma barricada num trecho da Esplanada para evitar a proximidade da polícia.
Com o grito de guerra “fora, Temer”, o protesto reúne sindicatos, índios, organizações de esquerda e movimentos sociais.
Há faixas contra a proposta de congelamento de gastos federais, que deve ir a voto no Senado nesta terça, e contra a reforma do ensino médio, entre outros pontos.
Eis tudo o que você precisa saber para não apoiar nenhum movimento com a bandeira “Fora, Temer” neste momento. Algum senso de realismo político se faz necessário aqui. Sim, Geddel cometeu abuso de poder, tão típico de nosso modelo político, do que o PMDB representa. Sim, Temer errou.
Mas como não estranhar a postura do ex-ministro Calero, tão ligado à turma da extrema-esquerda, como podemos ver em fotos circulando pelas redes sociais? Como não desconfiar desse pessoal que já aproveita para reforçar a narrativa canalha de que o impeachment foi um “golpe”?
Basta ler a coluna da senadora Vanessa Grazziotin hoje na Folha, a mesma em que ela diz que Fidel Castro representou a luta democrática, para perceber como aqueles que reúnem seus esforços hoje para tentar derrubar Temer agem como inocentes úteis dos comunistas. A quem interessa isso? Fora Temer e quem para dentro?
O purismo também pode ser confundido com certa infantilidade muitas vezes. Algum pragmatismo é importante aqui, como sinal de maturidade. Embarcar ao lado de CUT, UNE, PCdoB, PT e PSOL será sempre uma furada. Em 100 de 100 vezes isso será o lado errado da coisa, da História.
Temer não deve ser blindado, claro, nem seu governo deve permanecer impune, caso denúncias graves sejam comprovadas. Ele também deve sofrer pressão popular pela aprovação das reformas que poderão colocar nossa economia novamente nos trilhos. Mas daí a se juntar com vândalos comunistas para pedir sua cabeça vai uma longa distância.
Não sejamos burros a ponto de nos transformarmos em massa de manobra desses maus perdedores do Antigo Regime, que fazem de tudo para evitar qualquer mudança positiva. Quando for a hora, o próprio PMDB será a bola da vez, para que um Novo Brasil possa emergir do pântano de Brasília. Mas quando for a hora…
Rodrigo Constantino

FILOSOFENO

“A morte. Tão natural e tanto mistificada.” (Filosofeno) 

 “A paixão tem seu lado perigoso. A paixão provoca cegueira.” (Filosofeno) “A besta, quanto mais besta, mais arrogante.” (Filosofeno) 

 “Estar só não é o mesmo que estar sozinho. Uma mente cheia de planos é companhia que espanta o tédio e toda solidão que possa existir no ambiente.” (Filosofeno) 

 “Enquanto alguns acordam para fazer o bem, outros já saem da cama de braços com a maldade.” (Filosofeno) 

 “A melhor coisa para se abrir portas ainda é ter a chave certa.” (Filosofeno, o filósofo que dorme sobre o capim) “Entram reais no bolso, a empáfia assume o ser. Assim é o comum.” (Filosofeno) 

 “Caridade não se faz com público, câmeras e microfones. Então não é caridade, é esmola.” (Filosofeno) 

 “Acostume-se! Sempre haverá pedras, espinhos e falsos amigos em nosso caminho.” (Filosofeno)

CANINAS

“Antigamente cachorro bom era o que mais latia. Hoje cachorro de apartamento considerado bom, é mudo.” (Bilu Cão) 

 “Finalmente estou lendo ‘Como Fugi da Castração Através de Um Grande Teatro’,de Yuri Cachorroviski. É o meu livro de cabeceira.” (Bilu Cão) 

 “Ainda bem que a China fica distante. Só de pensar em virar cozido faço xixi no tapete.” (Bilu Cão) 

 “A minha patroa voltou do mercado sem ração, sem biscoitinhos para o Bilu. Estou ralado, já estou vendo o meu prato de arroz com banha.” (Bilu Cão) 

 “Todos empregados aqui em casa, tínhamos aos domingos churrasco e bebes. Agora na maior M do mundo é macarrão com carne moída de segunda. E não sobra nada para o Bilu.” (Bilu Cão)

ASSOMBRADAS

“Meu atual emprego é de maquinista de trem fantasma. Assustar os outros é muito divertido.” (Assombração) 

 “Arrumei uma mulher mais feia do que eu. Ao acordar não sei quem se assusta mais.” (Assombração) “Sou muito feio e não escolho par. Já namorei até a mãe do Conde Drácula.” (Assombração) 

 “Uma namorada me levou para conhecer seus pais. O velho dela quase morreu engasgado com sopa. A velha pegou num rosário e não largou mais até morrer.”  
“Apesar de feio tenho milhares de horas de beijos no meu currículo.” (Assombração) 

 “Acordei hoje bem mais feio que ontem. É este o meu destino.” (Assombração) 

“Feios como eu não gostam de espelhos. Os sustos devem ser para os outros.” (Assombração)

O PINTINHO

O pintinho Douglas saiu do ovo e foi direto ao PROCON. Segundo ele os pais haviam prometido para ele uma existência como cisne, não como um reles pinto. Não desejava viver como um comum queria ser admirado como cisne. Porém na instituição não teve como provar tal promessa, e foi obrigado a viver como pinto. Pinto murcho, por sinal.

O MENTIROSO

Luiz gostava de mentir, estava no sangue. O pai também fora um emérito gabola queimador de campo. Certa feita Luiz disse ter encontrado um diminuto marciano cru dentro do seu frango assado e depois mil dólares dentro de um Kinder Ovo. Já na reunião do partido disse ser descendente de Robespierre. Quando menino fez gazeta e contou à mãe que a escola tinha sido devorada por cupins e que aulas só no ano seguinte. Já adulto matou a própria avó doze vezes em diversos empregos para conseguir folga. Um crápula, sem dúvida; foi noivo de seis moças ao mesmo tempo na cidade em que morava, mentindo sempre mais para justificar sua ausência nos encontros marcados. Nada é para sempre, e um dia o feitiço vira contra o feiticeiro. Numa roda de desconhecidos no boteco gabava-se que era dono de inúmeros imóveis, que vivia de renda, a carteira sempre recheada. Pois foi assaltado no caminho de casa, levou um pau federal, entortaram ele no cassetete, pois sua carteira tinha apenas vinte e cinco centavos e uma conta de energia de trinta reais em atraso.

DONA MAYSA

Chico Melancia ouviu falar que Dona Maysa tinha mãos mágicas, curava enfermidades, inclusive psicológicas. A consulta era trinta reais, uma pechincha para quem sofria, pois diziam pelas ruas que era cura na certa. Chico não tinha problemas de saúde, e os familiares estranharam quando ele pediu à irmã que obtivesse uma vaga para ele. No dia e hora aprazado o cliente entrou na sala da quase santa e foi direto com ela: “Dona Maysa, paguei a consulta, porém não tenho nada, meu problema é dinheiro”. Então sacou do bolso um volante da mega e pediu para ela marcar os seis números.

MAURO BETTING- A Chapecoense não é o Brasil. O mundo é a Chapecoense.


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Se Danilo não defende com os pés aquela última bola do time do papa Francisco, amanhã teria Atlético Nacional X San Lorenzo, em Medellín. Maravilhosa defesa e sensacional narração do Deva Pascovicci, no Fox Sports. Só vi pela Fox o lance ontem, segunda, fim de tarde, quando vi que o tuíte a respeito dela era tweet10 do próprio Twitter. Com a entrevista do Danilo ouvindo a narração emocionante do Deva (meu amigo e colega desde Sportv-96) na conversa com Victorino Chermont (meu amigo e colega desde Band-99, Record e Fox). Na hora peguei meu celular pra mandar abraços pro Deva e parabenizar pela narração com ''o espírito de Condá''. Mas tocou o celular. E eu esqueci de mandar a mensagem pelo WhatsApp. Era Mara, mulher do Mario Sérgio, meu amigo e colega de Band, Bandsports e Fox. Pai do Felipe, colega de clube do meu Luca. Meu ídolo de Palmeiras 84-85. Meu craque desde o Vitória, em 72.
Mara estava preocupada com a logística da viagem para a Colômbia. Voo cancelado, depois voo fretado da Bolívia para a Colômbia, volta incerta e não sabida. Falamos do Felipe. Dos outros filhos do Mario. Dos meus filhos. De como é complicada essa vida correndo atrás da bola pelo mundo. Mesmo papo que Deva teve comigo na última transmissão que fiz no Rio, pelo Fox Sports, antes de trocar de canal. Ele estava ainda com a vida entre dois Rios. De Janeiro e Preto. Mezzo carioca, mezzo caipira de São José do Rio Preto.
Coisas da profissão que abraçamos. Mas nada pode ser trocado pelo abraço de quem nos toca.

Importante: A conversa entre Mara Paiva e Mauro Beting, jornalista e amigo da família, aconteceu em um momento de desabafo da mulher de Mário Sérgio, pois houve problemas de logística de avião que independiam da Fox Sports. Essas condições levavam Mário a um desgaste, mas era uma questão de logística e legislação área completamente independentes da Fox e da Chapecoense, ninguém o obrigou a viajar, que fique claro. A logística em nada tem a ver com a empresa, em absoluto em nada tem a ver com a empresa, Mário estava infeliz com algumas situações, mas nada que o forçasse a pegar o avião.

Eu estava vendo o #tweet10 do Twitter porque o meu comentário na Jovem Pan na manhã de ontem havia sido escolhido para ser o do dia. Aquele em que falo em que há exatos 4 anos eu não chorei quando dei a notícia mais exclusiva da minha vida: quando anunciei na Rádio Bandeirantes que meu pai havia morrido, ele que estava havia quatro dias em estado irreversível. Eu estava preparado. E li numa boa os quase sete minutos de texto que preparara para meu blog. Não para ler no ar e dar a notícia ao vivo da morte do meu pai. Meu maior ''furo'' em 29 anos de carreira foi dar a notícia para milhares que não consegui dar ou ter coragem de dizer aos meus dois filhos. Eles souberam pelo Twitter.

O meu #tweet10 era por isso. E por eu ter falado que, no domingo, no Allianz Parque, 20 minutos depois de Jailson ser substituído por Fernando Prass, eu pela primeira vez em 26 anos de rádio havia chorado. Por relatar a emoção que eu e milhares tivemos pela simbologia da troca. De dois ídolos que nasceram nesses últimos quatro anos. Dois caras de carisma e caráter. Um Prass que eu soube que vinha ao Palmeiras no momento em que o meu pai saía do velório ao crematório. Foi a notícia que o presidente Tirone me deu até para me confortar naquele manhã de quinta de 2012.
Foi o que falei na Pan. Chorei por uma troca, não pela morte do meu pai. Como explicar? E olha que a troca era esperada. Mas ainda assim chorei. Sentimento não se explica. Não se mede. Não se justifica. Muito menos se cobra.
Apenas se sente. E não tem como dizer nada para Chapecó e a Chapecoense. Os melhores dias da vida do clube. A torcida de quase todo o país pela Chape. Time que em 2011 estava sem divisão nacional. Clube que em 2016 era paixão do país pela comovente campanha na Sul-Americana. A Chapecoense não era Brasil. O mundo é Chapecoense.
Campanha espetacular que levou Deva, Mario Sérgio, Victorino, PJ Clement, Jumelo e colegas de ofício e companheiros de futebol para Medellín. Cobertura que talvez eu fizesse se eu ainda estivesse trabalhando no Fox Sports. Casa que me deu tudo por três anos. Casa que agora tudo tem feito mais uma vez pelas famílias. Torcemos e vivemos juntos.

Talvez eu não fosse escalado pela chefia para a transmissão. Talvez eu não fosse o escolhido. Como acabaram sendo os amigos que foram. E não voltarão para casa.

Desculpa falar de algo pessoal. Mas sentimento é assim. Individual. Único. Ainda que choque todo mundo. E todo o mundo. E choca lembrar amigos queridos que partiram. Atletas que respeito. Famílias despedaçadas.
Choca lembrar que torci muito por eles em toda a Sul-Americana. Que torci por eles até por ser mesquinho como gente. Queria também a Chape indo longe para chegar desgastada e focada em outro torneio no Allianz Parque. E ainda assim chegou bravamente. E saiu ainda maior ao final do jogo de campeões, no domingo. Do Verdão do Oeste contra o Verdão paulista.

Relata Alex Ferreira de Castro pelas redes sociais: quando o ônibus da Chapecoense deixou o estádio do Palmeiras, a torcida que cantava e vibrava pelo enea começou a aplaudir a campanha da Chape. O elenco. A força. A luta. E dentro do ônibus eles começaram a aplaudir o aplauso dos torcedores rivais.

Como deveria ser sempre. Mas não é. Aqui se mata porque alguém torce por outra cor. Aqui se mata por alguém distorcer por outra cor. Lá se morreu defendendo as cores do esporte e da vida.

Eu queria escrever para as famílias, amigos e colegas de todos. Para toda Chapecó. Para a Chapecoense.

Mas sou pequeno demais. Penso nos meus amigos. Penso que talvez eu pudesse ter estado nesse voo. Penso que se não vou pro Esporte Interativo eu talvez tivesse partido. Penso em mim e nos meus. E penso que não sabemos mesmo porra alguma na vida.
Vamos mandar a mensagem que não mandei pro Deva. Vamos devolver o livro que há anos o Victorino me emprestou. Vamos fazer o projeto de internet que o Deva me convidou. Vamos dividir a camisa que às vezes eu roubava do PJ. Vamos tirar sarro do Jumelo que tanto me corneta pelo Palmeiras meu e o Corinthians dele. Vamos ligar pro Caio Júnior e parabenizar pela campanha. Vamos dar outros parabéns para o Danilo pelo assessor Diego. Vamos abraçar o Giovani Martinello. Vamos zoar o Mario Sergio por tanta coisa. Vamos aprender ainda mais de futebol com ele. Vamos ligar pro Felipe e pra Mara.

Vamos aplaudir a Chapecoense. Vamos entrar de sócio-torcedor para dar apoio material. Vamos, clubes do Brasil, remontar o elenco da Chape. Vamos dar o título da Sul-Americana. Vamos criar a blindagem da equipe por três anos na Série A. Vamos ser coirmãos de coração. No amor e na dor.
Unidos por Chapecó. Terra do índio que defendeu seu povo e suas terras. Condá. Vitorino Condá. Como Victorino Chermont. Como tantos queridos guerreiros que partiram fazendo o que amam.

O pé de Danilo no fim de uma partida deu a maior alegria e a maior tristeza de Chapecó. Vamos dar uma mão e o coração a todos que partiram.

TÉDIO

Na rotina cansativa
A grande ameaça é assumir o tédio
Impondo ao ser o desalento
O não sonhar
A terrível amargura da desesperança.

O TEMPO QUE TEMOS

O tempo que temos
Na jornada da vida é finito
É preciso aproveitar o tempo que temos
Para deixar um recado
E dizer porque viemos.

POMBINHAS

Mesmo que o mundo só fosse habitado por pombinhas brancas
Não seria um lugar perfeito
Pois todos hão de convir
Que alguém teria que limpar o cocô das donzelas.

FOLHA VERDE

O vento tirou da árvore encorpada uma folha verdinha
Que ficou voando pra lá e pra cá ao seu sabor
Não sabia o vento
Que no canto da calçada do colégio municipal
Um grupo de formigas aguardava por ela
Fazendo  coro no nham nham nham!

EM FRENTE!

Somente o tempo acalmará a dor que sentimos. A saudade, a boa lembrança ficará para sempre. Eles por certo não desejariam ver todos esmorecidos. É preciso continuar o trabalho tão bem feito até agora. E vamos seguir em frente, chorando, mas em frente.

Torcedores e familiares se reúnem na Arena Condá em Chapecó

Torcedores e familiares se reúnem na Arena Condá em Chapecó
FOTO MATEUS FROZZA- RADIO CHAPECO

CHORA O BRASIL, CHORA CHAPECÓ

O céu está cinza como os nossos corações
Palavras são interrompidas pela dor
Pelas lágrimas que descem pela face
Chora o Brasil
Chora Chapecó

Choramos por todos
Atletas
Jornalistas
Dirigentes
Empresários

Choramos pelos familiares
E muito pelos filhos agora sem seus pais
E nada podemos fazer
Senão lamentar imensamente
E tentar seguir em frente.

LISTA PASSAGEIROS DA TRAGÉDIA QUE ABALOU A NOSSA CHAPECÓ

avião que transportava a equipe da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana sofreu um acidente na Colômbia por volta da 0h30min (horário de Brasília) desta terça-feira. De acordo com a polícia colombiana, 76 mortos foram confirmados. Entre as pessoas resgatadas com vida, entre elas alguns jogadores, cinco sobreviveram e estão em atendimento.
avião da companhia boliviana Lamia, matrícula CP-2933, decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com 81 pessoas a bordo — 72 passageiros e 9 tripulantes. Não há, por enquanto, identificação das vítimas fatais. 
Abaixo, veja a lista de passageiros preliminar, que está sendo atualizada na medida que as informações são atualizadas.
SOBREVIVENTES
Alan Ruschel (lateral da Chapecoense)
Jakson Follmann (goleiro)
Danilo (goleiro)
Rafael Henzel (jornalista)
Ximena Suarez (comissária)
VÍTIMAS
Lista de jornalistas:Victorino Chermont - FOX
Rodrigo Santana Gonçalves - FOX
Devair Paschoalon - FOX
Lilacio Pereira Jr. - FOX
Paulo Clement - FOX
Mário Sérgio - FOX
Guilherme Marques - Globo
Ari de Araújo Jr. - Globo
Guilherme Laars - Globo
Giovane Klein Victória - RBS (repórter da RBS TV de Chapecó)
Bruno Mauri da Silva - RBS (técnico da RBS TV de Florianópolis)
Djalma Araújo Neto - RBS (cinegrafista da RBS TV de Florianópolis)
André Podiacki - RBS (repórter do Diário Catarinense)
Laion Espíndola - Globo Esporte (repórter de Chapecó)
Rafael Valmorbida - Rádio Oeste
Renan Agnolin
Fernando Schardong
Edson Ebeliny
Gelson Galiotto
Douglas Dorneles
Jacir Biavatti
Ivan Agnoletto
Lista da tripulação:Miguel Quiroga
Ovar Goytia
Sisy Arias
Romel Vacaflores
Alex Quispe
Gustavo Encina
Erwin Tumiri
Angel Lugo
Lista da delegação da Chapecoense:
Ananias Monteiro
Arthur Maia
Bruno Rangel
Aiton Cesar
Cleber Santana
Marcos Padilha
Dener Assunção
Filipe Machado
José Paiva
Guilherme de Souza
Everton Kempes
Lucas da Silva
Matheus Btencourt
Hélio Zampier
Sérgio Manoel Barbosa
William Thiego
Tiago da Rocha
Josimar
Marcelo Augusto
Mateus Lucena dos Santos
Luiz Saroli
Eduardo Filho
Anderson Araújo
Anderson Martins
Marcio Koury
Rafael Gobbato
Luiz Cunha
Luiz Grohs
Sérgio de Jesus
Anderson Donizette
Andriano Bitencourt
Cleberson Fernando da Silva
Emersson Domenico
Eduardo Preuss
Mauro Stumpf
Sandro Pallaoro
Nilson Jr.
Decio Filho
Jandir Bordignon
Gilberto Thomaz
Mauro Bello
Edir De Marco
Daví Barela Dávi
Ricardo Porto
Delfim Pádua Peixoto Filho
NÃO TERIAM EMBARCADO*
Plinio Filho
Luciano Buligon
Gelson Merísio
*nomes estão na lista oficial de passageiros da companhia, mas não teriam embarcado
DC