sábado, 14 de fevereiro de 2015

ORDEM LIVRE- Andre Azevedo Alves- A falsa oposição entre ordem e liberdade



Para muita gente, o conceito de ordem é equivalente ao de um sistema comandado de forma centralizada e racionalmente determinado por alguém. Esta é uma associação de conceitos intuitivamente compreensível mas que, infelizmente, leva a uma acepção de ordem muito limitada e incompleta. Um entendimento que historicamente tem vindo a dificultar a compreensão de um conceito que está na base das ideias liberais.

Não devemos por isso ficar surpreendidos quando quem tem um entendimento da ordem assente na planificação e direcção centralizada estranha a prioridade dada pelos liberais clássicos à liberdade e a considera até estar em conflito com a própria possibilidade de ordenação. Mas este paradoxo assenta num equívoco. A chave para o resolver passa, como muito bem salientou Diogo Costa, por entender os fundamentos e o funcionamento da relação interconstitutiva entre ordem e liberdade. [1] Só a noção hayekiana de ordem espontânea permite compreender a esterilidade da discussão sobre se é a ordem ou a liberdade que deve ter primazia. Não apenas porque nem ordem nem liberdade podem isoladamente servir de princípio orientador global, mas porque a própria natureza imperfeita e parcial do conhecimento humano sugere a inviabilidade de projectos que reduzam a ideia de ordem a uma hierarquia de comando e controle centralizado.

A manifesta impossibilidade de qualquer mente humana – considerada individualmente – dominar e articular de forma plena todo o conhecimento imprescindível para conceber e implementar uma ordem social complexa aponta precisamente para a necessidade de as sociedades livres assentarem num sistema jurídico evolutivo, descentralizado e policêntrico. Quando se restringe a noção de ordem a um sistema deliberadamente imposto por decisores humanos externos (ou hierarquicamente superiores), são os fundamentos da própria liberdade e prosperidade das sociedades que são postos em causa. [2]

O carácter (inevitavelmente) limitado e imperfeito do nosso conhecimento sobre as próprias regras nas quais assenta uma ordem social complexa é bem expresso por Hayek na sua obra Os fundamentos da liberdade:

A maioria destas regras nunca foram deliberadamente inventadas tendo-se antes desenvolvido através de um processo gradual de tentativa e erro em que a experiência de sucessivas gerações ajudou a fazer delas o que são. Assim, na maioria dos casos, ninguém sabe ou alguma vez soube todas as razões e considerações que conduziram a que fosse dada uma determinada forma a uma regra. [3]

Sem ter consciência plena das implicações desta afirmação, que nos remete para os insondáveis limites da mente humana e para a complexidade dos processos sociais de ordem espontânea, é fácil cair no erro de apontar uma (incorrecta) oposição entre ordem e liberdade. Uma falsa dicotomia que pressupõe implicitamente a possibilidade de a ordem social ser gerada de forma construtivista a partir de uma hipotética situação de estado de natureza.

Para além de ignorar que a ordenação de sistemas complexos acarreta necessariamente um processo evolutivo, a oposição entre ordem e liberdade sugere uma leitura profundamente enviesada das origens e desenvolvimento do poder político nas sociedades humanas. Historicamente, muitos dos mais importantes avanços civilizacionais que contribuíram para a emergência e consolidação da ordem alargada da interacção humana resultaram de limitações ao poder político impostas pelos governados e por núcleos de poder descentralizados e alternativos. Perante o argumento falacioso de que a complexidade da sociedade exige a imposição da ordem antes de podermos pensar na liberdade, é essencial ter em conta que é essa mesma complexidade que torna impossível dissociar a ordem da liberdade. O desenvolvimento e a sustentabilidade da “Grande Sociedade”, para utilizar a feliz expressão de Hayek, dependem de uma questão fundamental: a consciência das limitações das nossas próprias capacidades para desenhar e planificar a ordem social.



* Publicado originalmente em 03/03/2010.

CORREIO DO JUMENTO DE PRATA- Revista científica alega manipulação e recusa artigos de pesquisadores da Unicamp

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão temporariamente impedidos de publicar trabalhos em uma das principais revistas de endocrinologia do mundo, a Diabetes, até que uma disputa envolvendo um renomado cientista da instituição seja resolvida.

O médico Mário Saad, ex-diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e candidato a reitor em 2013, teve dois de seus trabalhos colocados sob suspeita em abril de 2014 pela revista, que pediu à universidade que investigasse o caso, envolvendo supostas duplicações e manipulações de imagens. A reitoria realizou uma sindicância que identificou problemas editoriais nos trabalhos, mas inocentou Saad e seu grupo de qualquer suspeita de má conduta.

Não satisfeita com o parecer, a Associação Americana de Diabetes (ADA, em inglês), que publica a revista, pediu uma nova investigação em dezembro e aumentou a lista dos trabalhos de Saad sob suspeita para quatro. A reitoria da Unicamp, então, instaurou nova sindicância.

A expectativa é de que a nova investigação seja concluída na primeira quinzena de março, mas a ADA se adiantou e publicou em seu site uma "nota de preocupação" sobre a possibilidade de haver imagens duplicadas ou manipuladas nos trabalhos e de virem a ter a publicação anulada. A associação também anunciou à Unicamp que não aceitaria trabalhos de pesquisadores da universidade até que a situação seja resolvida. "A universidade não concorda com essa atitude da revista, uma vez que a sindicância interna ainda não foi concluída", disse a reitoria, em nota.

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Saad abriu um processo judicial contra a ADA neste mês para retirar a "nota de preocupação" do ar e evitar a retratação dos artigos. "Estou defendendo minha honra, para provar que sou uma pessoa íntegra. Não posso deixar que meu nome seja sujado dessa maneira".


Segundo a Diabetes, as suspeitas foram levantadas por leitores. Os trabalhos foram publicados entre 1997 e 2011, relacionados ao metabolismo de insulina, e os questionamentos referem-se a imagens de uma técnica chamada eletroforese em gel, usada para separar e pesar moléculas em laboratório.

De acordo com Saad, há de fato uma imagem duplicada em um dos trabalhos, resultante de um erro de edição na montagem do artigo. "Tenho de admitir que o erro passou por várias mãos e ninguém viu." O fato de a imagem estar repetida, porém, não tem efeito sobre o resultado da pesquisa, diz o médico.

Em nota, a revista afirmou que tomará decisões finais sobre os artigos após obter mais informações sobre a "confiabilidade dos dados".

(Com Estadão Conteúdo)

Puta que pariu! Onde é que eu fui enfiar o nariz?

Joaquim Levy, ministro da Fazenda

ROUBO, USO POLÍTICO, OU SEJA, DESGRAÇAS ACOMPANHADAS- Não falta mais nada?- Justiça do Rio hipoteca prédio símbolo da Petrobras

A Justiça do Rio de Janeiro hipotecou o icônico edifício-sede da Petrobras, localizado na Avenida Chile, no centro da capital fluminense. A decisão judicial busca garantir o pagamento de uma indenização de 935 milhões de reais da petroleira para a Refinaria Manguinhos, que alega ter sofrido prejuízos com a política de preços de combustíveis praticada pela estatal. Em dezembro, a Justiça decidiu a favor da refinaria.

O CHAVISMO DESTRUIU A VENEZUELA por Percival Puggina. Artigo publicado em 03.02.2015

Quantas vezes, nos últimos anos, debati com ardorosos defensores de Hugo Chávez, sua ideologia e seus métodos! Sempre e sempre, meus interlocutores elogiavam o regime, exaltavam seu caráter democrático e popular, bem como o elevado sentido humanista e social das políticas e dos alinhamentos políticos do chavismo.
 Qualquer pessoa que tenha alguns neurônios conscientes de sua autonomia, isto é, que sejam usados para o livre pensar, podia antever aonde aquilo iria levar. A exemplo de todos os maus empresários, maus gestores e maus políticos, Chávez fez o mesmo que a dupla Lula&Dilma e o mesmo que Eike Batista: gastou a rodo. É a miséria do dinheiro fácil, proporcionado às mãos cheias, seja pelo petróleo, seja pela arrecadação tributária, seja pelos financiamentos privilegiados. Até que o dinheiro escasseia ou acaba.
 Com petróleo a US$ 110 o barril, Chávez foi um fanfarrão. Distribuiu dinheiro aos pobres. Armou-se até os dentes para um delirante conflito com os EUA. Adotou Cuba. Das próprias palavras alimentou sua vaidade. Saciado, arrotava poder. A história mostra muitos exemplos de tipos assim. Cada totalitarismo teve o seu Stalin, o seu Hitler, o seu Mussolini, o seu Fidel. Não foi diferente com o socialismo bolivariano, que outra coisa não é que o velho comunismo constrangido do próprio nome. Simón Bolívar, o libertador venezuelano - tão abusado pelo chavismo! - tinha algumas virtudes e muitos defeitos, mas ser comunista não era um deles.
Com a mão direita, o chavismo atendia urgências sociais segundo práticas paternalistas (como ocorre aqui, e isso não é sinônimo de enfrentar a pobreza). Com a esquerda, ia destruindo a economia. Estatizou tudo que lhe interessava. Tabelou preços. Desestimulou os investimentos privados. Botou o exército nos supermercados. O totalitarismo chegou aos poucos, com os ataques à liberdade de imprensa, com a prisão de opositores e com as tropas na rua para reprimir manifestações populares.
Os resultados valem por um curso de Economia e Ciência Política. Desabastecimento, agitação social, inflação a 63% (a mais alta do planeta). No mês de dezembro passado, apenas 24% dos venezuelanos aprovavam o governo.
A pior notícia para nós, brasileiros, é a de que a Venezuela chavista, tão louvada por meus interlocutores, como referi acima, tem, também, uma taxa de homicídios crescente, duas vezes maior do que a nossa. Dá para piorar, Brasil. O petróleo (alô Petrobras!) vale a metade do que já valeu. E nossos governantes são, em tudo e por tudo, admiradores do que acabei de descrever.
Zero Hora, 01/02/2015 

Bernardo Santoro- Sobre Organizações Sociais

A Lei no 9.637/98, que regulamenta as OSs, define essas instituições como pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos na Lei.
A OS é uma instituição típica do terceiro setor. Para quem desconhece, na economia, o primeiro setor seria o Estado, o segundo setor seria o mercado, e esse terceiro setor seria o conjunto de entidades privadas, sem fins lucrativos e com fins “públicos”.
Os defensores desse tipo de estrutura são estatistas típicos da social-democracia, que admitem as falhas de gestão do Estado, como corporativismo, estabilidade, falta de qualidade do serviço em virtude da receita fixa, entre outras. Cientes disso, procuraram incorporar alguns poucos elementos de mercado na prestação de serviço público através da utilização dessa figura híbrida que não busca o “demonizado” lucro, sem perder, contudo, o controle dessa gestão, através de membros na direção das OSs e seu financiamento pelo estado.
Comparando o primeiro setor (estado) e o terceiro setor (OS):
As grandes vantagens da OS, em matéria de eficiência, em relação ao primeiro setor são: (i) a ausência de grande parte da burocracia pública, como licitações, estabilidade dos servidores, entre outros; e (ii) contratos de gestão que efetivamente obrigam a OS a atingir certas metas, sob pena de perda do contrato.
Em contrapartida, a OS tem algumas desvantagens gritantes em relação ao modelo estatal, por mais incrível que isso possa parecer: (i) o dinheiro roubado dos pagadores de impostos que passa a sustentar a OS e o serviço por ela prestado perde praticamente todos os mecanismos de controle, podendo ser alvo fácil de corrupção; (ii) é uma parceria público-privada como outra qualquer, e todos os problemas desse arranjo socialista já foram comentados por nós aqui. O IMB também tem dois bons artigos (aqui e aqui).
Comparando o segundo setor (mercado) e o terceiro setor (OS):
A OS não tem absolutamente nenhuma vantagem sobre o mercado.
Ela é mais cara para o consumidor, pois os impostos pagos por todos nós, inclusive os pobres, supera em muito os custos de um serviço essencial privado muito mais eficiente. E para o miserável que não pudesse pagar um serviço essencial (estou aqui falando de uma realidade liberal, em que o preço do serviço essencial cairia drasticamente em virtude da competição, desregulamentação e redução drástica da tributação), entidades de caridade em livre-mercado certamente prestariam serviço melhor que a péssima prestação que se vê hoje.
Ela é de pior qualidade, pois é sustentado por verbas fixas, não importando a qualidade do serviço prestado. E tem grande desperdício, pois não tem o estímulo do lucro para cortar gastos desnecessários, causando perda para toda a sociedade.
Ela é imoral, pois é sustentado por uma tributação sem limites que não respeita a liberdade mínima do cidadão e seu direito de reter os ganhos do seu trabalho honesto.
Em suma, um arranjo do terceiro setor é melhor que o arranjo inteiramente estatista e viciado do primeiro setor, e que, dos males, sem dúvida é o menos pior, mas é muito melhor a prevalência do sistema moral e eficiente do segundo setor: o livre-mercado.

Arthur Chagas Diniz-O voto distrital

Não por se tratar de uma ideia absolutamente inovadora, o artigo de José Serra, hoje, no Estadão, parece-me adequado e… urgente. O sistema eleitoral, no Brasil, um país de dimensões continentais, mesmo dividido em unidades estaduais, não contribui para aproximar eleitores de seus representantes.
Nem mesmo vereadores em grandes cidades são escolhidos para serem representativos de determinados segmentos de eleitores. Em uma capital como São Paulo, é raro estabelecer-se vínculo entre eleitor e eleito. Dois ou três meses depois das eleições, muito poucos se lembram que candidato elegeram. Estes últimos raramente têm que prestar contas ao fim do exercício de seus mandatos. É este o sistema que permeia a totalidade das eleições no Brasil.
Com a exceção de uns poucos “patrocinadores” de suas campanhas a quem devem lealdade, nossos representantes não nos devem nada. E nada lhes podemos cobrar. O voto distrital seria um bom caminho para responsabilizar a política por suas atuações.

“A sorte não agracia fulano ou beltrano por merecimento. A sorte cavalga no vento, e sem escolher cai às vezes no colo de um imprestável.” (Filosofeno)

A MORTE CEREBRAL DO ESTADO por Percival Puggina. Artigo publicado em 05.02.2015



Dr. Strangelove, (Dr. Fantástico, no Brasil) é uma das melhores comédias de humor negro, verdadeiro clássico do cinema norte-americano. Sob direção de Stanley Kubrick, o filme foi lançado em 1964 tendo Peter Sellers em três papéis principais. O tema do filme, em tempos de Guerra Fria, é um possível conflito nuclear que iria destruir o mundo.

Pois o Dr. Strangelove me faz olhar para o governo Dilma. Nestes últimos quatro anos, o que não foi destruído em nosso país não foi por falta de tentativa. Sua última vítima foi a credibilidade do próprio processo eleitoral. E olhem que passo ao largo da corrupção! O brasileiro consegue avacalhar até com essa praga. A continuar como vamos, em mais uns poucos mandatos nos levam embora o PIB inteiro. Saímos do milhar para o milhão, para o bilhão e para as dezenas de bilhões. Daí para o trilhão é só uma questão de maior ou menor apetite.

Dentro de quatro anos, não esqueçamos, teremos novas eleições. E haja dinheiro para renovar o contrato de locação do Palácio do Planalto! O eleitor também é fisiológico. Estão pensando o quê? O metabolismo que transforma dinheiro em voto funciona em mão dupla. E uma mão suja a outra.

O crescimento do PIB nacional desceu a patamares ridículos. O país se desindustrializou. A Petrobras já vale menos que certos aplicativos para iPhones. O governo da União fechou as contas de 2014 com um déficit superior a 20 bilhões que, somados ao buraco aberto por Estados e municípios, leva o rombo fiscal verde e amarelo à casa dos R$ 35 bilhões. Isso sem os juros da dívida. Se os somarmos a esses R$ 35bi, a conta se multiplica por 10. A credibilidade brasileira despencou. E até o Lula - pasmem! - parou de viajar, de bravatear, de gargantear. Não lhe deram mais nenhum título de "doutor". E não adianta ligar para ele. Lula não atende mais o telefone.

No Rio Grande do Sul, tivemos nossa dose provinciana de loucura fiscal. O ex-governador Tarso Genro, que deu as cartas no quadriênio findo em 31 de dezembro passado, deixou um rombo de R$ 7 bi previstos para o exercício de 2015. Matéria publicada em Zero Hora do dia 3 de fevereiro informa que o governo Tarso avançou sobre recursos alheios (Caixa Único e Depósitos Judiciais) num montante de R$ 7,15 bilhões. Ou seja, 54% a mais do que seus três antecessores nos 12 anos precedentes.

A ideologia do petismo seca neurônios porque foca o poder e seus meios e não o poder e seus fins. É a morte cerebral do Estado, sob a égide de governos que se orgulham de serem diferentes, que se vangloriam de não "dialogarem" com a "lógica neoliberal" porque têm "um projeto próprio de desenvolvimento". Arre! E vendem esse lero-lero como xarope milagroso aos ingênuos do país.

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O PT NÃO PIOROU. ELE SEMPRE FOI ASSIM. por Percival Puggina. Artigo publicado em 12.02.2015



A estratégia, agora, é apresentar o PT que vemos como deturpação do PT de outrora, honrado defensor dos mais elevados valores morais.

Que papo mais furado (desculpem a vulgaridade da expressão)! Trata-se de pura mistificação, para transmitir a ideia de que esse partido, no convívio de 35 anos com os demais alinhamentos políticos, descuidou-se e absorveu os maus exemplos que estes lhe transmitiram. Quem comprar a tese, fica convencido de que o PT, ao contrário das outras siglas, teve um passado límpido, com cheirinho de talco Johnson para bebês, podendo voltar às suas boas raízes, como novo filho pródigo. Os outros estão eternamente condenados. A salvação para o Brasil, portanto, só poderia vir de um PT repaginado, saído do Photoshop. Dá-me forças para viver!

Mais uma vez, erro e falsidade. O PT sempre foi assim, como venho registrando desde 1988, quando comecei a escrever para as páginas grandes do velho Correio do Povo. Desde o início, o partido foi movido por um projeto de poder inspirado nas piores e mais fracassadas teses políticas que a humanidade experimentou no século passado. Na origem de suas concepções e condutas está, também, a essência da perversão política: a regra de que os fins justificam os meios. Muitos de seus principais dirigentes, antes mesmo de o partido existir, sequestravam aviões, exigiam resgate, recebiam recursos de potências comunistas, viveram décadas às custas do produto de assaltos que praticaram em dezenas de empresas, joalherias e em mais de uma centena de agências bancárias.

Mesmo antes de o PT existir, esses mesmos dirigentes estavam comprometidos com uma visão perversa de Estado. Eram contra a democracia representativa, adversários da economia de mercado, organizavam movimentos fora da lei, que afrontavam a Justiça, a ordem pública e o direito de propriedade. Levaram à Constituinte de 1988 teses com o confessado e documentado objetivo de implantar no Brasil um Estado socialista com enorme ingerência nas atividades econômicas e na vida privada.

Em nenhum momento de sua história, seja como partido oposicionista dedicado a assassinar reputações, seja como condutor do governo, o Partido dos Trabalhadores mostrou qualquer apreço pelas nações democráticas, pelas economias livres, pelos países que prosperaram sob sólidas instituições liberais. Todo o apreço do PT fluiu, sempre, para regimes totalitários, arautos do atraso e do subdesenvolvimento. Durante o regime militar, os que deixavam o país buscavam refúgio no Chile comunista de Allende, na Argélia de Boumédiènne, em Cuba de Fidel, e atrás da Cortina de Ferro. Mantiveram e mantêm estreitas relações com os movimentos de guerrilha e terrorismo comunista da América Latina, os quais foram convocados por Lula e Fidel para integrar o Foro de São Paulo. No poder, a atração pelas más companhias se voltou, também, para os piores líderes africanos, corruptos, ditadores e genocidas. Faz e distribui sorrisos a governos fundamentalistas islâmicos e jamais repreendeu um terrorista sequer.

A corrupção que arrasou a Petrobras e fez jorrar dinheiro do Tesouro aos amigos do rei e da rainha através do BNDES reproduz, em escala bilionária, o que acontecia em muitas das primeiras prefeituras do partido nos negócios com coleta de lixo.

“A observação nos mostra que nem todos os chineses são sábios. Podemos até mesmo afirmar que há milhões de burros entre eles.” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

“A maquiagem existe para ajudar a natureza.” (Climério)

DE CUBA: PARA PRESERVAR A SAÚDE DO BISCOITO

“Diante desta situação, … o Programa sugere a busca de alternativas, tais como, por exemplo, limitar o ato sexual aos beijos, às carícias, à masturbação… No entanto, ele reconhece que o nosso país é dominado por uma cultura em que o homem e a mulher precisam ter relações sexuais com penetração para alcançar a satisfação plena. De modo que é provável que a abstinência, ou aquilo que os especialistas denominam “alternativas”, não sejam opções viáveis para muitos casais.” (trecho de uma matéria do jornal oficial Granma, a respeito da nova onda de escassez de preservativos em algumas cidades cubanas)

Fonte: Instituto Liberal

“A melhor maneira de se começar uma conversa ainda é abrindo a boca.” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

Instituto Liberal- De cada um, conforme sua capacidade; para cada um, conforme sua necessidade

Trechos do desabafo de um mendigo, ex-funcionário da Fábrica de Motores Século XX:
“Ninguém sabia como o plano ia funcionar, mas cada um achava que o outro sabia. E quem tinha dúvida se sentia culpado e não dizia nada, porque, do jeito que falavam, quem fosse contra era desumano e assassino de criancinhas”.
Como funcionou o plano.
“É como derramar água dentro de um tanque em que há um cano no fundo puxando mais água que entra, e cada balde que a senhora derrama lá dentro o cano alarga mais um bocado, e quanto mais a senhora trabalha, mais exigem da senhora, e no fim a senhora está despejando baldes 40 horas por dia, depois 56, para o jantar do vizinho, para a operação da mulher dele, para o sarampo do filho dele, para a cadeira de rodas da mãe dele, para a camisa do tio dele, para a escola do sobrinho dele, para o bebê do vizinho, para o bebê que ainda vai nascer, para o mundo à sua volta; tudo é para eles, desde as fraldas até as dentaduras, e só o trabalho é seu, trabalhar da hora em que o sol nasce até o escurecer, mês após mês, ano após ano, ganhando só o suor durante toda a sua vida, sem descansar, sem esperança, sem fim… De cada um, conforme sua capacidade; para cada um, conforme sua necessidade”.
(…)
“…então decidiram que ninguém tinha o direito de julgar suas próprias capacidades. Tudo era resolvido na base da votação. Sim senhora, tudo era votado em assembleias duas vezes por ano. (…) Bastou a primeira (assembleia) para a gente descobrir que todos tinham se transformado em mendigos – mendigos esfarrapados, humilhados, todos nós, porque nenhum homem podia dizer que fazia jus a seu trabalho, não tinha direitos nem fazia jus a nada, não era dono de seu trabalho, o trabalho pertencia à ‘família’, e ela tinha que pedir em público que atendessem as suas necessidades, como qualquer parasita, enumerando todos os seus problemas, até os remendos na calça e os resfriados da esposa, na esperança de que a ‘família’ lhe jogasse uma esmola. O jeito era chorar a miséria, porque era a sua miséria, e não o seu trabalho, que agora era a moeda corrente de lá. Assim, a coisa virou um concurso de misérias disputado por 6 mil pedintes, cada um chorando mais miséria que o outro”.
(…)
“Escolhiam no voto quais eram os melhores trabalhadores, e esses eram condenados a trabalhar mais, fazer hora extra todas as noites durante os seis meses seguintes. E sem ganhar nada mais, porque a gente ganhava não por tempo nem por trabalho, mas sim conforme a necessidade. (…) Começamos a esconder toda a nossa capacidade, trabalhar mais devagar, ficar de olho para ter certeza de que a gente não trabalhava mais depressa nem melhor do que o colega ao nosso lado. Tinha que ser assim, pois a gente sabia que quem desse o melhor de si para a ‘família’ não ganhava elogios nem recompensas, mas castigo”.
(…)
“Não há maneira melhor de destruir um homem do que obrigá-lo a tentar não fazer o melhor de que é capaz, a se esforçar por fazer o pior possível dia após dia. (…) E trabalhar melhor para o quê? A gente sabia que o mínimo para sobrevivência era dado a todo mundo, quer trabalhasse, quer não, a chamada ‘ajuda de custo para moradia e alimentação’, e mais do que isso não se tinha como ganhar, por mais que se esforçasse.
(…)
“A sua honestidade era como um instrumento nas mãos da desonestidade do próximo. Os honestos pagavam, e os desonestos lucravam. Os honestos perdiam, os desonestos ganhavam. (…) Éramos competentes, nos orgulhávamos do nosso trabalho e éramos funcionários da melhor fábrica do país, para a qual o velho Starnes só contratava a nata dos trabalhadores. Um ano depois da implantação do plano, não havia mais nenhum homem honesto entre nós”.
(…)
“Queriam que trabalhássemos em nome de quê? Do amor por nossos irmãos? Que irmãos? Os parasitas, os sanguessugas que víamos ao redor?”
(…)
“Um começou a espionar o outro, cada um tentando flagrar o outro em alguma mentira sobre suas necessidades, com o intuito de cortar sua ‘ajuda de custo’ na assembleia seguinte. Começaram a surgir delatores, que descobriam o que alguém tinha comprado ás escondidas um peru para a família num domingo qualquer, provavelmente com dinheiro que ganhara no jogo. Começamos a nos meter na vida do outro”.
(…)
“(Na última assembleia) Fez um discurso curto, vil e insolente dizendo que o plano havia fracassado porque o restante do país não aceitava que uma única comunidade poderia ter sucesso no meio de um mundo egoísta e ganancioso”.
A Revolta de Atlas (volume II), de Ayn Rand
Nesta semana em que se completa 110 anos do nascimento da escritora, releio seu livro mais famoso e me vejo novamente assombrado pela realidade de que, depois de todas as comprovações históricas, depois de todos os testemunhos, depois de toda a literatura sobre as consequências das “boas intenções” socialistas, ainda temos no mundo regimes que impõem as mesmas humilhações e desgraças a seus povos − ao extremo, na Coréia do Norte, um pouco menos em Cuba. Mas a maior assombração é, sem dúvida, saber que tamanho absurdo é sustentado por pessoas que vivem e gozam (gozam!) no colo do capitalismo. Pessoas que, em vez de demonstrarem indignação diante da escravização dos outros, sentem-se ideologicamente excitadas, motivadas a ruminar os discursos mais cretinos, a apoiar os líderes mais canalhas e a empunhar bandeiras da cor do sangue drenado pelas “boas intenções” socialistas.
Quanto desgosto Ayn Rand sentiria se soubesse que, em pleno século XXI, o marxismo ecoa… e alimenta os mesmos tipos de vermes de sua época.

Sobre o autor

João Pequeno
Repórter do Jornal Destak
Jornalista. Repórter e editor de Brasil do Jornal Destak, com passagens por O Dia, Jornal do Brasil, G1, Terra e Folha de S.Paulo

DIÁRIO DA SICÍLIA- TCU aprova norma que pode prejudicar investigações da Operação Lava Jato

Tribunal de Contas da União envia ao MP documento que transforma órgão em avalista dos acordos com empreiteiras do petrolão.Assim não dá! O Tribunal de Contas da União aprovou em tempo recorde uma norma que, na prática, transforma o órgão em avalista dos acordos com empreiteiras do petrolão. Para o Ministério Público a manobra pode prejudicar a Operação Lava Jato e as investigações se chegar aos chefes do propinoduto.