terça-feira, 7 de agosto de 2018


“Alguns vizinhos meus não tem apenas o rei na barriga. Engoliram também o trono. ” (Climério)


“Faz tempo que deixei de ser um iludido. Deixem-me viver feliz junto aos cães. ” (Climério)

MESTRE YOKI


“Mestre, por que elegemos tantos corruptos?
“Talvez por ignorância, talvez por semelhança. ”

EULÁLIA


“Meu velho marido não é um iludido. Ele sabe que o meu amor é pelo seu cartão de crédito. ” (Eulália)
                                                                                                      

EULÁLIA


“Com o passar do tempo tudo muda. Já fui a rainha da bunda quente, hoje carrego neve nas nádegas. ” (Eulália)

EULÁLIA


“Sempre fui uma mulher de poucas virtudes e de muitos assanhamentos. ” (Eulália)


A FALÁCIA PREFERIDA DOS IMBECIS EM POLÍTICA por Luis Milman. Artigo publicado em 06.08.2018

Dentre todas as imposturas retóricas utilizadas por difamadores e espertalhões, destaco como das mais comuns e eficazes, a falácia ad hominem ou contra a pessoa. Essa posição, em um debate, pode ser assumida por quem não tem o preparo intelectual requerido e revela uma condição de opinador para assuntos para os quais não possui a menor qualificação, o que é muito frequente. Mas, sobretudo, é um expediente próprio de ideólogos patifes e propagandistas movidos por uma causa que julgam acima de questão.
Por exemplo, o debatedor mal intencionado e despreparado avança uma bateria de acusações pessoais contra seu adversário. Em certas ocasiões, ele parece mais sutil e sustenta que seu opositor somente defende um raciocínio limitado, localizado, deixando em aberto outras formas de pensamento. Nestes casos, o debatedor desonesto apresenta uma dificuldade real ao seu opositor, que deve desmontá-la com atenção e rigor.
O argumento em si pode ser tecnicamente aceitável, se colocado num contexto filosófico no qual uma das posições é apresentada como não universal. Isto ocorre na discussão dos chamados argumentos transcendentais, que procuram refutar formas de raciocínio específicas. Um argumento ad hominem pode ser detectado numa discussão na qual uma das partes acusa a outra, que formulou uma alegação transcendental, de refutar apenas o que está sendo proposto e que a refutação não tem força universal, deixando intocadas as demais possíveis argumentos que não podem ser antecipados. Nestes casos, é preciso cautela para afirmar que o ad hominem não é apenas um argumento tópico ou como Kant o chamava, apagógico, cuja força reside justamente no fato de aplicar-se ao que está sedo contestado. Não há força de argumentação universalmente válida para finalidades negativas.
Mas, na maioria dos casos, o argumento ad hominem é raso. O difamador sabe que não pode atacar nem a validade nem a verdade do argumento que ele pretende contestar, daí ataca a pessoa que elabora o argumento, tentando diminuí-la, vinculando-a a interesses secretos, comprometendo seu passado, suas preferências ou suas relações pessoais. Ataca até mesmo sua origem, religião ou procedência nacional. Nada disso é feito de improviso, mas com a firme convicção de que se pode vencer um debate político ou acadêmico desta forma.
Muitas vezes, debatedores honestos são surpreendidos por este modo de argumentar e assumem uma posição defensiva e, só isto, já basta para evidenciar que a vitória no confronto pende para o outro lado. Isto é uma tática bastante frequente e deliberada dos infames para, a um só tempo, desviarem-se do cerne do assunto escrutinado ou mancharem a reputação dos que defendem posições opostas às deles. O expediente é eficaz, muitas vezes, porque desloca a discussão do plano racional para o plano emocional. Em várias ocasiões, este deslocamento faz com que recaia sobre o debatedor intelectualmente honesto o ônus da prova de sua decência e, quando isto acontece, o debate fica contaminado por questões psicológicas laterais ao assunto que importa. Daí que a vitória pode se dar por motivos sentimentais. Esta é uma das razões pelas quais é impossível discutir com um fanático imbecilizado. Na história política recente, a falácia foi exaustivamente utilizada pelos nazistas para desconstituir tudo que era, segundo eles, "judaico". Também pelos comunistas, que, até hoje, marcam tudo o que não está de acordo com sua visão de mundo, com a palavra "fascista".

* Graduado em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1982), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1989) e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998).

DISCURSO DE ÓDIO E HIPOCRISIA por Percival Puggina. Artigo publicado em 06.08.2018

 O escrutínio das causas que levaram ao impeachment de Dilma Rousseff ainda não mereceu consideração nas avaliações internas do seu partido. Depoimentos só foram prestados e confissões só foram ouvidas em processos de colaboração premiada. O que mais aparece no noticiário é uma vitimização atacando o que denomina “discurso de ódio”, ante o qual o partido e suas iniciativas seriam vítimas indefesas e consternadas.
 Entre as vantagens que advêm dos meus 73 anos, incluo, sem dúvida, o acompanhamento ao vivo da política nacional durante largo período de tempo. A isso agrego o fato de ser colunista de jornais ao longo das últimas três décadas e meia. Se houve um traço nítido na ação política do PT durante esse período, foi, precisamente, a incitação ao ódio em pluralidade de formas e expressões.
Quase como parte de minha atividade cotidiana acompanhei o surgimento e o crescimento desse partido, mas qualquer um que já tenha idade para estacionar em vaga de idoso também assistiu a tudo. Observei a natureza das ações, o trabalho de organização dos movimentos sociais, o lado trotskista que reconhecia a centralidade da política, e o diálogo com organizações da luta armada (as tais frentes de “libertação nacional” em países da América do Sul, na América Central e na África).
Em todas as atividades compareciam, sempre, os elementos apontados por José Hildebrando Dacanal em “A Nova Classe - o governo do PT no Rio Grande do Sul. São eles: 1) a culpa é do sistema; 2) a sociedade tem que se revoltar; 3) os que se revoltarem votarão em nós; 4) a solução virá com a revolução socialista que nós faremos”. Cada passo dessa sequência não envolve qualquer generosa declaração de amor, mas exige a construção do antagonismo e a percepção do ódio como instrumento de luta.
Coerentemente, então, foram décadas de louvação a um homicida furioso como Che Guevara, para quem “O ódio é o elemento central de nossa luta! Ódio é tão violento que impulsiona o ser humano além de suas limitações naturais, convertendo-o em uma máquina de matar com violência e a sangue frio”. Não pensava diferente outro ícone frequentemente lembrado. Carlos Marighella, em seu minimanual do guerrilheiro urbano alerta que o guerrilheiro somente poderá sobreviver se estiver disposto a matar os policiais e todos aqueles dedicados à repressão e se for verdadeiramente dedicado a expropriar a riqueza dos grandes capitalistas, dos latifundiários, e dos imperialistas. Não, a adoção de modelos não é uma tarefa inconsequente.
Como produto, a violência foi se tornando rotineira. Todo um divisionismo foi minuciosamente semeado entre raças, etnias, sexos, gerações, grupos e classes sociais. Gradualmente, num crescendo, desencadearam-se as invasões de propriedades rurais seguidas de corredor polonês para retirada dos proprietários, as destruições de patrimônio, as invasões de parlamentos e prédios públicos, os enfrentamentos às autoridades policiais, os trancamentos de rodovias e queimas de pneus, as destruições de lavouras, os black blocs, as campanhas pela mudança de nomes de ruas e todas as ações voltadas para o quanto pior melhor.
Não preciso que alguém me descreva os danos causados pelo ódio dentro de uma sociedade. Eu vi isso acontecer. Eu o rejeitei então e o rejeito agora. Ele não se confunde com a indignação contra a injustiça, contra o mal feito, nem com a denúncia do malfeitor. O que refugo, por absolutamente hipócrita, é a denúncia do “discurso de ódio” formulada como escudo protetor de quem dele se serviu para suscitar tanta divisão, antagonismo e malquerença no ambiente social e político brasileiro!

A CAIXA


Numa manhã de sábado apareceu naquela rua de macadame uma pequena e enigmática caixa de madeira marrom.  Não possuía brilho, opaca, acordou encostada ao meio-fio.  Muitos moradores e até estranhos tentaram ergue-la ou abri-la, mas ninguém conseguiu. Nem mesmo usando ferramentas foi possível.  Ficou lá por muito tempo até desaparecer numa noite de tempestade. Que caixa era aquela? O que poderia ter dentro? Quando a velha e sábia Noninha morreu deixou uma cartinha explicando o que a caixa continha. A caixa carregava o peso das consciências dos habitantes da cidade e dentro dela todos os seus segredos mais bem guardados.



O CRÉDULO


O crédulo — A fé pode ser definida em resumo como uma crença ilógica na ocorrência do improvável. Ela contém um sabor platônico; extrapola o processo intelectual normal e atravessa o viscoso domínio da metafísica transcendental. O homem de fé é aquele que simplesmente perdeu (ou nunca teve) a capacidade para um pensamento claro e realista. Não que ele seja uma mula; é, na realidade, um doente. Pior ainda, é incurável, porque o desapontamento, sendo essencialmente um fenômeno objetivo, não consegue afetar sua enfermidade subjetiva. Sua fé se apodera da virulência de uma infecção crônica. O que ele diz, em suma, é: “Vamos confiar em Deus, Aquele que sempre nos tapeou no passado”. — H. L. Mencken

SAINDO DA BARBÁRIE MENTAL


A humanidade só saiu da barbárie mental primitiva quando se evadiu do caos das suas velhas lendas e não temeu mais o poder dos taumaturgos, dos oráculos e dos feiticeiros. Os ocultistas de todos os séculos não descobriram nenhuma verdade ignorada, ao passo que os métodos científicos fizeram surgir do nada um mundo de maravilhas. Abandonemos às imaginações mórbidas essa legião de larvas, de espíritos, de fantasmas e de filhos da noite — e que, no futuro, uma luz suficiente os dissipe para sempre. — Gustave Le Bon

RAINHA DELMA


Ano 1750 no reino da Ignomínia. A Rainha Delma prendeu na masmorra do seu castelo a bela serva Iraci, doente de ciúmes diante da beleza da moça. Mandou a rainha servir na masmorra apenas água, nada mais que isso. Viajou por um ano e voltando de sua longa jornada fez uma visita de surpresa para sua prisioneira. Encontrou-a feliz, fofa e corada. Não acreditou em que estava vendo, impossível! Mas ao ver o Rei Elmo seu marido de apenas quarenta anos, beiço caído, andando amparado por servos, pesando pouco mais de cinquenta quilos, compreendeu tudo.  Seu último ato em nome da dignidade real foi atirar-se pela janela dentro do fosso dos crocodilos.





SEM CARNE


SEM CARNE

Naquela noite Romualdo chegou a sua casa e disse para seus quinze filhos todos menores de idade e que estavam com muita fome: - “Não há comida, não há carne. Todos devem ir dormir agora. ” Duas horas mais tarde entre salpicos de molho de hortelã, cravo e louro, quinze crianças lambiam os beiços enquanto o pai morto dourava espetado sobre um fogo de chão.


“MINHA HISTÓRIA NA CIDADE GRANDE- Cheguei, vi e já comprei a passagem de volta.” (Climério)


“Não há tesão que resista a mau-hálito. ” (Climério)


“Todos os homens têm defeitos. Porém alguns só têm isso. ” (Climério)


“Minha mulher acha que nem mesmo o Viagra me salva. Talvez um transplante. ” (Climério)



“Eu só acredito em político morto. Não mente, não rouba, não incomoda. ” (Climério)



NATURAL


Mais de cem bilhões já passaram pelo planeta
Destes nenhum retornou
Então nascer
Crescer
Morrer
Tudo tão natural
Mas já na infância
Fomos acostumados pelos adultos
A ter medo do inevitável.


RACIOCINE


Busque a clareza no pensar
Porque não há fantasmas na estrada
Tampouco existem demônios nela
Salvo aqueles que estão nos púlpitos
Lavando mentes
Prometendo que dor e miséria garantem o paraíso
Ou que o mal ronda quem fechar a mão para o dízimo.


TUTELADOR


Envolta a mente na soberba
Acha-se o bom na tutela
Animal racional medíocre
Pensa saber ensinar a todos o verdadeiro caminho
Logicamente não compreendendo que somos todos tão diferentes
Em sonhos e determinação.

Dilma Hors Concours


Vil nutridora de mazelas
Observas bem a vala em que nos jogas
Atenta para o desempregado que se desespera
Ante o filho com fome
Veja os milhões que são instados a permanecer sem futuro
Como bolsista do programa miséria voto
Sem contrapartida para evoluir
Mas não te preocupes
Teu lugar no rodapé da história está garantido
Como a poderosa mais burra
Entronada na terra descoberta por Cabral.